Posso Ser Sua Estrela? escrita por Luana Rosette


Capítulo 8
Olhando constelações




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A viajem de volta para casa foi silenciosa.

Aparentemente não só eu fui afetados pelas palavras que Harry disse naquela noite

“E como toda estrela, um dia eu vou ter que me apagar.”

Se apagar? Isso quer dizer que ele vai embora? Ou que ele realmente vai apagar... sei lá, tipo, morrer? Seria ele realmente uma estrela?

Não, isso é impossível. Mas tudo o que aconteceu até agora. As coisas que sabe. E as que faz...

E o maior milagre que realizou até agora.

Conseguiu me fazer sorrir todos os dias em que esteve ao meu lado.

Seria isso? Por isso vai embora? Por que veio para me fazer feliz e agora que aparento felicidade não tem mais o que fazer por aqui?

Oh Deus, como as coisas eram mais fáceis quando simplesmente queria que ele sumisse da minha porta.

Agora acho que se ele passasse do batente da porta para não mais voltar...

Eu morro.

Fecho a porta atrás de mim ainda preso nesses pensamentos, quando me toco que ele não esta do meu lado eu o procuro pela casa. Ele estava no próprio quarto, a porta por um milagre estava aberta, prova do quão abalado estava, olhando de maneira concentrada para o céu. E suspira varias vezes.

Interrompendo seja lá o que estivesse passando por sua cabeça, ele se dobra em um forte acesso de tosse, levando um lenço que tinha em uma prateleira próxima aos lábios.

- Você está bem?

Entro as pressas em seu quarto sem pedir, mas quando chego a ele, o garoto já havia se recomposto e tentando passar segurança deixa calmamente o lenço sobre a prateleira de novo, sorri para mim e volta a olhar para o céu.

Não quero sorriso Harry. Quero respostas.

- No que está pensando?

- Hn? – ele solta com o susto, provavelmente não esperava que eu começasse um dialogo. Olha para mim, sorri da maneira com que me acostumei a sempre ver seu rosto e responde – pensando em minha casa.

Me aproximo mais dele e o tomando de surpresa o abraço por trás sem dizer nada e me ponho a olhar o céu também. E olho para um conjunto de estrelas que não sei o nome, mas que parecia ser para onde Harry olhava.

Por favor não diga que sua casa é aquela constelação

Por favor não diga que sua casa é aquela constelação

Por favor não diga que sua casa é aquela constelação

Por favor não diga ...

- Me pergunto se eles estão bem. – ele murmura.

- Eles? – era a primeira vez que ele aparentemente falava do próprio passado e não do meu.

- Hum – confirma com a cabeça e apontando para duas estrelas próximas uma da outras continua - Jorge e Fred.

Eu esperava por isso, não podia dizer que foi totalmente surpresa.

- Pensei que estrelas não tivessem nomes. – falo de maneira arrastada tentando faze-lo rir.

Aaah... e funciona... que som agradável e a sua risada. E ainda sorrindo para mim me responde.

- Para os humanos talvez, mas entre nós temos que nos chamar de algum jeito.

- Ah – uso o mesmo tom de antes obtendo o mesmo resultado – então as estrelas conversam entre si.

- Mas claro – responde quase insultado – somos quase irmãos, sem falar de Hermione.

- Hermione? Outra estrela?

- Nãao – sorri nostálgico – ela é um anjo que de vez em quando visita as estrelas de minha constelação.

- Anjo – Ok isso está mais estranho que o normal – e tirando o anjo, por que você falava apenas com ...

- Jorge e Fred? Por que a vista, eles são as únicas estrelas com quem falavam comigo.

- A vista?

- Sim – se entristece – também tinha Rony, mas alguns anos atrás ele se apagou.

- Oh – pela cara que ele fez, definitivamente “apagar” não é uma coisa boa – como assim apagar?

- A existência de uma estrela é comprovada por seu brilho – volta a admirar as estrelas – se elas deixam de brilhar isso quer dizer que ela deixa de existir.

Definitivamente, definitivamente, definitivamente apagar não é uma coisa boa!!

- Então quando você disse hoje que...

- Toda estrela apaga um dia Severus – ele se vira para me encarar com seu lindo sorriso – assim como todo humano morre, só espero que antes de apagar eu possa ter certeza que você vai estar tão feliz quanto aparenta estar agora.

Encaro seu semblante.

Como ele pode sorrir dessa maneira? Ele está falando de morte!

De fim de existência!

De me deixar... e nunca mais voltar.

Não, eu não quero isso.

Se o que mantêm ele ao meu lado é a tristeza que sinto, então espero que ele me abrace nesse segundo por que a dor que invade meu peito é maior do que a que senti em toda minha vida.

- Como você pode sorrir ao dizer algo assim? – falo o que estava travado em minha garganta – por que está sempre sorrindo se você mesmo afirma que sua existência não vai durar muito?

- Por que estou sorrindo para você – seu sorriso ficou maior se isso era possível – isso já é motivo o suficiente.

E não agüentei, ele ficou sem ação, no momento em que peguei seu braço e o envolvi em um abraço possessivo.

Queria ele perto de mim, queria que ele dissesse que não se afastaria.

Mas ai está ele dizendo exatamente o contrario, como se não fosse nada.

Como podia se tão cruel?

Afasto um pouco e sem avisos lhe tomo os lábios em um beijo.

Mando à merda a diferença de idade, se ele é ou não uma estrela, ou se ele mesmo afirma que tem pouco tempo de vida, queria sentir seu corpo o máximo que pudesse, nem que isso fosse apenas por um momento.

Afasto nossos rostos para ver a reação de Harry ao meu repentino ataque, ele só me encara de maneira calculadora e tentativamente pergunta.

- Por que fez isso?

- Por que se não fizesse isso logo eu que iria “apagar”

- Há, há, há – ele ri com minha escolha de palavras, sim Severus Snape também tem senso de humor – pois então creio que isso, me beijar, te tornara uma pessoa mais feliz.

- Apenas se isso também te tornar alguém mais feliz. – respondo serio.

Ele me encara por alguns segundo absorvendo minhas palavras e assente.

- Nada poderia me tornar mais feliz.

Ele em um pulo envolve meu pescoço e toma outro beijo de mim. O qual eu respondo a altura.

Nossos pés tropeçam um contra o outro e caímos sobre sua cama, ele embaixo e eu a algum milímetro de seu rosto.

Antes que eu pudesse me afastar sinto suas mãos entrando por debaixo de minha camisa e envolvendo meu abdômen.

Mas eu o detenho.

- Um beijo é uma coisa – foi a muito contra gosto que tentei ser o “adulto responsável” naquele quarto” – mas isso é algo grande de mais para que você faça apenas para me deixar feliz.

- Tem razão – ele responde, de certa forma fico decepcionado, acho que no final das contas estou virando um velho safado, eu ia me afastar de vez quando seus braços envolveram minha cintura e puxa com força para que caia colando todo meu corpo contra o seu.

- Logo penso fazer isso puramente pela minha felicidade.

E volta a me beijar.

Estrela. Mendigo, pivete, ou lunático.

Não importa naquela hora o que era o dono daquela boca que me devorava.

Uma coisa era certa.

Eu estava no céu.


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