Pernico - Love is a Long Road escrita por arcGabriel


Capítulo 24
Nico


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, semana tensa.



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– XI –

Nico

Num primeiro momento Nico não conseguiu abrir os olhos, sentia cada centímetro de seu corpo doer. Respirou fundo e lentamente foi se acostumando com a luz.

Não demorou e o foco se ajustou. Identificou os leitos da enfermaria, estava no Acampamento Meio-Sangue. Tentou se levantar e logo foi reprimido por uma dor aguda na nuca. Tentou puxar uma de suas mãos para esfregar o local, mas alguém a segurava, um garoto de cabelos negros sentado em um banco e usando o leito de Nico como travesseiro. O garoto devia ter adormecido segurando a mão do filho de Hades que, ao perceber quem era, sentiu-se corar. Ah Percy...

– Ele não desgrudou de você nem por um minuto – informou uma voz conhecida, Nico virou-se e viu Jason deitado num leito próximo, estava com alguns curativos.

– Sinto muito Jason, não fui rápido o bastante... – lamentou-se Nico quando viu que Jason estava com o abdome enfaixado, sem dúvidas devido ao ataque de Disnomia.

– Está brincando? – rebateu Jason aparentemente incrédulo – Se não fosse por você estaríamos todos mortos! Todos gritaram seu nome quando os monstros foram derrotados e todos ficaram apreensivos quando você desabou. Percy foi o que mais sofreu, ele pensou que você... bem, seu coração chegou a parar Nico...

– Sim... é provável que sim... – comentou Nico com um ar sombrio agora conseguindo se sentar. – Quanto tempo eu fiquei desacordado?

– Cinco dias – respondeu o filho de Júpiter.

– Ele ficou esse tempo todo aqui? – Nico afagava suavemente os cabelos escuros de Percy com todo o cuidado para não acordá-lo.

– Cada segundo – confirmou Jason se levantando. – Acho que está na hora da minha caminhada, deixarei vocês a sós.

Nico percebeu um sorriso insidioso do filho de Júpiter quando este deixava a enfermaria. Havia dois outros campistas feridos ali, mas todos dormiam pesadamente.

– Nico..? É você? Estou sonhando? – Percy esfregava os olhos para espantar o sono. Estava um pouco pálido e abatido, mas os olhos verdes brilharam como nunca ao ver Nico. Será que as parcas se enganaram? Estou nos Elísios?

– Sim, sou eu... – declarou Nico esfregando a nuca. Depois de tantos anos a presença do filho de Poseidon ainda era.. estonteante... Percy não esperou mais nada e o abraçou, um abraço apertado que seria para Nico um deleite se não estivesse sentindo tantas dores.

– Tive tanto medo Nico... achei que... achei que te perderia! Por que fez aquilo? Por que se deixou ser atingido pela adaga envenenada da Annabeth em meu lugar? Foi loucura!

Nico podia sentir a respiração quente vinda de Percy, seu coração parecia acelerado e seu cheiro era tão... tão bom...

– Prometa-me! – exigiu Percy agora apoiando as mãos nos ombros de Nico e encarando-o firmemente com o olhar. – Prometa-me que não fará mais nenhuma loucura como aquela!

– As pessoas fazem loucuras Percy... quando amam...

Nico não conseguiu sustentar o olhar para o filho de Poseidon, fitou os lençóis cabisbaixo e com os punhos cerrados. Censurava-se por ser tão fraco, por não conseguir se abrir com aquele que tanto ama. Percy acariciou seu rosto e levantou seu queixo, obrigando-o a encará-lo novamente nos olhos. Nico sentiu o coração perder o ritmo, sentiu perder-se no verde dos olhos do mais velho e sentiu o tempo parar e o chão desaparecer quando Percy o beijou. Um beijo calmo e apaixonante, que durou os melhores três segundos da vida de Nico. Thalia irrompeu pela porta seguida de Jason que murmurou algo como “me desculpe”.

– Aí está você Di Angelo!

– Mais tarde falaremos sobre isso... – sussurrou Percy aos ouvidos de Nico antes de se levantar para dar passagem à filha de Zeus.

Thalia examinou Nico de todas as formas que pôde: checou temperatura, pressão arterial e pulso. Vendo que Nico estava perfeitamente bem pareceu desapontada:

– Você disse que não havia cura para o zanedile, como se safou?

– Zanedile? – repetiu Nico confuso – Não entendo? O que o zanedile tem a ver com isso?

– Thalia junto com alguns filhos de Apolo compararam o frasco que achamos com a Piper e a lâmina da Annabeth. Ambos apresentaram um material desconhecido similar – explicou Jason. Mesmo não sendo o momento apropriado Nico riu.

– O que é tão engraçado Di Angelo? – Thalia estava aparentemente furiosa.

– O zanedile não poderia me matar. – Respondeu – Sou do sangue das fadas!

A filha de Zeus faria muito mais perguntas, Nico não tinha dúvidas, mas foi interrompida por um vendaval repentino. Um relâmpago verde passou por eles deixando algumas gotas de sangue alaranjado como rastro. Todos viraram na direção da luz que surgiu do outro lado da enfermaria, uma esfera tremeluzente que aos poucos se apagou. Nico não podia acreditar no que seus olhos viam, era Gwid com um ferimento grave no peito, correu até ele à despeito de suas próprias dores.

– Gwid! Ei, Gwid! Fale comigo! – Nico apoiou o leprechaun em seus braços, ele estava gravemente ferido e fraco demais para ter feito uma viagem.

– Ma... Majestade... – tentava dizer Gwid com muito esforço entre engasgos – Algo... algo terrível... acon... aconteceu em... em Avalon...

– Você conhece esse duende Nico? – perguntou Percy parando ao lado de Nico.

– Ele não é um duende, é um leprechaun! – Nico soou mais ríspido do que gostaria – Desculpe, ele é meu amigo. Precisamos ajudá-lo a se recuperar...

– Não há nada que possa... possa fazer majestade... a lâmina que me feriu... era... era de puro ferro...

Quem fez isso com você? – inquiriu Nico já dominado pelo ódio.

– Não importa... agora...

Quem Gwid? – exigiu.

– Uma... uma menina loira... de olhos cinzentos... Éris... Por favor majestade... escute... eu vim porque... Avalon... Éris ela... ela libertará Zelenna... no auge do Beltane...

O homenzinho ruivo parou de tremer e Nico sentiu a vida o abandonando. Fechou os olhos de Gwid e o leprechaun desapareceu em uma luz verde esbranquiçada. Vá em paz meu amigo...

Nico não conteve as lágrimas, nem o toque do filho de Poseidon poderia acalmá-lo. Eu a poupei por causa de Percy, Annabeth, mas agora nada e nem ninguém me impedirá de lhe fazer pagar por todos os seus crimes!

– Preciso partir, Avalon precisa de mim! – anunciou secando as últimas lágrimas que lhe afligiam o rosto.

– Eu irei com você! – Manifestou-se Jason logo seguido de Thalia.

– Não! – disparou – Isso é problema meu, vocês não devem intervir!

– Éris é assunto nosso! – rebateu Thalia – É uma missão e três devem ir! Jason ainda está ferido, iremos Percy, você Nico, e eu!

– Você não deve ir Thalia – repreendeu o filho de Hades – Pelo o que Gwid disse Éris manterá Avalon sob seu controle até o auge do Beltane. Se você for será o mesmo que quebrar seu juramento à Ártemis!

– Eu não entendo... – Thalia estava confusa e irada, possivelmente se sentindo desafiada e contrariada.

– As fogueiras do Beltane na Ilha Sagrada convocam o poder dos Deuses da Fertilidade. É o momento em que o Povo Antigo se... se une... – Nico sentia o próprio embaraço. Como poderia explicar o rito do Beltane para aqueles que não conhecem os Mistérios? – Se você for... bem... você não deve ir Thalia... Nenhum de vocês deve ir!

Nico sentiu uma mão quente segurando a sua, era Percy já com uma espada embainhada pendendo na cintura. Ele perdeu Contracorrente...

– Não deixarei que fuja de mim outra vez, iremos juntos! – sussurrou o filho de Poseidon para só Nico ouvir.

– Sendo assim eu serei o terceiro membro da missão. – Prontificou-se Jason.

– Não! Você fica Jason! – disparou Thalia – Alguém tem que proteger o acampamento e ficar de olho para que ninguém burle o treinamento e fique à toa, e você ainda não está totalmente recuperado, e – declarou agora encarando Nico – não quebrarei meu juramento, não importa o que aconteça!

Nico segurou Percy e Thalia pelos braços e através das sombras viajaram até o Reino das Fadas, até Avalon. Preparem-se Annabeth e Éris... A morte vêm a caminho...


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