Two is Better Than One escrita por Anmitsu


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

Hello! Antes de mais nada, aos (poucos) que me conhecem, eu sou a antiga yumi hihi
Mas vamos ao que interessa: Feliz aniversário, Midorima! (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧ *joga confetes e muito amor*
Depois de quase dois meses sem nem conseguir escrever sequer uma receita de bolo, eu consegui escrever essa Midotaka graças à uma força maior desconhecida. Mentira, não é desconhecida. Ela é mais conhecida como meu amor (obsessão) por Midorima e MidoTaka AHSIASJSIOALK
Boa leitura!



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So maybe it's true that I can't live without you
(Então, talvez seja verdade que eu não posso viver sem você)
And maybe two is better than one
(E talvez dois seja melhor do que um)

Boys Like Girls – Two Is Better Than One

Era julho e o verão estava em seu auge. A estação dos dias longos e ensolarados era por muitos aguardada, principalmente por certo moreno; no entanto, tal pessoa, no momento, não estava em condições de desfrutar de prazerosas tardes em um parque qualquer, para jogar basquete ou simplesmente matar o tempo. Ou sentir a luz solar contra a pele, trazendo aquela agradável sensação de vitalidade. Tudo o que ele podia fazer era observar a movimentação das pessoas pela janela do seu quarto, e invejá-los – ou amaldiçoa-los, dependendo do ponto de vista – por terem a sorte de poder desfrutar daquele dia.

E tudo isso porque Takao estava... Sim, gripado.

O rapaz suspirou baixo e fechou a cortina. Desprovido da única fonte de luz do quarto, o cômodo agora estava na mais completa penumbra, e o moreno pensou amargurado que, aquela, era a combinação perfeita para um adolescente ranzinza e gripado. A estranha irritabilidade, característica que não combinava nem um pouco com a sua personalidade alegre, não era culpa somente da gripe, mas sim pelo dia em que a doença decidiu lhe agraciar com sua presença.

Sete de julho. O dia em que Takao fazia questão de marcar em todos os calendários espalhados pela casa (não pela possibilidade dele esquecer a data, isso jamais, mas sim por mero capricho pessoal) e que, se possível, seria facilmente transformado em feriado nacional, ou até mesmo internacional. É o aniversário do Shin-chan, droga!

Mas ainda tinha mais. Takao, que havia feito questão de se mostrar presente, dizendo que passaria na casa de Midorima quando descansasse e estivesse se sentindo um pouco melhor, teve o seu convite declinado por um polido rapaz que parecia imperturbável aos sentimentos alheios. ‘’Não precisa, Takao. Descanse e não faça nenhuma coisa desnecessária. Nenhuma. Entendeu?’’ Ele teve a audácia de negar minha companhia! E não faça nenhuma coisa desnecessária o caramba! Quem ele pensa que é? Minha mãe?

Seu leve descontrole emocional foi responsável por causar uma intensa crise de tosse e ele se sentiu um completo inválido. Arrumando o cobertor que estava fielmente em suas costas, o moreno sentiu novamente o cansaço lhe invadir cada músculo do corpo, e sua mente que segundos antes estava ocupada de ‘’Shin-chan’’, naquele momento tudo o que ele conseguia pensar era no conforto da sua cama. Após deitar-se e ajeitar-se em uma posição que não lhe incomodasse, seus olhos começaram a piscar em intervalos de tempo maiores, e logo não tardariam a fechar definitivamente. A grossa camada de cobertor não era o suficiente para aquecer o seu peito, e tudo o que Takao desejava naquele momento era ter Midorima ao seu lado.

Já era fim da tarde quando o moreno acordou. Seus olhos abriram-se preguiçosos e relutantes de início, mas quase todo o cansaço desapareceu quando seus ouvidos captaram sons vindos do andar de baixo e, se ele reparasse melhor, um delicioso aroma de comida recém-feita tomava conta do ambiente. Takao não se importou de descer completamente descabelado e de pijamas, afinal, somente sua família estava ali, e não é como se tivesse alguma visita e... SHIN-CHAN?!

O moreno sentia um mar de sentimentos conflitantes por ver a inusitada figura parada em sua cozinha, entretanto, antes que ele se permitisse surtar, seus pés trabalharam o mais rapidamente possível para refazer o caminho até o seu quarto e vestir algo decente. Porém, sua velocidade atual poderia ser comparada à de um senhor na idade avançada com problemas de locomoção, portanto, não demorou muito para que o outro rapaz notasse sua presença.

– Takao. – O timbre já era conhecido e fez com que o moreno estremecesse levemente. Céus, como eu senti falta de escutar essa voz... Mas...

– Shin-chan! O que você está fazendo aqui? – Agora que a merda já estava feita, o moreno permitiu-se surtar.

– Fazendo companhia a um doente. – Midorima constatou o óbvio.

– Mas eu não quero sua companhia! – Aquilo não era verdade, no entanto, quando bravo, Takao possuía uma peculiar tendência em adotar uma atitude melodramática e mimada.

– Então eu vou embora. – Midorima ameaçou retirar-se do cômodo, somente para ser agarrado por um doente, e carente, Takao.

– Não me abandone, Shin-channn! – Um adorável bico adornava a face corada do moreno, que instantes depois foi substituído por um sorriso sacana – Nee, nee, você estava preocupado comigo, Shintarou-kun?

Takao jamais perderia a chance de provocar seu amado Shin-chan.

– É claro, seu tolo. – Midorima desvencilhou-se dos braços do Ala e foi verificar se a refeição já estava pronta – Como você está? Se sentindo melhor?

A inusitada honestidade de Midorima fez com que o moreno corasse fortemente. É claro que Takao sabia que o rapaz de cabelos esverdeados não era um monstro insensível sem sentimentos – embora agisse como um, em certos momentos – mas o moreno sempre era pego de guarda baixa naqueles momentos. Antes que o clima se tornasse ainda mais embaraçoso, o Ala decidiu quebrar o silêncio que havia se instaurado.

– Sim. Eu dormi a tarde inteira, e me sinto novo em folha. – Takao coçou a nuca e riu sem graça – E como foi seu dia, Shin-chan? Aproveitou bastante?

– Meus pais e a Hikari¹ me arrastaram para todos os lados. Na verdade foi bem cansativo, mas não foi desagradável.

Takao conseguia imaginar completamente aquela situação. Os pais de Midorima eram extremamente atenciosos e não mediam esforços para agradarem os filhos, e Hikari era um caso a parte. A garotinha praticamente venerava o irmão, sendo que fazia questão de anunciar para tudo e todos como o ‘’onii-san era bonito, inteligente e atlético!’’. Takao simplesmente adorava a família do rapaz de cabelos esverdeados.

– De qualquer maneira, a sopa já está pronta. – O Lançador pegava pratos e talheres, e arrumava a mesa como se já fosse de casa. Por falar nisso...

– Meus pais e a Asuka-chan² saíram? – Takao já havia se acomodado na mesa e observava a movimentação de seu amante com um terno sorriso nos lábios.

– Sim, eles disseram que jantariam fora. Quando eu cheguei, eles já estavam de saída.

– Oh, entendo. Que horas você chegou, Shin-chan?

– Quatro horas. – Midorima respondeu – Pegue.

– Obrigado. – Takao pegou a tigela que era estendida em sua direção – Mas por que você veio tão cedo? Você deveria ter passado mais tempo com a sua família. Eu tenho certeza que Hikari-chan sente sua falta. – Claro que Takao estava feliz por finalmente estar a sós com o seu amante, mas por outro lado ele sentia-se, de certa forma, culpado por monopolizar o tempo livre do rapaz de cabelos esverdeados.

– Eu passei o dia inteiro com eles, se é isso que tanto te preocupa. Pare de pensar em coisas desnecessárias, coma logo e recupere-se de uma vez. – Midorima murmurou um baixo ‘’Itadakimasu’’ antes de provar a primeira colherada – E ainda dizem que idiotas não ficam gripados...

E, pela segunda vez naquele dia, o moreno ficou sem saber o que dizer. Ele já estava acostumado a ignorar os comentários depreciativos sobre sua pessoa – a maioria das vezes era puro tsunderismo da parte de Midorima, era o que o iludido Takao acreditava – e sua mente focou-se somente na parte da sentença em que o rapaz de cabelos esverdeados demonstrava que estava preocupado com a sua saúde.

Sentindo uma súbita necessidade de ficar ainda mais próximo de seu amante, Takao levantou-se de onde estava e praticamente grudou-se ao lado do outro rapaz.

– Shin-chan... Você está tão gentil hoje, tem certeza de que não está doente também? – O Ala levou sua mão até a testa de Midorima, fingindo estar medindo sua temperatura corporal.

– Takao!! – Midorima ralhou com o moreno, e teve que praticamente enfiar a colher na boca dele para fazê-lo parar de falar.

Ah, aquele era o Midorima Shintarou que ele conhecia...

Após terminarem a refeição, os dois amantes subiram para o quarto, a fim de obterem mais privacidade. Não. As carícias eram limitadas a longos beijos e ousadas mãos que buscavam por um pouco mais de contato, tendo em vista que o restrito Midorima recusava-se a ir além, receoso de que a condição do moreno pudesse piorar, deixando este último enfezado. É só uma gripe, droga! Não é como se eu fosse morrer por fazer sexo...

Seus lábios moviam-se em sincronia, numa dança que ambos conheciam os passos perfeitamente bem. Takao sentia pequenos choques elétricos percorrerem seu corpo todas as vezes que suas línguas enroscavam-se de maneira erótica. E somente aquele pensamento fazia seu baixo ventre formigar levemente.

Takao adorava os longos e passionais beijos que eles trocavam, emaranhar seus dedos entre os fios macios esverdeados e sentir o calor da pele alheia contra a sua. Mas, acima de tudo, ele adorava como um simples beijo era capaz de tirá-lo completamente da órbita, como, mesmo após mais de um ano de relacionamento, ele ainda sentia aquele frio gostoso na barriga quando seus lábios estavam unidos. Takao não era um completo leigo no assunto ‘’relacionamento’’, mas aquela era a primeira vez que ele experimentava tamanha intimidade e cumplicidade. E isso em todos os sentidos: dentro e fora da quadra.

Quando seus lábios se separaram, o moreno exibia feições coradas e olhos brilhantes.

– Tem certeza de que não quer fazer sexo? – Sua voz continha um tom propositalmente dengoso. Takao distribuía beijos no pescoço do rapaz abaixo de si, como um gato tentando agradar seu dono. Vamos lá, Shin-chan! Você é homem, não é? Então aja como um e me ataque!

– Você está gripado e é capaz de desmaiar no meio da coisa. Minha resposta é não. – Midorima suspirou, aliviado por não sentir mais o estímulo em seu pescoço. Aquilo estava ficando perigoso.

– Como você é insensível, Shin-chan! – Takao estalou a língua e desceu do colo do rapaz de cabelos esverdeados, enfiando-se dentro do armário à procura de algo.

– O que você está fazendo? – Midorima estreitou os olhos, suspeito.

– Procurando o seu... Achei! – O Ala voltou para a cama com um sorriso triunfante nos lábios – Feliz aniversário, Shin-chan!

O pequeno embrulho foi entregue por um entusiasmado Takao. Ele sentou-se ao lado de Midorima e esperou pelas reações que não tardaram a vir. Bochechas e orelhas vermelhas, uma expressão contrariada e lábios cerrados que tremiam levemente. Saber que eu fiz um marmanjo de quase dois metros corar me faz feliz... de certa forma. Se fosse alguma garota pequena e delicada seria compreensível, mas porque meu coração acelera ao ver um outro cara corar? Eu devo ter um parafuso a menos, não? erao que o Ala pensava nas raras ocasiões em que Midorima perdia a compostura. Mas para aquelas perguntas, o moreno já sabia a resposta, portanto, deixou tais devaneios de lado.

– Vamos! Pode abrir~ – Seus olhos azulados brilhavam em excitação.

– Certo... – O Lançador desembrulhou o pacote cuidadosamente, e os belos olhos esverdeados arregalaram-se ao ver o objeto ali escondido.

Era um porta retrato, daqueles em que se colocam três fotos. Os dois espaços menores estavam ocupados com fotos do time da Shuutoku. A primeira era uma com o time inteiro, incluindo o técnico e os jogadores reservas, e a outra era uma foto somente com os jogadores titulares. Ootsubu e Miyaji abraçavam um carrancudo Midorima, enquanto Takao e Kimura gargalhavam ao fundo. A foto fora tirada algumas semanas após o jogo contra a Rakuzan na Winter Cup e embora o time – principalmente os terceiranistas – não houvessem se recuperado completamente da derrota, os treinos, estranhamente, possuíam uma atmosfera leve e descontraída. E o terceiro e maior espaço, estava com uma foto de Midorima e Takao, sendo que este havia a tirado especialmente para aquele propósito. Eles estavam sentados no chão de seu quarto, e o moreno estava apoiado no peitoral de Midorima com um largo sorriso no rosto, ao passo que o outro exibia sua costumeira expressão séria. No entanto, podia-se notar um peculiar brilho em seus olhos esverdeados, que denunciavam que ele estava, sim, feliz.

– Então, o que achou do presente? Genial, não? Agora você poderá d-

– Obrigado, Takao. – Antes que o moreno falasse algo embaraçoso, Midorima segurou sua mão ternamente e depositou um singelo beijo em sua testa.

Takao sentiu que realmente fosse desmaiar naquele momento. A pouca força que restava em seu corpo o abandonou completamente, e seu rosto havia se tornado tão quente que ele chegou ao absurdo de pensar que estava entrando em processo de combustão espontânea. Se possível ele abriria um buraco no meio do quarto e se enfiaria ali, mas como aquilo não era possível, Takao simplesmente escondeu seu rosto no peitoral do rapaz de cabelos esverdeados.

– Geez, Shin-chan. Como você faz esse tipo de coisa sem me avisar antes? – Takao resmungou, completamente envergonhado com a atitude do maior.

– Eu gostei do presente e agradeci, não fiz nada demais. – Midorima deitou-se e acomodou o moreno entre seus braços, em uma posição que não fosse desconfortável para ele – Está bom assim?

– Sim... – O Ala afundou seu rosto no pescoço do outro rapaz, e seu corpo relaxou quase que instantaneamente – Está perfeito...

Ter alguém para cuidar dele quando estivesse doente. Alguém para contar nos momentos difíceis. Alguém para compartilhar de sua felicidade. Takao sentia-se extremamente sortudo por ter alguém como Midorima ao seu lado e, embora o aniversário não fosse dele, ele tinha a impressão de que havia ganhado um presente. Um presente que ele protegeria para sempre. E a última coisa que Takao sentiu antes de mergulhar completamente no mundo dos sonhos foi a mão de Midorima entrelaçando-se entre a sua. Obrigado, Shin-chan...

¹ - Nome fictício da irmã do Midorima.

² - Nome fictício da irmã do Takao (sim, ele também tem uma irmã mais nova).


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Notas finais do capítulo

Se você, caro leitor, chegou até aqui, vai ganhar um pedaço de bolo de cenoura 8D
Cahan.
A história da fanfic acaba aqui, mas amanhã postarei um capítulo extra - tipo aqueles em mangás que são bem curtinhos - e terá a participação mais do que especial da irmãzinha do Midorima.
Escrever especiais de aniversário já se tornou uma obrigação pra mim, o que é estranho, porque eu sou péssima para lembrar datas de aniversários, mas o caso do Midorin entra na minha lista de exceções. Alguém me interne orz
E muitos - inclusive eu - devem estar pensando que o Midorima dessa fanfic está dócil demais e irritadiço de menos, mas eu não acho que esteja OCC. Sei lá, pra comeco de conversa ele não é o monstro sem coração como muitas pessoas acham, e nessa fanfic ele e o Takao estão namorando a mais de um ano. Ou seja, eles já possuem intimidade o suficiente para o Midorima deixar de tsunderismo, pfvr HAHAHHHAHA
Até o proxímo capítulo (eu espero)!



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