"Às vezes me pergunto se eu não entendi errado

Grande amizade com estar apaixonado

Mas quando toca o telefone, será você?

O que eu estiver fazendo eu paro de fazer

Que tolo, mas eu não consigo evitar"

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Alguns dias haviam se passado desde o incidente.

Sim, eles resolveram não nomear e nem sequer falar sobre o que aconteceu naquela noite. Lily tentava a todo custo evitar Amus, que parecia se materializar nos locais onde ela se encontrava. Isso estava deixando James irritado, ela já estava sofrendo demais por aquele fim de namoro desgraçado e todas as vezes que o via, ela dizia que revivia todas as lembranças e não conseguia acreditar no que ele tinha se tornado.

Doía. Claro que doía ouví-la falar que ainda alimentava um resquicío de sentimento por aquele ser sem cérebro. Ela estava completamente cega pela dor e ele sabia, compreendia, que ela não queria pensar em outro relacionamento nem tão cedo. O que faria ele adiar, novamente, seus planos. Ele socou a parede do seu quarto com força, fazendo seu punho doer com o impacto.

As vezes ele queria ler mentes. Queria saber o que se passava na mente de Lily toda vez que estavam próximos, saber se ele poderia ter alguma, pelo menos um pouquinho, de esperança em relação a ela. Quando ela sorria, algo dentro dele dizia que só aquilo bastava para se sentir satisfeito. É isso que o amor causa. Mesmo quando você não quer pensar, algum detalhe te lembra aquela pessoa. Seja um aroma, um tipo de comida, um filme passando na televisão. Tudo, absolutamente tudo te faz lembrar ela. E pelo amor de Deus, amor não correspondido dói!

– James? - Uma voz baixinha sussurrou perto da sua porta.

Leth abriu-a e colocou a cabeça por ela. James estava jogado na cama, a camisa largada em algum lugar do quarto, os cabelos bagunçados... Resumindo um caco. Era sempre assim que ele ficava quando a Lily conversava com ele sobre Amus. Ela estava começando a ficar com raiva de Lily. Era o seu irmão e ela o amava, apesar de ser bossy and annoying*.

– Você está bem?

– Não. Eu não estou.

– Eu acho que notei. - Ela se sentou na beirada da cama.

– Então por que pergunta?

– Porque eu me preocupo com você. Come on**!

Ele a abraçou apertado, comprimindo-a contra si. Algumas lágrimas quentes escorreram pelo seu rosto, molhando a camiseta do AC/DC sua que ela havia surrupiado do seu guarda-roupa alguns meses atrás. Ficaram em silêncio por alguns instantes, era completamente atípico deles ficarem daquela maneira. James estava precisando de diversão. E ela daria aquilo a ele. Sentia que devia aquilo para ele.

Ela se levantou da cama, esquivando-se do seu abraço. Seu olhar ficou confuso, tentando entender o porquê dela ter se afastado tão bruscamente. Ela sorriu para ele, provavelmente com ideias em mente.

– Vamos sair.

– Não, não vamos.

– Ah, nós vamos sim. E você vai se atracar com aquelas vadias a noite inteira.

– Eu não quero.

– Ué... Rola um ciúminho, se o caso for a Lily na mesma festa.

– O quê?

– I wanna help you to get the girl, come on!*** - ela disse sorridente. - Mas odeio quando ela te deixa dessa maneira, e se Lily fizer isso de novo, i swear that i'm gonna beat her ass up.****

– Obrigado pelo acalento! - Disse irônico.

– De nada, mas vai tomar banho, porquinho, sinto o seu fedor daqui!

Ele se levantou da cama contra vontade e entrou no banheiro. Alguns minutos depois saiu do quarto, enxugando os cabelos, pegou uma cueca na gaveta e vestiu. Nesse meio tempo sua irmã invadiu o seu quarto, semi pronta com um par saltos altos pretos nas mãos e bobs nos cabelos.

Podia se dizer que ela estava radiante: a minissaia de couro preta, pregueada e de cintura alta, uma blusa básica branco com um desenhinho qualquer na frente, e, por fim um blazer rosa.

– James! - ela exclamou com raiva. - Você ainda está de cueca??

Lethicia passou olhando as roupas que estavam devidamente não organizadas dentro do closet do moreno, até que acabou se decidindo em uma calça jeans preta, uma camiseta de botões azul e um par de vans. Ela se sentou na cama, terminando de calçar os sapatos e retirando cuidadosamente os bobs dos cabelos.

Quando ambos finalmente ficaram prontos, era por volta de oito horas da noite.

Ele foi em busca do seu amor, sua pequena little baby*****, e sim ele havia posto um nome na sua moto, afinal, ele sempre amou motos, não mais que amava Lily, mas chegava perto. Enquanto isso Leth subia na sua própria moto, uma hayabusa, que apesar de ser uma moto muito grande para seu curto tamanho - alguém vai apanhar hoje - ela conduzia perfeitamente.

A garota piscou para James, colocando o capacete, e ambos saíram em disparada - apostando uma maldita de uma grande competição.

O garoto se sentiu ofendido e acelerou ainda mais, ficando de igual para igual com a Potter mais nova; ela ouviu o som e virou a cabeça rapidamente, mandando um tchauzinho para James, apertando ainda mais fundo do acelerador.¹

Só que um detalhe havia lhe passado em branco, fora ele quem lhe ensinara como andar numa moto, então, ela sabia tudo que ele tinha ensinado-a, mas não tudo o que ele sabia. O dono dos olhos verdes riu.

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Enquanto isso, na festa, que acontecia a alguns minutos de onde eles estavam, Lily bebericava um ponche, esperando por Allie, que pelo horário, já deveria estar no local.

Esperando por Allie, que já deveria ter chegado.

Allie era uma prima distante que veio para passar uma temporada na cidade. A mesma tinha o parentesco para o lado da família de sua mãe, o que a fazia possuir longos cabelos loiros, estonteantes olhos azuis, corpo escultural, etc, etc. Todas as características de uma família que a ruiva não parecia fazer parte.

Allie naturalmente chamava atenção por onde passava.

Lily não estranharia se ela tivesse "se perdido" no meio do caminho enquanto conversava com um dos jogadores de futebol americano da escola.

Ela ouviu dois rugidos de moto, bastante potentes para serem de motos tradicionais. Não que fosse expert, mas, quando se passa um certo tempo com James Potter, você aprende a distinguir esse tipo de coisa.

Ela sorriu na lembrança do amigo e, quando o viu irromper pelo os portões o sorriso se alargou. Mas foi rapidamente retirado do rosto ao ver quem lhe acompanhava: Allie.

Uma raiva estranha começou a passar pelo seu corpo, querendo berrar que ele era seu. Mas ele não era. E nem nunca seria, afinal, eles eram "amigos"! E nunca passariam disso. Ela balançou a cabeça, não queria ser mais do que uma amiga para ele. James era como um irmão mais velho, certo? Sempre foi, não é? Ela já não tinha certeza mais de nada. Não depois de Amus.

Amus havia lhe feito bem, era verdade, e ela gostava muito dele. Mas o garoto não lhe fazia se sentir completa como quando estava com o seu melhor amigo; as coisas com James eram naturais, os sorrisos, as conversas, até mesmo o silêncio era agradável quando se tratava do Potter mais velho.

Ela se levantou da mesa, se dirigindo a saída - Onde foi interceptada por sua querida priminha.

– Esse é o James? Aquele James que você vive falando? - interrogou-me com o curiosidade na voz, apontando para o moço que sorriu.

– yeah, meu amigo James.

– Estou sentindo uma pontade de ciúmes na sua voz. - Allie sorriu maldosa.

– Ciúmes, eu? - retrucou irônica.

– Exatamente você queridinha.

– Ciúmes não, mas se continuar me irritando com certeza você vai sentir a minha mão NA SUA CARA!

Allie deu de ombros e a deixou lá, saindo para dar em cima de outros.

A ruiva buscou refúgio nos braços de uma de suas melhores amigas, Leth, que a acolheu e abraçou-a forte. Ela vira o que a loira tinha acabado de fazer e com certeza iria tirar satisfações, ninguém deixa a ruiva irritada e fica por isso mesmo. Ah, não!

Ela quebrou o abraço e caminhou a passos firmes até onde a tal Allie se encontrava e parou de repente, tendo uma ideia. Mas é claro! Como não tinha pensado nisso antes? Um dueto. Lily e James. Romance. Perfeito.

Ela foi até Lisa e cochichou para ela sua ideia. Lisa, Sirius, Remus e Lethicia estavam trabalhando em um plano para juntar esses dois fazia três meses e nem uma ideia funcionava.

– Jimmy - chamou sorrindo, ignorando totalmente a loira no seu colo - Preciso da sua ajuda.

– O que é? - Resmungou, se levantando.

– Preciso que você cante.

– O quê? - Disse fazendo uma caretinha digna do David Tennant de Doctor Who, sua carinha preferida, diga-se de passagem.

– A banda está atrasada! - ela explicou. - Ah, come on, me ajuda!

– Ok. Que música?

– Hum... give your heart a break?

– Demi Lovato não, obrigada, de nada, colega - murmurou rolando os olhos.

– Hmm, Lucky?

– Lucky?

– Ah, come on! Você sabe, i'm lucky i'm in love with my best friend...– cantarolou.

– No no, não canto de jeito nenhum essa música. - repudiou - Que gay, Leth!

– Ah, você vai! - Ela disse sorrindo. - E aprende logo essa letra!

Leth avisou o porquê que a banda não ter começado e quem iria enrolar o tempo até a mesma chegar.

Todos ficaram na expectativa de ver aqueles dois cantando juntos, porque, exceto as girlies que o James ficava e a Lily não conseguia ver que eles eram perfeitos juntos. E que um amava o outro, não do tipo amigo e sim do tipo "let's snog in the back"².

James entrou no palco primeiro, trazendo um violão (n/a - sim ele toca violão, chorei). Após se endireitar, ele começou a dedilhar os acordes da intro da canção, sorrindo, ao ver Lily entrar logo em seguida.

"Do you hear me, i'm talking to you
Across the water, across the deep blue ocean
Under the open sky, oh my, baby i'm trying"

Ele cantou suavemente, fazendo algumas garotas suspirarem pelos cantos. O que se fazer quando ele é um cara tão perfeito que todas querem se jogar e suspirar aos seus pés? (n/a - e a humildade mandou lembranças, Jimmy.) (n/j - pra quem?) (n/a - pra ninguém, sai sai)

"Boy I hear you in my dreams, i feel your whisper across the sea
I keep you with me in my heart, you make it easier when life gets hard"

Então ambos, em conjunto, começaram a cantar o refrão da música. As outras pessoas apenas escutavam sem cantar junto ou dançar, apenas escutando. E era simplesmente mágico! Dizem que quando se canta com amor, a música se torna muito mais "viva".

Eles se prenderam por um olhar.

"Lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again, oh"

As vozes faziam uma sincronia perfeita. Como se uma tivesse sido criada para completar a outra. James sorriu calorosamente para Lily, na esperança que ela notasse que "lucky he is in love with his best friend"; porém ela simplesmente mordeu o lábio e olhou para outro lado.

"They don't know how long it takes
Waiting for a love like this
Every time we say goodbye
I wish we had one more kiss
I'll wait for you, I promise you I will" - ambos

Eles continuaram cantando a música animadamente, e Lily se sentiu estranha. De alguma forma aquela música lhe afetava de forma estranha; quando a música finalmente chegou ao seu fim, os lábios de Lily simplesmente colaram aos de James. O que fez começar uma onda de gritinhos, e após isso, a banda começou a se apresentar e a festa voltou ao seu curso normal.

Entretando a ruiva não estava no seu curso normal, muito menos o moreno. Porém, um casal de marotos estava comemorando na ponta, por ter conseguido o objetivo, porque agora Lily iria pensar em James, considerar dar-lhe uma chance.

Lily saiu correndo para longe dali, desnorteada com o que havia acabado de acontecer entre ambos. Isso era insano, loucura. E, momentos depois, encostada numa árvore, passou a mão pelos lábios de levinho. Se lembrando da sensação e até chegou a dar um sorrisinho. Era loucura? Claro que era, mas... E se fosse uma loucura boa?

James ainda estava confuso com o que tinha acabado de acontecer. Ele tinha beijado ela. Ela tinha beijado ele. Sua cabeça rodou um pouco e ele virou mais um copinho de vodka. Oh, era disso que ele precisava: De um porre daqueles bem ruins. E mesmo assim não conseguia espantá-la da sua mente.

E ele nem sequer conseguia imaginar que ela estava fazendo a mesma coisa no mesmo momento.

Que confuso o amor é, né?