Feche os Olhos quando Eu Mandar escrita por Luana Rosette


Capítulo 1
O rapaz do parque


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei... antes de começar novas fics eu deveria terminar as antigas. Mas não pude resistir. Apesar de não poder prometer atualizações tão rápidas eu gostaria de iniciar um novo projeto de trama simples e capítulos curtos.

Desta vez o protagonista é o Draco, e mais uma vez o Harry vai chegar para bagunçar a vida chata de nosso amado loiro.

Espero que apreciem a fic.

Boa leitura.



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Quando começou?

Não tenho certeza...

Acho que na hora eu estava com frio

Não tenho certeza...

Uma fina chuva caia sobre meu corpo molhado

Não tenho certeza...

Minhas pernas doíam depois de uma curta fuga...

Ou foi longa?

Será que eu cheguei ao menos a correr?

Não tenho certeza, Deus, eu realmente, realmente não tenho certeza.

Por que a memória desse momento é tão borrosa?

Inundada por um cheiro metálico, em um contraste negro, verde e vermelho?

Por que no fim apenas estas três coisas eu me lembro.

O negro de seus cabelos.

O verde de seus olhos

E o sangue... aquele espesso sangue que era limpo lentamente de sua face pela fina chuva que caia sobre nossas cabeças.

Negro, verde e vermelho.

Apenas disso eu tenho certeza.

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Não quero dizer que sou ingrato.

Muitas pessoas já dizem isso por mim para que eu me desse ao trabalho.

Mas eu realmente gostaria que meu pai parasse de me “convidar” para essas juntas executivas da empresa dele.

Eu consegui destacar bem a parte “empresa dele”?

Não me interesso, nunca me interessei, e até onde sei nunca chegarei a me interessar em tocar os negócios da prestigiosa família Malfoy, muito obrigado.

“E no que diabos você se interessa Draco” foi a pergunta de Lucius Malfoy, por acaso meu pai, quando a três anos atrás eu tive a coragem de admitir meu pouco apego pelo destino do império de nossos antepassados.

Bem, seria fácil eu descobrir o que me interessa se todo e qualquer traço de espontaneidade não tivesse sido podado desde que eu dei meu primeiro passo.

Por isso, por mais que muitos jovens adorariam estar em meu lugar, eu ainda acho que não posso ser considerado ingrato.

Não quando tudo o que eu gostaria de recusar é algo que nem ao menos pedi.

Estava no meio dessas divagações enquanto cortava caminho por um parque, por volta das 7 horas da noite. O carro que me levava à junta que meu pai me intimara, quebrou no meio do caminho e não querendo desaproveitar um dos poucos rompantes de espontaneidade que tive nos últimos... hm... anos, eu saio do carro e corro para tentar chegar na empresa a tempo.

O parque estava deserto e iluminado apenas por uma imensa lua cheia. Devo admitir que senti um certo calafrio, nunca gostei muito desses cenários sombrios.

Superando o som da minha respiração ofegante eu ouço um rangido não muito longe de mim. Um pouco mais a frente, sentado em um balanço enferrujado, estava alguém sentado. Seus dois braços estavam esticados como se tentasse voar, à medida que suas pernas impulsionavam o brinquedo para frente e para trás, sua cabeça estava inclinada para trás e seu rosto, iluminado pela lua, estava radiante enquanto mantêm os olhos fechados e um sorriso largo nos lábios.

Para frente...

Para trás...

Eu parei minha corrida enquanto observo hipnotizado aquele rapaz vestido de negro se envolver na própria brincadeira. E ele balançava cada vez mais e mais rápido com seus cabelos negros, ora batendo contra seu rosto, ora voando livres pelo céu noturno.

E por alguma estranha razão eu senti um leve desejo de tocar naqueles cabelos.

Eu estava com pressa, ou ao menos deveria estar, mas alguma coisa me obrigou a caminhar na direção daquele cara estranho.

Mesmo quando parei ao seu lado, ainda sem saber o que fazia ali, o rapaz continuou a se balançar, como se não soubesse ou ao menos não se importasse que eu estivesse ali.

- Está meio tarde para ficar brincando em um balanço, não acha?

Eu sei, isso não era da minha conta, mas de alguma forma eu TINHA que conseguir a atenção dele.

Não me perguntem o porquê, eu apenas tinha.

O cara freia com tudo o balanço e pela primeira vez vira o rosto para me encarar.

E Deus... Que olhos...

Eu me vi tragado por uma imensidão verde esmeralda, em um rosto enfeitado por um largo e branco sorriso.

Era como se todas as estrelas daquela noite tivesse se acumulado uma a uma naquela boca.

Como será o gosto das estrelas?

- Não sabia que existia um horário correto para brincar em um... – o rapaz parecia tentar se lembrar de minhas palavras – balanço. É assim que isso se chama? Certo?

- Cer... Certo – não tenho um espelho em minha frente, mas tenho certeza que minha cara deveria estar como uma expressão tipo: “Você é doido ou o que?”, quero dizer, quem não sabe o que é um balanço?

- Bem – o estranho dá entre ombros e volta a se balançar, mas desta vez de maneira mais lenta e sem tirar os olhos de mim – Pelo menos até o momento ninguém havia me dito que havia um horário.

Bom... Eu pessoalmente também nunca havia ouvido falar de alguém que marcasse hora para poder subir em um balanço, mas sempre considerei de senso comum se manter longe desses tipos de lugares à noite se você quer manter a sua carteira em seu bolso.

Mas bem... Não creio que meu senso comum esteja muito ativo nesse exato momento.

Por quê?

Simples!

Eu acabo de me sentar no balanço ao lado do dele.

EU NÃO ESTAVA HÁ POUCO TEMPO COM PRESSAAAAA???

- Você não estava com pressa? – me perguntou o estranho ainda com seus olhos em mim.

Muitas coisas poderiam ter sido perguntadas por mim naquele momento, mas acho que a pergunta que sintetizaria todas as minhas duvidas seria.

“Como diabos você sabe o que eu acabei de pensar?”

Mesmo tendo uma questão tão bem formulada em minha cabeça, nenhuma palavra passou por meus lábios. Eu simplesmente não pude falar.

Por que?

Essa seria outra boa pergunta.

O desconhecido me cede outro largo sorriso, voltasse novamente para frente e começa a se balançar mais alto que antes.

- Se soubesse que encontraria um desses... – sua expressão volta a se por pensativa – ah é, balanços. Se soubesse que encontraria um desses balanços teria saído muito antes.

Sua face era a de uma criança que estava no meio de uma traquinagem, soltando um de seus braços da corrente do brinquedo ele ergue o máximo que pode.

- Parece até mesmo que com ele podemos alcançar a lua.

Eu assisti calado o estranho rapaz balançar.

Para frente...

Para trás...

Sempre com a mão erguida e uma expressão iludida.

Como se de fato fosse tocar a lua.

Como se de fato pudesse fazer tudo o que quisesse se apenas mantivesse a mão erguida.

Por alguma razão aquilo me irritou. Como se sua ilusão fosse uma ofensa pessoal, aquela felicidade e pensamento simplista definitivamente me irritaram.

E então mais uma vez minha voz conseguiu se libertar.

- Mas de que adianta? Se no final, quando avançamos o máximo que conseguimos, você sempre vai volta para mais longe da lua do que antes.

O rapaz freia novamente o brinquedo e fica de pé, sem largar as correntes do balanço.

Abaixando ligeiramente a cabeça ele me encara.

Mais uma vez me senti absorvido por aqueles olhos verdes, eles me analisavam de cima a baixo, presos naquela expressão seca, que agora o estranho rapaz possuía.

E estranhamente eu meio que desejei que ele voltasse a sorrir.

Bobagem, eu sei, mas aquilo não me pareceu mais bobagem quando ele de fato voltou a sorrir.

Longe disso.

- Do que adianta? – Aaaah aquele sorriso – Adianta, por que com isso eu conheço o tamanho de meus braços. – ele pula agilmente sobre o brinquedo ficando de pé em seu assento – Adianta, por que com isso não perco de vista o acolhedor brilho da sedutora lua. – balançando com seu corpo o seu balanço começa a balançar lentamente para frente e para trás – E disso nasce o desejo – que foi ficando mais rápido – E do desejo nasce a inquietação – e mais e mais rápido – E da inquietação vem as idéias – seu corpo tinha momentos que ficava praticamente deitado no ar – E dessas idéias nascem a vitória e a derrota. E só sabemos com qual das duas seremos brindados quando ao fim introduzimos a peça final desse divertido quebra-cabeças – nesse ponto o brinquedo todo balançava e eu mesmo me perguntava como ainda não havia quebrado – Um simples impulso.

E com um movimento repentino o rapaz pula do brinquedo e com os braços erguidos para cima me fez pensar momentaneamente que realmente alcançaria a lua. Mas assim como subiu de maneira vertiginosa, ele desceu.

E se estatelou feio no chão.

O cara vestido de negro caiu dentro da caixa de areia e depois de uma densa cortina de areia que se levantou, e uns poucos gemidos, ele começou a rir.

O desgraçado acaba de cair de uma queda de pelo menos dez metros de cara em uma caixa de areia e ainda ri, só pode ser lou...

DEZ METROS???? ISSO É IMPOSSIVEL!!!

- cof cof há, há, há, cof cof – os sons de tosse e riso continuavam

Ou não é?

Corro para a caixa de areia e lá esta ele, esparramado naquela caixinha de gato gigante, segurando a própria barriga com os dois braços em meio a uma crise de riso, mas aparentemente sem um único arranhão.

- Você é louco ou o que? – não pude evitar perguntar, afinal, quem não perguntaria?

- Há, há, se sou louco? – ainda deitado ele abre um de seus olhos para me ver – não, há, há, mais que isso. – ele se senta e erguendo os braços ele volta a fechar os olhos e diz com pleno gozo – Eu sou livre.

Não pude evitar de mais uma vez inspecionar rapidamente com os olhos seu corpo, e mais uma vez não pude ver nem ao menos um corte, quando – se fossemos levar em conta o senso comum – ele deveria ter no mínimo um pescoço quebrado depois de uma queda daquelas.

Mais uma vez como se lesse minha mente ele volta a sorrir me desafiando a perguntar o que claramente me perturbava.

Quem sou eu para quebrar uma expectativa tão visível?

- O que diabos é você?

Tendo apenas a luz de uma lua cheia iluminando seu esguio corpo, o rapaz joga suas costas para trás e apóia seu corpo com as mãos. Seu olhar prepotente me irritava quase tanto quanto seu sorriso inocente me seduzia.

Ele era uma contradição ambulante.

- O que sou? – como era possível que aquele sorriso se tornasse mais largo – Sou livre, sou louco, sou tudo o que no momento posso desejar. – inclina levemente a cabeça para o lado – Isso não é ótimo?

- Que tipo de resposta é essa? – estava a ponto de perder a pouca paciência que tinha. Olho para o meu relógio e vejo o quão atrasado eu já estava. – Tanto faz, apenas... Apenas tente não quebrar o pescoço pelo resto da noite.

Dei as costas meio relutante para aquele cara estranho e começo a correr em uma vã tentativa de me convencer que ainda podia chegar a tempo.

Iludido.

Mas ainda atrás de mim ouço a voz do desconhecido:

- Quebrar o pescoço? Não se preocupe, não acredito que isso chegue a acontecer.

Não resisto, e ainda correndo, viro levemente a cabeça para olhar para ele. O rapaz estava de pé, encarando minhas costas se afastarem com aquele enigmático sorriso.

Foi apenas quando voltei a olhar para frente que ele terminou de falar.

- Afinal, antes de livre, ou louco, eu sou um vampiro.

Tais palavras teriam feito qualquer um rir, mas a serenidade com que foram ditas me gelaram as veias.

Mais uma vez viro minha cabeça para trás.

Mas ele não estava lá.

---------------------------------------------------------FOQEM--------------------------------------------------------

AAAAAAH!!!!

Diabos, demônios... Pode essa noite terminar pior?

Não bastasse eu chegar tarde na maldita reunião, reunião que diga-se de passagem eu nem queria participar, eu ainda tive que ser culpado pelo desastre da mesma.

Não entendo, eu apoiei o desgraçado!!! Cada palavra que meu pai disse aquela noite eu simplesmente assinei embaixo, e quando uma das idéias dele foi catastroficamente rejeitada no fim de tudo ele me olhou com aquele ar reprovatório que guarda apenas para mim como se dissesse:

“Como você consegue me decepcionar tantas vezes seguidas e ainda me encarar?”

E como se fosse para me castigar o DESGRAÇADO ainda me força a voltar para a casa a pé, já que meu carro ainda está quebrado, e ele se recusou a me dar carona.

“Creio que você precisa de um tempo sozinho para pensar” ele disse.

DESGRAÇADO!!!!!!

Quer saber? Eu posso estar sem carteira, mas isso não me impede de procurar um taxi e pagar a corrida quando chegar em casa.

Ou ao menos essa era a idéia inicial...

Enquanto procurava o dito taxi, um grupinho suspeito começou a me cercar.

Se eu disse que não tinha carteira?

Ah sim, claro que eu disse.

O problema era que isso não pareceu desanimar eles.

Provando que um Malfoy não é estúpido, corri o mais rápido que pude, e infelizmente o tal grupinho estava em tão boa forma quanto eu.

Corri

Corri

Corri

Deus, eu acho que nunca corri tanto em minha vida, e meus sentidos estavam tão anestesiados que nem ao menos me dava ao luxo de me sentir cansado.

Cheguei a um ponto em que nem sabia mais por onde corria. As poucas pessoas que estavam na rua naquela hora simplesmente se escondiam ou fingiam que não viam.

Covardes... Não que eu na posição deles não fosse fazer o mesmo, mas estando agora na MINHA situação, eu me vejo no direito de dizer: CO-VAR-DES!!!

Nessa minha corrida sem rumo, eu dobrei algumas vielas e pulei algumas cercas. Mas infelizmente o inevitável aconteceu.

Dei de cara com um beco sem saída.

Foi apenas eu parar que percebi duas coisas.

Primeiro: os músculos de minhas pernas estavam me matando.

E segundo: Havia começado a chover.

Não sabia há quanto tempo o céu caia sobre minha cabeça, pelo estado de minhas roupas não deveria ser de agora.

Mas o estado de minhas roupas não era o que vinha ao caso no momento.

Com o coração na mão eu me viro, já me preparando para o pior. Mas quando olho não havia ninguém lá. Tentando não ser totalmente otimista, eu me digo que talvez eu esteja muito a frente deles, que em questão de minutos eles estariam ali.

Mesmos minutos que eu devia gastar voltando nesse percurso sem saída e voltar a correr.

Mas eu mal dobrei a esquina pela qual, segundos atrás passei e me deparei com uma cena grotesca.

Ainda dentro das escuras vielas, os corpos dos homens que me perseguiam estavam caídos no chão, deitados em uma enorme poça de sangue.

Mas o que realmente me assustava não eram os corpos.

Mas em meio a todo aquele horripilante quadro estava parado, em pé, me acarando com seus febris olhos verdes, aquele estranho rapaz que vi no parque.

Seus sapatos pisavam como se não fossem nada os corpos esparramados ao seu redor, e suas mãos estavam completamente cobertas de sangue.

As mechas de seus cabelos negros deslizavam por sua face graças a chuva, mas mesmo assim não encobriam sua sorridente expressão.

Sorrindo da mesma maneira inocente e traquina que há horas atrás ele ergue uma das mãos e lambe o espesso liquido vermelho, sem tirar seus olhos de mim.

Pasmo, eu não consigo me mover.

Era tudo muito forte para mim.

Tudo o que consegui foi balbuciar com a voz fraca.

- O que... O que diabos é você?

O sorriso do estranho aumenta.

- Eu não disse? Eu sou louco, eu sou livre eeee...– lambe mais uma vez os próprios dedos – eu sou um vampiro.


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Notas finais do capítulo

Tcharaaaaam!!! Bem, eu acho que desta vez não há sombra de duvidas de que Harry É um vampiro, mas não se preocupem que essa fic terá os seus pequenos mistérios, como: de que “buraco” saiu o moreno? Ou por que ele estava naquele parque?

Mas e aí gostaram do meu vampirinho zeem? Draky-pooh vai ter que ralar muito para manter a paciência com o nosso amado moreno.

Se bem que por um par de olhos verdes como aqueles vale à pena.

Draco: Hm... não sei não... Não falo dos olhos, esses sempre me agradam, mas não sei se estou muito satisfeito com essa historia.

Luana: O QUE??? Fala sério loiro, do que você pode reclamar? Você simplesmente é o protagonista oficial, sem falar que narra a historia em primeira pessoa, o que mais você pode querer? Que eu botasse o titulo “A história de Draco”???

Draco: Não, eu não chegaria a esses extremos, mas se bem que introduzir meu nome no titulo não será má idéia. Mas como o primeiro capítulo já foi postado podemos arquivar essa idéia para a próxima fic.

Luana: PROXIMA FIC???

Draco: Por hora tentarei me contentar com isso.

Luana: Noooossa quanta benevolência.

Draco: Eu sei.

Luana: Sarcasmo, loiro, isso foi sarcasmo.

Bem, e aqui ficamos, não sei quando vou atualizar essa fic, dependendo da reação dos leitores eu posso me concentrar mais nela, mas como eu tenho outras prioridades relacionadas a fanfics, pode ser que demore.

No próximo capítulo: Harry entrou de uma maneira estranha na vida de Draco e aparentemente agora não quer mais sair, vamos ver como será o final dessa estranha noite e como o moreno fará para conseguir um novo teto para dormir, o teto do loiro, diga-se de passagem.

Até lá



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