Pov Coraline

Maria estava caída sangrando, e creio que as escrituras da parede era do sangue dela. Quíron estava ao seu lado, cuidando do braço. “Espera um momento, Isadora estava ali! Como ela chegou tão rápido? Estranho... Certo depois eu resolvo isso!” Tenho que me concentrar em decifrar as escrituras e ajudar a Maria. Os titãs uma vez governaram... Teve uma época que Cronos governou mesmo, mas o papai o derrotou junto com os seus irmãos.

A terra e o tempo fracassaram ... Terra é Gaia e tempo é Cronos. Entendi.

O céu irá governar... Céu? Será... Pera... Lembra Cora... Ah Urano, ele é pai de Cronos!

E a humanidade assim irá se restaurar.. Todos nós morremos... Maneiro, legal. Ótimo.

Quíron dispersou a multidão e levou Malice para a enfermaria. Eu o ia seguir para ficar junto com a Maria, mas ele mandou eu voltar para meu chalé e disse para amanhã eu voltar para vê-la. Logo Nico chegou com um menino loiro que eu não conhecia. Era parecido com Luigi, então acho que ele também era filho de Apolo.

– Que bom que foi busca-lo, senhor Di Angelo- Disse Quíron.- Senhor Solance, por aqui.- Ele guiou o menino loiro para dentro.

– Coraline é melhor você ir para o chalé, descanse. Conversaremos sobre isso amanhã. - Nico olhou para mim com uma cara de preocupado. Certo, essa noite não estava afim de ficar de rebeldia, então resolvi obedecer.

Cheguei no meu chalé, e todos estavam tensos. Quando abri a porta, todos me olharam com esperança e sorrindo, mas logo desapareceu quando eu apareci. Todos os meus irmãos estavam ali, menos o Gabriel (acho que ele ficou abalado de mais, pelo visto ele amava muito ela). Me sentei na mesa de centro e ninguém falava nada. O silêncio e a tenção paraiva sobre a sala, até que Nico entra.

– Ela vai ficar bem... O sangramento foi estancado, agora ela está na enfermaria.

– Culpa da Isadora. - Disse em pensamento.

– Como? - Perguntou Thaís. Ela estava parada ao lado da porta, de braços cruzados. Acho que falei em voz alta.

– Acho que a culpada foi a Isadora. A filha de Zeus. - Disse em um tom mais firme e determinado.

– Não acho que seja ela. - Nico retrucou. Pô, porque ele sempre se mete na minha vida?

– Então me explica: Como ela estava lá antes de todos?! Até mesmo de Quíron?! - Eu estava quase gritando.

– Talvez porque ela viu quem fez iss…

– Pare de defender ela! - O agarrei pela camisa. - Vou descobrir a verdade amanhã, de uma vez por todas! - Ele me encarou na altura dos olhos.

– Não faça nem uma besteira. - Eu o solto e ele arruma a camiseta.

– Não vou fazer besteira. - Saio na direção do banheiro. - EU VOU FAZER JUSTIÇA! - Agarro uma faca sabe-se lá donde e jogo na parede ao lado de Nico. Ele não se moveu, e apenas me olhou com um tom de pesar.

Lavei meu rosto e me deitei na cama,ainda pensando na maldita frase escrita na parede. Peguei o papel e o lápis e comecei a desenhar de olhos fechados.

Abri os olhos e vi um que desenhei um menino sentado em um trono, do lado tinha duas pessoas. Um menino e outra era uma menina. Queria saber o que aquilo significava. Todo desenho que eu fazia tinha algum significado. Resolvi pendurar na minha parede. Deitei fitando o teto, imaginando qual o impacto que esse evento teria sobre a vida de todos. Creio que eu não peguei no sono. Logo olhei para o relógio era 5:30. Me levantei, coloquei a camisa do acampamento, minha jaqueta, uma calça preta com alguns rasgos e meu all star preto. Sai e logo fui para enfermaria. Chegando lá, Maria estava dormindo, sentei e fiquei parada olhando para ela. Pensei em como a Isadora tece coragem de fazer tudo aquilo com ela. Tudo bem me atingir, mas usar as pessoas que eu amo para isso é golpe baixo. Logo quando ela se mexeu querendo acordar eu sai, não queria assusta-la ou algo do tipo. Simplesmente desci e fui para o píer do lago. Tirei meu all star e a meia, coloquei meu pé na água olhando para o outro lado do lago.

– Oi? - ouço uma voz masculina atrás de mim. Que não seja o Jason, que não seja o Jason... Me obriguei a ver quem era. Era Samu. Meu primo.

– Ah. Oi... - Voltei a olhar para o lago. Ele se sentou ao meu lado e também colocou os pés na água.

– Você não parece bem.

– Óbvio, minha irmã esta hospitalizada. - Disse, com rispidez. Ele franziu a testa e ficou em silêncio por um tempo.

– Se ela for como você , tenho certeza que ela vai sair dessa. Mas para isso você deve demonstrar força, não se preocupe. Quem fez isso vai sofrer muito. - Tudo bem Samu. Eu já entendi que é hora do sermão.

– Não. Eu mesma farei ela sofrer...- Com ela eu quis me referir a Isadora, e não a pessoa. Será que ele entendeu isso? Espero que não.

– Conte comigo, se aceitar juntos vingaremos em nome de sua irmã.- Ele olhou nos meus olhos e eu sorrio. - Muito bem Cora, agora vamos. Precisamos nos preparar, tem ideia por onde começar?- Eu tinha, mas precisava fazer isso sozinha

– Vou fazer uma coisa primeiro... - A corneta toca para o café.- Café da manhã...

Eu me levanto. Ele me segura pelo braço enquanto eu caminhava para sair. Eu olho para ele e nossos olhos se encontram.

– Conta comigo sempre. Ok? Nunca vou te deixar sozinha , no que precisar conta comigo .... SEMPRE ! Ok?

Tive vontade de dizer: “Samuel... Eu sou uma loba solitária...” Não quis falar isso, se não iríamos prolongar mais a nossa conversa e eu estava com fome demais para isso.

Eu simplesmente fiquei vermelha, porque ele agarrou o meu braço e me puxou ficamos a uns 45 cm de distância um do outro... Não estou acostumada com isso. Me forcei a dizer:

– Certo...- Soltei meu braço e continuei caminhando. Ele se levantou e me seguiu. - Obrigada. - “Eu acho.”

– Vamos logo. Eu já estou tendo a alucinações... Vendo tudo como se fosse comida- Nós dois rimos.

Chegamos no pavilhão, e Isadora deixou metade do seu café no prato. Se levantou e saiu. Acho que não tinha mais coragem de olhar para ninguém do chalé de Hades. Enquanto comia, o silêncio pairava sobre o pavilhão. As vezes um ou outro começava a rir, mas logo era abafado pelo silêncio sufocante. Terminei de comer e sai para fazer o que eu mais gostava de fazer. Nada.

Enquanto caminhava, esbarrei em uma menina de cabelos cacheados pretos, morena de um sorriso que parecia que iria aprontar com você a qualquer momento.

– Oi! Se eu não me engano, eu já vi você no meu chalé! - Assim,eu nem conhecia a menina direito e ela já veio puxando o assunto comigo.

– Hãn... Oi... E você é?- O que foi? Eu não sou obrigada a conhecer todo mundo, sou?

– Meu nome é Izandra. Sou filha de Hermes, especialista em furtos - Ela riu e eu simplesmente franzi as sombrancelhas. Eu já tinha ouvido falar dela em uma conversa ou outra, quando algo sumia.

– Sério mesmo? Você roub... - Ela tampa minha boca antes que eu pudesse falar mais.

– Eu não roubo... Eu pego emprestado, que fica para mim sempre que me for útil.- Ela me da um sorriso como se estivesse prestes a roubar algo.

– Uau. - Sorrio.

– Único chalé difícil de roubar é o de Hécate. Deuses, é cheio de magia... Mas eu não diria que é impossível.

– Você não roubou nada do meu chalé né? - Olho desconfiada. Não gostei daquela idéia.

– Você é quem mesmo?- Ah, fala sério... A menina vem falar com você, diz o nome e o pai olimpiano, conversa sobre os crimes e ela não sabem que você é?

– Ta me zoando? Ou ta falando sério?

– To falando sério. Quem é você?- Eu respiro fundo. Calma Cora.

– Coraline, Filha de Hades.

– Ah ta. Eu já entrei lá, mas não tem nada de interessante. - Acho que ela não viu as camas. - Aliás, aquela guria que foi machucada ontem, é sua irmã não é? - Assenti com a cabeça. - Meus pêsames. - MEUS PÊSAMES?! AI MEU HADES!!

– Ela morreu?!- Gritei. Ela deu risada. Qual o problema delas?

– Não, guria. Ela ta bem. - Ela para quando vê minha cara de séria. - Acho que essa é a minha deixa.- Ela sai correndo antes de eu conseguir bater nela.

Caminhei até os estábulos. Cheguei e vi Dakar, com o pelo escovado. Ela relinchou ao me ver, e abaixou a cabeça para comer alguma coisa que estava por ali.

– Oi posso ajudar? - Ouço uma voz feminina atrás de mim.

– Não- Digo em um tom mais grave. Não tinha nada contra a garota, nem a conhecia, eu simplesmente queria ficar sozinha.

– Sou Gabriela, eu sou responsável pelos pégasos. - Ela continuou. Não me virei.

– Sou Coraline- Continuei a olhar para a Dakar. Ela levantou a cabeça e balançou o pescoço.

– Ela é o pégaso mais difícil de todos para se montar.

– Eu soube. Ela é domesticada, mas não se deixa ser montada por qual quer um. Mesmo assim ela não deixa de ser fascinante. - Estendi a mão e ela encostou o focinho em minha mão. Bufou, e senti o ar quente. Afaguei as orelhas dela.

– Mas... Mas… - Me virei. Gabriela tinha os cabelos castanhos amarrados em um rabo de cavalo, e algumas mechas que escaparam pendiam sobre o ombro. Os seus olhos era multicoloridos. - Isso é incrível.

– O que foi? - Perguntei. - Eu fiz algo errado?

– Você foi a única que já tocou nela sem ela te morder ou te dá um coice. - Os olhos de Gabriela brilharam. - Isso é incrível. Veja. - Ela se aproximou de mim e ficou ao meu lado. Estendeu a mão para Dakar, que levou a cabeça para trás e tentou morde-la. Gabriela conseguiu tirar a mão a tempo. Eu ri.

– Bem, eu tenho alguns assuntos pendentes para resolver. Até mais guria.

Saí dos estábulos pisando duro, e nem esperei que Gabriela me respondesse. Caminhei até o chalé de Zeus, subi as escadas e bati na porta o mais violentamente que pude.

– ISADORA, ABRE ESSA PORTA! - Engoli com palavrão. Meu punho doía por causa da pedra. - ABRE LOGO! - Ouço barulho de passadas vindo de dentro do chalé. “Agora ela vai ver só.”

– Que foi? - Ela abre a porta calmamente, com a mesma cara de indiferença. Típico.

– Não se faça de desentendida. Eu sei que foi você. Eu sei que foi você quem feriu a Malice ontem. Admita, se tiver coragem! - Estava morrendo de vontade de puxa-la pra fora dali e meter uns pontapés,mas me segurei e esperei ela responder.

– O que? - Hunf. Além de sínica é surda!

– Anda! Se tem coragem de machucá-la,acho que não vai ter problema em aceitar uma luta contra mim. - A peguei pelo braço e arrastei ela pra fora.

– Coraline,o que raios...?

– VOCÊ SABE DO QUE EU TO FALANDO! VOCÊ FOI A ÚNICA QUE VIU A MARIA FERIDA ANTES DE QUÍRON!- Agora eu estava realmente com raiva. Mano a guria fez a bosta, e ainda se faz de sonsa! Fala sério, ninguém merece uma coisa dessas. Ela vai pagar. E caro.

– Deuses,você realmente acha que eu teria coragem de fazer uma coisa dessas?! - Olhei nos olhos dela. O azul tremulava, e pude ver a insegurança.

– ANDA! LEVANTA OS PUNHOS,SE TIVER CORAGEM! - Berrei. Eu não estava mais em mim.

– Cora isso…- Ela olhou para além de mim, e ouvi a porta do chalé se fechar. Acho que ela concordou, pois desceu as escadas do chalé e se preparou.

Desci as escadas atrás dela e a fiquei encarando. Meio segundo depois, alguns semideuses nos rodeavam e gritavam "BRIGA BRIGA BRIGA!". Aquilo me incentivou a começar, e parti pra cima dela.

– SEJA MULHER E ASSUMA SEUS ATOS!- Gritei e tentei um soco. Ela agarrou meu pulso em pleno ar. Ta. Eu admito, aquilo foi rápido.

– Oh,claro Cora. Atos que eu nem ao menos cometi. - “Como uma pessoa pode ser tão falsa?” Ela ainda não estava irritada,eu sabia disso. Ela iria tentar parar aquela briga, e comigo nela, não conseguiria.

– Quem sabe se você assumir,eu não faça tanto estrago na tua cara? - Ela solta o meu pulso e dou uma rasteira. Isa se desequilibra e cai de joelhos.

– Ah sério? Quem sabe se você pensar um pouco nas circunstâncias,VOCÊ COLOCA ESSE MIOLO CHAMADO CÉREBRO PRA FUNCIONAR! - Ela gritou. Isso. Raiva.

– ACHA MESMO QUE EU TENHO MEDO DE VOCÊ? EU SEI QUE FOI VOCÊ GAROTA… - Eu deveria estar emanando raiva. - SE NÃO FOI VOCÊ,QUEM FOI?! HEIN?!

– EU SEI LÁ,SÓ VI UM GAROTO COM OLHOS E CABELOS PRETOS,TRAJANDO NEGRO COM UMA ESPADA! - HÁ! Sério? Ela acha que eu vou acreditar nessa baboseira? Ah, me poupe.

– ESTÁ INVENTANDO!

– Ta legal. -Ela já estava de pé, e tentou soar controlada. “As vezes a raiva não pode ser contida, queridinha.” Pensei, ironicamente. - Não quer acreditar? Ótimo. Tudo bem. Só que quem ta se fazendo de retardada,é você.

– RETARDADA?! RETARDADA?! - Tentei um soco bem no meio da cara, mas ela deu conta de desviar.

Fechei minha boca juntando saliva e cuspi. Manchou a blusa. Há! Acho que até foi um pouco de catarro, sabe...?

– Uou. Não você não fez isso. - Eu sorri. Cara, eu amei a cara de ódio dela. Aquilo estava ficando divertido. - Desgraçada. Ela levou a perna pra trás e deu uma bicuda direto na canela. Eu admito que aquilo doeu, mas se eu fosse cair, não seria sozinha. Agarrei a perna dela e a desequilibrei.

– Ah sim. Eu fiz. - Minha voz ficou mais grossa, meio estranho, sei lá. Nem me importava. Ela pulou em cima de mim e ficamos rolando na grama, acertando a outra com socos e pontapés. Dei uns puxões no cabelo dela que ela acabou retribuindo.

As pessoas em volta gritavam alto e faziam apostas, e não posso dizer que aquilo não me motivava.

Alguns minutos se passaram até que Quíron nos separasse. Nico veio logo atrás dele. “Ok… Preparando para a bronca…” Quíron mandou chamar o Jason e pelo jeito não era só eu que estava ferrada.

Em segundos, estávamos andando na direção da Casa Grande. Apenas Quíron me separava de soca-la novamente.

– O que você tem na cabeça, para fazer uma coisa dessa? - Disse Nico, no tom monótono de sempre, mas pude ver que ele estava realmente irritado comigo.

– Sabe o que eu tenho na cabeça? Cérebro, Nico! Cérebro! - Sei que exagerei na minha "justiça", mas mesmo assim, ela merecia oras.

– Você pode até ter, mas parece não sabe fazer muito uso dele.

– Ah! Me deixe em paz! Desde quando eu cheguei no chalé você fica no meu pé. - Parei. - Você nunca sentiu raiva na vida? Ou simplesmente sempre foi esse garoto "Paz e amor"? - Fiz aspas com os dedos pra dar uma certa ênfase. Ele ficou em silêncio por um tempo.

– Já senti raiva sim. Desse acampamento de tudo. Mas Coraline, esse é um dos nossos defeitos mortais. Geralmente é a mágoa, mas no seu caso é a raiva associado a mágoa não é mesmo? - “Ele tocou no meu ponto fraco.” Disse uma voz dentro de mim. “Não enche Coraline.” Retruquei. Estava mais calma, mas a raiva ainda fervilhava em mim.

– Não enche. Se não quiser a sua boca costurada, cale a boca até chegarmos a Casa Grande. - Disparei. Ele sorriu. Dei um sorriso sarcástico. Pelo canto do olho, pude ver que Isa e Jason também tinham conversado.

Algumas partes do meu corpo doíam, mas não ia dar a satisfação de reclamar. Tentei ao máximo não mancar por causa da canela, mas provavelmente aquilo ficaria roxo depois.

Sentamos na mesa. Quíron estava na ponta e eu de frente para Isa. Nico ao meu lado e de frente para o Jason. Quíron suspirou e disse:

– Pois bem. - Ele parecia exausto. Isso me fez me sentir mal, ou não, não sei explicar. Ah, sei lá. - Eu conversei com Isadora mais cedo,e… - Pausa. - …Lhe pedi que me contasse o que aconteceu ontem a noite. Isadora,poderia nos contar,por favor?- “ E lá vem a mentira da vadia.”

– Claro,bem… Eu acordei sem motivo,e como não conseguia pegar no sono,saí e fiquei sentada nas escadas. Algo perto daqui me chamou a atenção,e eu fiquei olhando. Eram duas pessoas discutindo: um menino,que eu não sei quem era,e a Maria. -Blá blá blá, valeu pela parte que me toca, desgraçada.- E bem,hoje a tarde eu estava no chalé quando Coraline bateu na porta e começou a discutir comigo. E… Meio que foi isso.

O silêncio pairou pela sala, e todos olhavam um para os outros, nervosos. Quíron quebrou o silêcio.

– Você se lembra de alguma característica desse garoto?- “NÃO TEM GAROTO ALGUM, É UMA GAROTA! É ELA! EU SEI QUE FOI!”

– Bem… Olhos negros,cabelos escuros,pele pálida. Tinha um uniforme de couro preto e usava uma capa,também preta. Ajuda em algo?- A maioria aqui é pálida e de cabelos escuros queridinha. Ajuda em nada. Sua criatividade é péssima, não?

– Sim,e não. Nenhum dos semideuses daqui que eu saiba tem um uniforme desses,mas podemos tentar encontra-lo pelas características físic...

– Deve ter sido o Gabriel. - Disse Nico. Gabriel? Sério? - Ele deve ter saído ontem a noite,e Maria deve te-lo visto. Foi atrás dele,e bem… Já sabem. Ele não estava no chalé de manhã,mesmo eu tendo acordado antes de todos. E ninguém o viu depois disso.-Eu sei que o Gabriel é estranho e tal,mas é nosso irmão. Não acho que ele teria coragem. “Será que não teria?” “Cale a boca consciência.”

– Tem certeza disso Nico? É uma acusação séria,além do mais…

– Gabriel? - Aquilo só podia ser uma piada de mal gosto. Alô, produção? Já pode parar. - Vocês acham que foi ele? Eu sei quem foi, - Engoli um palavrão por causa de Quíron. - foi essa vadia que está na minha frente!

– Cora. Maria Alice é minha amiga desde quando eu era pequena. Sem mencionar que,por que eu chamaria Quíron para socorre-la se eu supostamente a tivesse ferido? Eu já contei o que houve,e é a verdade! - Ela parecia incrédula. Nossa, sua falsidade é incrível.

– Não sei. Talvez pra ninguém suspeitar de você…- Quem sabe se eu conseguisse me levantar rápido o suficiente e pulasse na mesa, talvez eu conseguisse agarrar o pescoço dela e…

– Isso é loucura! Nem ao menos faz sentido!- Ela grita. Interromper os pensamentos das pessoas é falta de educação, sabia?

– Garotas,acalmem-se,por favor. - Interveio Quíron. Acho que ele também estava ficando irritado. A corneta do jantar soou e alguém bateu na porta. - Um minuto. - Ele saiu e eu me preparei para o golpe.

– Psiu! Ele já foi? - Ouço uma voz baixinha, mas familiar. Olhei para os lados a fim de encontrar quem era.

– Oi. Aqui,na escada. Bem… Eu ouvi a conversa de vocês. - Era Maria. Ela estava com o braço enfaixado, e a raiva voltou mais forte que antes. - Coraline,não culpe a Isadora. Ela não fez isso comigo,e eu não posso contar,pois jurei pra essa pessoa que não contaria. Isa me encontrou tão rápido que deu tempo de estancar o sangramento,caso contrário,eu já estaria pior. - Fiquei meio sem jeito. Abaixei a cabeça e fiquei fitando meus pés. Tinha certeza de que Nico me olhava, dizendo “Viu só? Fez essa confusão toda a toa!” - E Isa,não seja tão dura com ela,pois até que faria sentido se você não fosse tão minha amiga. - Viu? Fazia sentido! Há! Ah, pelo menos eu tinha um pouco de razão. - Quero que vocês não contem a ninguém o que eu disse,e nem que eu vim aqui. Se Quíron perguntar,diga que vocês duas já se entenderam.

– Minha boca é um túmulo. - Disse Nico, em tom solene.

– Nico,não me importo se algo morreu na sua boca e está em estado de putrefação,só cale a boca e não conte pra ninguém. - Eu me segurei para não rir.

– O.k.,mas… Minha boca cheira tão mal assim?- Cara, eu não tava aguentando.

– Não sabe o quanto. Você precisa parar de comer romãs. - Eu ri demais. Acho que soltei uma gargalhada um pouco alta demais. Quíron abriu a porta e eu me calei.

Logo atrás dele,Bella,Mi,Samu e Luigi encerravam a fila. Quíron fechou a porta,e os cinco se sentaram. Que clima tenso.

Quíron senta na mesa, Chelle e Mário verde sentaram ao meu lado e Bel e Sam do lado Isa.

– Bem crianças. Temos uma nova profecia. Rachel a citou agora,na hora do jantar. - Ele fez uma pequena pausa - Dizia: Seis semideuses o perigo enfrentarão/O com nome de anjo será a própria traição/A morte de um colega será uma grande dor/Gregos e romanos lutam unidos com destemor/O raio e a sombra/A coruja e a onda/A luz e o mar/Juntos o céu,irão derrotar/No berço da Grécia/Deverão o mundo,assim,salvar. -Cara, tava muito tenso o bagulho. Era possível ouvir uma agulha caindo no chão. - Bem. Vocês seis,me refiro a vocês,Isadora,Coraline,Michelle,Isabella,Samuel e Luigi são os últimos que chegaram aqui. Suponho que Delfos só pode estar falando de vocês. O com nome de anjo. Gabriel era o nome de um anjo,e o nosso Gabriel filho de Hades,nos traiu e fugiu. A morte de um colega… Bem,esperem o pior. Gregos e Romanos lutam unidos,suponho que vocês devam passar no Acampamento Júpiter…

– Quíron,amanhã eu retornarei para lá. Suponho que possa acompanhá-los.- Respondeu Jason. QUE DROGA,VOCÊS AMAM SE METER EM TUDO!

– Como desejar Jason. Raio,Isadora. Sombra,Coraline. - Mas que coisa Delfos! Não podia ser Raio,Jason e Sombra,Coraline? Poxa, assim você me magoa. - Coruja, Michelle. Onda,Isabella. Luz,Luigi. Mar,Samuel. Juntos o céu,irão derrotar… Reforça a pichação que tivemos na parede. No berço da Grécia. Vocês terão de viajar para lá,para impedir que Urano supostamente desperte.

– Perai. Deixa eu ver se eu entendi. - Disse Chelle, alarmada. - Você quer mandar seis semideuses aparentemente inexperientes para uma missão supostamente suicida?

Er… Bem. Olha,pensando desse modo, até que você tem razão. Antes que Quíron pudesse responder, Nico respondeu sarcasticamente:

– Bem-vinda ao time.

– Então… Nós vamos para a Grécia? - Disse Isa, meio confusa. Quíron assentiu. Aposto que aquilo era "o sonho da vida dela". Que mané Grécia, pouco me importam aquelas ruínas! Queria mais era ir pro Acampamento Júpiter!