“Dizem que um guerreiro de verdade não é feito, nasce pronto”, pelo menos era o que meu pai me dizia, quer dizer, umas das coisas que ele me dizia, o resto foi se perdendo pelo tempo...

Passado: 02/11/???? –Domingo 20:00 horas –Noite de Lua Cheia

-Rápido! Ele está quase nascendo!! –Uma enfermeira grita no meio da confuso da casa onde uma mulher gritava de dor.
-O médico chego! –Um rapaz que aparentava 15 anos grita.

Ele guia o médico até o quarto onde estava a mulher que gritava, ela estava quase dando a luz a uma criança, logo a criança nasce com a ajuda dele, o bebe é entregue a mãe ainda banhando em sangue.

-T-Tsuru. –Ela diz cansada olhando e sorrindo para o bebe recém-nascido.

5 anos depois:

-Está muito lento!! Mais rápido!! –Um homem gritava com seu aluno no treinamento de luta com espadas em um planalto.
-Não consigo pai. –A criança fala segurando o choro.
-Aqui sou seu mestre Tsuru! –O homem grita acertando a boca do garoto com a espada de bambu arrancando um pouco de sangue. –Vamos Tsuru! Seja mais rápido. –Ele ficava espancando o garoto no rosto esperando uma reação.
-Nã –Nã –Nã. –Ele não conseguia falar por causa dos golpes no rosto. –Não consigo!! –Ele defende um que o dá a chance de gritar, o pai dele só sorri e o chuta no estomago o fazendo cair de joelhos.
-Não baixe a guarda! –Ele gritava.

Tsuru não aguenta e começa a cuspir sangue.

-Vamos filho! Levante! –O pai o chuta no queixo e Tsuru cai pra trás.

Tsuru se levanta com esforço, seu olhar tinha mudado, estava vazio e frio, ele empunha sua espada de bambu frente ao corpo e começa a atacar o pai com mais velocidade que antes o fazendo recuar, mas logo Tsuru leva um golpe muito forte na nuca e desmaia.

Presente: ??/??/????

Meu treino foi duro, meu pai não pegava leve e não tinha dó de ferir seu filho mais velho, muitas vezes durante os treinos cheguei perto da morte, mas uma voz sempre me fazia acordar e me dava poder, era uma voz tão doce e linda, por muito tempo não soube quem era, mas eu preferia nunca ter escutado à.

Lembro o dia que a ganhei, não me orgulho do que fiz para merece-la, mas foi preciso, era matar ou morrer...

Passado: 22/02/???? –Sexta-Feira 09:00 horas.

-É isso Tsuru, agora que já tem 12 anos pode participar do torneio, treinamos duro pra isso. –Tsuru só fica calado afiando sua espada. –Lembre-se que o sangue do clã corre em suas veias, não um sangue normal, um sangue especial, então não hesite em matar aos outros que não passam de copias sanguíneas. –O portão do campo de batalha se abre. –Vá filho, traga a vitória para nossa família. –O pai de Tsuru fala confiante e então Tsuru segue para o campo.

Presente: ??/??/????

Era tão simples, entrar, matar todos, e levar ela para casa. Eu ganhei, ganhei o direito de empunhar a espada do clã, foi quando conheci a dona daquela voz que sempre me dava forças, por muitas noites conversamos, era estranho, ela era uma espada que quando não tinha ninguém vendo virava humana para mim, ela me treino por alguns meses e nos tornamos parceiros, e então ele apareceu. Um homem que se denominava Deus de todos, “Me devolva minha lamina! ”, ele gritava, quando me dei conta ele estava matando todos. Meu pai escondeu eu, minha irmã mais nova e minha mãe, nos três conseguimos fugir sobre os cadáveres de todos os outros do clã, não demorou muito até minha mãe enlouquecer pela perda de seu marido e começou a culpar minha espada dizendo que tinha que ser destruída, eu não podia deixar, a espada era minha amiga, era a única pessoa que me mostrou gentileza desde que aprendi a andar e falar, então corri para longe dela, para longe de minha irmã, foi quando me toquei do pesadelo que minha vida tinha se tornado e eu nem sabia o nome da espada ainda, mas não sei por que, parecia que eu não precisava saber naquela época.

Alguns anos se passaram, eu tinha virado um mercenário que não importava o que tinha que ser feito, desde que pagassem bem, isso só serviu para melhorar minhas habilidades, de resto, eu odiava matar qualquer um, nunca gostei de matar humanos, mesmo muitos não passarem de lixo, não gosto de matar, talvez isso seja o resultado daquele torneio maldito do meu clã.
Depois de alguns contratos concluídos, a espada disse que tinha que voltar para o mestre dela, para o cara que matou todos do meu clã, fiquei quieto é só falei “ok”, confesso que não foi fácil me separar dela, foi como perder parte do corpo, depois daquilo comecei a ver que grande parte do meu poder vinha dela e eu estava bem mais fraco. Treinei muito depois disso, mas na época não cheguei a sentir todo o poder que eu tinha de quando estava com ela como parceira.
Mais alguns anos se passaram e foi quando conheci um homem, ele se dizia uma fênix, no começo não acreditei, mas depois de ver o poder dele comecei a mudar de ideia, nós formamos um time, nos chamávamos de “Caçadores de Tesouros”, logo em seguida conhecemos uma garota e ela também entrou pro grupo. Depois de cumprir alguns serviços conhecemos mais uma, lembro perfeitamente daquele dia, foi amor à primeira vista, mas não durou, depois daquilo tudo começou a desandar.
Pouco tempo depois ela morreu e eu comecei ver as coisas diferentes, sai dos “Caçadores” e sumi por um tempo, nesse tempo conheci um cara chamado S.A, foi ele quem matou meu clã. Nesse dia ele me contou a maldição do meu clã.

Passado: 13/08/???? – Em algum lugar nas catacumbas em baixo da cidade.

-Do que você está falando? Isso não pode ser verdade Aiabel!! –Tsuru gritava.
-Eu não estou mentindo Tsuru, seu clã roubou uma de minhas armas e se esconderam, então eu os amaldiçoei, nunca se pergunto por que todos morrem tão rápido quando estão pertos de um de vocês? –Aiabel Sorria. –Todos aqueles que estiverem perto de você vão morrer, está confinado a ficar sozinho o resto da sua vida.

Presente: ??/??/????

Foi quando me toquei que ela morreu por minha causa e que se eu volta-se pros outros todos iam morrer então decidi ficar sozinho e morrer lá mesmo no vazio do escuro.
Eu fiquei vagando por la até que achei uma joia, o “coração da cidade”, foi quando eles chegaram, os “Caçadores de Tesouros” estavam atrás de mim, estavam me procurando e tinham me achado, mas tinha algo diferente, eles levaram minha irmã também. Eu não tinha escolha, não podia deixar eles perto de mim para não morrerem, fingi que Aiabel estava me controlando e com o poder da joia lutei contra eles, foi uma das batalhas mais difíceis que já tive, não por que eram fortes, por que eram meus amigos e importantes pra mim. Consegui fugir deles, mas o preço foi alto, feri meus amigos, minha irmã e fui punido pela joia.