…” Who knows what happens now, whatever, wherever the wind blows and I'm there as long as we're together”…

And the time said. Era o que estava escrito logo acima do “only time will tell” tatuado no pulso esquerdo de Liam. Estava ali sentada em meio da tantos alunos vestidos da mesma maneira, a beca azul, o pingente do capelo balançando bem na frente dos olhos, que por sinal estavam marejados, os saltos desconfortáveis e os cabelos impecáveis. E em meio de tantos pais e parentes orgulhosos, com os olhos extremamente marejados a cada frase dita pelos diretores, professores e alunos. Meu emocional estava abalado.

–No que está pensando?- Liam sussurrou em meu ouvido me fazendo acordar do transe. Apertei meus dedos contra os seus os pressionando contra minha perna e me endireitei na cadeira desconfortável.

–Não vamos mais ver ninguém daqui. Cada um vai para um lado, seguir suas vidas. Duvido que boa parte dos alunos se lembre de daqui a 50 anos quem foi Jessica Thompson. –Disse baixinho.

–Vão se lembrar. –Olhei debochadamente para ele. –A menos que eles tenham Alzheimer. –Ele sorriu e eu dei um rápido selinho nele.

–Chamaremos agora o representante de turma para um breve discurso. Senhoras e senhores, Liam Cartter Baker. –A diretora se pronunciou e o time foi à loucura gritando loucamente seu nome, me provocando uma breve crise de risos que logo cessou quando Liam começou a falar.

–Há coisas na vida que não se repetem, como viver o mesmo segundo uma segunda vez, beijar pela primeira vez uma segunda vez, reviver o momento que encontrou seus melhores amigos uma segunda vez. Ou o momento que viu pela primeira vez a garota dos teus sonhos. –Todos soltaram um “uh” e eu corei, sorrindo discretamente assim como Liam. –Porém podemos reviver esses momentos em nossas memorias, lembrar-se do dia, da cor do céu, das sensações até do cheiro ao nosso redor. Podemos nos lembrar disso tudo. E isso é quase a mesma coisa não é? Estamos terminando mais essa etapa, mais essa conquista, estamos passando constantemente por essa escola que é a vida. –Eu não disse para você Jessica que esse discurso seria cheio de clichês? –Eu concordei sorrindo e quase chorando. ­– Ok Liam, vamos começar a falar sério agora. –Ele disse e todo mundo riu. -Se já é difícil se despedir, um discurso de despedida é ainda mais complicado. Fiquei pensando no que falar, se falaria das inúmeras brigas de Harold com a matemática, das risadas de Josh nas aulas de biografia, ou da irritação dos professores com a nossa sala barulhenta. Mas isso é um discurso de conclusão, então eu deveria fazer algo de despedida, algo que fizessem vocês chorarem! – Ele riu- Talvez eu devesse dar tchau, ou de maneira mais formal dizer “Caros companheiros e companheiras, foi um prazer estudar com vocês e até a próxima.” Ou de maneira informal um “falo meu chapa, até na próxima quebrada” –Todos gargalharam. – Mas não é isso que eu quero dizer. Poxa eu tenho tanta coisa para contar a vocês que eu poderia passar meu dia contando inúmeras historias ridículas que já passaram por esses corredores. Porém esse não é o caso. Estamos aqui hoje concluindo essa etapa da vida, e o caminho até aqui foi longo, cansativo e até doloroso. Escutávamos que não éramos capazes, e olha só que ironia, estamos aqui! Quantas coisas já vivemos juntos, quantas vezes já choramos juntos, rimos juntos, brincamos juntos. E cada historia que eu me lembrava, eu percebia o quão difícil seria escrever algo que resumisse todo esse nosso tempo junto, eu percebia o quão difícil seria dar adeus a aqueles que eu via todo santo dia. É como diz a musica Playground da banda XTC que nosso Josh Milk tanto venera. –Sim cara eu estou citando XTC! –Liam sorria enquanto falava diretamente com Josh que estava duas cadeiras ao meu lado. – Ela diz “Você pode deixar a escola, mas ela nunca deixa você.” E eu acho que é bem isso que acontece, deixaremos tudo isso daqui, mas toda vez vai ter uma coisa que vai nos fazer pensar nesse lugar incrível. Fomos com tanta sede ao pote implorando para que esses anos de estudos terminassem que agora que terminou gostaríamos que ficasse parado no tempo, para que não precisássemos nos despedir novamente um dos outros. Prometi que isso seria um resumo dos 20 textos que eu fiz. –Ele sorriu balançando negativamente a cabeça. – Então vamos acabar logo com essa choradeira, ou terminar de chorar. Senhores pais, tios, avós, irmãos, primos, namorados, namoradas, ficantes, colegas, ou seja, lá o grau de afeto que você tem com os formandos uma coisa eu tenho a dizer: somos nós que estamos recebendo o diploma, mas é por culpa de vocês! Por nos tirarem aos berros da cama de manhã, pegar no nosso pé pela tarefa deixada de fazer ou o zero na prova que foi tirado. Vocês nos deram essa excelente oportunidade de ter esses incríveis professores, e daqui para frente nós só teremos o sucesso que vocês tanto sonham para a gente. Nós vamos dominar o mundo! Meus desejos a todos vocês formandos é que todos consigam um emprego onde não façam nada e que ganhem muito dinheiro! –Todos chorando ainda tiveram força para rir dessa piadinha dele. –Mas se isso não der certo, vamos ter lembranças maravilhosas do passado e um sorriso esperançoso pelo futuro, e ainda teremos uns aos outros independente da distancia que estaremos. Não se esqueçam de ser felizes. Lembrem-se que a felicidade tem mais a ver com atitudes do que com circunstâncias. Voem alto, mergulhem fundo, encontrem o próprio caminho. Não tenham medo de tentar, de recomeçar, de insistir. O maior naufrágio é não partir. Com essa frase, de um grande navegador, eu me despeço de vocês.E digo, muito, mas muito obrigado por terem feito parte da minha vida. Eu nunca, nunca em circunstancia alguma me esquecerei de vocês. E se eu tiver Alzheimer, até lá já terão inventado uma cura, porque eu não me permito esquecer de momentos como esse. De pessoas que de mansinho, deixaram minha vida incrível.

Ele terminou o discurso e todos os alunos assim como pais estavam de pé aplaudindo freneticamente assim como intercalavam sorrisos em meio a tantas lagrimas que escorriam por nossos rostos. Ficamos ali aplaudindo Liam por uns cinco minutos sem parar, e eu apenas deixava as lagrimas rolarem sem o menor pudor. Era ultima vez que eu pisaria naquele auditório. Meu nome foi anunciado e eu fui pegar meu diploma, após cumprimentar todos os professores e diretores o ultimo era Liam, que estava de pé mordendo os lábios vermelhos e com os olhos ainda um pouco marejados.

–Conseguimos. –Ele sussurrou e selou meus lábios, tirando alguns aplausos da plateia. Desci do palco com as pernas bambas de nervoso. Agora era oficial, o ensino tinha acabado.

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–Tudo bem. Já pode parar de ficar com esses olhos lacrimejados o tempo todo. –Liam me abraçou de lado e eu fiquei encostada em seu peito, enquanto pela ultima vez víamos da arquibancada todos pularem e tomarem cerveja no campo de treino da escola.

–Não consigo. –Eu disse sorrindo e chorando. –Eu não quero ir.

–Jess, é Cambridge! Você ralou demais pra conseguir sua vaguinha. Se você não for eu te coloco dentro de um pacote e te mando pra lá. –Ele disse sorrindo e passando a mão por minha nuca.

–Vou sentir sua falta. –Sussurrei.

–Vamos estar juntos todos os finais de semana. Eu prometo. –Ele disse e depositou um demorado selinho em meus lábios.

–And the time said. Então era essa a surpresa de formatura que você me disse?

–Eu te disse que tatuaria. –Ele sorriu passando os dedos por cima da tatuagem feita recentemente. –Mas não é essa a questão.

–Qual é?- Me virei para ele.

–No meio do ano eu vou tentar entrar em Cambridge. Claro que você quiser minha companhia por lá. –Ele terminou as palavras e eu avancei em seu pescoço, fazendo cair sob a arquibancada, enchi seu rosto de beijos tagarelando um “obrigada” baixo. –Acho que você vai querer minha companhia pelo visto. –Ele sorriu.

–Até lá eu cuido dela. –Harold apareceu do lado de Liam sorrindo. –Prometo que não deixo ir a nenhuma festa da faculdade. –Liam sorriu debochando.

Explicando: Harold e eu havíamos sido os únicos da turma a passar em Cambridge. Ele em engenharia (por incrível que pareça) e eu em moda. Liam havia passado em medicina em uma faculdade de Londres mesmo, mas estava relutante em ficar na cidade, ele queria tanto quanto eu ir para Cambridge. E eu queria muito poder dividir um apartamento com ele e Harold lá.

–Se você deixar ela sozinha em uma festa eu te mato Harold. –Ele disse dando um soco no ombro do amigo e em seguida o abraçando. –Vou sentir sua falta também bro. –Ele disse e Harold o abraçou mais uma vez e depois saiu correndo em direção ao grupo no meio do campo.

–Liam, você precisa fazer essa barba direito. –Eu disse ele gargalhou. –Ou você tira tudo ou não tira nada. Da próxima vez deixa que eu faço.

–Mas vai dizer que eu não fico sexy assim?- Ele mordeu os lábios provocando na cara dura.

–Vai se ferrar. –Disse e ele imediatamente me envolveu em um beijo. Suas mãos percorriam minhas costas e minha nuca, assim como as minhas envolviam sua nuca e seu rosto.

–Ei. –Parei o beijo olhando-o nos olhos. –Se você ficar de graça com alguma menininha ou alguma cidadã ficar de graça pra cima de você eu acabo com a raça de você e dela!

–Ai que ciumenta. –Ele me beijou. –Eu só tenho olhos pra você e você sabe disso.

–Acho bom mesmo, ou vai ficar sem olhos. –Fiz gargalhar, ai meu deus como eu sentiria falta dessa risada todo dia em meus ouvidos. Fiquei olhando-o por algum tempo que não sei ao certo, mas sei que ele retribuía o mesmo olhar. Era como se ambos quiséssemos guardar cada detalhe, cada poro, quando estivéssemos longe. Seriam quatro anos cursando longe dele, com visitas apenas nos finais de semana. Fazendo as contas certas, eu o veria pela quantidade de dias equivalente há dois meses, sem contar as férias. Ou seja, de 12 meses eu passaria seis meses com ele. Certo, são muitas contas para fazer, mas ficar equivalente há seis meses longe dele, seria complicado. Ele sempre esteve comigo em cada passo que eu dei nos últimos três anos, amadurecemos e crescemos juntos, e de repente nós nos separaríamos por uma força maior.

Sabe-se lá se continuaríamos juntos depois de tanto tempo, mas estávamos a três anos juntos, a três aniversários juntos, era muito tempo para pensar na possibilidade daquilo acabar. E confesso o medo desse amor acabar era um assunto que me provocava certo pânico.

–No que está pensando? –Ele voltou a perguntar.

–Em nós.

–No que sobre nós?

–Em como amadurecemos juntos.

–Jess. –Ele segurou meu rosto. –Eu te prometo, eu te juro, nenhuma distancia, muito menos uma hora e quarenta minutos, vai separar a gente. –Eu concordei olhando em seus olhos, gostava de quando ele era tão firme e positivista assim.

–Assim espero. E assim vai ser. –Depositei um selinho em seus lábios.

–Dorme comigo hoje?- Ele perguntou fazendo um beiço gigantesco e me fazendo rir.

–Não precisa pedir duas vezes. –Respondi e ele me beijou mais uma vez.

Era junho, tínhamos julho, e agosto para aproveitarmos juntos antes de cada um ir para seu lado. Tínhamos planejado toda as nossas férias, os passeios que faríamos os lugares onde iriamos, como iriamos e quando iriamos. Londres, Paris e Cambridge, esses lugares seriam palco das nossas férias.

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–Ok, vamos recapitular. –Ele disse se endireitando e encaixando meu corpo no dele. –Você vai ficar em um prédio onde só tem estudantes com os hormônios à flor da pele, que vão te tarar o tempo todo!

–Eu vou estar com Harold. –Eu disse rindo. –E não se esqueça que eu vou ter uma colega de quarto!

–Que pode ser uma traficante, bêbada, ou prostituta!

–Ou alguém normal! Como eu!- Disse ainda rindo.

–Se for como você ai que eu me preocupo mesmo.

–Liam!- Dei um soco em seu braço e ele me envolveu com seus braços. –Vou sentir sua falta. –E beijou o topo de minha cabeça.

–Por Deus! Como eu vou sentir sua falta também. –Disse segurando em seus braços e virando a cabeça para receber um beijo seu.

–Então combinado. Eu vou com você no dia da mudança, quero me certificar de que tudo vai estar certinho.

–Você não precisa ir...

–Mas eu vou. Quero arrumar tudo com você, e quero voltar daqui a uns dois meses e ver como você conseguiu deixar tudo com sua cara, até mesmo com as bagunças da colega de quarto e as infinitas bagunças de Harold. – Ele sorriu sem jeito. –O complicado vai ser entrar no carro depois e ir embora sem você.

–Skype todo dia. Promete?- Disse já com os olhos marejados.

–Prometo.

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–Chegamos. –Bruce disse estacionando na garagem de um prédio revestido de tijolos.

Desci do carro de mãos dadas com Liam e Harold, enquanto Bruce tirava as malas do carro. Respirei fundo e olhei ao meu redor, tinha uma praça em frente e um pouco mais a frente era possível ver os prédios onde estudaríamos. Um arrepio percorreu minha pele quando Harold girou a chave da porta de entrada, fazendo com que todos já estivessem dentro do prédio. O hall era iluminado, tinha algumas poltronas e infinitos avisos das faculdades e das festas que rolariam ali.

–Festa do pegou levou? Estou achando que te mandei pro paraíso proibido. –Liam sussurrou e eu ri. –Meu Deus como eu queria morar aqui com você.

Subimos as escadas e por fim estramos naquele apartamento: 205 decimo andar. A porta era de madeira branca, e do lado havia uma caixinha de avisos para quem quisesse depositar algo ali.

–Tomei a liberdade e fiz uma decoração. Mas sei que vocês vão mudar bastante coisas até deixarem com a cara de vocês. Liam me ajudou com coisas que seriam a sua cara e a de Harold. –Bruce disse sorrindo e abriu de uma vez a porta. Apertei forte a mão de Liam quando vi o apartamento.

Assim que entravamos pela porta estávamos na sala. Um sofá grande em forma de “L” em baixo de uma janela de vidro que corria por toda uma parede. Uma televisão na parede e uma mesa de centro de vidro. Alguns abajures decoravam o lugar, e uma porta que provavelmente daria para uma sacada. Havia também um tapete macio tocava meus pés agora descalços. Do lado esquerdo do cômodo havia uma meia parede que servia como uma bancada com alguns bancos em volta. Ali era a cozinha, um corredor de armários brancos em contraste com alguns detalhes pretos, forno, micro-ondas, geladeira, fogão, pia e mais armários. No fundo do corredor havia uma janela em toda a parede, que dava para a vista incrível do parque a frente. E logo do lado à lavanderia, com todos os apetrechos possíveis. Do lado direito da entrada também separada por uma meia parede havia uma mesa redonda com algumas cadeiras de metal amarelo estilizadas, dando um aspecto bem legal com o vidro fumê da mesa. Basicamente os cômodos eram divididos por uma meia parede. Passando a entrada antes de seguir reto para a sala havia um corredor que descobri que era o corredor dos quartos. A primeira porta era o banheiro, havia um Box embutido em uma banheira, e uma janela mais acima,tinha uma pia de mármore e um grande espelho iluminado. Tinha prateleiras do ambos os lados do espelho, uma com produtos masculinos e outra com femininos. Super organizado. O segundo quarto era o da garota que eu dividiria, tinha uma cama, um armário, uma bancada e alguns muitos livros, além de pôsteres por toda a parte.

–Acho que não é uma prostituta. –Liam sussurrou me fazendo rir.

Seguimos para o quarto da frente que era de Harold. Bancada, guarda roupas, uma cama enorme, livros, pôsteres, vídeo game, e muitas coisas que ele tinha em seu antigo quarto. Um quarto organizado que provavelmente ele destruiria depois. E por fim o ultimo quarto do corredor era o meu. Piso de madeira moveis brancos. Uma escrivaninha, algumas prateleiras, uma cama grande bem ao centro. Um sofá ao lado de uma enorme janela de vidro, que ia do chão ao teto do aposento. Muitas fotos e acessórios que eu tinha a absoluta certeza que fora Liam que deu a ideia. Em cada lado da cama um criado mudo, um com um abajur, e o outro com uma foto da minha família inteira, outro só com Liam e outro com os melhores amigos da escola. Não seria fácil olhar para aquelas fotos toda noite antes de dormir. Tinha um espelho grande de um lado, e uma prateleira suspensa para eu colocar maquiagens e coisas do tipo.

–Vamos para a sala. –Eu disse seguindo pelo corredor. –Bruce, ficou absolutamente incrível. Eu amei muito obrigada mesmo!- Eu disse o abraçando e em seguida abraçando Tess que estava de pé com os olhos marejados.

–Fico feliz que tenha gostado. Sabemos que isso tudo é muito importante pra vocês dois. –Ele disse todo orgulhoso, me deu vontade de chorar. –Mas agora vá...

–CARALHO MEUS VIDEO GAMES QUE ACHEI QUE TIVESSE PERDIDO ESTÃO AQUI, TE AMO BRUCE!- Harold gritou de seu quarto arrancando um riso de todos ali.

–Vai. Vai arrumar suas coisas, a gente te espera daqui a três semanas sem falta viu? Qualquer coisa, em uma hora e meia você está em casa. –Ele disse beijando o topo de minha cabeça. –Estou muito orgulhoso. –Ele se despediu e saiu dando um tchau de longe para Harold que ainda estava entretido com o ambiente. Tess me deu um longo abraço e em seguida com os olhos marejados saiu. Da janela vi o carro deles se afastar, e uma sensação de vazio tomou meu corpo.

–Fico feliz que vá ficar comigo hoje. –Disse abraçando Liam.

–Não chora. –Ele disse me apertando mais em seus braços.

–Não vai então. –Sussurrei puxando o ar sentindo melhor seu perfume.

–Jess...

–Eu sei, eu sei. Não fala nada. Só não quero me despedir antes da hora.

–Tudo bem. Mas agora que tal a gente organizar umas coisas e depois dormimos?- Ele sorriu de maneira encantadora. E assim foi. Dormimos juntos aquela noite, eu enrolada em seus braços e seu perfume em minha roupa.

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–Eu vou sentir sua falta cara. –Ele abraçou Liam.

–Vai logo seu trem já está ai. –Harold devolveu o abraço e em seguida empurrou Liam, encarando um ponto qualquer ele também estava emocionado.

–Eu te amo. –Liam sussurrou para mim enquanto me abraçava mais uma vez.

–Eu te amo muito. –Disse pausadamente, as palavras pareciam sair travadas, era horrível se despedir dele.

–Três semanas.

–Só três.

–Vamos nos falar todo dia como prometemos.

–Todo santo dia, Liam. –Eu forcei um sorriso e ele alargou o seu.

Nos beijamos ali, na área de embarque, e eu soube que estaríamos ali frequentemente, repetindo aquela cena chata de despedida. E assim com um beijo na testa e uma troca intensa de olhares ele entrou no trem, que passou rápido por nós. Deixando eu e Harold ainda com mais saudades de casa. Com mais saudades dele.