Cursed escrita por Ariela Bernardes


Capítulo 2
Capítulo 2




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Seus pés estavam arranhados, gastados e visivelmente doloridos. Era uma dor tão forte e incômoda que Eliza quase não conseguia se mexer, mas ainda assim combinava suas forças e se mantia de pé. A areia incrivelmente dourada com finos grãos prateados em constante movimento, ia para o lado oposto para onde o vento soprava. O céu negro, dominado por constelações nunca antes vistas, prendia totalmente a atenção de Eliza que, por um segundo, esqueceu da dor que latejava abaixo do seu corpo envolto em uma túnica grega transparente que deixava tudo à mostra.
Ela rodopiou a cabeça de um lado para o outro e ainda travada viu, sobre seu ombro direito, a silhueta de um homem nu, escondido em sombras antes não presentes ali.
Eliza sentiu medo. Instantâneamente desgrudou seus pés do chão e correu para onde o vento passou a carregar as estrelas. Mesmo lado onde uma figura feminina, também nua e sombreada, surgiu e esticou seus braços.
De repente as estrelas passaram a ser engolidas pela mulher, enquanto a areia passou a ser sugada pelo homem. Eliza não enxergava o rosto de ambas as figuras e muito menos alcançava a mulher que, por sinal, queria seu bem.
Ainda mais cansada, Eliza se sentiu despencando e concluiu que ela estava no meio de uma briga. As figuras humanas ali presentes haviam engolido todo o universo a sua volta e a única coisa que restara era um lugar vazio, completado apenas por sussurros indecifráveis.
Eliza estava caindo sem moderação ao infinito, até que uma mão firme a segurou pelo ombro e o tempo pareceu parar.

– Pai! - gritei quando acordei. - PAI! - continuei a chamar, agora mais alto.
– Lizie! O que aconteceu, filha? - Bruce chegou no meu quarto arrumando seu calção torto e sem camisa.
O barrigão, criado pelo hábito de tomar cerveja todos os dias, debruçado sobre sua virília.
– Aconteceu, de novo - murmurei atordoada, jogando meus cobertores no chão e me sentando na beirada da cama.
– O que acontece de novo? - Bruce perguntou perdido. Mas logo arrumou seus pensamentos: - O sonho? Ele voltou? - continuou, enfim acendendo a luz.
Vi sua feição de susto.
– Sim - respondi notando que eu fedia a suór.
– Mas eles haviam parado há meses. Tem certeza de que é a mesma coisa?
– Idêntico, mas só que...
– Só que... - Bruce segurou meus ombros e me olhou firme nos olhos.
– ... Eu preciso de uma chuveirada. Bem gelada de preferência - conclui me colocando de pé e seguindo para o banheiro.
– Tem certeza de que está bem? - indagou ele.
– Sim. Não é a primeira, e nem a segunda vez que isso acontece, né? Vou ficar bem, OK? - abri um sorrisinho tentando parecer que estava bem para não preocupá-lo.
Minha respiração ofegante fazia minha cabeça latejar e estava nítida para qualquer um ouvir.
Bruce me olhou por uma última vez, cruzou os braços, pensou em algo mas antes de me dizer engoliu as próprias palavras.
– Vou voltar pro meu quarto. Caso aconteça outra vez, quero que me chame, Lizie. Ainda tenho o telefone da Dra. Anne.
Balancei a cabeça fazendo um gesto positivo e entrei no banheiro. Me olhei no espelho e notei o quão pálida eu estava.
Aquele sonho me assombrava desde que completei 17 anos. Há alguns meses ele havia me dado uma trégua assim que me tratei com a Dra. Anne, que é uma das melhores psicólogas de Santa Monica. Ela me disse, na minha última consulta onde também me receitou calmantes, que aquilo um dia poderia voltar, já que, praticamente, não havia nada de errado: era apenas um sonho que eu tivera uma vez, e por tanto medo que senti, eu não conseguia apagá-lo da memória.
Mas algo me dizia que não era só isso.
A figura feminina do pesadelo sempre me passava confiança, e mesmo quando eu acordava me lembrava que era algo tão forte quanto a confiança de meu pai. Já o homem sempre me perturbava enquanto eu ia caindo, caindo, caindo, até que os sussurros ficavam fortes a ponto de meus ouvidos doerem, e então eu acordava.
Mas, naquela noite, o fim do sonho havia sido diferente.
Era nítido que um terceiro indivíduo desconhecido agora se juntara às assombrações, ou seja lá o que eram, mas este era o único que conseguiu me salvar a tempo, ou que quis fazer isso, antes que eu me perdesse totalmente no nada.
Tirei meu pijama que havia grudado em mim pela minha transpiração e liguei o chuveiro deixando ele o mais gelado que consegui, me enfiando lá por 30 minutos.

* * *

Na manhã daquele dia fui para o colégio a pé. Rejeitei meu carro quando lembrei da dica que a Dra. Anne havia me dado: caminhada ajuda a relaxar.
Por conta disso cheguei no colégio 5 minutos atrasada. Eu nunca havia atrasado para algo na minha vida, e andar por aqueles corredores vazios, com todos os alunos acomodados em suas respectivas salas, me agonizou por alguns instantes. Cheguei à minha classe que por sorte ainda estava sem professor:
– O que houve? Pensei que não viria hoje - indagou Madison tirando sua bolsa da cadeira da mesa que eu havia me sentado no dia anterior.
Ela havia segurado o lugar pra mim.
– Acordei atrasada. Acabei indo dormir tarde ontem - Madie não sabia dos meus pesadelos.
Apesar dela ser minha melhor amiga, a preservei de lhe dizer isso, e apenas Emma, meu pai e a Dra. Anne sabiam de tudo, extremamente tudo sobre.
Madison se virou para a frente quando uma mulher entrou e em segundos colocou ordem na sala falante.
De altura mediana e cabelo curto, como o de um homem, ela se apresentou como Donna e disse que iria lecionar matemática durante o ano letivo. De instante todos notaram que com ela não poderiam brincar e, com os alunos em quase um extremo silêncio, ela se virou para o quadro e deu início à matéria de um novo jeito de se fazer equações.
Antes que eu pudesse encostar a caneta em meu caderno para começar a escrever, meu celular vibrou em meu bolso. Parecia um trator, mas felizmente não fez tanto barulho para que Donna olhasse para mim.
Era um SMS de Madison.

Viu quem está sentado lá atrás? Hoje veio até acompanhado de uma amiga, ou sei lá quem é.

Eu estava tão cansada por estar sem dormir desde as 3h00 da manhã, que nem lembrei de olhar para nossos 'Novos Colegas de Classe'. Girei minha cabeça em quase impossíveis 360° e avistei bem no canto, escondido entre tantas cabeças, Aaron.
Ele estava bem melhor visivelmente, enquanto sorria e falava baixinho com uma garota sentada a sua frente. Ela tinha o cabelo castanho, repicado.

Retornei o SMS:

Quem é a garota?

Logo Medie respondeu:

Não sei, chegaram juntos hoje.

Olhei mais uma vez pra trás, e por azar, ambos me olhavam agora. Aaron, diferente da garota, vidrou em mim e eu, tão curiosa quanto, fiquei vidrada nele também até que a garota cutucou seus braços cruzados sobre a mesa e lhe sussurrou algumas palavras que no mesmo instante o fizeram tirar os olhos de cima de mim. Me virei para a lousa branca cheia de contas loucas e passei a copiar o que deu tempo.
Já quase no final do primeiro horário de aula, Madie olhou para Aaron por sobre seu ombro, e meu celular voltou a vibrar:

Não olhe agora, mas ELE ESTÁ OLHANDO PRA VOCÊ! (-:

Sem pensar muito me virei para o lado de Aaron e confirmei o que Madison dizia. Ele olhava pra mim e, diferente da última vez, quando entrelaçamos um rápido olhar vi sua boca abrir em um sorrisinho tímido. Lhe retornei um meio sorriso que foi o bastante para que a garota, que o acompanhava, desse outro peteleco em seu braço.

Retornei a mensagem de texto de Madison:

Ele é mais gato do que pensávamos.

Vi os ombros de Madie se dobrarem, como alguém que segura uma risada, e só assim paramos de trocar SMS.

O sinal tocou. Eu não havia copiado quase nada do que Donna havia passado, mas mesmo assim eu e Madison deixamos a sala para dar uma volta pelo colégio. Não contei para ela sobre os sorrisinhos que Aaron e eu, particularmente, havíamos trocados, apenas a ouvi dizer o quão ele estava bonito vestido com um moletom cinza, jeans escuro e tênis de marca, concordando com tudo o que ela dizia. Ele era, sem delongas e mesmo que preciptadamente, o cara mais bonito com um nome estranho que nós já havíamos visto na face da Terra.
Voltamos para a sala, e quase que combinado, esbarrei com a garota que acompanhava Aaron.
Ela era da mesma altura que eu e exalava rebeldia.
– Ai meu Deus, me esculpe! - ela disse dando um passo pra trás. Sua voz era doce.
– Eu que devo me desculpar - falei roçando as unhas em minha nuca, com vergonha.
O esbarrão havia feito eu me desequilibrar por um segundo e cambalear para o lado de Madison.
– Me chamo Cassey. Sou nova na cidade assim como ele - Cassey apontou para Aaron e estendeu seu braço para mim.
Apanhei sua mão com a minha direita e instantâneamente passei a ver flashes do pesadelo. Estavam nítidos como nunca antes.
Ela arregalou os olhos, parecendo ter compartilhado as mesmas visões que eu, e logo desfez nosso atar de mãos.
– Me chamo Eliza. Eliza Clairewood - consegui dizer meu nome após uma energia estática parecer correr pelo meu corpo. - e ela é a Madison.
Cassey sorriu. Olhou para Madie, que nos olhava assustada, e voltou para seu lugar na frente de Aaron. Quando nos esbarramos ela aparentemente ia deixando a sala, mas estranhamente parecia ter desistido da ideia.
– O que aconteceu com vocês? - Madison perguntou. - Pareciam ter tomado um choque, ou algo do tipo.
– Acho que ficamos esperando uma de nós dizer algo. Por isso ficamos paradas... Constrangedor - falei.
Madison balançou a cabeça positivamente, mas logo deu de ombros.
– Ela é tão, tão... Viu como ela anda mostrando os quadris perfeitamente largos? - Madie indagou emburrada. - Acha que eles são namorados?
– Não. Não acho que ela faça o tipo dele. Arrisco, no máximo, que são primos, ou até mesmo irmãos - conclui olhando Aaron discretamente, mas ele não retornou o olhar, continuou rabiscando a ponta de sua mesa.

Sobrevivi a outras duas aulas de português, uma de física e, para fechar a manhã com chave de ouro, uma última de história. Haviam alguns exercícios de matemática, e eu sendo uma completa asna na matéria, chamei Madison para me ajudar a fazê-los. Ela aceitou na hora, afirmando que estaria na minha casa às 13h00 em ponto.
Deixamos o colégio juntas, como no dia anterior, mas logo lembrei de algo: Eu não havia ido com meu carro.
Me irritei comigo mesma por alguns instantes, mas acabei deixando aquilo passar e segui tão devagar quanto um idoso com osteoporose até a loja.

Há um quarteirão do Café Calirewood avistei, entre alguns outros carros, o veículo que estava estacionado em uma das vagas dos professores na manhã do dia anterior. Ele era tão moderno que mais se parecia com um robô.
Entrei na loja e foi impossível não notar quem estava lá: Cassey, Aaron e sua irmã, e outros dois rapazes acupavam a mesa mais próxima da saída.
Aquele carro só podia ser deles; conclui.
Fiquei olhando neles enfeitaçada, até que Aaron, o único que estava distante da conversa e com o corpo virado para a porta, me olhou de lado. Joguei meu cabelo no rosto e entrei na cozinha onde meu pai fritava ambúrgueres:
– Oi, Lizie - ele murmurou quando passei sem lhe dirigir uma palavra.
– Ah, oi! - respondi me ajeitando na cadeira perto de um freezer.
– Chegaram alguns clientes, e como vê, estou sozinho outra vez. Emma está em Los Angeles e disse que só volta amanhã - Bruce colocou três dos ambúrgueres que fritara em um prato. - Preciso que atenda eles pra mim.
Era justamente a mesa das Pessoas Mais Lindas da Face da Terra.
– Mas pai, eles... eles... - comecei a dizer tropeçando nas minhas palavras engasgadas.
– Está com vergonha, Lizie?
Eu não estava com vergonha, apenas não queria ir na mesa deles, mas não disse isso a Bruce. Peguei meu avental azul e branco na gaveta da pia que ocupava toda a parede direita da cozinha, apanhei o caderninho de anotar pedidos e levei uma das canetas que estava na beirada do balcão.
Meu rosto queimou.
– O que vão querer? - perguntei.
Cassey se virou imediatamente.
– Ah, Eliza - ela disse, simpática.
– Oi, Cassey - respondi sob os olhares de todos da mesa.
– Não sabia que você trabalhava aqui.
– Na verdade, meu pai é dono disso aqui - respondi não querendo ser mal educada.
Foi impossível não notar a risadinha de Aaron que estava ao lado de Cassey.
– Humm... Legal - ela disse - se lembra dela, Aaron? Nossa colega de sala.
– É claro - Aaron disse bricando com uma chave no dedo. Ele me olhou com um sorriso tentador e fofo ao mesmo tempo: - Oi!
– Oi - respondi.
Meu rosto ficou vermelho outra vez.
– Enfim, estes são Eveline - Cassey mostrou a garota que Trisha disse ser irmã de Aaron. Eveline me olhou com seus olhões azuis e sorriu mostrando todos os seus dentes -, Noah - ela agora apontou com o queixo para o mais forte da turma. Ele era careca, algo que combinava sob medida com seu rosto, e parecia ser o mais velho entre eles; lhe dei 34 anos mentalmente - e Brandon - por fim Cassey apontou para o rapaz de pele bronzeada como a de um surfista.
Olhos castanhos e extremamente expressivos buscaram pelo meu rosto e me fitaram por segundos longos.
Brandon tinha cabelo estilo Valente e corpo bem definido, assim como o de Aaron.
– Oi! - Brandon disse. Sua voz era grave e desafinou um pouco quando ele abriu a boca
– Oi - respondi no mesmo tom que havia respondido para Aaron anteriormente. - E então, posso anotar o pedido de vocês? - perguntei parecendo sair de um transe e querendo mudar meu foco.
– Vamos querer seis sanduíches de cheddar. É a especiaria da casa, certo? - disse Noah.
Balancei a cabeça positivamente.
– Seis? Estamos em cinco, Noah - disparou Eveline.
– Acha mesmo que só um dá conta disso tudo aqui? - retrucou Noah batendo a mão no músculo do seu braço esquerdo.
Todos riram, menos Aaron e Brandon que, de repente, trocaram olhares rancorosos. Eles estavam seprados apenas pelas curvas de Cassey.
Fiquei extremamente sem graça ao ver a cena, e na mesma hora perguntei o que iriam querer pra beber. Rapidamente todos concordoram em pedir um copo de 250ml de Coca-Cola.
Dei de costas e fui até a cozinha.
– Seis sandubas de cheddar - falei pra Bruce que na mesma hora pegou o queijo na geladeira.
Abri o armário e peguei cinco copos de plástico que tinham a sigla 'C.W.' e o número de telefone do nosso estabelecimento como estampa.
Me virei na direção da geladeira ainda aberta, mas antes que eu apanhasse a garrafa do refrigerante de Cola, ouvi um barulho enorme vindo da recepção. Bruce jogou as fatias de cheddar no chão e saiu correndo para ver o que era, pisando e esbarrando em tudo.
– O QUE HOUVE? - ele gritou.
Aaron e Brandon estavam tarracados um no outro, enquanto Eveline e Cassey gritavam para eles pararem, e Noah tentava separá-los.
Ambos deram um empurrão um no outro e Noah murmurou:
– Já chega por hoje. Vamos pra casa, AGORA!
– Eliza - Cassey chamou pelo meu nome. - Cancele nosso pedido, e não se preocupem, vou pedir pro papai vir aqui acertar o prejuízo - Cassey olhou para a mesa tombada e uma das cadeiras quebradas.
Não tive tempo pra responder, já que ela se apressou para sair de nossa loja. Noah empurrou Aaron e Brandon para fora, mas antes, Aaron deu uma olhadinha pra trás e acenou. Não entendi muito bem aquilo, mas mesmo assim acenei de volta.
– Hormônios - falou Bruce bufando.
– Eles brigam bem. Devia ter visto como eles se seguraram um no outro e se jogaram na parede. Pareciam estar voando, Sr. Clairewood - disse um dos clientes gargalhando.
– Pelo visto são bons de briga, e de estragar coisas também - meu pai pegou duas cadeiras, as que haviam se quebrado, e levou pra cozinha, mas antes disse para os poucos clientes que ficaram: - o almoço de hoje é por conta da casa, pra recompensar vocês desse desastre hormonal.
Bruce arrancou algumas risadinhas, mas permaneceu de cara feia.
Fui com ele até a cozinha onde pediu para que eu terminasse de preparar os lanches dos clientes das mesas 4, 6 e 7.

* * *

Fui pra casa assim que o clima na loja esfriou. Madison chegou lá às 13h02:
– Lizie, ai meu Deus, que história é essa de que brigaram no café do seu pai? - ela perguntou.
Madie não tinha o costume de bater, já que nos conhecíamos desde os 6 anos e isso a fazia ser praticamente de casa.
– Uau, as notícias se espalham rápido, hein? - falei. Madison me olhou séria enquanto deixava o caderno que levara em cima do sofá: - Enfim, você não vai acreditar em quem estava brigando - continuei.
Madie foi até a cozinha, onde eu estava bebendo um copo enorme de água, e arregalou os olhos:
– É exatamente nisso que eu quero chegar! - respondeu frenética.
– Aaron - falei em claro e bom som para que ela ouvisse de primeira.
Vi Madie ficar boquiaberta.
– Jura? - fiz que sim com a cabeça - mas com quem?
– Ele estava na loja com uns amigos, eu acho, a irmã e Cassey, sabe? E do nada ele e um dos que estavam na mesa se jogaram no chão, brigaram pra valer pelo que disseram.
Madie franziu a testa e começou a coçar o queixo quando contei os nomes de todos que estavam com Aaron no momento do incidente.
Passamos horas falando e tentando associar o parentesco entre eles. Falar sobre o Aaron era tão estranhamente bom, que deveria haver uma disciplina na escola apenas sobre ele.

Tampouco nos demos conta da hora, e quando Madison olhou na tela de seu smartphone houve um breve susto entre nós. Já eram 18h30 e Bruce acabara de chegar da loja.
O Café Clairewood geralmente fechava depois das 19h00, mas quando o movimento estava baixo meu pai não se importava de fechá-lo antes:
– Olhe isso - Bruce disse colocando um pedaço de papel no sofá onde eu e Madie estávamos sentadas.
Era um cheque de 3 mil reais.
– Assaltou um banco? - perguntei.
Madison riu.
– Não, Lizie. Foi o pai daqueles rapazes que mandou pra pagar o prejuízo da loja.
Eu e Madie trocamos olhares e logo voltamos nossa atenção para o cheque.
Não deciframos o nome do sujeito pelo fato de a assinatura ser esgarranchada, mas o sobrenome era legível: White.
– Aaron White - sussurrei. - viu como ele é? - perguntei ansiosa pela resposta.
– Não, foi aquela tal de Cassey que levou pra mim. Ela se desculpou várias vezes - Bruce disse - essa grana vai dar pra trocar quase todas as mesas - concluiu.
Madison ficou com a gente para o jantar.
Não estava tão tarde, mas por já estar quase escurecendo liguei para a mãe dela e a convenci a deixá-la posar ali em casa, poderíamos nos acomodar no quarto ou até mesmo na sala.


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