Surviving to Hell escrita por Alexyana


Capítulo 28
R.I.P. 2 My Youth


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Estou morrendo de dor de cabeça, então vou ser breve.
Desculpe a demora, meu pc pifou.
Não sou muito inclinada a usar títulos em inglês, mas gostei muito desse. Fora que é de uma das minhas bandas favoritas ririr
~ OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO LINDA E MARAVILHOSA, LARA, MEU AMOR!!!
Também agradeço por todos comentários maravilhosos que só vocês sabem fazer! Amo lê-los!!



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Sangue, viscoso e escarlate, cobre a pele e as roupas das três figuras que estão descendo do veículo amassado. É a primeira coisa que noto, e foi o que provavelmente chocou Billy. Percebo que todo líquido é proveniente da pessoa que está sendo carregada, ferida e não reconhecida por meus olhos.

Quando vejo que papai é um dos dois que está ajudando a carregar o homem desacordado, sinto que quase posso sorrir de alívio.

— Precisamos levá-lo para dentro! — grita o homem que está segurando a parte superior do homem. Olho para papai, que também está me encarando. Há surpresa e alívio em seus olhos. Nos meus, provavelmente o mesmo.

— Emma, fique longe! — ordena ele. Ninguém parece notar que ele sabe meu nome.

Observo desnorteada eles se afastarem com o homem para dentro de uma das barracas, enquanto todos os seguem. Percebo assustada que nunca vi uma pessoa tão ferida antes, e sinto o pavor apossar-se de mim ao pensar que essa pessoa, estranhamente ferida e ensanguentada, pode morrer.

Instintivamente minha mão voa para meu bolso, onde o isqueiro permaneceu desde o episódio da fazenda. Meus dedos rodeiam o objeto quadrado, e o metal proporciona um leve conforto. Lembranças do dia em que fiquei sozinha com Carl naquela casa invadem minha mente, e mordo os lábios com força para reprimir a dor que essa memória trás.

— Bu! — Pulo de susto quando Molly surge atrás de mim, colocando as pequenas mãozinhas no meu quadril.

— Oi, Molly — cumprimento sem jeito, olhando para a criança morena ao meu lado. Ela parece Susan.

Reparo que ela está usando uma das minhas blusas que estavam na mochila, Perseu provavelmente deu a ela. Seus olhos grandes e verdes me olham, mas não consigo sorrir. A imagem do homem permanece na minha cabeça, e sinto que terei pesadelos.

— Papai me mandou sair de lá — diz, ressentida, enquanto olha a barraca ao longe.

— O meu também — falo, notando que passo pela mesma situação que uma criança de seis anos. Será que sou tão imatura assim? Mas, pensando bem, não gostaria de estar naquela barraca agora, onde lamúrias de dor começaram a escapar.

— Quem é seu papai? — As delicadas sobrancelhas de Molly se franzem em minha direção, seus olhos brilhando com confusão e Inteligência. Ela notou isso, afinal.

— Um dos caras que estava ajudando a carregar o homem — respondo, apertando novamente o isqueiro.

— Espero que tio Zac esteja bem — sussurra triste, e volto-me para a pequena garotinha. O quanto ela entende? — Quer me ajudar a procurar o Percy?

Fico momentaneamente confusa com o novo nome, e demoro alguns segundos para raciocinar que este pode ser um apelido para Perseu.

— Ham, não sei... — digo, avaliando minhas opções. Realmente não quero ver Perseu novamente, porém não quero ficar sozinha nessa escuridão que parece terrivelmente assustadora.

— Vem, meu irmão é meio chato as vezes, mas no fundo ele é bem legal. — Duvido, penso comigo mesma, porém deixo ela me puxar para a direção oposta.

–----------- ↜ ↝ -------------

Quinze minutos depois e ainda não achamos Perseu. Tento dizer à Molly que ele provavelmente saiu, mas ela insiste em dizer que ainda não procuramos em todos os lugares. Sigo a menina por toda a campina, e quando ela cogita a possibilidade de pular a cerca, tenho que me controlar para não gritar com ela. Imagina uma criança na floresta, à noite, sem proteção alguma?

— Vamos, Molly. Sua mãe deve estar preocupada — chamo quando terminamos de dar a segunda volta no terreno. Olho mais uma vez para as árvores, totalmente escuras, antes de consolar incerta a menina. – Percy está bem.

Ela concorda, apesar de hesitante, e caminhamos até as barracas. Tento ouvir alguma coisa, mas não há nada. Os gritos de dor da pararam, e não sei se isso é bom. Penso em papai, e como encontrá-lo foi um milagre. Talvez haja algo para se acreditar.

— Quer brincar comigo, já que não encontramos o Percy? — convida Molly, animada. Há quanto tempo eu não toco em um brinquedo?

— Brincar do quê? — questiono, hesitante e cética. Não consigo imaginar muitas coisas divertidas para se fazer em uma floresta apocalíptica, mas pelo visto isso não é um grande desafio para uma garotinha de seis anos.

Papai trouxe algumas coisas da última vez que ele saiu — informa caminhando em direção à barraca maior, onde ela e seus pais ficam. — Você gosta de Lego?

— Quem não gosta? — Ela ri, e a acompanho.

–----------- ↜ ↝ -------------

Eu estaria mentindo se dissesse que foi chato. Na verdade, foi uma das coisas mais divertidas que fiz desde que tudo isso começou. Talvez até na minha vida toda.

— Meu Deus, como você consegue montar tudo isso tão rápido?! — pergunta Molly, assombrada.

— Está claro que poderia ser uma arquiteta — brinco, admirando minha obra de arte. Acho que estou apaixonada.

Quando era menor, queria ser policial, igual aos meus pais. Lembro-me de pegar o distintivo de mamãe e pregá-lo em minhas próprias roupas, sentindo-me a protetora da nação. Depois de um tempo, quando comecei a me irritar com a ausência de ambos devido ao trabalho, esse sonho foi se desgastando. Agora não há sentido desejar ter uma profissão.

— Eu quero ser médica — diz, abrindo um sorriso alegre. Noto que está faltando um de seus dentes de leite, e isso a deixa ainda mais fofa. — Salvar vidas e andar de ambulância!

— Andar de ambulância? — pergunto, tentando esconder o quanto esse sonho de Molly me afetou. Um sonho que nunca se realizará, igual aos meus.

— É, com a sirene ligada. — Ela finalmente terminou de montar sua construção, e agora está colocando a Barbie Médica em cima do pequeno veículo imóvel feito com peças de plástico.

— Molly? — Ouço a voz de Susan do lado de fora. Ela enfia a cabeça dentro da barraca onde estamos, iluminada por duas lanternas. — Oh, oi Emma!

— Oi — cumprimento, dando a ela um sorriso sem dentes. Olho para Molly de relance, que ainda está brincando com a boneca. — Zac está melhor?

— Está melhor que antes — diz, franzindo os lábios. Imagino que a posição em que ela está não é uma das mais confortáveis, mas não me sinto confortável para convidá-la para entrar em sua própria barraca. Eu sou a intrusa.

— Certo, acho que vou indo — despeço, levantando-me. Minhas juntas doem pelo grande tempo parada, e faço uma careta com isso.

— Mas já? Tá tão legal! — protesta Molly, chateada. Sorrio para ela, feliz por ter encontrado uma amiga. Que legal, eu precisei de um apocalipse para isso acontecer, e ela tem seis anos.

— Amanhã a gente brinca mais — prometo, desejando que seja verdade. Lanço um último olhar para a filha e para a mãe, que olha carinhosamente para Molly, e saio da barraca.


I'm using white lighters to see what's in front of me
R. I. P. to my youth


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Notas finais do capítulo

Estou usando meus isqueiros para enxergar à minha frente
Que a minha juventude descanse em paz
(R.I.P. 2 My Youth – The Neighbourhood)

O que acharam?? Foi um capítulo mais passivo e emocional.

Pergunta de hoje: O que estão achando dessa temporada de TWD?
Minha resposta: Estou achando ótima, não me decepcionou em nada até agora! Está tendo ação e drama na medida certa, o que me deixa bem feliz.

Beijos!!



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