The Light Behind Your Eyes escrita por Mary, Charlie Haddock


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Então, é isso ai.Sei que tenho fics para atualizar, mas não posso fazer nada se a inspiração nasce aonde eu menos espero.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/522028/chapter/1

— Tem certeza que quer fazer isso? — o deus perguntou genuinamente com pena.

— Sim. — concordou firmemente.

O outro acenou, abaixando a cabeça. A lua os banhava com a linda luz prateada e o moreno se sentia destruído por dentro, literalmente. Era como ter um mundo desabando lentamente para o nada. Um vácuo eterno que engolia tudo e que se focava no centro de seu tórax, fazendo-o sentir uma pressão invisível e um nó na garganta, como se alguém houvesse amarrado uma corda em sua traquéia.

— Rancor, huh? — murmurou o anjo da morte. — O verei amanha, neste horário e no lugar combinado. Não se esqueça, o contrato foi fechado com sangue. Você não pode rompê-lo.

— Não se preocupe. Não é como se eu fosse tentar. — sorriu em escárnio, virando os olhos, antes castanhos escuros e agora totalmente negros, como se os tivessem pintado com tinta preta e desprevenido-o de qualquer luz.

O deus retribuiu o sorriso de uma maneira doce.

~~

— Onde ela está? — exigiu o semideus mais velho.

Todos permaneceram quietos.

— ONDE ELA ESTÁ? — gritou

Jason tentou alcançar o ombro de Percy, tentou pedir calmamente que ele mantivesse a sanidade, mas o moreno menor foi mais rápido.

— Percy... — chamou, os olhos verdes, cheios de uma tempestade interior, alcançaram os orbes castanhos. Nico tremeu e seu coração descascou com a visão. — Eu tentei... Ela achou que o plano não tinha falhas, mas... Não consegui. Era tarde demais...

— O que? — murmurou. Ele piscou varias vezes, tentando entender. — O que? — repetiu. Sua respiração começou a engatar, o peito subindo e descendo rapidamente. — O QUE?! — gritou. Os músculos da garganta se contraíram com o berro e os outros semideuses se encolheram. — VOCÊ PROMETEU! VOCÊ PROMETEU QUE IA PROTEGÊ-LA!

— Eu tentei. Eu... — ele começou, mas a fúria dos olhos do filho de Poseidon o calou.

— VOCÊ PROMETEU! Você prometeu! Você... — gritou, mas sua voz foi diminuindo gradualmente enquanto dava passos para trás. Ele caiu de joelho com a cabeça entre as mãos e soluçou.

Nico sentiu seus próprios olhos queimarem, mas a sua própria fúria o acertou mais rápido que qualquer coisa. Seu maxilar se trincou e ele cerrou os punhos. Claro que ele se sentia mal pelo menino a sua frente, ele perdera o que era mais precioso para si. E Nico conhecia muito bem esse sentimento.

— E quanto a Bianca, Percy? — sussurrou.

O outro engasgou, tossindo. Ele olhou para o filho de Hades logo a sua frente, assim como todos os outros, tirando Jason e Hazel, que conheciam a menina a qual fora citada. Os olhos de Nico transbordaram, derramando duas lagrimas sem sua permissão. Ele saiu a passos de ferro, sem dar qualquer satisfação a ninguém. Não precisava e nem devia.

~~

Ele tentou não quebrar. Ele realmente tentou. Focou apenas nas missões dadas por seu pai. Lutou contra monstros, liberou a raiva e se esgotou invocando esqueletos, chegando a levantar praticamente cem mortos. Tudo apenas para desmaiar de exaustão.

Quando acordou e voltou ao palácio, seu pai o dispensou. Nico até tentou insistir que poderia fazer qualquer trabalho, mas o deus respondeu que não tinha nada que ele pudesse fazer naquele momento. Então ele tentou outros deuses menores, mas nenhum tinha nada para ele. O moreno até mesmo tentou procurar por monstros, não era exatamente um obstáculo achá-los, mas eles pareciam ter diminuído consideravelmente. Por isso, quando a noite chegou, Nico fez uma fogueira e deitou-se para dormir, na esperança de que algum pesadelo com o Tártaro viesse à tona para mante-lo com a adrenalina correndo.

No entanto, tudo que conseguiu foi passar horas virando de um lado para o outro até que finalmente se deixou analisar tudo que havia se passado. As gotas salgadas transpassaram por seus olhos e os soluços escaparam como passarinhos fugindo de uma gaiola. Ele se encolheu, apertando-se contra seu próprio corpo como se conseguisse desaparecer daquele jeito.

Os olhos de Nico queimaram e seu peito começava a doer como se alguém tivesse jogado acido sulfúrico em seu centro. Queimava. Alguns minutos seguintes ele atingiu o seu objetivo, dormir, mas seus sonhos foram tranqüilos, como uma brisa de verão. Havia caído após inchar os próprios olhos de tanto expelir água.

~~

Uma semana e meia.

Uma semana e meia foi o suficiente para Nico sentir a alma de Percy escorregando para as garras da morte. Escorregando lentamente, como se algo o estivesse puxando. Ele automaticamente se desesperou, entrou na primeira sombra que viu e saiu logo em frente ao menino. Percy estava deitado na cama, com os olhos fechados.

Ele parecia estar dormindo. Sua pele tinha um tom pálido e o rosto parecia esverdeado. Doentio. Seus olhos estavam cercados por um tom escuro profundo. Nico reconheceu como olheiras. Os lábios estavam vermelhos, assim como o nariz. Ele parecia mais magro do que deveria. Como se não tivesse comido nada. Ao lado da cama, uma poça de vomito se espalhava pelo chão. O cheiro era terrível. O chalé estava uma bagunça.

O coração de Nico afundou.

Seu estomago deu um salto.

Sua respiração engatou.

Seus olhos se encheram de água.

Percy abriu os olhos e pareceu analisar a situação. Seus olhos estavam manchados. Manchados pela tristeza e pela dor, ambas crônicas em sua vida naquele terrível momento. Nico odiou aquilo. O brilho que ele sempre via nos olhos verdes do menino estava quase apagado. Quase. Nico ainda conseguia ver, muito, mas muito ao fundo, uma pequena luz, como uma esperança pequenina queimando a quilômetros de distancia.

— Veio fazer as honras de me buscar? — perguntou. A voz áspera fez a mente de Nico doer e o tom rápido cortou algo dentro de seu peito.

O menor cambaleou para trás, perdendo uma respiração, quase engasgando. Ele desviou os olhos, mordendo o lábio inferior, não sabia o que dizer e não sabia o que fazer, mas algo lhe dizia que deveria soltar a primeira coisa que viesse a mente. E foi o que fez.

— Eu senti que você estava... Morrendo. — sua voz soou embargada, surpreendendo-o.

Percy sorriu, um sorriso sem vida, quebrado. Um sorriso de alguém que havia estilhaçado a própria alma.

— Que bom.

Nico ficou chocado. Seu torpor permaneceu até uma tosse fortíssima acertar em cheio o outro. Assim que Percy limpou a boca, Nico o lançou um olhar furioso.

— Você quer morrer? — perguntou incrédulo. — Você não pode estar falando serio.

— Porque não? A vida é minha, não é? Eu decido o que vai ser melhor. — rebateu.

— Você já pensou no que isso vai causar nas outras pessoas? — exasperou. — Já pensou na sua mãe? E nos seus amigos?

Percy desviou os olhos.

— Eu não tenho forças para ir em frente.

— Isso é serio? — questionou com a voz baixa e perigosa. — Você está jogando fora tudo o que você tem por causa de um acontecimento? Por causa de uma morte?

Percy desviou os olhos. As palavras “Você não entende” quase saltaram de sua boca, mas aquilo era completamente errado. Nico entendia mais do que ninguém e Percy não tinha direito de lhe dizer aquilo. O silencio que correu entre os dois pareceu fazer cócegas em sua pele.

— Pensei que você ia ficar do mesmo jeito. Por... Você sabe... Por gostar dela também. — soltou finalmente.

Nico sentiu a raiva borbulhar em seu estomago. Por que todos achavam que ele gostava de Annabeth? Porque todos insistiam nessa mentira?

— Eu nunca amei ou gostei de Annabeth! — declarou com raiva. — Nunca!

Os olhos de Percy se arregalarem pela súbita explosão e sua cabeça deu voltas. Ele se sentou lentamente. A fúria de Nico sempre o fez temer, porém agora ele não tinha de ter nenhum tipo de medo.

— Mas... No penhasco... Quando eu ela... Você tinha prometido... E na batalha... — ele começou a balbuciar, confuso.

— Prometi a VOCÊ que levaria os outros para as Portas da Morte. — rugiu. — Prometi a VOCÊ que a protegeria porque ela era tudo para VOCÊ! Não para mim!

E então a ficha caiu. Não era de Annabeth que Nico gostava. Nunca foi. Ele gostava de si. Percy arregalou ainda mais olhos e com aquela aparência, parecia que os orbes iam pular de seu rosto. Ele ia se levantar e começar a se desculpar, mas Nico lhe apontou o dedo.

— Eu não vou deixar VOCÊ ser um idiota e empurrar sua vida de lado como se ela fosse um pedaço de merda! Você TEM uma vida! E não vou deixar você jogar ela fora desse jeito ridículo!

E ele se fora, sumindo na própria sombra. Deixando apenas o cheiro estranho de enxofre correndo pelo chalé três.

~~

— Selado com sangue. Destes o teu bem mais precioso para salvar o de outro. Agora estás comprometido a ter o destino daquele com quem compartilhaste o contrato. — recitou o deus da morte, batendo as asas.

Nico suspirou, sentia um peso sair de seus ombros. Ele se sentia bem, de uma maneira estranha, mas ainda assim, bem. De seus cinco dedos da mão direita, pingava o escuro liquido escarlate o qual era algo ilimitado que seu corpo fabricava. Um símbolo de vida.

O moreno cerrou o punhos, deixando o sangue escorrer por entre ela, misturando-se ao prata do seu anel. Manchando a caveira, um símbolo de Hades.

— Tem certeza que quer fazer isso? — o deus perguntou genuinamente com pena.

— Sim. — concordou firmemente.

~~

Hazel não conseguia dizer nada.

Ela já havia se surpreendido bastante por Nico ter aparecido de repente, surgindo das sombras com um sorriso zombeteiro. Ela se sentiu aliviada. Nico estava vivo e estava ali. Mas agora, sabendo do que o irmão havia feito, ela se sentiu desesperada.

A morena se agarrou ao pescoço do menino. Chorando e soluçando como uma criança.

— Você não pode fazer isso! — gritou. — Você não pode! Por favor, Nico, você me salvou. Eu não vou conseguir continuar sem você, você é meu irmão!

— Tudo bem, Hazel. Você vai conseguir. Você é a romana, Filha de Plutão, uma dos Sete Semideuses da Grande Profecia. Você consegue sim.

A menina soluçou. Não tinha palavras. Não podia perder Nico. Com toda certeza não podia.

Ela já sabia da sexualidade do garoto. Sabia sobre sua paixão por Percy e sobre tudo que o afligia. Sempre esteve lá para ele como ele sempre esteve lá para ela. Mas pensar que Nico estava partindo, e partindo para sempre, fazia seu coração doer.

— Nico... Nico, por favor...

— O contrato já foi fechado.

Hazel perdeu a respiração. Ela, se possível, chorou mais dolorosamente do que já estava.

Passaram-se minutos quando Nico finalmente conseguiu afastá-la, estava estampado em seus olhos que ele estava sofrendo tanto quanto ela. Ele a beijou demoradamente na testa e sussurrou algo em latim. E, de repente, ele se diluiu em sombras. Sumiu como se nunca estivesse ali. A morena ainda tentou gritar em desespero, caindo de joelhos e batendo contra o chão onde o irmão uma vez estivera de pé. Foi então que notou algo em seu anelar da mão direita, um anel prateado com uma cabeça de caveira manchada de sangue.

Seu cérebro finalmente traduziu as palavras que o menino havia dito.

Você é a Rainha dos Fantasmas agora.”

~~

O céu estava escuro e as estrelas brilhavam como se fossem pequeninas fogueiras no céu. Pequenas fogueiras que queimavam ao longe.

Nico estava na ponta do penhasco, como se não se importasse de dar um passo a frente e arremessar seu corpo contra as pedras. Seu peito se contorcia em uma dor aguda. Seu coração batia alto e forte contra sua caixa torácica, ressoando por todos os seus órgãos até aos ouvidos.

Ele sabia que estava chorando. Um choro dolorido e silencioso.

Estaria mentido se dissesse que não estava sentindo falta dos outros, mesmo que nunca tivessem sido seus amigos apesar de tudo. Sentia falta das brincadeiras estranhas do latino. Das investidas de um romano loiro para se tornar seu amigo e até do Chinês tímido que também havia jogado Mitomagia. Ele refletia no que diria se pudesse se despedir.

Para Leo, ele apenas desejaria a sorte. A busca por Caplypso seria difícil.

Para Piper, ele pediria para que cuidasse daquilo pelo que ela preza.

Para Frank, pediria para que tomasse conta de sua irmã.

Para Reyna, agradeceria pela grande companheira a qual ela foi e lhe desejaria uma boa sorte no amor.

Para Jason, pediria desculpas por seu comportamento e agradeceria por ele ter tentado se aproximar como qualquer outro não teria feito.

Para Hazel, pediria perdão. Perdão por não pode-la ver se casando. Perdão por ter lhe dado trabalho. Perdão por deixá-la. E agradeceria por ela sempre ter cuidado de si como um dia sua irmã Bianca teria feito.

Para Percy... Ele pediria perdão por falhar. E confessaria o que realmente sentia, mesmo que já estivesse claro.

Para Annabeth, ele pediria, com todo o carinho, que ela cuidasse daquele o qual amava assim como ela. E imploraria para que ela restaurasse a chama que queimava atrás daqueles maravilhosos olhos verdes.

Mas ele podia apenas pensar nessas palavras. Não podia sair anunciando o que faria, afinal, ele não precisava da pena de nenhum deles, devia apenas a Hazel. Devia contar a ela. Ela era sua irmã.

E foi quando o bater de asas ruidoso soou as suas costas. Nico nem precisava se virar.

— Pronto? — questionou, sem qualquer som de pena na voz.

— Como sempre estive. — concordou.

~~

Quando a garota loira foi encontrada ao pé da Casa Grande. Os campistas quase tiveram um ataque cardíaco.

Porque, afinal das contas, era impossível, certo?

Todos se amontoaram ao redor dela, enquanto ela era ajudada pelo centauro, também surpreso.

— Como pode estar viva? — murmurou para si mesmo.

A menina não respondeu. Ela olhou para as próprias mãos, como se não acreditasse que elas estivessem ali.

— Eu não sei... — sua voz estava fraca e fina. Inutilizada durante tanto tempo.

~~

O som de batidas soou chalé adentro. Percy apenas resmungou e se virou na cama, não tinha vontade de se levantar. Não tinha vontade de fazer absolutamente nada. Sequer comer havia feito, quem dera ele tivesse tomado banho então.

— Percy? — uma voz, aquela voz, chamou.

Ele se encolheu, já não bastava seus pesadelos, agora estava delirando? Quão dura a vida pode ser?

Outra batida.

Seguida de mais outra e mais outra.

— Vou entrar. — avisou.

E então, para sua surpresa, a porta abriu. A luz fez seus olhos doerem, mas ela desenhava um corpo que ele conhecia bem. Ainda mais com os cabelos soltos daquela maneira, caindo em cascata. A pessoa deu um passo adentro.

— Annabeth... — ele murmurou.

Suas feições finalmente se tornaram visíveis, ela parecia cansada e sustentava um sorriso triste.

— Anda Cabeça de Alga, levante. Temos uma reunião na casa grande.

Ele sequer ouviu, estava focado em sentir se a menina era mesmo real. Ele se levantou tremulo e cambaleou para frente, em direção a amada. Sua mão levantou devagar e hesitou antes de tocar o rosto dela, mas assim que o fez, ela sorriu.

Percy ofegou surpreso e feliz, desenhando o rosto dela com movimentos longos e sentindo o calor de sua pele na ponta dos dedos.

— Você está viva... — sussurrou, encostando a testa na dela. — Como você pode estar viva?

O rosto dela mudou de um segundo para o outro, uma carranca sombria e assustadora tomou conta de sua face.

— É sobre isso que Hazel quer falar e, eu não acho que seja coisa boa. Por mais que eu queira passar horas com você, esse assunto é mais importante.

Percy engoliu em seco.

— Ok. — murmurou

~~

Ali estavam eles, reunidos novamente, os sete semideuses junto de Calypso, Quiron e Sr.D, deus do vinho. Pareciam felizes, tirando por Hazel.

— Vocês devem estar se perguntando... — ela começou, a morena parecia horrível, as feições cansadas extremamente profundas, junto com os olhos vermelhos e inchados. — ...como Annabeth está viva. – os outros sorriram para a filha de Atena. – Mas isso não quer dizer que ela não tenha morrido. — cortou o clima feliz com um tom rude.

Leo olhou para ela com uma sobrancelha arqueada.

— O que quer dizer? Ela meio que... Levantou dos mortos? Tipo, Zombie? — caçoou, jogando os braços para frente e revirando os olhos, imitando um daqueles estranhos monstros de filme.

— Não. — respondeu a filha de Plutão. — Não tem nada a ver com Zombies. Estou dizendo que ela foi ressuscitada.

Frank, ao lado da outra romana, se surpreendeu pelo forte e inigualável tom determinado e irritado de Hazel. Ele ainda se lembrava como a havia encontrado no dia anterior, ela estava sentada no chão perto da cama com a cabeça entre os joelhos. A prole de Ares tinha insistido em saber, mas a namorada negou, dizendo que precisava ter todos reunidos para dar a noticia.

— Quem fez isso? Preciso agradecer pessoalmente. — Percy perguntou com um sorriso bobo que logo morreu ao ver o olhar venenoso de Hazel.

— Para poder ressuscitar Annabeth, alguém teve que morrer. — disse com desgosto. — É uma troca de almas. Um trato feito com Thanatos.

Frank estremeceu ao ouvir o nome. Os outros olharam espantados para a morena, surpresos. Um silêncio incomodo se fez entre eles.

— Então... Quem foi?

A Levesque abriu a boca para responder, mas as palavras morreram em sua garganta. Havia se preparado tanto... Tudo foi por água a baixo. Ela tampou o rosto com a mão esquerda, bloqueando os outros de verem suas lagrimas.

— Hazel. — chamou Jason, com a voz praticamente esbanjando tensão. – Posso fazer uma pergunta? — a menina balançou a cabeça levemente. — Esse anel no seu dedo não é de Nico?

Ela soluçou alto em resposta. Agora afundando o rosto nas duas mãos. O rosto de Annabeth desbotou em compreensão assim que o filho de Júpiter deixou a sala batendo a porta. Os outros pareciam tão aterrorizados quanto ela.

— Você quer dizer que... Você quer dizer que Nico... Pela Annabeth...? — balbuciou Percy.

E com mais uma afirmação, a morena se deixou ser abraçada pelo namorado.

O filho de Poseidon olhou para o nada com a boca aberta.

Ele se lembrava muito bem do que Nico havia dito sobre sua vida: “Não vou deixar você jogar ela fora desse jeito ridículo!

E seus olhos se encheram de lagrimas.

— O que eu fiz...?

~~

— Pronto? — questionou, sem qualquer som de pena na voz.

— Como sempre estive. — concordou.

Thanatos ergueu a mão e a aproximou do peito de Nico. O moreno sentiu o frio antes mesmo de ser tocado. A mão do deus transpassou seu tórax como se não estivesse lá. Algo em seu interior foi puxado. Como se tentassem arrancar seu coração.

O deus da morte começou a recuar lentamente, enquanto o filho de Hades sentia um repuxo em todos os seus órgãos. Quando enfim a mão do outro se afastou, carregava consigo uma pequena esfera brilhante. Nico sentia que sua mente se esvair, como se não tivesse memórias.

— Agora seu corpo é só uma carapaça. — murmurou. — Espero que esta tenha sido uma decisão correta, Nico Di Angelo, a morte pode ser mais gentil que a vida, mas ela não é um meio de se escapar dos problemas. Eles o seguirão em sua próxima vida se um dia desejar renascer.

O pequeno e pálido corpo — ou talvez ex? — cambaleou para trás e caiu penhasco a baixo, sumindo nas sombras.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Chorou? Gostou? Não gostou?Comente c: Isso agrada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Light Behind Your Eyes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.