u voltava pelo caminho que sempre fazia que, coincidentemente – ou não – passava pela casa dela. É, eu parecia mesmo disposto a encontrá-la.
O sol já havia se posto e as ruas pareciam silenciosas, foi quando eu vi um tumulto mais a frente e, na hora eu não sabia por que, mas todo meu corpo estremeceu. Era um bando de homens, uns três ou quatro, e alguém gritava, e meu coração disparou ao reconhecer aquela voz.
Eu não pensei, eu só queria agir.
Eles estavam bêbados e isso me dava repulsa, mas o pior era ver o que eles haviam feito com a minha Rose. Ela chorava e gritava para que eles saíssem de cima dela, então eu o vi, aquele maldito principezinho estava participando dessa palhaçada. Meu sangue ferveu imediatamente, e sem aviso nenhum eu acertei um soco em seu rosto, Royce cambaleou para trás e eu o acertei com outro, e outro, minha vontade era de matá-lo com minhas próprias mãos, mas assim que ele caiu desacordado – mas infelizmente vivo – ouvi como Rose continuava gritando, havia outros em que eu ainda não havia batido.
Eu não pensava, definitivamente, havia um ódio tão grande que minha vontade era de chegar a ponto de matá-los, porque eu podia ouvir o choro de minha Rose e eles a haviam machucado.
Não sei como, ao certo, mas eu consegui derrubá-los – okay, eles estavam bêbados. Então eu voltei a encarar aquele desgraçado do principezinho.
- Nunca mais chegue perto dela novamente – eu disse e acertei um último soco em seu rosto.
Agora tudo que me restava a fazer era ficar ao lado dela.
- Não toque em mim – ela gritou com os olhos fechados. – Vá embora...
Ela continuava chorando e isso fazia meu coração doer.
- Rose – eu sussurrei em seu ouvido, mas ela seguia se debatendo. – Sou eu.
Eu sabia, ou pelo menos preferia acreditar que sim, que era eu quem estava ao seu lado. Todo seu corpo tremia e seus lábios estavam vermelhos e inchados, seu cabelo um pouco bagunçado e seus olhos muito vermelhos pelo choro. Seu vestido estava aos pedaços e seu corpo estava arrepiado do frio. Sem pensar duas vezes tirei meu casaco para passar ao redor do corpo frágil dela e, abracei-a contra meu corpo, porque eu precisava senti-la perto de mim.
O choro continuava e eu tinha noção de que não seria apenas momentâneo. Aquele imundo a havia violado e isso era imperdoável.
Só que, por mais que minha vontade fosse de acabar com ele, eu não poderia deixá-la mais tempo ali exposta, era uma noite e eu não a queria doente. As ruas continuavam silenciosas e, vez ou outra, um senhor ou um casal passava, nada além de um aceno de cabeça para então seguir em frente enquanto eles não faziam a menor ideia do que havia acontecido.
O que importava agora era eu cuidar de minha Rose.