"And somehow, you kicked all my walls in
So baby, say you’ll always keep me
Truly, madly, crazy, deeply in love with you
In love with you."

Eu estava tentando dormir. Se eu estava conseguindo? Nem um pouco...

Ok, é melhor eu explicar. Está chovendo, na verdade está mais pra ‘dilúvio’, porque parece que o céu está caindo. E isso nem é o pior...o pior são os trovões e raios. E como eu sou uma garota com o corpo de 17 mas com mente de 7, eu tinha medo disso, meu pai e Tif ainda estão viajando, Jake está no quarto dele dormindo (como ele consegue eu não sei) e eu estou aqui. Me revirando na cama (abraçada com o Morfeu, óbvio). Eu queria chamar Thomas, queria mesmo, mas ele iria rir de mim, dizer que eu era uma problemática e voltaria a dormir...belo namorado eu arrumei, hum? Oh, sim! Estamos namorando, faz alguns meses (dois, pra ser mais exata) que ele tomou coragem e se ajoelhou. Ele não fez isso, ok? Só no sentido figurado, na verdade foi bem estranho (n/a: SOFRAM DE CURIOSIDADE muahahahaha)... Mas continuávamos Thomas e Charlie, se odiando e amando ao mesmo tempo, o que diferenciava era que agora nos beijávamos com mais frequência (o que é muito bom...).

Eu já estava começando a fechar os olhos quando um raio me assustou (Zeus realmente não gosta de mim), e ainda por cima me fez dar um grito (que provavelmente acordou todo mundo da casa), e me esconder embaixo das cobertas. Então eu ouço a porta abrir. Se eu me apavorei mais ainda? Não...nem um pouco (ironia aqui!). Eu estava, simplesmente, do jeito que os vilões gostam: com medo, no quarto e de pijama curto.

–Charlie? –pude ouvir a voz de Thomas sussurrar.

–Thomas? –sussurrei de volta.

–Tudo bem?

–Não...-senti um peso afundar a cama- Você está aqui?

–Sim...tira as cobertas da cabeça.

Fiz o que ele pediu e olhei pro lado. Thomas me olhava com uma sobrancelha arqueada e um sorriso de canto.

Esqueci de mencionar! Ele estava SEM CAMISA, ok?

–O que? –perguntei já ficando brava.

–Nada...

–Eu não estou com medo, se é isso que você está pensando!

–Não! Claro que eu não estava pensando nisso...

Nesse momento outro trovão ressoou pelo quarto e eu sem querer me agarrei um pouquinho no meu namorado, que me abraçou de volta.

–Shhh, eu ‘tô aqui...- ele sussurrou no meu ouvido.

–É exatamente disso que eu tenho medo.

–Tudo bem então- eu tinha o irritado- Eu vou voltar pra minha cama- disse já se levantando. Eu não queria que ele fosse, mas eu não queria precisar da ajuda dele. Se eu sou orgulhosa? Nem um pouco...

♥

Já deviam ter se passado uns vinte minutos e eu continuava rolando na cama...

Eu finalmente tomei coragem o suficiente pra procurar Thomas (eu não iria procurar de verdade...eu já sabia onde ele estava), me levantei da cama e fui até o seu quarto.

Como eu imaginei...ele estava dormindo. Eu não queria o acordar, então me deitei ao seu lado e fechei os olhos.

–Você está com medo...- ele riu no meu ouvido.

–E você é um idiota.

Ele passou um braço pela minha cintura e me puxou pra mais perto.

–Então você veio aqui só pra dormir com seu namorado gostoso?

–I-isso- gaguejei.

–Tudo bem então, eu acredito em você. Mas você vai precisar pagar uma taxa extra...

–E qual seria o pagamento? –perguntei o olhando nos olhos.

–Eu quero um beijo, tudo bem?

–Meu namorado não vai gostar nada disso...

–Ele vai entender que se ele tem uma garota tão bonita iria ter que fazer alguns sacrifícios...- ele disse, me fazendo corar.

–Ok, mas não conta pra ninguém.

–Nunca...- ele tirou uma mexa de cabelo do meu rosto e me beijou...os beijos dele nunca eram iguais, uns tinham gosto de brigadeiro, outros de pizza e alguns poucos tinham o gosto salgado das lágrimas. Mas eram sempre bons, isso eu podia garantir.

Eu tinha minhas mãos nos seus cabelos e ele uma na minha cintura e outra no meu rosto. Então eu finalmente pude perceber uma coisa...eu o amava, de verdade, eu sei que pode parecer precipitado já que só estamos juntos a poucos meses, mas eu podia sentir isso lá no fundo...como se uma das minhas únicas certezas fosse essa: Eu o amo! E eu não sei se ele sente o mesmo, mas eu garanto que isso não mudaria nada agora, minha cabeça já estava feita, não tem como voltar atrás.

Nos separamos e ele me olhou sorrindo.

–Nunca me canso disso...

–Disso oque? De sorrir ou de me beijar?

–Dos dois.

Me aconcheguei mais perto dele, deitando a cabeça em seu peito e ouvindo o coração dele bater.

–Charlie?

–Hum.

Ele se aproximou e disse no meu ouvido, como se fosse contar um segredo.

–Eu te amo- as palavras saindo da boca dele eram mais perfeitas do que quando estavam na minha cabeça, obviamente.

–Sorte sua- olhei pra cima, só pra ver seus olhos verdes- Porque eu também te amo, idiota.

–O idiota por quem você é louca...

–Na verdade o idiota que me deixa louca.

–Eu te amo muito, mais do que você pode imaginar...

Meu nariz havia começado a coçar, o que significava que eu iria chorar...como um bebê.

–Thomas...me promete uma coisa?

–Claro.

–Você vai sempre ficar do meu lado quando estiver chovendo.

–Eu ficaria do seu lado mesmo que estivéssemos sem nuvens no céu.

–Ainda bem...porque senão eu iria ter que achar outro namorado.

–Certo, eu te prometi uma coisa, agora é a sua vez- eu sorri concordando- Você vai me devolver minha camiseta do Nirvana.

Sim, eu estava usando uma camiseta dele, eu tinha pegado nos dias em que ele estava naquela viajem do time (n/a: Que ainda não aconteceu), eu estava com saudades e só ligações não bastavam pra mim. Então eu peguei uma camiseta legal e comecei a usa-la de pijama.

–Você quer que eu tire agora? –perguntei levantando uma sobrancelha- Na sua frente?

–Eu estava pensando em amanhã cedo, mas já que você insiste em tirar agora, pode ser.

–Seu pervertido- lhe dei um tapa no ombro de brincadeira- Eu não vou prometer isso, vai ficar comigo pra sempre!

Ele riu da minha cara e me deu um beijo na ponta do nariz, depois na testa e nas bochechas e logo um selinho, me fazendo corar mais ainda e sorrir.

–Eu vou dormir agora, tudo bem?

–Certo, eu também estou com sono...boa noite.

–Boa noite Charlie.

Aquela, com certeza, foi uma das noites que eu dormi mais feliz.

Não tinha trovão, Jenny ou time de basquete que me fizesse ama-lo menos...e isso me deixava confusa.

E assustada.