- Eu não sei como isso sequer chegou a passar pela sua cabeça! – Rosalie gritou comigo, algumas noites depois, após eu ter lhe dito o que pensava. – Você não vai fazer isso!
Eu só não podia acreditar que nós voltaríamos a discutir quando tudo o que eu queria era estar ao seu lado, abraçando-a e cuidando dela até o momento de nosso bebê chegar...
- Está fora de cogitação! – ela disse e eu a abracei.
Seus olhos estavam aguados, e uma mão pousava protetoramente sobre o ventre saliente em seu terceiro trimestre de gestação.
- Você não vê que é isso que ele quer? Ele quer te envenenar para o lado dele, para ficar naquele maldito campo de concentração e lutar... É uma provável guerra civil querido – ela tocava meu rosto de modo tão suave, mas pelo seu tom de voz ficava claro o tamanho de seu desespero.
Eu só precisava pensar.
- Não Emmett! – fora a vez de minha mãe tentar “clarear” a minha mente. – Porque, pelo menos dessa vez, você não ouve a sua mulher? Seu pai acha que se por pelo menos uma vez no campo de concentração, você sabe, aquela história dele sobre a adrenalina e orgulho, ele acha que te tendo lá ao menos uma vez você vai pegar gosto pelas batalhas!
- Mas é óbvio que eu não vou pegar gosto pelas batalhas – eu disse rapidamente. – Essa só me parece ser a única opção para mantê-lo longe de nós... O bebê logo vai nascer, não pense que não quero ser um pai presente, porque é justamente o que venho tentando ser... Eu só quero poder ser diferente do que meu pai foi para mim, mas ele não parece muito disposto a cooperar. E se for um menino mamãe? Se em breve Rose der a luz a um menino, como fica tudo, papai cada vez mais presente tentando envenenar a cabeça do meu filho!
- Aceitando o que seu pai quer não vai resolver os problemas Emmett! Entenda, por Deus, se algo lhe acontecer enquanto estiver lá, ai mesmo seu pai irá sondar seu filho... Você tem de ficar aqui, ficar por perto e dar a seu futuro filho a educação que merece!
Eu não podia decidir naquele momento, pelo menos não havia como dar uma resposta definitiva, caso Rosalie desse mesmo a luz a um menino, ai sim eu sabia o que fazer, eu iria, mas caso nascesse uma menina, tudo seria posto em uma balança.
Naquela noite eu não consegui dormir, com a mão sobre o ventre de minha Rose eu sentia como o bebê ali dentro se mexia, inquieto, e só podia pensar em como eu estava igual. Se houvesse um jeito de saber qual a decisão certa a ser tomada, ah, tudo ficaria tão mais fácil. Precisou que Rose começasse a se mexer tentando achar uma maneira mais confortável de dormir para que eu me tocasse de que não devia pensar apenas no futuro, eu precisava, primeiro, presenciar os momentos juntos dela.