Pernico - Love is a Long Road escrita por arcGabriel


Capítulo 2
Rachel




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– II –

Rachel

Um novo tremor sacudiu o acampamento, a distância que ainda impedia o massacre estava envolta em sombras. Rachel sentiu o chão rachar sob seus pés e então recuou alguns passos, Octavian fez o mesmo. Todos estavam atônitos.

As sombras começaram a girar fortemente como se um terrível tufão estivesse se formando para sugar tudo para dentro de si.

Não – pensou Rachel – ele está trazendo alguém para fora!

Foi quando algo monstruosamente grande começou a emergir daquelas sombras, uma estátua. Não uma estátua comum... Deuses! A Atena Partenos! Eles conseguiram!

Rachel respirou quase que aliviada, apesar do grande susto, era isso que ela previu. Quando o monumento emergiu completamente ela viu que não viera só, ela identificou Nico em suas habituais roupas pretas, estava mortalmente abatido. A viagem o esgotou, é incrível que tenha conseguido concluí-la a tempo! Rachel também avistou uma jovem guerreira com ele, Reyna! É ela! Que também estava com uma expressão carregada, provavelmente enfrentaram problemas para chegarem. Rachel muito distraída quase não percebeu a terceira figura, era um sátiro, mas desse ela não se recordava, ele empunhava um taco de basebol e olhava para todos os lados como se considerasse à todos como inimigos.

Reyna adiantou-se com uma mão sob a bainha de uma espada, pronta para sacá-la se preciso fosse, e então encarou o Mestre dos Augúrios:

– Octavian! Como pôde ousar desacatar minhas ordens dessa maneira?

– Você desacatou uma lei antiga indo para as terras anciãs, não tem o direito de cobrar nada de ninguém! – retalhou o garoto.

– Trouxemos a Atenas Partenos de volta aos gregos, quaisquer que sejam os motivos pelos quais lutamos entre nós até este momento acabaram-se todos! Ordeno-os que marchem de volta à Nova Roma, precisamos nos preparar para o que pode estar por vir e não quero saber mais de ameaças! Quanto a você – disse apontando para Octavian – deve-me muitas explicações e não pense que saíra impune!

Contudo, pelo que Rachel pode perceber, os romanos hesitavam em acatar as ordens de Reyna, isso poderia ser um problema. Enquanto sangue algum for derramado, o massacre pode ser parado!

– Acho que você não entendeu Reyna, – replicou o filho de Apolo com um sorriso perverso – você não é mais pretora! Não depois de ir até as terras proibidas e se juntar aos gregos!

Reyna cerrou os punhos fuzilando Octavian com os olhos, mas ele continuou.

– Você se apaixonou pelos gregos... – fez uma pausa maldosa – não, você se apaixonou por um grego. Não é mesmo? E não é de Jason que estou falando, embora ele também tenha se bandeado para essa corja...

– Cale-se Octavian! - ralhou Reyna em vão, Rachel sentiu que ela tremia, mas seria de raiva? Mas o filho de Apolo não se mostrou intimidado e continuou:

– Sim, agora vejo, traiu Nova Roma por amor à um grego, você traiu seu povo, sua família, por causa daquele verme do mar, traiu-nos por causa de Percy Jackson!

Rachel sentiu um frio na espinha. Nico, que ela julgava estar desmaiado devido ao esforço levantou-se, uma aura obscura exalava dele, a grama em volta começou a perder a cor e morrer. Rachel sentiu que testemunharia o verdadeiro poder do filho do Senhor dos Mortos. Ele postou-se à frente de Reyna.

– Você acusa Reyna de traição, duvida da palavra dela porque acha que ela se uniu aos gregos, agora ouça bem filho de Apolo! – a voz de Nico estava um pouco embargada devido à exaustão, mas era bem clara e sombria e até o vento pareceu calar-se para ouvi-lo – Embora ouso dizer que minha vida começou aqui entre os gregos no dia em que Percy e os outros foram buscar a mim e a minha irmã, pois aqui foi para onde ele nos trouxe, mas aqui não permaneci, vivi aqui e ali, inclusive nos domínios de meu pai. Vivi mais em Nova Roma do que aqui e é por isso que vos falo, não como Nico Di Angelo, o filho de Hades, mas sim como o Embaixador de Plutão, o Rei Fantasma. Dou-lhe minha palavra que os gregos nada fizeram contra vocês, o incidente com o Argo II foi causado pela interferência de demônios que queriam que guerreássemos entre nós. Agora que a Atena Partenos foi recuperada e entregue aos gregos não há mais motivos de confrontos entre nós!

Octavian hesitou pela primeira vez, mas não recuou, e não parecia que o faria.

– Então você ousa duvidar da minha palavra? – ralhou Nico.

– Posso matá-lo? Eu vou matá-lo! – bradou o sátiro ao lado dele, empunhando seu taco de basebol, mas ninguém pareceu prestar à atenção nele.

– Eles estão todos mancomunados com aquele verme, – disse Octavian voltando-se para os romanos – eles estão tentando nos desunir para conquistar-nos! Maldito seja Percy Jackson por isso, que os deuses permitam que ele morra antes de poder nos fazer mais mal!

Foi quando Rachel assustada achou que Nico estivesse ficando maior, as sombras ao seu redor pareciam se unir a ele, ele sacou sua espada de ferro estígio e a terra pareceu tremer novamente, e com uma voz terrível que fez com que todos se encolhessem perante o filho de Hades ele desafiou:

Essa guerra eu não permitirei! Já que duvida de mim, venha e me enfrente em combate, e que os deuses possam poupar a vida do mais justo! Mas se recusa-se, então volte de onde veio e nunca mais ouse lançar maldições a Percy... ou qualquer um dos sete! Caso contrário eu mesmo me certificarei que jamais outra palavra saia de sua boca!

Dessa vez Octavian retesou-se mordendo os lábios em um acesso de fúria. Seu orgulho fora ferido e Rachel achou que devia fazer alguma coisa. Ela aproximou-se de Nico, perguntando-se de onde ele poderia ter tirado forças para aquilo, sendo que estava muito além de suas forças naquele momento. Ela hesitou por meio segundo perante a fúria ao redor do Rei Fantasma, mas não parou.

– Romanos! - ela falou solenemente um pouco alto para que todos pudessem ouvir – E Octavian, – disse com a voz descendo uma oitava – não há motivos para essa guerra, por favor ouçam a voz da razão!

Mas Octavian persistia. Deuses, como alguém pode ser tão teimoso?

Ela então caminhou até ele.

– Rachel não! – advertiu Clarisse atrás, mas Rachel ignorou o aviso.

Octavian deu passo para trás na presença do oráculo de seu pai, mas ela estava desarmada, o que poderia fazer? E então ela fez algo que com certeza o assustou, ela o abraçou fortemente. Era pouco centímetros menor que ele, e ele segurou firme o gládio que empunhava e por um momento Rachel temeu por sua vida, mas então ele deixou-o cair e todos os romanos repetiram seu gesto mantendo suas cabeças erguidas. Rachel sentiu que ele tremia, ou seria ela?

– Sinto muito... eu... eu – sua voz estava embargada e Rachel sentiu que ele poderia chorar.

– Acabou! Essa batalha pelo menos pôde ser evitada – concluiu ela com a voz solene.

Ela afastou-se um pouco corada e convidou os romanos para comerem junto aos gregos e selarem de uma vez uma aliança, que durasse pelo menos tempo suficiente para Gaia ser derrotada.

Quando voltou-se para Nico viu que este havia voltado ao normal e as coisas pareceram parar de morrer ao seu redor, as sombras se dissiparam e até mesmo alguns raios de sol furavam as nuvens. Ela o abraçou também, mesmo sabendo que ele não gosta de que o toquem, mas Rachel acha que todos estavam precisando de um abraço. Quando seu rosto tocou no pescoço de Nico ela sentiu o Espírito de Delfos agitar-se em seu interior. Não! Não agora!

O oráculo sussurrou ao ouvido do filho de Hades:

Toda vitória tem um custo e a morte vêm a caminho; teu amor cairá em prova e deves vencer sozinho; a jornada é longa e entre mundos deves andar; saberás por completo o preço de amar; uma escolha farás ante a fada de poderosa magia; em teu sangue também corre grande sabedoria; esta missão fará teu amor feliz; deves de seguir o que o coração diz.

Antes de desmaiar e esquecer tudo o que acabara de dizer, Rachel atônita estremeceu, esta não era uma profecia, pelo menos não uma comum. Esta foi... foi pessoal... foi como se... como se o oráculo quisesse aconselhar Nico diretamente e isso jamais aconteceu! O que Nico tinha assim de tão especial? Ele com certeza era muito mais do que poderia parecer e Rachel sentiu-se cair. O filho de Hades amparou-a tremendo, mas caiu também. Isso tudo foi muito para ele, seria demais para qualquer um até para o Rei Fantasma.

Antes de tudo escurecer ela pôde ouvir Reyna chamar por ajuda e sentiu os braços de Octavian em volta de si levando-a para a enfermaria, ela devia estar corada. Não importava, estava feliz e acordaria daqui poucas horas, só esperava que Nico também, e que ele se lembrasse das palavras de Delfos, porque ela não o podia...


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Notas finais do capítulo

Até.



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