Kami no namida- interativa escrita por PsicoPonei, Alec Azaroth


Capítulo 27
Nova Era pat.01


Notas iniciais do capítulo

Esse cap. foi bem diferente do que estão acostumados a ler. Neste, não houve ninguém das fichas. Na verdade eu quero saber quem ainda tem interesse em continuar (DE VERDADE) NA FIC.
É um marco de uma nova temporada que esta por vir e quero verificar quem esta vivo e quem deve nos deixar.
Nos comentários quero que postem o nome daquele que controla, sua ultima ação e o que querem para o futuro.
É importante que de seu UP. Quero dar um novo rumo pra história, mas pra isso preciso ver quem ainda me acompanha.



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"

—Ela perdeu o juízo, isso sim - repetia como pela decima vez - Ela e a irmã. Esqueceram-se de colocar os miolos para funcionar - andava de um lado a outro, os cabelos negros dançando numa tempestade ditada por seu humor, os olhos brilhavam e as palavras eram cuspidas entre dentes - Ah e aquele cão esta igualmente louco!

—Não devemos julgá-los tão prematuramente - advertiu o mais velho

—Não precisamos de tempo pra enxergar o quanto tudo isso saiu do controle! - as mexas negras voaram no momento em que Oya bateu seu pé no chão.

            O vestido bege contrastava com a pele negra, o tecido delicado esvoaçava sem rumo de um lado a outro, as enormes unhas cravadas na própria palma da mão. No momento em que Ament foi ao mundo humano, Oya foi a primeira a conversar com Allysene, sabia o quanto aquilo era arriscado e aconselhou a outra a ter cautela.

            No momento em que Allysene lhe confidenciou o plano de ir buscar a irmã antes que ocorresse o "despertar" Oya foi contra. Mas no final das contas a acobertou até o último segundo.

            Não podia simplesmente segurar a amiga pelos cabelos e mandá-la ficar - mesmo que isso soasse tentador, não poderia. No fim a ajudou, afinal, quem poderia ajudá-la se não sua maior confidente? Mas no fim, um deslize no momento em que a deusa fora a terra e outro conseguiu escapulir junto. Hiwan esgueirou-se pelos muros do templo e desceu segundos depois que Allysene.

            No fim, procurou Den, o último Deus em quem podia confiar. Nas últimas décadas a confiança entre os Deuses passou a ser cada vez mais superficial, eram contados nos dedos aqueles em quem podia confiar. Den, um deus antigo, com cabelos a barba branca, sua aparência de um velho sábio contrastava com seu humor descontraído, porem sabia as horas em que tinha de assumir sua postura firme, e essa era uma dessas horas.

            -Devemos nos manter calmos, quanto mais tarde descobrirem isso, melhor - Den cochou a enorme barba - Ora Oya, aquiete as saias, temos de fingir que nada aconteceu. Imagine só se Impi descobre isso?

            Oya lançou um olhar surpreso ao velho, e sentou-se ao seu lado nas cadeiras de vidro do salão:

            -Impi e sua corja só estão na espreita por um deslize nosso, de qualquer um - aos poucos a deusa se acalmava e o mar de mechas negras voltava ao normal, revelando volumosos que iam até a cintura.

            -De fato, Ament foi a terra há muitas viradas de lua e ainda sim não descobriram.

            -Isso por que tinha Allysene a acobertá-la - a divindade passou a roer uma das unhas - Nada que eu não posso fazer, mas acobertar um é mais fácil que três! - Oya olhou para os lados, como se desconfiasse das paredes - Acha que - abaixava o tom de voz gradualmente - Hiwan foi a terra pelos mesmos motivos?

            Den negou lentamente com a cabeça, como se fosse de grande esforço o fazê-lo: - Hiwan tem seus motivos, imaturos e de certo modo até egoístas, mas a ele soam como uma salvação.

            -Sabes que... Se Ament estiver certa... Tudo mudará. Não é algo que afete apenas a Casa Principal velho...

            -Se Ament estiver certa, os céus podem sangrar tanto quanto a terra - Se apoiando na cadeira de vidro, Den se levantou - Talvez isso seja algo a nos purificar - fez uma pausa no momento em que recebeu um olhar reprovador de Oya - Ora, tens de admitir que temos sido imprudentes com esse negocio de lágrimas. Talvez tudo isso tenha sido errado, desde o começo.

            Den andava a passos lentos até que parou a centímetros da porta. Oya permanecia sentada, roendo as unhas, com um olhar perdido e a mente cheia:

            -Descanse criança, temos que estar com as mascaras polidas quando nos perguntarem sobre eles.

///

            As margens do lago, Mizu tinha o olhar perdido entre os peixes. Na terra eles poderiam ser pequenos e de singelas cores, mas nos céus eles passavam dos dois metros e alguns tinham cores jamais vistas por olhos humanos. Mizu gostava de vê-los dançar sob a luz da lamparina, com os pés dentro da água ela sentia a pele se desfazer e se tornar parte do lago, parte da vida.

            -Oh, não dorme? - um jovem de uma aparência digna de um príncipe, com manto de seda e botas de couro, cabelos habilmente cortados e joias brilhantes, se dirigia a jovem.

            -Boa noite, Dãsa Kod - respondeu simplória.

            -É Kod, apenas Kod - retrucou o outro.

            Nos céus havia uma hierarquia. A casa principal era onde comandavam os dez deuses principais: Vida, Morte, Dia, Noite, Animais, Vegetais, Água, Terra, Vento, Onipotência. Tais deuses tinham o poder maior, e juntos governavam os céus e a terra. Na casa secundária viviam outros tantos deuses, cada um com seu domínio e seus criados. E existiam os Dãsa, almas de humanos que passam a servir aos deuses. No mundo espiritual, poucas almas humanas conseguiam ir além de Dãsa, o que segue a regra de "ou se nasce um Deus, ou se vive como humano", porem essa regra já não era tão fielmente seguida. Kod era um Dãsa da deusa Hasad, quase um instrumento sexual da mesma que recebia de seus serviços roupas e status que quase o fazia parecer um deus, mas ele ainda não passava de um Dãsa.

            -Tu se tornas tão depressiva quando não tem o homem animal por perto - Ao lado de Mizu havia uma arvore mediana, de folhas douradas, Kod se se encostou a arvore.

            -Hiwan deve estar se divertindo - as pernas de Mizu balançavam, mas seus pés já haviam se tornado parte do lago.

            -Se divertindo? - o Dãsa se inclinou para frente, tentando analisar a expressão de Mizu, a pele clara e os olhos inexpressivos refletidos pelas águas do lago lhe davam uma aparecia semelhante à de uma boneca.

            -Não deveria estar com sua dona? - um sorriso brotou nos lábio de Mizu ao provocá-lo

            -Dona uma ova, escrevas o que digo, gotinha de água, chegarei mais longe que qualquer humano - então ele parou, analisou o que havia dito e só notou tal erro quando ouviu a risada da deusa.

            -Ambicioso de mais pra quem só consegue as coisas com o pênis - de Mizu eram curtos e lisos e sua franja caiu sobre seu rosto quando a mesma tapou a boca para rir do que havia dito

            Kod acabou corado, não pelas palavras provocantes, mas pelo sorriso da deusa. Kod era um galanteador para quem quisesse cair em seus encantos, e nos céus havia muitas para poder lançar seu charme, todas de belezas incomparáveis. No fim acabou com Hasad, um deusa bonita, contudo que não tinha metade da beleza das deusas principais - talvez por que Hasad era uma deusa secundária, mas não era algo que fosse admitir.

            Mizu se levantou, os pés voltando à forma sólida. Tinha um kimono azul com tons de verde na ponta. Kod observava a jovem como quem admirava uma pintura

            -É melhor voltar a teu quarto, sua senhora sentira tua falta

Quando a deusa passou ao lado de Kod, teve o braço capturado por ele, chamando sua atenção. Por um segundo o mundo do Dãsa se resumiu aos olhos perolados da deusa da água

            -Sabes quem é minha verdadeira senhora

Com um gentil toque, Mizu alisou o rosto de Kod: -Seus lábios contam doces mentiras

            -Sabes que não é mentira - ameaçou se aproximar dela, mas a deusa recuou

            -Sei que fode com Hasad todas as noites, e que se embebedas com aquilo que ela dá. Se vendes por pouco Dãsa Kod, se vendes por fachada. Se afundardes tanto em tua mentira, que já pouco vejo daquilo que um dia fora

Antes que retrucasse, a deusa deu lhe as costas e seguiu para seus aposentos, deixando Kod sem reação

            -É uma pena - uma voz o despertou dos devaneios - Eu shippo

            Encostado a parede lateral, Theodor observava tudo.

            -Ela não me quer mais - parou por um segundo - O que faz aqui? Pensei saído da Casa Principal

            Theodor era um deus secundário, o deus da bebida, mas vivia mais no mundo espiritual humano do que entre os deuses:

            -Às vezes é bom retornar e reencontrar os amigos - Theodor era loiro, alto e com um apetite sexual que abrangia homens, mulheres e qualquer outro que chamasse sua atenção. Há alguns anos Kod foi um de seus alvos, contudo o Dãsa não cedeu ao deus, por fim viraram amigos.

            -Fiquei o dia vagando pelos templos e ouvi algumas coisas interessante.           Gostaria de saber quais são verdadeiras

            -Te direi aquilo que sei, se me der um de seus vinhos - sorriu

//

            Vasant andava com passos silenciosas pelos corredores de seu templo. Seu cabelo branco transado com flores chega próximo a seu pé. O sorriso nos lábios pintados de rosa era evidente:

            -Os céus tem histórias realmente interessantes - começou, como uma gata, andando até a enorme mesa de pedra - as paredes me confidenciaram coisas de seu agrado

Sentado do outro lado da mesa esta Impi, o alto deus de guerra. De cabelo raspado, pele negra e músculos de impor inveja, o deus da guerra estava sempre acompanhado de sua espada gigante, esta com o aço repousando ao seu lado

            -Fales logo - disse sem muita paciência

            -Ora como falar comigo - com um bico de falso choro, Vasant sentou-se sobre a mesa de madeira - Ouvi dizer que alguns deuses escapuliram para a terra

            A deusa assistiu a expressão de Impi mudar de imparcial para feroz e depois assistiu um sorriso sádico brotar em seus lábios:

            -És uma boa hora para darmos nosso primeiro passo.


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Notas finais do capítulo

Para quem não percebeu, cada deus tem uma ""nacionalidade"" só por curiosidade :v
Espero que tenham gostado e espero ver quem continua daqui pra frente.



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