*Narrado por Catherine

Já se passaram algumas semanas desde que encontrei Carol, Tyreese e Judy. Estamos nos dando muito bem, como familiares que protegem uns aos outros. Estamos na mesma casa há quatro dias, acho que vamos ficar por aqui mesmo, já que Carol quer ir até o Terminus ver como são as coisas por lá. Mas Tyreese, Judy e eu devemos ficar aqui, porque ela só vai espiar, ver se é seguro mesmo. Acho que é uma boa ideia, tomara que lá seja um lugar bom, onde possamos seguir nossas vidas com um pouco de paz.

Carol ainda tem esperanças de reencontrar seus amigos do seu antigo grupo, ela me disse que provavelmente é lá que estão o irmão e o pai de Judy, eu torço para que nós os encontremos vivos. Disseram-me que eles são muito fortes, então tenho certeza que estão bem, na medida do possível. Judy já está começando a falar, ou tentando. Tyreese me disse que seria bom se eu tentasse ensiná-la algumas palavras, já que ela parece gostar mais de mim do que de qualquer outra pessoa no mundo. Carol me disse que eu poderia soletrar as palavras pra ela, assim ela aprenderia mais rápido.

Quando estou com Judy, que é o tempo todo, eu brinco e ensino-a a falar e dar os primeiros passos. É uma tarefa difícil já que ela ainda é um pouco nova, mas ela é inteligente e esperta, tudo que pedimos pra ela fazer ela faz, também não está chorando mais, o que é um alívio.

Carol, como é mesmo o nome do irmão de Judy? pergunto enquanto brinco com a bravinha, apelido que ganhou de outro sobrevivente, pelo fato de chorar muito quanto era menor.

Carl, e o pai, Rick. Mas porque você quer saber? ela me pergunta, com um pequeno sorriso que deixa seu rosto ainda mais adorável.

Se ela vai aprender a falar logo, quero que a primeira palavra que ela diga seja o nome de alguma pessoa conhecida, sabe, da família. Era esse o meu pensamento. Mesmo que eu não tenha conhecido meus pais, Judy conheceu o dela, viveu em uma família de verdade e, se depender de mim, ela vai voltar a viver.

Cath... Carol veio até onde eu estava e se senta ao meu lado, enquanto ajudo Judy com os brinquedos de montar Você não precisa fazer isso, meu amor. Pode ensiná-la a falar o seu nome também, você agora faz parte da família dela, assim como eu e Tyreese. Você agora é a irmã que ela não teve. Eu nunca a vi tão feliz com uma pessoa como ela fica quando está perto de você.

Mas, Carol, você não concorda comigo? Que ela deve se acostumar com o irmão e o pai, mesmo não estando perto deles, ela vai aprender a amá-los desde agora. Porque você sabe, nós vamos encontrá-los, é só uma questão de tempo. Eles devem estar indo pro Terminus agora, porque esse é o refúgio mais próximo. Nós vamos encontrá-los. Você acredita nisso também, não é? falo, notando que ela está um pouco triste com tudo isso, como se não tivesse muitas esperanças de que isso acontece.

Claro que acredito, minha pequena. Falando desse jeito você poderia até acabar com uma guerra só das pessoas te ouvirem. Sabe, Carol me puxa para um forte abraço Você é como uma filha pra mim. Desde aquele dia na floresta, quando você nos salvou, eu vi que você era especial. Eu não era do tipo que acredita muito no destino, mas a partir daquele dia eu acreditei, porque foi um anjo que colocou você naquele lugar, na hora certa e no momento certo.

Queria falar para ela que eu também a considerava uma mãe, mas as palavras não saiam. Era difícil falar coisas como essa, já que eu nunca tive uma família e nunca tive uma mãe, nem mesmo sei o que é ter uma.

Já está na hora, Carol. diz Tyreese enquanto entrega uma arma a ela.

Hora de que? pegunto muito confusa, ninguém tinha me dito que iríamos sair de novo.

Não é nada, meu amor. Eu só vou dar uma olhada nos arredores do Terminus, pra ver como é lá. Só olhar, ver se é seguro e se as pessoas são boas. Você vai ficar aqui com Tyreese, cuidando da Judy pra mim, ok? ela fala daquele jeito, aquele difícil de recusar. Eu vou voltar e vamos ficar bem, tá bom? Com sorte eu consigo até encontrar o resto do meu grupo.

Tudo bem, eu acredito em você. Fique bem, tá bom? Enquanto você está fora eu vou ensinar Judy a falar e quando você voltar, ela já vai ter conseguido.

Claro que sim. Tyreese, qualquer coisa: dois tiros, assim eu vou saber que vocês estarão em perigo, mas tenho certeza que não vão estar. afirma Carol, já saindo pela porta.

*Narrado por Carol

Não gostaria de tê-los deixado lá, mas era preciso. Antes de entrarmos naquele lugar, eu tenho que ter certeza de que é seguro mesmo, que eles podem nos proteger. Quando estou quase chegando ao Terminus, me esgueirando pelas árvores, escuto passos atrás de mim, mas não são passos de zumbis, são passos de pessoas. Quando me viro, já com a arma apontada, lá estavam Daryl e Carl, parecendo que olham para um fantasma. Isso não podia estar acontecendo, é uma coisa boa de mais pra ser verdade. Eu os encontrei.

Achamos que você estivesse morta! exclama Daryl.

Já eu, nunca achei que vocês estivessem mortos. Vamos dar uma olhada em volta do Terminus comigo, lá parece ser um lugar seguro... digo, já me virando para olhar para o abrigo novamente.

NÃO! grita Carl. Graças a deus não parece ter sido alto o suficiente para atrair zumbis Aquilo tudo é uma farsa! As pessoas vão pra lá na esperança de ser salvas, mas eles as jogam pros zumbis.

Não pode ser... Me sentia bem mal. Mais um abrigo que não deu certo, mais um lugar que pensei que poderia ser nossa casa.

Mas tudo bem. Estamos bem agora, tirando o fato de eles estarem atrás da gente, digo, os homens do Terminal. disse Carl.

Onde, onde estão os outros? Rick? Maggie? Eles estão com vocês? perguntei com uma chama de esperança

Estamos todos em uma casa, ela é perto daqui. Vamos, precisamos contar essa novidade aos outros disse Carl, com um sorriso de orelha a orelha, por um momento pareceu aquela criança de algum tempo atrás.

*Narrado por Catherine

Estava ensinando Judy a falar quando tudo aconteceu.

Vamos lá Judy, você consegue. Rick. RI-CK. Vai, sua vez.

Ri...

Zumbiiiiiiis Tyreese entrou correndo pela porta dos fundos, parecia muito nervoso .

Eu estava caçando quando eles vieram, acho que escutaram o tiro e seguiram o som. É um grupo enorme, Cath. Provavelmente uns 50, precisamos sair daqui logo.

Mas e a Carol? perguntei enquanto pegava as coisas de Judy, minha mochila e pegava a bebe no colo.

Depois ela vai nos achar. Vamos rápido.

Passamos pela porta da frente, a rua estava com alguns zumbis, mas nada muito sério. Foi quando eu vi. Vários deles, iriam facilmente lotar a rua. Estávamos mortos.

Precisamos despistá-los! eu disse enquanto corria.

Já sei. Você vai pela floresta. É boa pra escalar e subir em árvores, não é? Você pode proteger Judy. Enquanto isso eu busco ajuda, vou atrás da Carol, atrás de quem quer que seja ele me disse enquanto me entregava uma arma Dois tiros, Cath. Dois tiros e vamos saber que você está em perigo.

Já estamos em perigo! Não deveríamos atirar agora? perguntei, continuávamos correndo que nem loucos. Judy já está acostumada a tudo isso, então nem chorava ou achava estranho.

Só vai atrair mais deles. Dois tiros, Cath. Agora vai! ele me disse, me empurrando pra dentro da floresta e correu na outra direção.

Aqui, walkers! Venham me pegar! ele disse enquanto derrubava latas pelo chão. Seria uma cena engraçada, mas devido às circunstancias, não eram.

Nossa única salvação seria pela floresta, nas árvores. Então corri pra lá. Mas metades dos zumbis que perseguiam Tyreese mudaram sua rota e vieram atrás de mim. Acho que ele percebeu isso porque começou a gritar por Carol sem parar.

*Narrado por Carol

Quando chegamos a casa onde o grupo estava, foi a maior festa. Todos se abraçaram e agradeceram por eu ter conseguido encontrá-los, estavam bastante eufóricos.

Carol, estamos muito felizes por você ter voltado, mas precisamos te contar o que aconteceu depois que saímos da prisão. disse Rick Muitos morreram, muitos viraram zumbis, o que é pior que morrer, então dá no mesmo, mas a morte que mais nos chocou foi a da... ele estava muito abalado, começou a chorar.

A bravinha morreu, Carol. Virou comida de zumbi disse Daryl, que parecia menos abalado do que todos.

Será que dá pra NÃO falar assim da minha irmã? Será que nem isso você respeita, Dixon? disse Carl, que naquele momento já estava aos prantos.

Como eu não esperava que eles estivessem desse jeito, abri um sorriso. Foi totalmente inesperado, todos choravam e eu estava sorrindo. Mas devido aos fatos, eu estava feliz.

Ela não morreu eu disse na maior calma.

Ah, por favor, Carol. Não vem com curtição, será que não vê que isso não é hora pra fazer brincadeira? pediu Carl, que já tinha se acalmado um pouco.

Não estou brincando.

Como assim? perguntou Rick.

Eu a encontrem com Tyreese, Lizzie e Mica no meio da floresta.

Isso é verdade mesmo? perguntou Rick, que já tinha começado a chorar de novo.

É verdade, ela está bem, está viva disse a eles.

Agora sim, todos começaram a chorar, mas dessa vez era de felicidade. Uma gota de esperança invadiu o coração de todos e pela primeira vez, em meio a isso tudo, sentimos que esse não é o fim.

E onde ela está? perguntou Maggie

Estamos em uma casa, não muito longe daqui. Ela está com Tyreese e uma menina nova que nos salvou de uma horda de zumbis.

Uma menina nova? Como você deixa Judy com uma menina desconhecida, Carol? perguntou Carl.

Ela é de confiança, já está conosco a muito tempo, Carl. Ela salvou Judy de ser mordida por três zumbis e está com a gente desde então. Ela faz parte do nosso grupo agora.

Comecei a contar a história de como foi a chegada de Cath, tudo que passamos, enfim, contei tudo desde o começo.

Essa garota é mesmo uma heroína, Cath não é? disse Gleen

Mais que uma heroína, um anjo disse Michonne

Okay. Agora vamos parar de enrolar e vamos atrás deles.

Foi quando tudo aconteceu. Ouvimos gritos. Pareciam de... Tyreese? O que ele estava fazendo aqui? Corremos pra fora e o vimos. Estava ofegante, devido a tudo que ele correu.

O que aconteceu, Tyreese? Onde está Cath? Judy? perguntei super nervosa

Zumbis. Muitos. Nos seguiram. Floresta. Vamos. Rápido. disse enquanto tentava respirar.

Foi quando ouvimos dois tiros. Dois tiros.

E assim, fomos correndo floresta adentro.