Lágrimas de sangue escrita por Gothica


Capítulo 10
O passeio.


Notas iniciais do capítulo

Dhuly sairá de casa pela primeira vez! Será que vai acontecer alguma coisa?

Espero que gostem. =3
Boa leitura!



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Depois de descer o morro, abri as janelas do carro. Com suas luvas roxas para esconder as garras, Dhuly se apoiou na janela do carro para ver como era o mundo fora de casa. Ela parecia mesmo impressionada. Nunca tinha sentido o vento no rosto daquele jeito. Nunca tinha visto tantas pessoas e tão de perto. Ela parecia feliz.

– Gente! Você conhece alguma dessas pessoas, pai?

– Fiz amizade com muitas. O pessoal dessa cidade é bem simpático.

– Que legal! E essas crianças? Elas me aceitariam como amiga?

– É claro filha! Podemos passar no parquinho mais tarde. Lá você vai fazer várias amizades.

Continuei dirigindo até o supermercado. Não havia lugar melhor para ela causar um estrago. Com tantas pessoas e em um lugar tão grande, seria fácil causa problemas.

Chegando lá, estacionei o carro e pedi para ela não sair sozinha. Dei a volta e a peguei. Mandei ela não soltar minha mão por nada. E caso alguma coisa acontecesse, falei para ela não sair de perto de mim.

– Tudo bem, papai. Eu sou obediente. Não precisa se preocupar!

Lá fomos. A risada logo começou quando passamos pela porta automática do supermercado. Dhuly nunca tinha visto uma daquelas e acabou se assustando, achando que alguém queria esmagá-la quando passasse por lá.

Ficamos andando pelo lugar sem pegar nada. No caminho, ela foi conhecendo novos alimentos e bebidas. Viu muitas, muitas pessoas e ainda cumprimentou a maioria delas.

–Oi moça! - Ela disse quando viu um mulher com piercing no na boca. - Adorei isso na sua boca.

– Oi, fofinha! Isso são piercings. Nunca viu um? - A mulher disse se abaixando para conversar.

– Não. Achei muito bonito. Será que eu posso usar?

– Olha, você ainda é meio novinha... Mas quem sabe o papai deixe você colocar alguns mais tarde? - E olhou para mim quando viu que ela estava de mãos dadas comigo.

Dhuly olhou para mim com uma carinha de quem diz "posso?", e eu olhei de volta respondendo um "quem sabe um dia".

– Tchau fofinha! Você é muito simpática! - Disse a mulher quando Dhuly contou que tínhamos muitas coisas mais para fazer.

Depois de um bom tempo no supermercado, resolvi sair e voltar para o carro. Nada tinha acontecido até o momento. Talvez porque Dhuly estivesse de mãos dadas comigo. A levei até o parquinho de uma vez. Ela ficaria livre para brincar e se divertir... Da maneira que quisesse.

Chegando lá, diversas crianças riam e brincavam nos diferentes tipos de brinquedos. Dhuly ficou encantada com todas aquelas pequenas pessoinhas, quase que iguais a ela, só que humanas. Ela olhava tudo ao redor por ser tudo tão novo.

– Pode ir, filha! - disse soltando sua mão.

– Tem certeza papai? - ela me perguntou com os olhinhos arregalados, esperando um sim.

– Claro! Só não se esqueça: não tire as luvas, cuidado com lentes e tome cuidado para ninguém descobrir o que somos, tudo bem?

Ela concordou com a cabeça e correu até o escorregador.

Caminhei até um banco, sentei e a observei. Fiquei imaginando no que me tornei. Eu, um Demônio poderosíssimo, levando minha filha ao parquinho. Desde que Dhuly nasceu minha vida mudou completamente. O rancor, maldade, ódio e tudo de ruim que havia em mim foi diminuindo. Eu só não poderia esquecer do meu objetivo principal...

Lembrando-me de que eu havia levado Dhuly a rua só para ter certeza de que ela não estava tão maligna quando aparentava, passei a prestar atenção em todos os detalhes. Cada passo dela.

Até então parecia uma linda menininha brincando normalmente. Ela sorria com cuidado para não mostrar tanto seus dentes pontiagudos. Suas covinhas apareceram de novo. Aquilo a deixava mais linda que o normal.

Ficamos um bom tempo no parquinho, até que ela veio até mim suando e cansada.

– Papai, adorei vir ao parquinho! Podemos vir mais vezes?

– Claro filha! Agora vamos voltar pra casa?

O dia até aquele momento não teve nada de anormal. Ela apenas se divertiu como uma criança e eu a vigiei como um pai.

Na viagem de volta a casa, Dhuly me contou toda empolgada de como as crianças eram legais com ela e como ela se divertiu.

– Foi um ótimo passeio papai!

Definitivamente Dhuly ainda era uma menininha fofa e adorável.


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