Olhou atentamente para os objetos da caçadora, sua espada, sua estela, seu anel, suas lâminas de serafim, essa atitude sabia que deveria evitar, mas era algo involuntário era uma forma de estar perto dela e essa era a atitude errada não deveria querer ficar perto dela, ainda não entendia como Natalie conseguir causar tantos efeitos sobre ele.Por muito tempo esperou por o dia que conheceria Clary, sua irmã, sua rainha, por muito tempo teve o desejo de tomá-la para si, mas ela sempre fez questão de demonstrar que não o queria por perto que o odiava, sempre e sabia que isso nunca ia mudar, mas isso não importava a queria ao seu lado apenas isso.

Mas Natalie era diferente, por mais que tentasse afastá-la e tentasse se afastar era como se houvesse uma força maior que impedia isso, e para piorar ou melhorar ou melhorar já não sabia, ela disse que o amava, algo tão simples, entretanto algo que nunca ouviu, palavras que nunca ouviu nem da própria mãe muito menos de Valentim, para seu pai ele era apenas algo como uma boa espada e por um tempo ele até conseguiu viver bem assim, mas então o que deveria ser motivo de orgulho se tornou motivo de ódio, ódio por parte de Valentim ao filho, ódio por parte dele para com Jace que conseguiu o amor de Valentim, enquanto Jace não conseguia ser cruel no nível que seu pai queria e mesmo assim Valentim continuava a demonstrar orgulho apenas por Jonathan Christopher até isso havia perdido, até o próprio nome, para Jace existia o que Valentim considerava amor e para Jonathan restavam chicotadas, treinamentos cada vez mais pesados e lidar com o fato de que era um monstro, e por último acabou roubando Clary e entre todas essas pessoas nunca foi direcionada a palavra amor a ele, até Natalie a única, algo que por mais que tentasse não consegui entender, como podia ser possível? Ela o conheceu nas piores condições possíveis, ele a maltratou, transformou pesoas importantes para ela em monstros, matou alguém importante para ela e mesmo assim ela disse isso, claro que não existia alegria em seus olhos quando falou, mas de qualquer forma ela disse.

Apenas queria conseguir matá-la, apenas isso então facilitaria tudo.

P.O.V Natalie

Ainda estava trancada naquele quarto, só conseguia pensar em duas palavras para definir a si mesma naquele momento, egoísta e patética , egoísta porque abandou novamente os abandonou por um motivo tão imbecil, e patética por ter dito tudo aquilo e por estar chorando quando deveria estar pensando em um jeito de sair dali.

Natalie Lovelace a caçadora de sombras que nunca se apaixonava por ninguém, aquela que independente do que acontecesse não chorava, agora estava ali em uma situação tão oposta, só queria entender por que não a matava logo, por que ele precisava mantê-la naquela tortura? por que?

Interrompeu seus pensamentos ao vê- lo entrar, tentou inutilmente secar as lágrimas que manchavam seu rosto, tinha a certeza de que estava horrível, olhos vermelhos, rosto inchado, cabelo bagunçado.

Ele nunca a viu naquele estado, pela primeira vez ela parecia frágil, os cabelos estavam bagunçados, os olhos vermelhos e o rosto um pouco inchado, nunca a viu mais tentadora.

–O que faz aqui? -ela disse tentando manter a voz firme

A maneira que ela disse tais palavras o atingiu, sua voz era pura mágoa.

– Você estava chorando por quê? -ele perguntou

Natalie se surpreendeu ao perceber que pelo menos ele parecia se importar verdadeiramente.

– Acho que é meio óbvio não? -ela disse

Ele não sabia o que dizer, sabia que ele mesmo era o motivo de suas lágrimas.

– Eu não faço a mínima ideia de por que não me mata, na verdade acho que eu sei, você deve se divertir me torturando desse jeito, você deve saber que o que está fazendo comigo é tortura, me faz querer você cada vez mais, me faz fazer papeis ridículos dizendo que te amo e que na consigo viver sem você, para depois acabar jogando na minha cara que prefere viver na sua obsessão por Clary, quero entender acha isso divertido? -ela disse

E antes que ele pudesse dize qualquer coisa ela continuou

– E eu sei que vou odiar a mim mesma por o que vou fazer hoje, e que vai ser algo completamente oposto ao que eu acabei de dizer, mas não importa -ela disse e o beijou

Se beijavam como se suas vidas dependessem disso, ambos sabiam que não deviam estar fazendo aquilo.

Natalie sabia que estava agindo como uma louca, mas precisava fazer isso, mesmo que depois ele jogasse em sua cara mais uma vez que ama Clary, nunca esperou declarações de amor.

Como sempre se beijavam de maneira feroz, cheia de desejo, mas dessa vez era quase como se sentissem ódio um do outro, e de certa forma sentiam, sentiam ódio por não conseguirem ficar separados.

– Me solta -ela disse interrompendo o beijo

Ele a olhou incrédulo, era perceptível que ela também queria.

– Você não quer isso -ele disse

– Eu quero isso mais que tudo -ela disse com a voz surpreendente firme

Então ele foi embora, e nesse momento se sentiu ainda mais patética, pois voltou a chorar, não acreditava no que havia acabado de fazer, queria muito essa noite com ele nem que tivesse de ser a última, então simplesmente resolve agir como uma idiota e desistir.

Patética simplesmente patética nada mais...