Sem Limites escrita por Queen Elsa


Capítulo 1
Capítulo Único - O amor não tem limites


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma pequena one-shot que fiz. Minha primeira fic! Espero, sinceramente, que gostem!
Capítulo narrado por Emmett.
Boa leitura!



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Narrado por Emmett McCarty

Eu estava voltando da festa - e que festa. Eu como sou um gato, pegador, é claro, fiz a festa. Desculpem o trocadilho. Mas sabe como é, um cara forte, gato e gostoso como eu, a mulherada não resiste. E ainda sendo rico, só pego as mais gatas. É, admito, eu sou top. Pois bem, voltando ao assunto, eu voltava da festa na minha BMW. Como sou um cara que segue as leis, não bebo se for dirigir. Bem, esse era o caso. Eu estava sozinho - e não havia bebido, portanto não corria o risco de acidentes - dirigindo calmamente, ouvindo música. Tudo estava bom, tudo estava bem.
Mas tinha que acontecer. Do nada, o carro começou a falhar e bam! Parou. A maldita gasolina tinha acabado, e bem: eu estava no meio do mundo, numa estrada deserta. Era só o que me faltava. Ok, Emmett, pensa. Dizia a mim mesmo. O que um ser humano perdido no meio do nada faz quando falta gasolina? Exatamente, lembra que tem um pai rico e usa o celular para ligar para esse tal pai rico.
Emmett, você é perfeito.
Quando peguei o celular e já me preparava para ligar para o meu pai, ouço um grito de "Socorro!". Não era apenas um simples grito. Era O grito. Arrepilante, assustador. Sentindo um arrepio, procurei com a cabeça para todos os lados, procurando de onde vinha aquele som. Nada. Como sou um cara muito corajoso, fiz de conta que não tinha acontecido nada, respirei fundo e tentei ligar de novo. E novamente, o grito de "Socorro!". Mas dessa vez, foi mais alto, e mais perto de mim. E pela terceira vez, ouvi o grito, e foi bem pior.
Foi bem perto de mim. Um arrepio subiu pela minha espinha, quando senti uma presença atrás de mim. E um soluço. Eu paralisei. Qual é, não sou medroso. Mas acompanhe meu raciocínio: você tá sozinho numa estrada deserta, de repente começa a ouvir gritos e sente alguém atrás de você. Fala sério, nem mesmo o cara mais corajoso sentiria um frio na barriga.
E como se já não bastasse o medo que eu tava sentindo, sinto uma mão gelada agarrar meu braço. Aí sim. Quase me caguei, véi. Reunindo toda a coragem que eu tinha (e que estava bem pouquinha), abaixei a cabeça e olhei para a mão. Até me surpreendi. Era uma mão bem branquinha, pálida mesmo, e tinha unhas bem feitas. Que tipo de fantasma faz as unhas? Será que tem manicure no mundo dos mortos?
Ok. Eu sou um cara forte, corajoso. Eu vou virar e enfrentar esse fantasma de vez. Só espero que Deus perdoe os meus pecados e receba minha alma, porque o corpo já era.
Meu coração disparou no peito quando fui me virando lentamente. Era agora. Eu ia enfrentar o fantasma. Eu estava virando para ver a minha morte. Eu iria deixar um mundo de delícias, porque ou o fantasma me matava ou eu morria de medo. Fechei os olhos e virei de vez. Era agora ou nunca!
Ai Jesus, dá-me forças para abrir os olhos, rezei internamente. Quando os abri, esperava ver uma mulher loira, com um vestido branco, olhos brancos e totalmente translúcida. Mas não. Encontrei uma mulher morena e de longos cabelos castanhos, vestida casualmente, de olhos verdes, e de carne e osso. Toda ensanguentada. Seu corpo estava curvado, como se ela estivesse com dor, e seus olhos derramavam muitas lágrimas.
Que fantasma diferente.
- Moço... me ajude... - ela pediu, com a voz fraca. Não era uma voz fantasmagórica, ao contrário. Parecia bem real. - Por favor... me ajude!
- Quem é você? - nem acreditei quando consegui falar. Eita medo!
- Eu sou... - tossiu - Isabella. Sofri um acidente... eu e minha família. Meu marido e minha filha estão presos no carro... inconscientes. Eu não consigo soltá-los. - ela começou a chorar mais forte e agarrou ainda mais o meu braço. - Por favor... me ajude a salvá-los!
- Por que você não ligou para a emergência? - que pergunta idiota, Emmett! Uma mulher bonita e ferida vem lhe pedindo ajuda, e você pergunta por que ela não ligou para a emergência? Parabéns, Emmett.
- Meu celular quebrou. Por favor, por favor! - implorou, chorando ainda mais. - Eu preciso de você, moço.
Ali, reconheci que não era uma fantasma. Era uma mulher desesperada para salvar a vida das pessoas que amava. Meu coração se apertou com aquela cena, e com aqueles lindos olhos derramando grossas lágrimas. A mulher, Isabella, se eu não me engano, agarrou meu braço mais forte e repetiu o pedido mais uma vez.
- Tudo bem, Isabella. Eu vou ajudá-la. Leve-me até o local do acidente. - disse, dando um sorriso tranquilizador a ela. O rosto ensanguentado de Isabella iluminou-se com um sorriso, e ela começou a me agradecer, chorando mais ainda. - Vamos, não chore. Vai ficar tudo bem. Leve-me até lá.
Ela assentiu e puxou o meu braço, começando a andar. Percebi que ela estava mancando, e que seu outro braço estava mole, como se estivesse quebrado. Fiquei morto de pena dela. Dando um passo, a peguei no colo, tendo cuidado com o braço direito, que era o quebrado. Ela me agradeceu e me indicou o caminho. Era bem distante. Me surpreendi que ela tenha conseguido andar toda aquela distância, machucada como ela estava. Fui andando e virei uma curva, quando me deparei com aquela cena horrível. O carro estava totalmente amassado, e ao redor dele havia poças de sangue. Os vidros estavam todos quebrados, e havia sangue neles também.
- Eles estão lá dentro! - Isabella chorou, apontando para o carro com o braço bom. - Tire-os de lá... Tire minha filha e meu marido de lá!
- Como foi o acidente? - perguntei, vendo a situação.
- Um animal atravessou na frente do carro... Edward não viu. Desviou de repente, e o carro virou... capotou várias vezes. Eu consegui sair... Ele e minha filha desmaiaram...
Coitadinha. A pus no chão com delicadeza e corri para o monte de ferro. Não havia tempo a perder. Com muito esforço, consegui abrir a porta do motorista. O marido dela estava lá, inconsciente. Estava preso pelo cinto de segurança, não havia um modo de soltar sem machucá-lo ainda mais. Olhando para dentro, uma menininha estava no banco de trás, também presa pelo cinto. Pensando melhor, decidi ligar para a emergência, e pedi uma ambulância urgente. O acidente era gravíssimo e poderia haver risco de morte.
Desliguei o celular e procurei por Isabella, mas não a encontrei em lugar nenhum. Gelei. A mulher tinha desaparecido. Comecei a me assustar, como uma pessoa some assim, do nada? E ferida como ela estava?
- Isabella? Isabella? - chamei, duas vezes. Foi quando tive a epifania de olhar dentro do carro. E foi aí que eu quase me caguei mesmo, porque Isabella estava dentro do carro, no banco do carona. Ela não estava lá quando eu cheguei, disso eu tinha certeza, ela estava comigo. Quando observei bem, seus olhos verdes não transpareciam aquele brilho da vida. Estavam apagados, sem vida. Seu pescoço estava totalmente jogado para o lado direito, pendendo de sua cabeça, como se estivesse... quebrado. Isabella estava morta.
Quando constatei essa realidade, a ambulância chegou e conseguiram resgatar o marido e a filha. E foi confirmado, Isabella estava realmente morta. Resgataram o seu corpo e colocaram os três nas ambulâncias. Eu fui junto até o hospital, ainda assustado. Não podia ser verdade, eu não estava ficando louco. Eu vi Isabella viva, eu falei com ela, eu a trouxe no colo!
Pelo amor de Deus, o que estava acontecendo?
Chegamos ao hospital e eu liguei para meus pais, explicando o ocorrido. Logo eles vieram me buscar, enquanto eu tentava achar informações sobre os pacientes. Uma enfermeira chamada Rosalie disse que os conhecia. O homem era Edward Cullen, sua esposa Isabella e a filhinha Renésmee. Os pais, ambos de 27 anos, e a menina de 3. Isabella morrera no local do acidente.
Decidi guardar o fato de ter visto Isabella viva comigo mesmo. Me despedi de Rosalie e prometi ligar mais tarde, para ter mais informações sobre o estado de saúde dos sobreviventes. Não consegui dormir o resto da noite, não tirava aquilo da cabeça. Como algo desse tipo podia ter acontecido? Eu vi Isabella viva, eu tinha certeza. Mas, como ela podia estar morta? Como ela podia ter morrido na hora, se ela mesma me pediu ajuda?
No dia seguinte, liguei para o celular de Rosalie. Ela disse que Edward e Renésmee estavam bem, já estavam acordados. Edward havia quebrado um braço, já a pequena fraturou um tornozelo, mas estavam fora de perigo. Graças a Deus. Ela também disse que já haviam contado a Edward sobre a morte de Isabella. Chegaram a pensar que ele também morreria, de tanta tristeza. Disse que ele gritou e chorou muito alto, pediu para Deus levá-lo. Foi uma cena muito triste.
Fui visitar o homem. Quando entrei no quarto, me deparei com aquele homem pálido e de cabelos ruivos, deitado, olhando para o teto. Ele direcionou seus olhos para mim.
- Quem é você? - perguntou.
- Me chamo Emmett.
Um brilho de reconhecimento passou por seus olhos.
- Você... O homem que nos salvou.
Assenti com a cabeça.
- Por que você não conseguiu salvar Bella? - perguntou. Sua voz começou a ficar tremida, como se estivesse chorando.
Engoli em seco.
- Quando cheguei ao local, ela já estava morta, Edward. Sinto muito. - falei, com o coração apertado. Pobre homem.
- Eu devo agradecer a você por ter salvado a vida de minha pequena Nessie. Mas não por ter salvado a minha. A vida de Bella é que deveria ter sido salva! - ele se exaltou. Corri para seu lado e pedi que se acalmasse. Seus olhos começaram a lacrimejar. - Eu deveria ter morrido no lugar dela! Minha Bella não merecia um fim tão trágico. Ela era a mulher da minha vida! Estávamos juntos desde a adolescência! Eu não consigo acreditar, eu perdi a mulher que amo, eu perdi a minha vida. Junto com ela foi o meu coração. Oh, Deus! Por que o Senhor não me levou no lugar dela? Por que ela? Por que minha Bella?
Sua voz não passava de sussurros. Ele chorava muito. Eu não tentava compreender a sua dor, jamais conseguiria. Era a dor de perder alguém que amou a vida inteira. Abaixei a cabeça e rezei para que ele ficasse bem, assim como sua filha.
Cinco dias depois, foi realizado o funeral de Isabella. Eu compareci ao local. Edward e a pequena Renésmee estavam lá. O pobre homem estava mais do que abatido. Ele não saía de perto do caixão, sempre chorando, segurando a mão de Isabella e sussurrando. Quando me aproximei, ele olhou para mim e me agradeceu mais uma vez por ter salvado suas vidas. Falei que não precisava agradecer, que sentia muito por Isabella.
Olhei para o corpo dela. Era uma mulher tão linda. Sem dúvida, ela e Edward se amavam muito.
Senti uma mão fria agarrar meu braço. Reconheci aquele toque, olhei para meu braço e reconheci a mão de Isabella. Aquela mesma mão que agarrara meu braço há alguns dias, implorando para salvar seu marido e sua filha. Agora, ela estava me puxando, como se quisesse me levar para algum lugar. Decidi seguí-la. Eu não estava com medo, não mais. Ela continuou me puxando e eu a segui, reconhecendo aqueles olhos verdes e o cabelo castanho. Ela me levou até o lado de fora da igreja.
Isabella estava envolta em um vestido branco, longo e esvoçante. Seus longos cabelos brilhavam mais do que nunca, e esvoaçavam como se estivesse sempre em contato com o ar. Seus olhos brilhavam. Seria uma imagem linda, se não fosse tão fantasmagórica.
- Obrigada, Emmett. - disse ela. Sua voz era linda. - Você salvou a vida das pessoas que mais amei. Obrigada.
Isabella sorriu e começou a se afastar, mas eu estiquei minha mão e segurei a sua. Era firme, como uma mão humana, mas extremamente gelada.
- Espere. Você tem que me explicar o que aconteceu. Como você podia estar viva, se tinha morrido no acidente? Como você veio falar comigo, me pedir ajuda? Como eu pude te tocar, até te carregar no colo? Como eu pude chegar no local e ver você morta?
Isabella sorriu mais uma vez e deu de ombros, como se fosse óbvio.
- Emmett, eu fui esposa e mãe.
Olhei para ela, confuso.
- E o que isso tem a ver?
- Emmett... O amor de uma esposa é muito grande, mas o amor de uma mãe é maior ainda. Eu tinha o maior amor possível no meu coração.
- Mas isso não explica nada.
Isabella soltou-se de minha mão e sorriu mais uma vez, antes de dizer:
- Emmett, para o amor de uma esposa e mãe, nem a morte consegue impor limites.
E desapareceu.
E finalmente eu entendi.
Isabella os amava tanto, que foi capaz de atravessar os limites da morte para salvar a vida do seu esposo e da filha.
Sorri, emocionado.
Isabella foi a maior prova de amor que eu já vi em minha vida.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a vocês que leram! Saiu pequenino, eu sei, mas é a minha primeira fic, dá um desconto!
Espero, do fundo do meu coração, que tenham gostado. Eu criei essa história a partir de um conto que li em um site, e bem, me emocionei bastante. O verdadeiro amor não tem limites.
Se possível, deixem um comentário!
Um grande abraço,
Elsa.