Rochester, no estado de Indiana, foi a cidadezinha em que fomos morar, e oh, só havia mulheres perfeitas, digo isso na opinião de filho, e de homem, porque pareciam todas tão atenciosas, e simplesmente perfeitas. As mulheres perfeitas de Rochester.
De repente pareceu-me boa a ideia de casar com uma mulher perfeita.
Ou talvez a perfeição não fizesse meu tipo.
Eu tinha tempo para decidir, de qualquer jeito.

Naquela sala pequena só com crianças havia sido inevitável, eu acabara me juntando a dois outros garotos, ambos da mesma idade que eu e nascidos naquela cidadezinha, ninguém ali parecia ter conhecido uma cidade grande. Éramos apenas crianças e não nos restava nada mais a fazer do que correr, brincar, jogar bola.
Considerando tudo, somando alguns acontecidos e subtraindo outros até que estava sendo proveitosa a mudança para Rochester, e no fim de outubro eu não queria ir embora.
A cidade grande sempre faria falta, mas por outro lado poder correr pelas ruas de barro sem medo de ser atropelado por um carro ou algo assim, também não havia briga entre adultos e crianças, sabe, quando uma bola caia no terreno de algum vizinho não aparecia ninguém para nos xingar e dar broncas, pelo contrário, vinha sempre uma das senhoras perfeitas de Rochester pegar a bola.
Havia também os animais, pequenos cachorrinhos ou gatinhos, um em cada casa, com a condição de que gatos tinham de ficar dentro da casa, enquanto cachorros corriam pelo quintal e latiam ao ver um carro passando.
Eu poderia me divertir com isso. De verdade.
E quando o fim de outubro chegava essas lembranças tornaram-se apenas lembranças, de repente, não fazia falta, nem era nostálgico comentar sobre os dias em um lugar mais desenvolvido.
Com o tempo eu pude perceber que eu realmente poderia me adaptar a viver ali. Não poderia ser tão ruim a pesar de tudo.
Quando novembro começava Jasper e Edward eram meus amigos inseparáveis, e realmente nos divertíamos pelas ruas. Papai havia me dado, em meu aniversário, uma pequena arma de pressão, dessas para adolescentes – que só meu pai daria a uma criança, porque, eu sempre soube que seu sonho era ver seu filho entrar no exército ao seu lado –, e era mesmo engraçado ver como Jasper errava as latas, ou o que quer que utilizássemos para atirar enquanto Edward e eu sempre levávamos a melhor.
Éramos crianças e não havia nada com o que se preocupar, não poderia ser melhor.