-Eu quero o divórcio - era só o que ela tinha de dizer, certo?

Depois de 2 anos de casamento fracassado e inúmeras traições da parte do marido, era a única solução. Nunca deixaria seu filho viver com um pai mulherengo e uma mãe iludida.

Isabella nunca mais deixaria ser enganada. Durante todo o seu casamento iludiu-se de que um dia Edward lhe voltaria a amar como quando namoraram em adolescência. Para quê continuar com aquela farsa? Seu marido lhe traia com a secretária e nunca dirigia a palavra a Bella, não uma romântica ou carinhosa.

Tinham relações sexuais, de tempos a tempos, por obrigação. Claro que Edward divertia-se vendo a tristeza e a humilhação nos olhos de Bella. Na sua última relação sexual, Bella ficou grávida e por esse motivo iria deixar, definitivamente, Edward.

Tudo começou no ínicio do casamento. Edward trabalhava na empresa do seu pai, queria assumir o cargo do pai para que finalmente Carlisle pudesse ficar em casa aproveitando sua idade avançada com a esposa, Esme.

Mas a ambição virou obssessão e Edward passava quase todo o dia dentro do escritório, só voltando a casa para tomar duche e trocar de roupa. Isabella pensava que isso iria mudar, era só até ele conseguir o cargo.

O quanto ela se enganou.

Contudo, há pouco mais de um ano, Edward conseguiu o trabalho mas nada mudou, ao invés, tudo piorou. Ele já não dizia nada a Bella e arranjou uma amante. Como ela sabia? Ele contou-lhe. Porquê? Porque Edward mudou com o passar do tempo e o rapaz que Bella conhecia desapareceu e deu lugar a um homem frio e sem sentimentos. Que adorava a dor, quer seja em si ou em outros.

E Isabella já não aguentava, pensava que o podia mudar fazendo pequenas coisas como lhe preparar o pequeno-almoço. Mas edward nem tocava na comida. Passava as camisas com carinho e tudo direito. Ele reparava? Se sim, nunca mencionou ou mostrou. Ela até se levantava ás 5h da manhã para fazer bolachas quentes. Edward? Edward nunca as comeu.

Eram 18h e Edward devia estar quase em casa para tomar um duche. Isabella esperava na sala, sentada num dos sofás com suas malas atrás dele. Balançava sua perna e olhava de tempos a tempos para o relógio. Quando ouviu as chaves na porta da frente, seu coração começou a acelerar.

Ele entrou, em seu fato preto com os cabelos bagunçados. Provavelmente foi a sua secretária que causou aquilo. Isabella nem queria imaginar como. Tinha de se manter fria e inexpressiva para manter a farsa.

Mesmo que por dentro, seu desejo era fugir e chorar na cama.

-Boa noite -falou com a voz alta para que ele reparasse que ela estava ali.

Resultou, ele virou-se para ela impaciente.

-Dando uma de boa mulher de novo? - murmurou irónico massageando as têmporas.

-Quero o divórcio - disse direta, ignorando-o.

Observou seu rosto e não houve nem uma expressão de surpresa, só impaciência e arrogância.

-Ainda bem que pediste, já estava farto de esperar e tentar ir com calma para não começares a chorar baba e ranho - nem dignou-se a olhá-la, só saiu dexando-a sozinha.

Seu coração apertou e seus olhos começaram a arder. Ordenou a si própria que não iria chorar. Pegou nas suas malas e saiu pela porta fora, saiu do inferno com a esperança de encontrar uma segunda oportunidade com seu filho.