Small obsession escrita por Rafa


Capítulo 22
Capítulo 22 - Negação


Notas iniciais do capítulo

Oie.. Mais um capitulo saindo do forno para vocês...
Boa leitura

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!



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— Rukia —

Meus olhos estavam fechados, mas eu tinha consciência de tudo a minha volta. Ouvia o baixo ronronar de Kon, que dormia aos meus pés; Sentia a leve brisa entrar pela janela, a qual havia deixada aberta noite passada. Tudo estava no mais puro silêncio.

Poderiam até me chamar de estranha e insensível, mas já não sentia a mesma dor que me devastou no dia anterior. Havia prometido a mim mesma que não sofreria pelo passado. O dia de sofrer havia passado e hoje eu seguiria em frente, não é mesmo?

Levantei em um pulo assustando Kon.

Corri em direção ao banheiro a fim de tomar um bom banho, ainda senti o cheiro dele em mim.

Ichigo. Não sabia como seria nossa relação daqui para frente. Nem sabia como me sentir.

Ignorei meus pensamentos entrando embaixo da água morna, esvaziando instantaneamente minha mente. Não queria pensar em nada daquilo. Minha decisão já estava tomada. Não tornaria aquela situação mais um drama em minha vida. Afinal qualquer mulher bem resolvida saberia lidar com aquele tipo de problema, certo?

Depois de alguns minutos já me encontrava deitada confortavelmente no sofá com o livro de Grimmjow em mãos, estava decidida a lê-lo para não pensar em Ichigo. Não queria admitir, mas ainda havia uma mágoa muito grande impregnada em meu coração.

Estava decidida a pedir um tempo para me acostumar com aquele desconforto que sentia ao lembrar de tudo aquilo. Precisava ficar longe para saber se a falta que sentiria dele seria maior que aquela magoa que não me deixava.

Será que meus sentimentos por ele superariam todas as más ações dele? Superariam a dor que ele havia me causado? Não sabia responder. Talvez o tempo me desse essas respostas, por isso queria ficar esse tempo sem vê-lo, até porque não saberia como reagir a ele naquele momento.

Queria entender esse novo lado que ele havia me revelado. Lado egoísta e frio, que dizia me amar, mas que também me fazia sofrer. Queria saber se eu ainda poderia amar esse lado dele do mesmo modo que amava o Ichigo que eu achava conhecer.

Suspirei abrindo o livro finalmente. Sorri lendo novamente aquela inusitada dedicatória feita pelo meu vizinho.

Safado. Grimmjow Jaegerjaquez era uma safado incorrigível.

Virando a pagina comecei enfim a ler as primeiras linhas. O livro realmente era bem escrito, pude notar isso só com as primeiras paginas. A leitura me prendeu de uma maneira que já não pensava em mais nada. Estava tão entretida com os sentimentos dos personagens que me arrepiei como um gato quando a campainha tocou.

Marquei a página deixando o livro sobre o sofá. Não fazia ideia de quem poderia ser então atendi rápido surpreendendo-me ao encontrar Inoue parada a porta.

— Kuchiki-san! — Exclamou com os olhos marejados. — E-Eu estava tão preocupada. — Disse ainda parada em minha porta.

— Inoue, entre. — Disse calmamente, sabia o quanto minha amiga era sentimental e não queria magoa-la.

Senti-me sendo prensada contra seus enormes seios quando sem aviso prévio ela me abraçou soluçando.

— O Kurosaki-kun me contou o que aconteceu. Você deve estar sofrendo. — Disse sem me soltar.

— Não, Inoue. Esta tudo bem. Eu estou bem. — Declarei tentando convence-la.

— Não, Kuchiki-san quer se fazer de forte. Sei que você não queria sofrer de novo e sei também que não quer ser fraca, mas eu posso ver. Posso ver em seus olhos que você esta quebrada. Quebrada assim como o Kurosaki-kun. — Sussurrou rouca surpreendendo-me mais uma vez.

Aquelas palavras penetraram em mim fazendo-me empurra-la de leve.

— Inoue, eu estou bem. — Repeti, só que dessa vez tentando convencer a mim mesma.

Ficamos em silêncio apenas encarrando uma a outra.

— Não tente apagar o passado, Kuchiki-san. O passado nos moldou tornando-nos o que somos hoje. A dor é necessária para se evoluir. Por isso não negue-a. O que o Kurosaki-kun fez foi errado, mas de uma maneira isso te ajudou a crescer e se tornar essa mulher forte que esta a minha frente. — Falou em um tom firme.

O silencio predominou no ambiente. Aquelas palavras martelavam em minha cabeça. Era isso mesmo o que eu estava fazendo? Querendo apagar o passado? Estava querendo evitar a dor? Mas isso não era o que todos fazem? A dor não é algo agradável. Ninguém gosta de sentir dor.

— Kuchiki-san, vou repetir novamente. — Declarou seria. — Eu posso ver a dor em seu olhar. Posso ver o quanto esta quebrada. Posso ver que esta negando-se a fraquejar novamente. Te conheço assim como você me conhece. — Continuou abraçando-me gentilmente. — Deixe-me te ajudar como você sempre me ajuda. Pode desabafar. — Finalizou.

As lagrimas que não derramei ontem vieram com forçar total. Eu não queria ser fraca, não queria pensar em Ichigo, queria evitar pensar para não sentir aquela dor dilacerante que já havia experimentado outras vezes. Negava que aquilo tudo havia me destruído. Fingia que estava tudo bem, que seguiria em frente sozinha, mas só estava enganando a mim mesma.

"Cadê a mulher bem resolvida?" – Indagava-me internamente me repreendendo.

— Isso. Chore. Você logo se sentira melhor. — Disse afagou meus cabelos. — Vamos sentar um pouco para você me contar tudo. — Falo puxando-me em direção ao sofá.

Não tinha vontade de falar. Só queria sentir o conforto do abraço amigo por mais algum tempo, mas ela parecia disposta a ficar ali sentada ate ouvir toda a historia. Mesmo contrariada contei, contei tudo. Contei sobre a decepção que senti, sobre a mágoa, o sentimento de traição, de revolta e principalmente, contei sobre o amor que havia renascido, o amor que não mais negava.

Já não sabia realmente o que pensar. Ficamos a tarde inteira conversando, o clima havia aliviado aos poucos. Conversar e desabafar com ela havia me acalmado e dado uma nova perspectiva de tudo.

Depois de uma tarde até que agradável ela foi embora deixando-me com o silencio do grande apartamento. Silencio esse que é quebrado pela campainha uma segunda vez.

Inoue devia ter esquecido alguma coisa.

— Esqueceu algo, Inoue? — Disse abrindo a porta.

Quase fui ao chão ao deparar-me com a imagem abatida de Ichigo. Não estava preparada para vê-lo tão cedo. Não sabia nem o que falar. Ele me encarava apreensivo, abria e fechava a boca varias vezes procurando algo para dizer.

— O que faz aqui? — Perguntei meio grossa.

— Vim buscar meu carro. Esqueci ele aqui ontem. Então pensei em passar aqui para ver como você estava... — Disse rápido demais.

— Ah você esqueceu o carro? E como você foi para casa ontem? — Questionei impaciente. Esta nervosa. Não queria vê-lo assim, de repente.

— Ei. Esta pensando que eu estou mentindo? — Indagou serio.

— Não sei. Realmente não sei. Não sei nem se te conheço como pensava conhecer. — Disse sem pensar.

Ele ficou uns momentos paralisado, minhas palavras pareciam tê-lo pego de surpresa.

— Você esta sendo injusta comigo. — Disse sentido. — Tudo bem que menti sobre o Kaien e o Ashido, mas nossa amizade e meu sentimentos são todos verdadeiros....

— Amizade? Sentimentos? Não me faça rir. — Disse interrompendo-o. Tudo estava acontecendo rápido demais e as palavras saíam sem serem medidas.

— Rukia, por favor pare e pense no que esta falando. — Pediu serio. — Queria te fazer uma pergunta. — Declarou.

— Pergunte. — Respondi friamente.

— Bem... Queria saber sobre o nosso namoro... — Disse meio hesitante.

— Eu quero um tempo. — Disparei rapidamente. Já estava certa disso.

— Esta terminando comigo? — Perguntou baixo.

— Não sei, só quero que você vá embora agora. — Respondi tentando fechar a porta, queria que aquilo acabasse logo. Surpreendendo-me ele segurou a porta.

— Não. Eu queria...

— É melhor você ir embora, Kurosaki. — Cortou-o uma voz rouca e firme,

— Grimmjow. — Sibilou raivoso.

— Yo. — Cumprimento-nos olhando-me de cima a baixo. — Já falei o quanto adoro essa sua camiseta? — Perguntou sorrindo apontando para minha camiseta com o Chappy estampado. — Me traz lembranças tão nostálgicas. — Completou sugestivo.

O silêncio instalou-se no apertado corredor deixando-me acanhada ao ser encarada pelos dois pares de olhos bonitos.

— Já entendi o porque de você querer que eu vá embora. — Disse Ichigo frio.

— O que?! — Perguntei indignada. — O que você está sugerindo? — Perguntei franzindo o cenho.

— Não se faça de desentendida! — Exclamou irritado.

— O que você pensa que eu sou? — Questionei com a voz um tanto aguda demais.

— Eu...

— Vá embora, Kurosaki. — Grimmjow mandou novamente, porém com um tom mais firme.

— Pode deixar. Não quero atrapalhar. — Disse virando as costas apressado entrando no elevador sem me dar tempo de responder.

Fiquei paralisada olhando as portas do elevador fechando-se.

A raiva crescia em meu interior rapidamente. Como ele podia pensar que eu já estava com outro sem nem terminarmos direito? Acaso ele não me conhecia para saber que não faria nada daquilo?

— Maldito! — Gritei quebrando o vaso de flor que ficava próximo a porta. Aquele barulho do vidro se estilhaçando me deixou em êxtase por poder extravasar tudo o que sentia. Peguei outro vaso pronta para arremessa-lo longe quando sinto mãos fortes impedindo meu ato.

— Quebrar as coisas não vai fazer seus problemas sumirem. O prazer da destruição é momentâneo e tudo o que sobra depois que a adrenalina passa é somente a frustração e um monte de sujeira para limpar. — Disse Grimmjow serio ainda segurando firme, porem delicadamente meus braços.

— Você... Você não entende como me sinto. — Disse sem olha-lo.

— Não, não entendo mesmo. — Disse segurando delicadamente em meu rosto fazendo-me encarrá-lo nos olhos. — Mas irei ouvir caso queira me contar. Sei que não nos conhecemos a muito tempo, mas sou um bom ouvinte. — Completo sorrindo abertamente.

Aqueles olhos azuis me passavam confiança, uma confiança que eu já não mais encontrava nos olhos castanhos de Ichigo. Mesmo nos conhecendo a tão pouco tempo, aqueles olhos faziam-me sentir como se fôssemos velhos amigos, mas não foi só aquilo que chamou atenção. Foi ali olhando para aqueles olhos que pude ver, claramente que: Ele estava tão perdido quanto eu.

Ver meu reflexo naqueles olhos de um azul tão puro assustou-me de uma maneira que não pude entender fazendo-me abasta-lo bruscamente.

— Vá embora você também. — Mandei seria dando alguns passo para trás.

— Não. — Disse brincalham passando por mim jogando-se em meu sofá com meu livro nas mãos.

— Folgado! — Exclamei ao vê-lo deitar confortavelmente com os pés em meu lindo sofá de couro preto. — Por que ninguém vai embora quando eu mando?! — Questione indignada suspirando cansada logo após fechar a porta.

— Acho que é por causa do seu tamanho. Talvez você não saiba, mas essa baixa estatura não lhe deixa nem um pouco assustadora. — Disse gargalhando logo em seguida.

— Vai se ferrar, Grimmjow. — Gritei irritada limpando os cacos do vaso que havia quebrado.

Suas gargalhas só aumentaram ao ver minha irritação.

— Maldito! — Exclamei recebendo somente um sorriso debochado como resposta. Foi naquele momento que percebi que minha noite seria longa, muito longa.


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Notas finais do capítulo

Então? Comentem, por favor.

1° Para quem lê Wounded Hearts daqui apouco tem capitulo novo.
2° As duas fics vão entrar em Hiatus por duas semanas.
3° Se vcs forrem bonzinhos e comentarem postarei o próximo capitulo antes de paralisar a fic... heheh
Bjos



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