Além da escuridão. escrita por Katherine Swan


Capítulo 1
Capítulo 1




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Eu poderia ser como qualquer outra garota normal, mas não sou, as vezes acho estranho, naturalmente, até porque jovens da minha idade costumam a ir a shoppings, baladas, já eu...não tive, e provavelmente não terei oportunidades como essa.

Meu nome é Diana, tenho 16 anos, eu sou de um reino totalmente diferente do seu, se chama Starfallen, as pessoas aqui são diferentes, possuem habilidades incomuns, controlar a água, fogo, ler pensamentos, controlar a energia, e vários outros. Ainda existem os mais poderosos que possuem quase todas essas habilidades.

Eu acho bem maneiro, mas...se fosse pra escolher entre essa vida e uma normal, eu preferiria uma normal, sem ter que me preocupar em controlar o que sinto, ou em aprender a usar as minhas habilidades da forma correta.

Certa vez incendiei a sala de aula que eu frequento, porque caí no sono e na emoção da coisa, acabei botando fogo em tudo...fui suspensa por uma semana. Eu não tenho culpa de certa forma, eu não pedi pra nascer assim, eu apenas nasci.

Meu melhor amigo se chama Dean, crescemos juntos, e ele tenta me ajudar sempre que pode com meus "probleminhas" Meus sentimentos por ele vem crescendo cada dia mais, mas qual seria esse sentimento? As vezes penso que é amor, outras vezes penso que é apenas amizade.

Mas sabe...ele é lindo, é do tipo de garoto que quando passa pelo corredor da escola faz as meninas suspirarem, e sinceramente eu não sei porque ainda nos falamos, quer dizer...como ele encontra tempo pra falar comigo com tanta gente atrás dele? Vai saber.

As coisas por aqui estão bem agitadas por conta do baile de inverno que terá, meninas escolhendo vestidos belíssimos, e garotos escolhendo seus paletós mais belo o possível.

Eu como sempre ando ocupada em como controlar meu poder, como minha mãe diz: "A benção que lhe concederam." Isso tá mais pra praga.

Estava treinando em frente ao lago sagrado da Deusa Starlux, quando Dean passou.

–Diana! cara...eu tava te procurando.

–O que houve? eu tô...bem você sabe, treinando.

–Di, acho que você precisa parar com essa, loucura, sei lá, descansar um pouco, se distrair com algo.

–Você soube que eu quase matei a classe toda? Acho que não, você, você anda muito ocupado pra se preocupar comigo.

–Hey! Eu tô aqui agora não tô? Di para com isso, eu me preocupo com você mais do que com qualquer outra pessoa.

Sabe...era impossível não olhar pra Dean, seu cabelo preto caindo nos olhos, os olhos...eles eram hipnotizadores eu poderia olhar para eles o dia todo, chegavam a ser cinzas, ele era lindo, alto, corpo impecável, era possível alguém negar algo a ele?

Ele se aproximou de mim e pôs meus cabelos atrás da orelha.

–Me desculpa Di, eu...sou um idiota, as coisas vão acontecendo na minha vida, e eu não dou conta do que se passa com quem eu me importo, isso é idiotice não? Pois é eu sou um idiota, pode me bater, eu deixo.

–Dean você pode tentar me fazer rir mas não vai conseguir, você me esqueceu sabe? Isso é motivo o suficiente para eu ficar chateada.

–Di qual é, ei, vamos mudar de assunto, me dá uma chance, somos amigos, isso é bobagem sabe? Crescemos juntos, você não pode me deixar assim.

–Okay Dean, se não se importa...eu preciso treinar.

Ele segurou meu braço com toda a delicadeza, e me perguntou.

–Você vai ao baile com quem? Quantos milhões de convites você já recebeu?

–Eu não recebi convite nenhum, e eu não vou, preciso tentar não matar ninguém.

–Eu tenho amigos que adorariam ir com você, qual é, você é linda.

Linda? Dean tinha algum problema, disso eu tinha certeza, eu não sou nada comparada a aquelas garotas dos olhos azuis e loiras, altas e lindas, e perfeitas, e maravilhosas. Eu era conhecida como: A assassina fogosa.Qual é, ele não falava sério.

–Acho que esse seu fogo encanta muita gente, sério sem brincadeira.

Ele deu uma grande gargalhada, achando graça da própria piada. Mas eu...eu tava triste com ele, o que ele fez realmente me magoou, no fim, talvez eu seja apaixonada por ele, eu não sei...é que ele me fazia sentir segura, e eu amava isso.

–Dean, meu amor, eu não posso ir, você sabe, aliás eu vou indo pra casa, já deve tá na hora do jantar, eu realmente preciso ir.

–Okay Di, se você não quer falar comigo, eu realmente entendo, eu vou indo também, me desculpa.

Ele se aproximou e beijou minha testa, e assim, partiu.

Eu o observei enquanto ele desaparecia no escuro da noite. Suspirei e tomei meu caminho para casa. A rua parecia mais escura que o normal, mas nada que a assassina fogosa não possa temer. Escutei passos, olhei pra trás e vi alguns garotos, mas não dei atenção.Depois de um tempo percebi que me seguiam, comecei a andar mais rápido, fui ficando cada vez mais nervosa. Do nada o que seria o líder, começou a correr, lágrimas escorriam pelo meu rosto, eu sabia que era o meu fim.

–Hey! Aonde você vai princesa? Sabe está realmente tarde, o que você fazia uma hora dessa nessas ruas tão escuras?

–Eu...eu, estava com uns amigos, ele não devem estar longe.

–Meu amor, não te avisaram que mentir é feio?

Os companheiros do líder começaram a dar risadas.

–Me desculpe, o que você quer? Eu tenho certeza que posso te ajudar...eu posso sim, é só você deixar eu falar com meus pais.

–Mas você realmente pode me ajudar garota, qual é o seu nome? Escutei um garoto te chamando de Daiana, Dia, ahhhhhhhhhhh! Diana, não é mesmo?

–É sim, me chamo Diana.

–Sabe o que eu quero Di?

–Nã-não

Ele me empurrou contra a parede, e sussurou.

–Você.

Nesse momento passou-se um filme de toda a minha vida na minha cabeça. Comecei a chorar desesperadamente, enquanto ele ia rasgando a minha roupa e tentando me beijar a força.

–Não chore meu amor, eu vou lhe tratar como você merece, como uma PRINCESA!

Ele ia tocando cada parte do meu corpo, e isso me deixava cada vez mais enojada e assustada.

De repente um garoto surgiu no meio da escuridão e disse.

–Cara...você não tem algo melhor pra fazer? assustar colegiais no meio da noite? Isso não me parece certo.

O suposto líder me largou e disse:

–Quem é você? Tá querendo entrar pra festinha, temos mais uma vaga.

O garoto o respondeu:

–Largue a garota.

–Ou o que?

–Ou você morre.

–Tente.

–Você pediu majestade.

o garoto o golpeou na cabeça, e chutou o seu peito, o deixou contra a parede e fez um gesto que...parecia que ele sugava a vida e os poderes do líder.

–Eiii! Eu desisto, fique com essa vadia, e com tudo o que sobrou.

–Não a chame de vadia.

E disparou um tiro em sua cabeça. Escureceu, e eu perdi a consciência de tudo.

Acordei em um canto que parecia um quarto, havia um pano gelado em minha testa, e água na cabeceira da cama, escutei barulhos vindo do lado de fora, levantei da cama rapidamente. Não percebi mas estava apenas com um blusão que parecia ser de um garoto, foi ai que me perguntei, onde estão as minhas roupas? Acho que isso já não importava muito aquela altura. Alguém bateu na porta, e a abriu, era um garoto, ele era lindo, cabelos ruivos, um pouco maior que o normal, batia no meio do pescoço, seus olhos eram verdes, eram encantadores.

–Me desculpe, eu me chamo Jace, bem...fui eu que lhe socorri na última noite, você não parecia bem então te trouxe aqui.

–Obrigado por ter me salvado...Jace, muito obrigada mesmo, mas eu preciso ir, você sabe onde estão as minhas roupas?

–Estão limpas, mas um pouco rasgadas, estão em cima do guarda-roupa bem ali na frente.

–De qualquer forma, obrigada Jace.

Peguei minhas roupas fui até o banheiro me vesti e prendi meus cabelos.

–Eu preciso ir embora, muito obrigada por tudo, acho que já devo ter dito isso umas cem vezes.

–Disponha, eu só peço pra que você não comente nada a ninguém, o que aconteceu noite passa, okay?

–Certo, sem problemas, eu não contarei.

–Vou te conduzir até a porta.

Fui seguindo o Jace até a saída, e quando chegamos até a porta, ele pediu pra eu ter cuidado e me desejou sorte no caminho de volta.

Coisas se passaram na minha cabeça durante a caminhada, lembrei do aroma que saia da boca do cara que tentou me violentar, ele tinha tudo, ele era belo, então porque, ele faria algo assim com alguém? O coração dele devia ter muito ódio, e muita mágoa, só isso justificava.

Lembrei-me do momento em que o Jace apareceu, salvando a minha vida, como eu fui idiota, porque eu não usei as minhas habilidades? Mesmo havendo riscos eu poderia usar, era uma questão de vida ou morte, sabe-se lá o que mais eles queriam fazer comigo.

Jace...me perguntei se o veria mais uma vez, ele parecia ser legal, mas o que me deixou um pouco confusa, foi...como ele apareceu ali? Porque ele me salvou? Qual a razão de tudo isso? É melhor esquecer, e seguir a minha vida.

Chegando em casa vi a minha mãe junto com o Dean, o que o Dean tava fazendo ali? Ele abriu a porta e me abraçou ao choro.

–Onde, onde você estava Diana? Você passou a noite fora, o que você andou fazendo?

Perguntei a minha mãe como ele sabia do ocorrido, porque na minha memória eu tinha visto o Dean indo para casa.

–Eu fui atrás dele, pensei que você estaria na casa do Dean. Filha porque você fez isso comigo? eu pensei no pior, e porque suas roupas estão rasgadas?

–Mãe, não é nada demais okay? Eu estou aqui e apenas isso importa.

Dean olhou pra mim e percebi que ele havia chorado tanto que seu rosto estava um pouco inchado e vermelho.Olhei para ele e disse.

–Eii, eu não morri nem nada disso, estou aqui de carne e osso, não chora tá?

–O que você andou fazendo que era mais importante que vir pra casa, mesmo sendo tarde e dar satisfação a sua mãe, pelo menos um sinal de que está viva? Ela passou a noite chorando te procurando por todos os lados, e você aparece agora dizendo que está tudo bem?

Percebi que se eu não contasse algo eles iam me matar, olhei para os dois e disse:

–Depois que o Dean foi embora, eu fui para casa, na hora em que sempre vou, no caminho alguns caras começaram a me seguir, um deles me encurralou e tentou me violentar, ele rasgou a minha roupa, e me beijou a força, foi tocando cada lugar do meu corpo, mas...

Olhei para o rosto deles, Dean passou de tristeza e desespero, para uma expressão do que parecia ser ódio total, minha mãe Mary, eu só pude ver desespero e horror, acho que ela se sentiu um pouco culpada, por ter discutido comigo.

Continuei a história.

–Mas eu consegui fugir, eu consegui conjurar o fogo, eu sai correndo e depois não me lembro de nada, só lembro de ter acordado no meio da floresta, aqui perto de casa, e vir andando pra cá.

Mary me abraçou pelo o que pareceu ser uma eternidade, ela se sentiu culpada por não estar lá pra me salvar, pra eu não ter sofrido o que sofri.

–Mãe, me desculpa tá? Eu realmente fiz de tudo pra vir pra casa, mas no fim eu desabei na floresta, me lembro apenas disso.

–Filha eu não quero te perder só isso tá?

–Você não vai mãe.

Percebi que o Dean estava olhando para o chão, como se esperasse que chão desse respostas para todos os seus problemas.

–Dean, o que houve?

–Nada, eu só precisava ter certeza que você estava viva, você nos preocupou muito, sinto muito por não poder ter te ajudado, mas agora que tudo se resolveu, acho que vou indo, arrumar as coisas para o baile, o que você já deveria ter começado.

Ele pareceu distante, frio, de uma hora para outra, não sei o que deu nele, mas por fim eu olhei para ele e disse:

–Okay, eu...eu entendo, não sei se realmente vou para o baile, tenho muito o que fazer.

–Diana, minha filha, você vai sim, mesmo que ninguém tenha te convidado, algum rapazinho poderia te fazer companhia na festa, não é mesmo Dean?

–Claro, senhora Mary.

Dean foi deixando a casa indo em direção a porta, minha mãe se despediu dele, e eu fui subindo pro meu quarto, eu precisava de tempo, tempo para refletir sobre tudo o que tinha acontecido.

Minha mãe me chamou de repente, e disse:

–Diana descanse, mais tarde vamos comprar seu vestido.

–Ah mãe qual é, não quero ir pra esse baile tosco.

–Você precisa se enturmar mais filha, por isso vive só, não quero filha minha assim.

–Tanto faz.

E saí correndo pelas escadas.


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