~~ 5 anos atrás~~

“Onde fores, irei;

Onde morreres, morrerei e lá serei enterrado:

Que o Anjo faça por mim, e ainda mais,

Se qualquer coisa além da morte nos separar”

– Adam! Adam! Onde céus está você? Será que nem depois do ritual você vai tomar jeito? Anda, hoje é o dia de nos tornarmos Parabatai!- gritei

Adam era forte mesmo com os seus 13 anos. Moreno, com cabelo preto cheio de cachos baixos e olhos cinza com toques de azul e marrom.

– Hahaha, Ane, acho que nem mesmo você é capaz disso! Mas certo, onde está o meu traje? Afinal, tenho que estar lindo para hoje! Nos tornaremos irmãos de corpo, alma e Marcas. É lindo, não?

– Com certeza seu bobo.

Naquela noite de outono, entramos na cidade do Silêncio, nos marcamos e juramos sermos irmãos Parabatai até a morte. Eu aos 12 e ele, aos 14. Naquela época, não havia melhor pessoa para aquilo. E eu não queria outra. Adam havia visto a morte de meus pais e havia sido criado como meu irmão mesmo sendo meu primo. Eu o amava e era capaz de tudo para salvá-lo.

~ flashback off~

– Você sentiu, não é? Queimando como um vazio em algo completo. - Adam perguntou.

– Adam, o que realmente aconteceu?- perguntei.

Ele estava como uma cor morta. Um moreno doentio com as veias aparecendo. Eu já sabia a resposta. E Josh também.

– Você já sabe. Qualquer Nephlim saberia. Pareço morto. Estou morto. Minha Marca queimou e está branca, perdeu o poder e não consigo mais sentir a sua energia. E a sua?- ele perguntou

– Está vermelha. Quem te mordeu, Adam? Há quanto tempo não se alimenta?

– Uns 7 dias.

– O quê?- dessa vez foi Josh- Cara já faz 10 dias desde o acontecido no lago.

– Não tenho coragem de matar nada. - Adam sentou-se.

– Garçom! Vou pedir algo para você. - Josh pegou o cardápio e abriu na sessão de vampiros- Shake de sangue, pudim de sangue, café de sague, sangue puro, blá,blá,blá... Certo, garçom um café de sangue, por favor. E 5 bolsas de sangue puro para viagem. Ugh! Isso é nojento.

Adam bebeu o café e instantaneamente ficou melhor. Tomei coragem e perguntei.

– O que Valentim disse?

– E você acha que voltei a procurá-lo? Foi por causa dele que fui mordido.

– Como assim?- perguntou Josh

– É, foi uma emboscada. Eu já estava ferrado mesmo por ter empurrado a Ane no lago Lyn. Eu desrespeitei uma das regras mais importante dos Nephilim. Joguei a minha Parabatai no lago Lyn! Então fui embora, mas ele mandou um vampiro atrás de mim. Eu o matei, mas antes ele conseguiu me transformar. Fui até o clã mais próximo e pedi ajuda para completar a minha transformação.

– Isso tem quantos dias?- perguntei

–Foi no mesmo dia do acorrido. Ane olha, eu não posso ficar aqui. Eu traí Valentim e transgredi uma lei do Pacto. Irão atrás de mim. E sei que você vai tentar me proteger. Mas... Eu não posso deixa-la correr o risco.

– Adam, não! Você não pode desaparecer de novo. Não pode me deixar. Você vai deixar a sua Parabatai...

– Angelina, não!- então ele viu que tinha pessoas olhando e diminuiu a voz - O nosso laço se rompeu. Eu me tornei um integrante do Submundo. Não acha que isso já não é difícil, para mim, um Nephilim que apoiava Valentim? Josh ajude-me a convencê-la!

– Ane eu vou cuidar de você. Lembra-se da minha promessa? Eu não vou deixar que te machucassem.

– Se deixá-lo ir, já estará me machucando.

– Ane, escuta o Josh, ele vai cuidar de você. Eu prometo que vou voltar.

– Irmãos de coração, alma, corpo e Marcas, sempre. É necessário né? Sempre vai se lembrar de mim não é?- perguntei.

– É... Sempre Parabatai, sempre. Diga à Kris que eu a amo e voltarei, certo? Não serei como os pais dela. Deem amor à ela e não a deixem sozinha. Por favor.

Assim, ele se levantou, me deu um beijo na testa e se foi. Ele seguiu seu caminho até que eu resolvi seguir o meu. Mas eu não sabia se nessa nova vida iríamos nos encontrar. E se nosso caminho já estivesse entrelaçado com um laço que até uma transformação forçada ao Submundo não fosse capaz de romper? E se eu encontra-se também esse laço de outra forma em outro alguém? E se Josh mudasse a minha vida? E se eu resolve-se esquecer meu Parabatai? Eu tinha que tomar decisões. E essas decisões não eram fáceis,