Preferi ir primeiro entregar o cartão e sorri ao entrar na casa da família Hale, a sala estava uma completa bagunça com tantas caixas empilhadas, pelo que a mãe de Rosalie me disse os presentes iam direto para lá enquanto o ninho de amor do casal não ficava pronto, mas estava quase.
Embrulhava-me o estômago pensar naquele principezinho a tocando e, argh, não, era melhor eu não continuar pensando nessas coisas.
- Ah que adorável da parte de sua mãe – a senhora Hale me disse abrindo o cartão que eu não quisera ler. – Sabe, eu e ela sempre achamos que vocês dois acabariam juntos.

Eu também.

- Mas Royce apareceu e ele parecer fazer minha Rosalie feliz – argh.
- É – eu disse com um sorriso falso.
- Pelo menos vocês continuam amigos, não? – ela perguntou de modo tão carinhoso que me fez sorrir mesmo, ah se ela soubesse pelo menos um terço de nossa história.
Apesar de que eu desconfiava que dos fatos principais ela sabia já que Rose sempre foi de contar tudo para a mãe, como se ela fosse sua confidente, então, certamente a senhora Hale sabia de nossos beijos infantis quando mais novos. Só não tinha tanta certeza se ela sabia do nosso último. Era melhor não!
Ou então que ela continuasse fingindo não saber e seguisse me recebendo com tanta simpatia. Ah, ela era uma das mulheres perfeitas de Rochester, antipatia não constava em seu vocabulário.

Eu havia me esquecido disso.

Então eu vi, a pequena garotinha andando de um lado ao outro, muito tímida por sinal, que possuía um curto cabelo loiro e olhos quase tão expressivos quanto os de minha Rosalie. Aquela era Anne, sua irmãzinha, e devo dizer, uma cópia mirim perfeita.
- Ah, você ainda não a conhecia – a senhora Hale lembrou ao ver como eu olhava para a pequena garotinha. – Anne, venha aqui querida...
E, em seus passinhos ainda não 100% certeiros, a garotinha se aproximou com um dedo na boca e me sorriu.
- Diga oi querida – a senhora Hale pediu a pegando no colo.
- Oi – ela disse com uma voz infantil incrivelmente doce.
- Oi – eu disse pegando sua mão e beijando, vendo como ela ria e suas bochechas coravam, então Anne voltou a brincar pela casa. – Ela é linda.
E me lembrava tanto de minha Rosalie.
Ah, eu tinha que parar com isso, porque Rosalie não era mais minha.
Nós trocamos mais meias palavras, então aquele principezinho Royce se aproximou cumprimentando a senhora Hale com um estralado beijado na mão, vendo como ela ria cheia de gracinhas, não, se ela já era assim então eu preferia não vê-lo perto de Rosalie, só de imaginar meu estômago embrulhava.
- Eu preciso ir...
Foi tudo que eu disse antes de sair, ainda tinha de pegar as roupas para mamãe e a tarde começava a passar.