Um Novo Motoqueiro Fantasma escrita por She is beautiful


Capítulo 2
Capítulo 1 – Faço porcos voarem


Notas iniciais do capítulo

Capítulo quentinho pra vocês ^^
Boa leitura :3



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Os dias se passaram normalmente para mim.

Normalmente entre aspas porque a minha vida não era normal, certo?

Quer dizer, naquele dia em que eu conheci aquele cara, meus pais foram assassinados! Eu não soube no dia, mas soube depois da pior maneira e eu tinha 16 anos e já morava sozinho.

Eu havia acordado — provavelmente 2 dias depois de conhecer aquele cara — e fui para o colégio. Como eu vi que estava atrasado, eu peguei minha moto e atravessei toda a Nova York para chegar naquela prisão que tiveram a coragem de nomear “colégio”.

Eu estacionei a moto em baixo de uma árvore de mostarda junto das outras motos e fui para dentro do “colégio” praticamente correndo.

Quando pisei o pé no colégio, o sinal tocou e eu fui para o meu armário pegar os meus livros.

Abri o armário e vi a Marie se aproximando de mim no meio daquele bando de psicóticos malucos. Naquela hora eu tive que me controlar para não ter um ataque do coração.

Ela sempre foi minha amiga, mas, de dois meses para cá, ela estava sendo mais do que isso pra mim.

Ela tinha cabelos loiros, compridos e ondulados. Olhos verdes quase transparentes, o que a deixavam ainda mais linda. Ela tinha um tipo físico atlético. Saudável para uma menina da idade dela. Marie sempre foi alguns centímetros mais baixa do que eu, mas naquele dia, ela parecia ter a minha altura.

Ela estava vestida de calça jeans, blusa branca, um casaquinho de tricô azul com detalhes brancos, cabelo amarrado em um coque preso em sua caneta roxa toda mordida, e um tênis que parecia novo. Era todo azul, mas havia chamas saindo das solas deles.

Eu fechei os olhos e chacoalhei a cabeça porque eu tinha certeza de que estava ficando maluco.

Abri os olhos novamente, e vi a Marie se desequilibrando e caindo com seu fichário na mão.

Quando ela caiu, todos começaram a rir e a caçoar dela. Aquilo me deixou com uma raiva imensa.

— Pela milionésima vez, a Briel é nossa vergonha. — disse um garoto da pesada.

Ele era gordo, alto, com tatuagens por todo o corpo, vestido calça e jaqueta de couro pretas, pulseira preta com spikes nos dois braços e um piercing na sobrancelha direita.

Ele se abaixou e pegou a Marie pelo colarinho.

Senti meu sangue ferver.

— Será possível que eu vou ter que te bater de novo? — Marie o olhava assustada e estava chorando como se pedisse socorro.

— Bate! Bate! Bate! — todos em volta gritavam.

— VAMOS! — ele gritou — RESPONDA, VADIA IMUNDA!

Aquilo já tinha me irritado demais. Eu não ia permitir que ele batesse na Marie novamente. Ela nunca fez nada para ele! E mesmo se tivesse feito, ela não merecia apanhar. Nem ela e nem qualquer outra garota.

— HEY, CARA DE PORCO! — gritei e ele olhou para mim.

Eu corri em direção a ele e dei um soco em sua cara. Enquanto eu referia-lhe um soco, eu peguei a Marie no ar e a coloquei no chão. Minha raiva era muito grande. Eu nunca estive tão estressado na minha vida como naquele dia.

Eu já havia batido com gosto na cara dele, mas eu queria bater mais ainda nele.

Eu deixei a Marie sozinha e fui até o armário — que era onde ele estava.

Peguei ele pelo colarinho com toda minha força, olhei no fundo dos olhos negros dele e disse:

— Vamos lá, Cara de Porco. Bata nela. — ele começou a me olhar assustado e arregalou os olhos — EU DISSE PRA BATER NELA, COVARDE!

Tirei ele do armário e dei mais um belo soco em sua cara. Ele voou por todo o corredor e atingiu a porta de uma sala no fim do mesmo. Ele atingiu a porta com tanta força, que a porta foi toda arrancada e eu vi apenas poeira de cimento.

Eu estava ofegante, mas ainda queria bater em alguém. Me virei para trás e vi olhares assustados para cima de mim.

— Tem mais alguém? — perguntei e todos deram uma passo para trás menos a Marie — Eu perguntei se tem mais alguém! — disse aumentando o tom de voz. Todos viraram as costas e o segundo sinal tocou.

Olhei para a Marie e a vi chorando. Ver aquilo machucou minha alma. Eu não resisti e a abracei com força.

Aquilo me fez ter borboletas no estomago e um calor gostoso subiu por todo meu corpo.

Ela abraçou meu pescoço — o que me fez ficar arrepiado — e eu abracei sua cintura.

— Calma. — eu disse tentando confortá-la — Vai ficar tudo bem, Marie. — prometi — Vai ficar tudo bem.

— Cam... — ela disse soluçando. Sua voz era doce e suave — Cam...

— Shh... — eu disse acariciando seus cabelos — Quietinha. Calma.

— Cam, como fez aquilo? — ela perguntou me olhando nos olhos.

Seus olhos verdes me encantavam e me faziam perder o ar. Eu podia jurar que fiquei corado.

— Eu só... — passei a mão nos meus cabelos — quis proteger você. Não aguentava mais ver ele batendo em você.

— Cam. — ela sorriu e dessa vez foi ela que me abraçou forte — Cam. Você é meu herói, Cam.

— Ora, Marie, pare com isso. — eu disse rindo.

— Mas você é meu herói, Cam! — ela insistiu. — Cam é meu herói. E eu amo meu herói. — quando ela disse aquilo eu tive que ser forte e segurar as lágrimas.

Quer dizer, ela havia acabado de dizer que me amava, certo?

— É melhor os dois pombinhos saírem do meio do corredor antes que eu lhes aplique uma advertência! — disse Marcus, meu velho amigo. O único que eu tinha naquele “colégio”.

Muitos o confundiam comigo por sermos bastante parecidos. A única coisa que mudava era que ele tinha olhos negros e tirava notas bem maiores que as minhas.

— Senão o que, Marcus? — Marie brincou.

— Vai tanto tempo de castigo que seus filhos vão sair da escola antes de você. — ele disse sério e friamente e aquilo me deixou com medo — Brincadeira, gente. — ele disse quebrando o gelo — Mas, sério, vão logo para a sala de aula antes que a diretora apareça. — ele nos advertiu — Está certo que eu sou o inspetor por aqui, mas não deixem que ela os vejam aqui. Andem logo! Vamos! Vamos! Vamos! Até mais, Romeu e Julieta! — ele brincou e a Marie e eu ficamos corados. Nós nos olhamos e fomos para a sala de aula o mais rápido que pudemos — Ai que fofos. — ouvi Marcus murmurar sonhador, mas eu fingi que não o ouvi.

☠☠☠

Chegamos para a aula de francês com a srta. Sophia — uma mulher ruiva cacheada, com sardas por todo o rosto, olhos cinza azulados, estatura média e muito simpática com todos.

Eu me sentei no fundo da sala junto da Marie e quando eu me sentei, a professora chamou o meu nome:

— Cam.

— Presente. — respondi colocando minha mochila no chão e todos olharam para trás.

— Ahh!, até que enfim ele apareceu. — satirizou a stra. Sophia eu fiquei confuso. — continuando... Catrina...

Toc toc toc — alguém bateu na porta.

— Mas quem será? — murmurou a professora — Entre!

A porta se abriu e adivinhem quem entrou?

Se você pensou na diretora, você merece aplausos!

A sr. Cahi é uma mulher que todos nós imaginamos como o próprio Diabo de tão feia e gorda — sem querer ser preconceituoso.

Ela tinha cabelos curtos, cacheados e levemente grisalhos e era baixa para a quantidade de gordura presente em seu corpo.

Eu chutaria 1,60 de altura, fácil, fácil.

— AimeudeusCam. — Marie disse se assustando e apertando sua mão em meu braço.

— Sim. — disse a professora — Pode sim, sra. Cahi. Fique à vontade.

— Sr. Stewart. — a diretora disse e todos olharam para mim — Me acompanhe, por favor.

O que eu podia fazer? O que ela queria comigo? Como eu reagiria a toda aquela pressão? Deus, onde eu estava com a cabeça batendo no Cara de Porco?

Parabéns, Cam. Agora você vai sofrer o peso do julgo.

Agora você merece o Oscar por isso, bonitão!

Eu não tinha escapatória mesmo.

Me levantei e acompanhei a sra. Cahi.


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Notas finais do capítulo

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