—Rukia —

Eu ainda estava estática no meio da sala olhando indignada para o celular.

— Ele desligou na minha cara? — sussurrei para mim mesma. — Aquele idiota. — digo deixando o celular sobre a mesa de centro e logo me sentando no sofá. Kon, que até então estava deitado entre as almofadas do sofá, agora se aconchegava calmamente em meu colo. Sorrio alisando seus macios pelos alaranjados.

— Por que será que ele desligou na minha cara, hein, Kon? — perguntei ainda acariciando suas costas. — Ele nunca havia feito isso antes, nem quando eu ligava só para perturbá-lo. Eu acho que não deveria ter dito para ele esquecer aquela declaração, afinal, são os sentimentos dele, mas eu também não devo dar falsas esperanças para ele. — suspiro cansada. — Eu acho que talvez é melhor deixar as coisas rolarem normalmente. — digo a mim mesma tentando me convencer de que tudo voltaria a ser como antes.

Continuei a acariciar meu gato por alguns minutos até ouvir o som agudo da campainha.

— Quem será? — indago levantando com ele ainda em meus braços.
Caminhei preguiçosamente até a porta e a abri me surpreendendo.
Parado na minha porta estava meu mais novo vizinho sexy e misterioso.

— Em que posso ajudá-lo, Grimmjow-san? — pergunto apertando Kon com mais força contra meu corpo.

— É… Bela camiseta. — diz sorrindo olhando-me de cima a baixo.

E foi só então que eu lembrei que estava vestindo meu pijama do Chappy, composto de uma calça curta e uma camiseta, com um grande e lindo coelho estampado. Corei, mas me mantive firme em sua frente.

— Eu acho que você não veio até aqui só para elogiar minha camiseta. Certo? — Digo encarando-o severamente.

— É. Você tem razão. — diz ele me mostrando uma xícara vazia. — Eu vim pedir um pouco de açúcar. — diz sorrindo sarcástico.

Continuei o encarrando e isso só fez com que o seu maldito sorriso se alargasse.

— Tudo bem. - disse erguendo os braços rendendo-se. — Você me pegou. — diz de forma divertida.

— É. Eu conheço muito bem esse velho truque. — digo sorrindo minimamente. — Então vai me dizer o verdadeiro motivo da sua visita? — pergunto agora um pouco mais relaxada.

— Eu vou ser sincero. — declara sorrindo de canto. — Só queria conhecer melhor minha vizinha. - diz de modo zombeteiro.

— Ah. Achei que já havia me apresentado, Grimmjow-san.— digo sorrindo.

— Pode me chamar só de Grimmjow, Rukia. É que não tenho muitos amigos na cidade para conversar e odeio ficar sem uma boa conversa por muito tempo. — diz de modo sincero — Então não vai me convidar para entrar, vizinha? — pergunta com um lindo sorriso no rosto.

Eu não sabia o que responder. Estava na cara que ele estava flertando comigo e eu poderia muito bem mandá-lo embora, mas alguma coisa em seus olhos me fez mudar de ideia.

— Tudo bem. Entre, por favor. — digo dando passagem para que ele entrasse.

— Com licença. — diz entrando e já se acomodando no sofá.

“Folgado!” — fecho a porta atrás de mim.

— Aceita algo para beber, Grimmjow? — pergunto deixando Kon no chão.

— Não. — diz dando de ombros. — Como eu disse, eu só quero conhecer melhor minha vizinha. — diz sugestivo.

Reviro os olhos ignorando sua última frase e sento-me no sofá de frente para ele.

— Então. O que você quer saber? — pergunto sem demostrar muito interesse.

— Você é bem direta. - fala sarcástico. — Bom. Primeiro: Quantos anos você tem? —Pergunta direto.

— Vinte e cinco. — respondo e ele ri. — É sério, idiota. — digo irritada.

— Okay. Okay. — diz segurando o riso. — É que não parece, nanica. — diz me provocando.

— Mas é a verdade, blueberry. — digo para irritá-lo.

— Ei sua… — diz com uma veia saltando em sua testa demostrando irritação.

— Olha que coisa feia. Querendo ofender a pobre anfitriã que o recebeu com o maior prazer em sua casa. — corto-o sarcasticamente e ele simplesmente revira os lindos olhos azuis. — Agora quem pergunta sou eu. — declaro mandona.

— Tudo bem. — dá de ombros.

— Então, em que você trabalha? — pergunto curiosa.

— Eu sou escritor de livros eróticos. — responde sorrindo debochado.

— Serio? — pergunto e ele concorda com a cabeça. — Legal. — sussurro sem saber o que falar.

— E você? No que trabalha? — pergunta notando meu desconforto.

— Ah eu sou Arquiteta e trabalho na empresa de construção civil da minha família. — respondo sorrindo aliviada pela mudança de assunto.

Conversamos tanto que nem vimos o tempo passar. O assunto fluiu naturalmente. Grimmjow mostrou-se um cara inteligente com uma dose bem grande de humor ácido misturado com uma dose maior ainda de sarcasmo. E, enfim, depois de mais ou menos duas horas nós nos despedimos em minha porta.

— Boa noite, nanica. — fala sorrindo zombeteiro.

— Boa noite, blueberry. — respondo sorrindo e logo fechando a porta.

Sem nem notar já estávamos nos tornando amigos. Eu nunca havia imaginado que teria uma conversa tão inteligente e engraçada com meu mais novo vizinho sexy, mas de uma coisa eu tinha certeza, por mim aquelas conversas se repetiriam mais vezes.

Sorri e me joguei na cama abraçando meu grande Chappy. Já estava na hora de dormir e algo me dizia que a segunda-feira seria longa. Então sem demora adormeci.