E, como eu havia dito a ela, saiu tudo certo. O jantar não queimou nem nada assim, pelo contrário, Rose havia se superado na cozinha: receita nova, foi o que ela disse.
E Anne também estava menos ansiosa, ela dizia que os fogos eram sempre iguais, não havia o que esperar. Por isso, quando o jantar acabou e fomos para a área externa, toda aquela neve acumulada foi de grande ajuda, porque Anne era fascinada por anjos na neve e estava a todo instante se deitando e fazendo um atrás do outro.
Vê-la sempre tão ativa me dava vontade de que Victor crescesse logo, para ser a vez dele estar ali, correndo na neve e acertando bolinhas de neve em quem a provocava. Na verdade Anne só tinha medo de acertar a Rosalie, com os demais ela nem se importava.
Eu ri quando uma acertou a minha perna, as roupas cobriam o impacto de qualquer jeito.
- Vem cá – eu a chamei e quando Anne se aproximou, eu a deitei na neve, ouvindo a gargalha infantil irrompendo entre tantas vozes adultas. – Quero ver esse seu anjo de neve.
Ela esticou os braços e as pernas e ficou alguns minutos abrindo e fechando, segundo ela era para marcar bem. Quando a ergui ela sorriu satisfeita.
- Foi o mais bonito da noite – eu assenti a vendo correr para outro lado, agora acho que era hora do boneco de neve. Mas eu não tinha muita certeza.
- Vem querido – Rose segurou na minha mão para irmos ficar junto de nossos pais. – A virada será logo – ela disse abraçando Victor contra seu peito.
- Já fez seu pedido? – eu perguntei e ela assentiu. Eu também já tinha o meu em mente. Acho que já estava na cara o que eu queria.
Sorri a abraçando, mas me afastei para pegar as taças com champanhe para brindarmos, depois sim, mantive-a encostada contra meu peito enquanto no rádio começava a contagem regressiva para o novo ano.
- Ah – eu disse vendo como ela me encarava. – E esse ano obrigado por ter sido a mãe do meu filho – eu murmurei e um sorriso alegre brilhou nos lábios dela.
- Só teria sido tão especial sendo com você – ela beijou meus lábios e eu lhe dei a taça de champanhe. – Obrigada por ter sido o pai do meu menino.
Já havíamos agradecido no dia de ação de graças, mas ali era especial, aquela era a nossa virada do ano em família. Era mais do que especial.
Ainda mais com os planos que tínhamos de aumentar aquela família.
- Pedido em mente? – perguntei ouvindo como chegava cada vez mais perto.
- Pedido em mente – ela respondeu sorrindo.
Os desejos de “Feliz Ano Novo” ecoaram por toda a pequena cidade de Rochester, e nós brindamos pelo ano que estava por vi, por tudo que estava para acontecer, mas, principalmente, nós brindamos pela felicidade que estávamos vivendo, pelo momento que estávamos passando em nossas vivas. Brindamos pelo nosso amor, pelo nosso filho.
Brindamos pelo que realmente nos importava nessa vida.
- Pedido feito – disse Rosalie.
Os fogos estouraram no ar, causando aquele misto de cores que fazia os olhos dela brilharem, os de Victor também brilhavam pelo momento diferente, o primeiro de muitos em sua vida.
- Feliz ano novo – eu murmurei beijando seus lábios.
- Feliz ano novo – ela disse voltando a me beijar. – E para você também meu príncipe – ela disse beijando a bochecha de Victor.
E, nem o barulho que toda aquela gente fazia, foi suficiente para diminuir o encanto de Victor com os fogos que estouravam no ar. Ele mexia os bracinhos agitado e Rosalie sorria comemorando.
Então, como que para deixar a noite ainda mais perfeita, começou a nevar. Anne rodava na neve querendo que todos os pequenos flocos brancos a acertassem, e eu via no olhar de Rose que ela queria o mesmo.
Aquela era a nossa estação afinal...
- Eu amo você – ela murmurou me beijando, para depois deixar Victor sobre a neve, segurando em suas duas pequenas e gorduchas mãozinhas, e acompanhar a alegria dele ali.
- Eu amo você – respondi a abraçando, enquanto Victor engatinhava, depois de se soltar e como podia, naquele tapete branco.
Definitivamente, aquela era a nossa estação.