Liberdade num olhar escrita por Cyn
Capitulo 1- Introdução
- Senhor?
Pela quarta vez bateram á porta, e sempre que isso acontecia, algo novo esperava o General Galles.
- Diga!
- Marcel Lorca e Thomas Garcia querem falar com o senhor.
- Mande-os entras! – O General rodeou a grande secretaria e assentou-se por detrás da mesa, tendo acesso de visão a toda a sala.
- General Galles! É sempre uma honra vê-lo.
Marcel Lorca era um homem de meia-idade, com uma vasta barba que condizia perfeitamente com os seus cabelos grisalhos.
- O prazer é o meu. Thomas, onde têm andado? Já não o vejo á algum tempo. – Disse o General apertando-lhe as mãos e fazendo-os assentar com a outra.
- É verdade. Tenho estado a viajar em trabalho.
- O trabalho nunca acaba, não é verdade!
- Esperemos bem que não. Se não fosse ele não andaríamos aqui.
Todos os três se riram sem vontade.
- Mas voltando ao assunto. O que vos trouxe até mim?
- Bem General, trazemos-lhes notícias fresquinhas. – Disse Marcel esfregando a barba.
- E que noticias são essas? – O General, curioso inclinou-se para a frente.
Marcel fez um gesto com a mão para que Thomas falasse, este desenrolou um mapa e poisou-o em cima da secretaria.
- Encontramos um grupo de Polacos, nesta zona aqui – Apontou Thomas.
- Tendes certeza? Tão perto da civilização.
- Sim, absoluta. Vimos um deles ali perto.
- Temos que resolver isto. Da mesma maneira que resolvemos todos os outros. – Olharam todos os três, uns para os outros.
Quando aquilo acontecia nada de bom estava para vir.
..............Enquanto isso..................
- Lucas. O que achas que o teu pai tanto faz dentro daquele escritório?
- Não me perguntes. Nunca me interessei com os assuntos do meu pai, muito menos do exército.
- Sim, mas sabes que um dia vais ocupar o lugar dele.
- Só se eu não desaparecer daqui primeiro. Vá, vamos. – Deu um empurrão ao de leve no ombro de Elliot e saiu pela porta á sua frente, directo ao jardim. Elliot seguiu e tirou-lhe a bola das mãos.
- O teu pai vai obrigar-te a ficares com o lugar dele, como é que ele diz, hmm… á, já sei, “O teu bisavô foi o melhor dos melhores, assim como o teu avô, tu também serás! Está-te no sangue! É o teu destino!”
- Daqui a uns meses faço 18 anos. A partir dai, ele não pode mandar mais em mim. Agora para lá de falar no meu pai e nas suas doidices e começa a concentrar-te no jogo.- Lucas tirou a bola das mãos de Elliot e chutou-a contra o muro.
- Tudo bem. Fazemos uma aposta?
- Pode ser. Se conseguires acertar naquela pedra dou-te 5 euros, mas, se perderes, terás de beijar a Bree.
Bree Tompson era a rapariga mais popular do colégio, filha de pais ricos e nascida num berço de ouro, portanto rapariga mimada, mas mesmo assim invejada por todas. Todos os pais a criam para namorar os seus filhos, ate mesmo o pai de Lucas, e ela parecia ter gostado da ideia, mas ele tinha conseguido se livrar de todas as vezes, era provavelmente o único rapaz que ela não conseguia atrair, o que a deixava furiosa mas nunca desistiu.
- Estás a gozar? Se eu a beijar, provavelmente ela mata-me.
- Então acerta na pedra. – Entregou-lhe a bola e afastou-se a rir.
Elliot pôs a bola no chão, afastou-se um pouco e chutou-a bola. Chutou-a com tanta força que ela foi parar exactamente no centro… no centro da janela da casa ao lado.
- Isto não foi bom.
- Não me digas. – Lucas puxou o braço do primo e fugiram para dentro de casa. - Esta foi por pouco.
- O que é que foi por pouco? – Disse General Galles saindo do escritório com Thomas e Marcel atrás. – Lucas, tens alguma coisa para dizer-me?
- Hmm, eu … não, nada. Está tudo bem. Não está? – Perguntou a Elliot dando-lhe uma cotovelada para que falasse.
- Está? Sim, está. Não se preocupe tio, está tudo bem, melhor era impossível.
- Pois… Bem, nos vamos para o meu quarto, com licença. Anda! – Puxou Elliot pela camisola e subiram a escadas até ao andar de cima.
- Estes miúdos pensam que me podem enganar. – Virou-se o General para Marcel e Thomas.
- Deixe-os andar. Não se lembra de quando tinha a idade deles? – Perguntou Marcel pondo as mãos no ombro do General.
- Na idade deles já andava no exército.
- Têm tempo, não te preocupes. – Entreviu Thomas.
- Não estou. Lucas vai entrar no exército, mais cedo ou mais tarde.
- Se és tu que o dizes, de certeza que vais conseguir. Quanto ao outro assunto…?
- Não se preocupem, eu tratarei disso ainda mesmo esta semana.
- Muito bem. Se tiver notícias entre em contacto connosco, estaremos a sua disposição General.
- Agradeço- Levou-os até á porta e viu-os irem se embora, quando ia a fechar a porta alguém o chamou.
- General!
- Sra. Paterson. Precisa de alguma coisa?
Sra. Paterson era a vizinha dos Galles á muitos anos, uma senhora idosa com o cabelo grisalho e só os incomodava com coisas que a incomodassem mesmo.
- Agora preciso de um vidro novo para a minha janela – Disse mostrando a bola e entregando-a.
- Peço imensas desculpas, resolverei o assunto. Sérgio?
- Senhor?
- Liga ao Felício e diz-lhe para passar por casa da Sra. Paterson para lhe arranjar o vidro, e que ponha na minha conta.
- Sim senhor. Com a sua licença. – Sérgio retirou-se enquanto o General se desculpou ate ela se ir embora.
- LUCAS…
Lucas desceu as escadas devagar, passo a passo sabendo já o que o esperava.
- Sim-m? Chamas-te?
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