Bufei mais uma vez.

Primeiro que eu só estou neste festival por pura insistência de Naruto, e agora ele some do mapa? Não dá para acreditar numa coisa dessas.

Agora estou aqui feito um pateta em pé olhando uma multidão passar por mim.

Não que eu não ache o Hanami um festival bonito. Na verdade é ... E muito. As árvores repletas de flores de cerejeira são magnificas. Mas simplesmente não está sendo como deveria ser.

Mesmo com o barulho de alguns fogos e as pessoas caminhando, está muito silêncio para mim. Sempre fui acostumado ao silêncio, mas depois de 3 anos após a guerra e ter voltado a Konoha esse costume se esvaiu. Estou sentindo falta das vozes no meu pé de ouvido. Principalmente uma voz doce e melódica...

Não a ouvi hoje ainda, talvez seja isto que esteja me deixando tão irritado.

E sim, é quem vocês estão pensando. Sakura. E não, eu não fiz nada relacionado a “me declarar para ela”. Ela não mudou exatamente comigo, mas está mais afastada. O que me irrita.

No início, quando nos conhecemos, se ela fizesse algo do tipo eu sei que não me importaria, afinal a vingança estava acima de tudo.

Mas hoje? Por algum motivo me sinto inconformado por estar sendo tratado apenas como um conhecido. Sou interrompido de meus pensamentos com algumas vozes finas – diga-se de passagem irritantes – me chamando, e volto meu olhar para um grupo de garotas que me olhavam enquanto me chamavam.

– Sasuke-kun você está acompanhado? – Perguntou uma estranha.

– Ei, você quer sair comigo Sasuke-kun? – Perguntou uma loira.

Se eu não fosse alguém educado, certamente gritaria com elas, odeio garotas enxeridas e que ficam se insinuando.

Creio que elas viram o quanto eu não as querias por perto, pois saíram quase correndo. Será que dirigi um olhar tão feio assim para elas?

*

*

*

Já passou 10 minutos e o Naruto ainda não voltou. Preferiria estar em casa, e melhor ainda, na minha cama!

Comecei a caminhar um pouco porém sou parado quando alguém me abraça e me beija rapidamente nos lábios. Quando olho para frente assustado vejo minha companheira do time Taka a frente.

Karin.

Mas... que diabos!

– Sasuke-kun... – Raiva fluía por meu corpo, ao ouvi-la proferir o meu nome daquela forma.

Simplesmente não gostei. Não sendo ela a falar. Porque ela não tinha cabelos rosas e olhos verdes. E também não tinha os lábios e a voz mais tentadora do mundo ninja.

E por um segundo eu desviei meu olhar para atrás de Karin a tempo de ver Sakura se virar e sair correndo com lágrimas nos olhos.

E ver aquelas lágrimas doeu... como doeu.

Ela viu algo que não deveria ver, e muito menos acontecer. Porque de todos ela teve que aparecer justo neste momento indesejável?

– Sasuke-kun, que tal nós-

– Quieta.

Empurrei ela para longe, sem me importar se a derrubaria.

Saio correndo por entre a multidão, derrubando quem se atrever a estar no meu caminho.

Alguns metros à frente eu vejo um comprida cabeleira rosa se mover. Ela agora andava normalmente e pelo que percebi ainda limpava as lágrimas.

Toquei seu ombro a fazendo parar e ela se virou para mim rapidamente e quando me viu arregalou aqueles olhos extremamente verdes. E eu vi, agora, o quanto ela estava linda.

Ela forçou um sorriso, ou tentou...

Talvez não estivesse percebido que eu a havia visto.

Limpou as lágrimas rapidamente.

– S-Sasuke-kun...

Oh, Deus! Naquele momento eu tive mais certeza ainda, apenas ao ouvir minha voz ser pronunciada por ela, que Sakura era a mulher que eu queria na minha vida. E fiz algo que julguei nunca fazer, a beijei.

Beijei o maior tempo que pude e apenas me afastei quando estávamos ofegantes.

Ela estava me olhando assustada. E mais lágrimas desceram enquanto ela começou a soluçar, para então falar:

– Não faça isso Sasuke-kun... Pare de me machucar, por favor. Eu não aguento...

Ela abaixou o olhar e falou baixinho:

– Por favor pare... Eu... só volte para lá, para ela, que você me parece gostar.

O que? Voltar... Para ela? Karin?

A vontade de rir é imensa e só não o faço porque estou começando a ficar irritado.

Como assim, gostar?

– Oque? – Segurei levemente o braço dela que desviou o olhar para mim. – Já estou com quem gosto Sakura. Já voltei para quem devo voltar. Já fiz a minha escolha a muito tempo.

Ela me olhou estática.

– Será que não percebe? É você! Sempre foi. Não me diga para voltar para outro alguém, por que meu coração apenas aceita uma única mulher Sakura. E ela tem cabelos rosas e está na minha frente, então não peça para que eu volte para lá.

– Mas o beij-

– Não teve beijo! Aquela desmiolada que me agarrou.

Ela mordeu os lábios e abaixou o olhar.

Ah, eu não acredito que eu vou fazer o que estou prestes a fazer.

Segurei seus ombros e seu queixo a obrigando a me olhar.

– Eu amo você Sakura! – Falei para que ela me escutasse. Não me importei com os curiosos que prestavam atenção.

Ela pôs a mão na boca e chorou novamente.

Mas será impossível?

Ficou assim algum tempo.

Vi ela sorrir e me abraçar forte. O cheiro que ela emanava, era simplesmente... inebriante.

– S-se estiver mentindo eu te mato!

Sakura sabia colocar medo em alguém, mas fica só entre nós.

Abracei ela de volta e sussurrei no seu ouvido:

– A maior verdade que eu já disse.

Senti ela me apertar mais. E rapidamente, ainda abraçados eu me tele portei para o monumento de pedra dos Hokages. Lá do topo deu para ver todos os fogos. E principalmente os brilhante olhos verdes admirados com a visão de toda a Konoha repleta de rosa das árvores de cerejeiras.

Eram belas, mas não tanto quanto a mulher ao meu lado.

Me afastei e fiquei em frente a ela dando-lhe um selinho.

– Sakura... Case-se comigo. – Meu rosto se avermelhou.

Os olhos dela estavam brilhando tanto que até ofuscaram os fogos.

– É sério?

– Nunca falei tão sério em minha vida.

E ela me beijou. Lábios que passei a amar. Sorri para ela que dizia “sim” sem parar e tirei um colar do meu bolso, colocando em seu pescoço, eu pretendia dar a ela desde o início.

Afinal...

– Feliz aniversário.

Outro beijo... Vou ficar mal acostumado...

Ouvi ela murmurar um “você não existe” e tocar o colar.

– Eu te amo, muito, muito, muito Sasuke-kun!

Puxei sua cintura e ficamos olhando a paisagem.

Realmente eu nunca tive tanta certeza de algo em minha vida. Eu amo essa mulher.

Na verdade...

Sempre amei.