A Maldição da Lua Vermelha escrita por AnnaCarol21


Capítulo 6
Capítulo 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/522254/chapter/6

Tentei disfarçar o máximo que pude, mas Zoey conseguiu perceber que eu estava assustado.

– O que foi? – perguntou.

– Eu... Nada, nada – desarrumei o cabelo.

Ela me olhou desconfiada, mas o sinal tocou, me salvando.

– Vamos? – sorri – Onde está o seu material?

– Já está na sala – ela começou a subir a escada – Quer sentar perto de mim?

– Pode ser – respondi.

Fomos para a sala, umas 5 pessoas já estavam lá. Zoey me guiou até o lugar dela, me sentei na cadeira ao lado.

– Você acreditou? – ela perguntou.

– No que você disse? – coloquei a mochila no chão – Acreditei.

– Sério? – os olhos dela se iluminaram – Então você não vai, tipo, me chamar de estranha ou parar de falar comigo?

– Não. Bem, eu vou tentar – dei meio sorriso.

Ela sorriu empolgada:

– Então agora eu tenho... – ela parou pra pensar – Um amigo!

– Já é um progresso – falei.

– Quantos amigos você tem? – perguntou.

– Contando com você? Uma.

– Então estamos quites! – ela sorriu animada – Isso é bom.

“Droga”, pensei, “Eu tenho uma amiga e gosto disso, só humanos são assim, tenho que parar com isso antes que seja tarde, mas não dá pra resistir... que droga! Humanos são fracos, não posso gostar disso, não posso, eu gosto de ser um vampiro”, tentei fixar esse pensamento, mas eu só conseguia pensar que estava sentindo algo estranho na barriga, como se ela estivesse tremendo ou sei lá.

– Ai – coloquei a mão na barriga, então ouvi um barulho alto vindo dela – Droga.

– O que foi? – Zoey perguntou – Está passando mal? Eu te mostro onde fica o banheiro.

– Não, eu acho que não é isso – falei – Deixa pra lá, eu aguento.

Mais alunos entraram na sala, entre eles estavam Jason e Tiffany, juntamente com os outros jogadores e líderes de torcida. Assim que viu onde eu estava, Tiffany fez uma careta.

– O que você está fazendo com essa garota? – perguntou.

– Estou conversando com ela – respondi –, a Zoey é legal.

– Ela é louca! Vem, anda com a gente! – Tiffany chamou.

– Não! – Jason interrompeu – Ele só pode andar com a gente se for um atleta.

– Ah, é – disse a loira – Hoje é o segundo dia de aula, você disse que é bom no basquete, né? Hoje é o dia do teste para entrar no time. Essa garota aí sabe o caminho.

– É – Jason confirmou – A gente se vê depois, Price.

Eles foram para os seus lugares.

– Você vai entrar no time? – Zoey perguntou com uma expressão triste – Eu vou ficar sozinha de novo.

– Calma, eu não sou como eles, vou continuar falando com você. Mas primeiro eu quero saber: o time de basquete é bom?

– Não ganham há... – ela parou um pouco para pensar – uns 8 anos.

– Tá, você quer voltar a ser líder de torcida?

– Quero, mas... Não tem como – ela enrolou os cabelos negros e fez um coque.

– Eu tenho um plano – falei –, você vai voltar a ser líder de torcida.

– Como?

– Espere e verá.

A aula seguiu normalmente, tivemos um intervalo, todos estavam comendo, menos eu. Toda vez que eu via Zoey dando uma mordida em seu hambúrguer a minha barriga doía mais. Eu estava tentando descobrir o motivo daquela dor, mas eu não conseguia lembrar o que se deve fazer quando se sentia aquilo.

– Tem certeza que não vai comer? – ela perguntou depois de ver que eu estava sem comida.

– Tenho – minha cabeça começou a doer – Eu não preciso comer.

Subimos para a sala e tivemos mais 3 aulas. Quando tudo acabou, Zoey me levou até a quadra, um treinador estava lá e alguns garotos estavam jogando basquete.

– Você realmente sabe jogar? – Zoey perguntou, um pouco preocupada.

– É claro que sim! – respondi – Eu jogo basquete desde...

Parei, eu ia falar “...desde que ele foi inventado”. Então pensei em algo melhor para dizer:

– Desde que eu era pequeno – completei.

– Ah, ótimo – ela sorriu – É o seguinte: você vai jogar contra aqueles caras – ela apontou para os homens que estavam jogando –, eles são profissionais, você tem 5 minutos e precisa fazer pelo menos uma cesta.

– Só isso? – perguntei.

– É um pouco difícil, afinal eles são profissionais – ela respondeu.

“Não como eu”, pensei.

– Oh! Você veio! – vi Tiffany correndo em minha direção – Eu e as garotas vamos torcer por você.

– Zoey pode participar? – perguntei.

– Você quer que ela faça parte? – a loira perguntou, com um aparente desgosto.

– Quero – respondi.

– Mas ela quer? – então encarou Zoey.

– Hã... – Zoey me olhou como se estivesse pedindo socorro.

– Sim, ela quer – respondi – Vai lá, Zoey. Eu preciso de uniforme?

– Com certeza tem algum lá no vestiário – Tiffany respondeu – Vamos... Zoey – ela fez uma cara de nojo e foi andando até as outras meninas, Zoey foi atrás.

Fui até o vestiário e achei um uniforme que coube em mim. Me vesti e guardei minhas roupas na mochila. Voltei para a quadra e pedi para a Zoey vigiar minhas coisas na arquibancada. Andei até uma fila composta por outros meninos usando o mesmo uniforme que eu, eram dez garotos, apenas seis passaram no teste, mas só conseguiram fazer uma cesta. Então chegou a minha vez.

– Qual é o seu nome? – gritou o treinador.

– Logan Price! – gritei de volta.

Ele fez um sinal positivo e anotou na prancheta que estava em suas mãos.

– Você conhece as regras? – ele gritou de novo.

“Eu estava vivo quando elas foram criadas”, pensei.

– Conheço! – gritei.

– Ok, você tem cinco minutos – ele disse, olhando no cronômetro – E... vai!

Ele apitou, o jogo começou, ouvi as líderes de torcida gritando.

Um jogador estava com a bola, corri até ele e tentei pegá-la, ele lançou a bola para um outro, corri até ele e fingi que ia pegar a bola, então ele a jogou para um outro cara, antes que a bola chegasse no outro jogador eu a agarrei no ar. Fui com ela até a cesta, eu já sabia em qual acertar pois já havia visto os outros jogando. Desviei de quem vinha em minha direção, pulei e lancei a bola, dois pontos, eu acertei.

Ouvi a torcida gritando. Olhei para Zoey, que pulava e gritava, as meninas começaram a soletrar o meu nome. Olhei para o treinador, ele ainda não havia apitado:

– Você ainda tem quatro minutos! – gritou – Continue!

Foi então que percebi: o jogo ainda estava rolando. Voltei a jogar, consegui pegar a bola e o jogo seguiu pelos quatro minutos seguintes, o placar foi de 20 a 0, eu venci, é claro.

Quando o treinador finalmente apitou eu estava exausto, fui andando até a arquibancada e me deitei, ofegando. As meninas correram até mim.

– Eu fui bem? – perguntei, sarcasticamente.

– Eu nunca vi ninguém jogando assim! – disse Tiffany, bastante empolgada.

– Você foi demais! – exclamou uma outra garota.

– O melhor jogador! – gritou outra.

Vi Zoey abrindo caminho entre as meninas.

– Ah, oi! – sentei, me ajeitando – E aí?

– Você é o melhor jogador que eu já vi por aqui! – ela sorriu.

Sorri de volta.

– Realmente, você é o melhor que eu já vi – ouvi uma voz masculina, o treinador – Garoto, você bateu o recorde de seis pontos em cinco minutos desse colégio, parabéns! Estamos está há 9 anos sem vencer, você com certeza vai nos livrar dessa maré de azar. Bem-vindo ao time!

– Obrigado, mas eu só entro no time com uma condição – falei.

– O quê? Mas você PRECISA entrar no time! – Tiffany disse intrigada.

– Eu vou entrar se vocês fizerem o que eu quero – levantei da arquibancada.

– Então diga o que você quer! – o treinador pediu.

– É simples – cruzei os braços –, eu só entro no time se a Zoey voltar a ser líder de torcida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Maldição da Lua Vermelha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.