POV – Katniss

Estávamos nos beijando quando minha mãe entra no quarto fazendo um barulho com a boca para que soubéssemos que ela estava ali. Nos soltamos do beijo assustados e Peeta olhava para minha mãe assustado e envergonhado.

— Sra. Everdeen. – Peeta diz gaguejando.

— Oi Peeta. Posso falar com a Katniss? – Minha mãe pergunta e ele faz que sim com a cabeça. Antes de sair ele me dá um beijo na testa diz que vai ficar me esperando lá fora.

— Você está bem? – Minha mãe pergunta se aproximando de mim.

— Estou.

— Tem certeza?

— Tenho. Eu estou bem. Eu só me afoguei.

— Quer ir pra casa? – Ela pergunta acariciando meus cabelos. Apenas faço que sim com a cabeça. – Vai me explicar o que eu acabei de ver? – Ela pergunta se referindo ao beijo.

— Não.

— Então tá. Mas só pra deixar claro... Eu gosto do Peeta, e se vocês estiverem namorando dou o maior apoio. – Ela sorri.

— Mãe!

— Tá bom, desculpe. Vou perguntar a médica se você já pode ir pra casa.

— OK. – Minha mãe sai do quarto e em seguida entra meus amigos e Peeta.

Ficamos conversando um pouco e logo a médica chega para me dar alta. Minha mãe leva todos até a nossa casa e serve o almoço. Nós almoçamos e ficamos conversando á mesa, mas logo Annie, Finnick e Johanna vão embora.

— Você não vai embora agora não é mesmo? – Pergunto pra Peeta fazendo uma carinha de cachorro pidão.

— Você quer que eu fique? – Apenas faço que sim com a cabeça. – Quer sair pra tomar um sorvete?

— Quero sim. – Falo sorrindo.

— Então eu vou pra casa tomar um banho e daqui a pouco eu venho te chamar. Pode ser?

— Pode. Vou tomar um banho também.

— OK. – Ele má um selinho e eu vou com ele até a porta. Assim que ele sai, eu corro pro meu quarto e tomo um banho. Assim que saio do banheiro Prim está no meu quarto, sentada na minha cama.

— Você e o Peeta estão namorando? – Ela pergunta sorrindo.

— Ainda não.

— Vocês ficam bem juntos. – Ela diz. Apenas sorrio em resposta.

— Me ajuda a escolher uma roupa pra sair com ele?

— Aonde vocês vão?

— Tomar sorvete.

— Ok. – Ela diz se levantando e abre as enormes portas do meu closet.

Alguns minutos depois a roupa já estava escolhida, então começo a me trocar. Penteio os meus cabelos e passo um gloss na boca.

— Como estou? – Pergunto colocando as mãos na cintura.

— Está linda Katniss. – Prim diz sorrindo.

— Vamos descer daqui a pouco ele está ai. – Digo e então descemos até a sala, nos sentamos no sofá e então minha mãe aparece.

— Vai sair Katniss?

— Vou tomar sorvete com o Peeta. Posso?

— Pode claro. Só não me apronte como hoje de manhã, quase me matou do coração. – Eu dou risada.

— Eu já disse que sou dura na queda.

— Katniss, por favor. – Ela fala me repreendendo.

— Ok. Eu vou tomar cuidado.

— Obrigada. – Ela diz e então vai pra cozinha. Eu e Prim ficamos conversando e logo a campainha toca me levanto e atendo á porta. Peeta.

—Está linda. – Ele diz e me dá um selinho.

— Obrigada. – Respondo sorrindo e em seguida me despeço de minha mãe e Prim.

Assim que fechei a porta Peeta entrelaçou nossos dedos e me olhou como se estivesse perguntando se podia. Eu apenas sorri e apertei meus dedos sobre os dele. Fomos andando até chegar á uma sorveteria que ficava á uns seis quarteirões de casa. Entramos e escolhemos nosso sorvete, Peeta pagou e depois saímos para sentar nas mesinhas que haviam do lado de fora. Nos sentamos um de frente para o outro e então começamos a conversar.

—Você devia cantar mais vezes sabia? – Ele diz e em seguida coloca uma colher de sorvete na boca.

— Estou pensando nisso. – Digo lambendo meu sorvete.

— É sério, você canta muito bem. Devia procurar uma gravadora... Você compõe?

— Ah, eu tenho algumas músicas... Mas não sei se são boas.

— Me mostra? – Ele pergunta interessado.

— Ah não sei... E se forem ruins? Você vai rir... – Digo rindo.

— Não vou rir. Eu prometo. – Ele falou sério.

— Sabia que essa é umas das maiores mentiras do mundo? – Falei pegando com a colher um pouco do sorvete dele fazendo derrubar na sua mão. – Desculpa. – Falo rindo.

— Não, não desculpo. – Ele diz estreitando os olhos e fazendo uma cara de quem vai aprontar. Ele começa a chegar mais perto de mim e passa sorvete na minha cara.

— Peeta! Isso não foi justo! – Digo já me levantando da cadeira e então ele se levanta também e vem na minha direção. Enquanto passo sorvete no seu rosto ele tenta passar mais em mim, mas eu cubro com o braço e o sorvete dele acaba caindo no meu tênis. Ele olha e dá risada e então eu simplesmente coloco meu sorvete com a casquinha virada pra cima no seu cabelo. O cabelo dele fica cor-de-rosa e começa a escorrer sorvete no seu rosto. Ele fica uma fera e pega a casquinha do cabelo e passa no meu. – Ah não Peeta! – Grito limpando rápido meu cabelo fazendo com que a casquinha com o resto do sorvete caia no chão. – Olha o que você fez! – Digo pegando meu cabelo grudulento e colocando na frente do rosto para que ele veja. Ele cai na gargalhada e se senta novamente. - Não ri não Sr. Peeta Mellark! Você já viu seu cabelo? – Então ele passa a mão no cabelo e sua mão fica cheia de sorvete de morango.

— Droga! – Ele ri.

— Como é que a gente vai se limpar agora? – Pergunto colocando as mãos na cintura.

— Espera. – ele diz e entra na sorveteria. – Vocês têm banheiro? – Ele pergunta para uma moça que está atendendo alguns clientes e então ela aponta para um corredor. Peeta olha pra mim e faz sinal para que eu o siga, eu vou até ele e então entramos no corredor. Lá tem duas portas, eu entro no banheiro feminino e ele no banheiro masculino. Depois de alguns minutos passando água no cabelo e no rosto, consigo tirar o sorvete. Saio do banheiro e vou até lá fora e vejo Peeta conversando com uma garota. Ele não me vê e continua conversando, a garota então o abraça e ele retribui. Passo correndo pelos dois com os olhos cheios de lágrimas e então ouço Peeta me chamar.

— Katniss. Katniss espera. – Eu não olho, mas percebo que ele está correndo atrás de mim. Corro até não agüentar mais e então paro e me sento na guia da calçada, Peeta se senta ao meu lado. – O que foi? O que aconteceu? – Ele pergunta, mas eu não o olho, apenas cruzo os braços em cima dos joelhos e deito minha cabeça chorando. – Katniss o que foi?

— Você pergunta o que foi? – Grito olhando pra ele.

— Porque você está chorando? – Ele passa a mão no meu cabelo, mas eu a tiro.

— Porque eu sou uma idiota! Enquanto eu estava lá no banheiro você tava pegando aquela garota. – Ele apenas da risada. – Porque você tá rindo?

— Porque aquela garota é minha prima! – Ele diz ainda rindo.

— Para de ser mentiroso.

— Eu não estou mentindo. Ela é minha prima. – Ele me olha com seus lindos olhos azuis e percebo que ele fala a verdade. Então apenas abaixo a cabeça novamente nos joelhos. – Katniss olha pra mim. – Ele passa a mão nos meus cabelos e então eu olho pra ele. – Eu gosto mesmo de você. É diferente de tudo o que já senti. – Ele passa a mão no meu rosto e enxuga minhas lágrimas. – Sabe aquele dia que você e o Gale se beijaram? – Ele pergunta e então lágrimas voltam a escorrer pelo meu rosto. – Calma. Eu ia dizer que quando vi vocês dois se beijando eu senti tanta raiva, tanto ciúmes e eu não sabia por quê. Aquele dia eu voltei pra casa e não dormi a noite toda pensando naquilo. E depois quando a gente conversou no outro dia eu realmente descobri que estava apaixonado por você. Eu não sei como e nem por que... Mas não posso mais ficar longe de você, eu preciso de você como preciso do ar pra respirar. – No mesmo instante, lágrimas jorram dos meus olhos e eu deito minha cabeça em seu peito. Ele me abraça e beija minha testa.