Mirror, O Reflexo da Verdade escrita por Nynna Days


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas.

Como vão? Então, nesse exato momento estou em uma festa na minha faculdade e programei esse capítulo para ser postado. Se você está lendo de tarde, estou com meu namorado - tirando inspiração com aquele piercing na língua, kkkk.

Ah, assim que ele for embora, irei responder todos os comentários. Podem me chamar de Judas no final, mas esse foi um dos meus capítulos favoritos.

XoXo, ND



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“Pare de ser hipócrita.”, gritei para o nada me movendo até a janela e batendo com o punho no vidro. “Não chore por algo que você não ama. Que se foda todos vocês.”

A raiva me tomava em níveis avassaladores. Quando dei por mim, estava me movendo por todo o quarto destruindo qualquer prova ou resíduo de lembrança de algum momento feliz entre mim e Aliel. Minha mão latejou quando atravessou o vidro da janela e o sangue manchou o assoalho. Sangue e lágrimas criavam um rastro atrás de mim.

Segurei os lençóis de minha cama, pouco me importando com as manchas que ficariam nele e puxei com toda a força, trazendo o colchão junto. Respirava pelo nariz ruidosamente e meu coração batia com força contra meu peito, fazendo a vontade arrancá-lo ficar significativa a cada instante.

Meu próximo passo foi rasgar todas as camisas que usei em algum encontro com Aliel. Desde o nosso primeiro contato até atualmente. Uma pilha escassa de roupa se formou em meus pés e fiz questão de chutá-las para longe de mim. Agarrei meus cabelos com força e meus ombros tremeram. Um soluço escapou dos meus lábios e o gosto amargo das lágrimas invadiu minha boca.

Tudo ao meu redor era desespero. Aquelas palavras haviam sido mentiras? Ela me esqueceria com facilidade? Então o jogo dela era só me usar para conseguir uma maldita promoção? Peguei as revistas arrumadas e rasguei página por página. Queria que tudo fosse carregado para o inferno e que o diabo fizesse bom uso.

Marchei até minha cadeira giratória e joguei-a contra minha porta. Ela não quebrou. Raivoso com a minha incapacidade de quebrar uma cadeira, pelo menos, atirei-a contra a porta mais algumas vezes até que a sua parte inferior cedesse. Soltava gritos animalescos e palavras incompreensíveis. Flashes de momentos românticos ressoavam e repetiam em minha mente, enquanto eu tentava achar uma pista do que tinha sido o catalisador de nossa despedida.

As dobradiças da porta gemeram por conta do impacto da cadeira contra ela. Ignorando o meu bom senso, dei dois passos para trás e comecei a chutar a madeira. Meu pé começou a reclamar, mas eu não parei. Queria que meu quarto se tornasse um reflexo de como me sentia por dentro. Destruído, usado e incapaz de ser de outro.

A porta caiu contra o corredor e eu parei, olhando o resultado do meu surto. Até que meus olhos se fixaram na única prova real da presença de Aliel no meu quarto. Vagarosamente, andei até a mesa de computador e peguei o porta-retratos com a nossa foto no parque de diversão. Parecia que tinha sido há décadas. E o mais irônico? O cordão que dei á Aliel no nosso primeiro mês junto estava enrolado ali.

Cansado e sem mais forças para lutar contra a dor, deixei que minhas pernas cedessem e caí sentado no chão. Meus olhos embaçados pelas lágrimas tentando se fixar no sorriso de Aliel e o modo como estávamos felizes. Um buraco se abriu em meu peito e minha mão machucada começou a latejar. Arrastei meu corpo até a pilha de roupas rasgadas e peguei uma blusa preta, amarrando-a entorno do machucado.

Meus pensamentos rodavam e voltavam para o momento do Adeus. Queria poder afastar aquela dor e seguir em frente, como tantas pessoas faziam. Só que tinha diferença alarmante entre essas outras pessoas e eu. Nunca tinha levado um pé na bunda para saber como se recuperar. Fechei os olhos, encostando o vidro frio do porta-retratos na minha testa e soltei um lamento.

“Esse sentimento vai passar, eu prometo. Quando menos esperar, nem se lembrará de que me disse isso.”

“Não, Aliel.”, sussurrei quase não reconhecendo minha voz. Estava fraca, impotente. “Esse sentimento não vai passar. E, infelizmente, nunca vou esquecer.”

***************************

Só percebi que caí em um sono sentado quando escutei o barulho do carro chegando à garagem. Rezei para ser meu pai. Ele talvez me entendesse. Levantei-me, escutando todos os meus ossos estalando e pousei a foto junto com o colar na cama. Desenrolei a camisa de minha mão reparando que o sangue tinha estancado. Antes que a bomba paternal explodisse, fui lavar as mãos, tirando o resíduo de sangue.

Revirei os olhos ao escutar o arfar de minha. Era óbvio que Deus não iria facilitar para o meu lado. Antes de enfrentar o inevitável, encarei meu reflexo. Os cabelos desordenados, os olhos fundos e tinha um pouco de sangue em minha bochecha. O azul de minha íris estava tão escuro que poderia ser facilmente confundido com preto. Engoli a seco e peguei a jaqueta. Estudei minha camisa, vendo que meu surto não havia afetado a ela.

“O que aconteceu aqui, Jeremy?”, minha mãe perguntou assim que saí do banheiro.

Ela estava inclinada na pilha de roupas, puxando cada peça com a ponta dos dedos, como se estivesse envenenado. Seus olhos azuis estavam arregalados, descrentes. Dei de ombros, entorpecido com a indiferença. Vesti minha jaqueta como se tudo estivesse em seu devido lugar e tateei meu bolso, verificando se minha carteira estava no lugar.

“Não se preocupe com isso.”, respondi evasivo.

Isso fez Janine Read me encarar como se estivesse louco.

“Não me preocupar?”, ela questionou gesticulando para o espaço ao seu redor. “Você destruiu o seu quarto e está agindo como se fosse normal. Claro que tenho que me preocupar. O que Aliel vai achar disso?”

O nome de minha Guardiã me fez fechar os olhos com força.

“Não interessa o que ela acha.”, abri os olhos e respirei fundo, ignorando a voz da raiva que instigava um novo surto. “Eu e ela não temos mais nada para conversar.”

Captando o sentido oculto em minhas palavras, minha mãe me encarou com compaixão. Odiei ser o motivo de pena, mas era só isso que merecia. Choque pelo quarto destruído e pena por ter levado um fora. Janine deu um passo na minha direção e suspirou. Reprimi um careta, sabendo que ela faria algum discurso digno de uma mãe preocupada.

“Querido...”, ela tocou em meu braço e pegou minha mão machucada. Me encolhi, porém ela interpretou como dor emocional. “Sei que você gostava muito de Aliel e deve estar chateado.”, ergui uma sobrancelha. “Ok, talvez chateado não seja a palavra exata. Furioso. Você está querendo que tudo exploda. Só que é assim mesmo. Seu pai e eu terminamos duas vezes até ficarmos juntos em definitivo. Talvez Aliel se arrependa, ou talvez não. Você vai superar isso. Essa dor vai passar.”

Se eu deixasse que minha mãe me abraçasse, iria desfalecer. E não poderia ceder á dor por nem mais um minuto. Não sabia se iria suportar. Por isso me afastei de seu toque, mantendo minha expressão neutra. Minha mãe suspirou. Antes que percebesse, pus minha mão no bolso segurando outra careta.

“Sabe o mais engraçado, mãe?”, perguntei caminhado em direção á saída. “Aliel disse quase a mesma coisa. Agora não sei se isso é uma frase padrão ou se tudo é mentira.”

“O que você acha?”, sua voz soou atrás de mim.

Parei no último degrau da escada e a encarei com sinceridade.

“Acho que Deus fez minha vida um inferno.”

******************

Quase não reconheci a música que tocava no bar, tamanha era à quantidade de álcool em meu sangue. Peguei outra dose de vodka e tomei, vendo tudo rodar por um segundo e suspirando com o copo totalmente entorpecido. Nem conseguia lembrar o motivo que tinha me feito sentar naquele banco. Oh, não. Isso era mentira.

Nem toda a bebida do mundo poderia me fazer esquecer o modo como as palavras dela feriram meu coração. Não se preocupe, Read. Ela irá sentir falta e voltará correndo como uma cachorrinha assustada. Fechei os olhos, sendo assombrado por meu antigo eu. A sensatez não havia me abandonado totalmente, impedindo-me de ir a diante em uma conversa com uma desconhecida bastante atraente.

“Pode me servir outra dose.”, informei ao barman que assentiu e foi pegar a garrafa.

“Não acha que já bebeu demais?”

Por um segundo, quase caí do banco. A voz de Jason me assustou, seguido por sua presença ao meu lado. Seus olhos verdes me estudaram de cima a baixo com decepção. Era óbvio que ele me encontraria ali. Sempre fugia com algumas pessoas do time para comemorar depois de jogo com uma noite regada a bebidas e sexo. E drogas. Muitas drogas.

Jason nunca tinha vindo junto, mas sabia dos meus hábitos. Agora faltava descobrir quem tinha o mandado atrás de mim. Ele nem sabia que eu e ela havíamos brigado. Só se Sarah não tivesse contido aquela boca enorme e contado para ele. Por isso que eu nunca tinha gostado daquela ruiva fofoqueira.

“Eu bebo o quanto quiser.”, disse virando outra dose em minha boca. Bati o copo com força no bar. Jay balançou a cabeça e fez uma careta. Me irritei. “Vai querer me dar lição de moral?”

Jason ficou firme, cruzando os braços.

“Não, Jeremy.”, ele disse ríspido. “Não irei te dar lição de moral.”

“Então o que você está fazendo aqui?”

Meu corpo estava todo mole, incluindo minha língua quase parecia não caber em minha boca. Meus dedos da mão formigavam e a palma machucada já estava anestesiada. Era praticamente o novo antigo Jeremy Read. Só que ninguém parecia satisfeito com essa transformação repentina. Pus um cotovelo na mesa, tentando equilibrar meu peso.

“Sua mãe me mandou aqui.”, Jason esclareceu. “Ela me disse que você destruiu o quarto depois que Aliel terminou com você. E Sarah disse que...”

“Um bando de fofoqueiras.”, o interrompi, balançando meu corpo. “Principalmente a sua namorada ruiva.”

A raiva pipocou nas íris esmeraldinas de Jason. Deu um passo ameaçador na minha direção e abaixou a voz para um sussurrou furioso. Mesmo com a música alta, as palavras de destacar tamanha era a sua entonação.

“Eu sei que você está chateado e tudo mais.”, ele segurou a frente de minha camisa para me manter parado e reto. “Só que se você começar a agir como um idiota vou esquecer que é meu melhor amigo e socar sua cara agora mesmo.”

Ergui as mãos, tomando percepção das besteiras que saíam de meus lábios.

“Foi mal, Jay.”, disse com sinceridade. Meu amigo continuou me olhando por alguns segundo, até que me soltou. Foi tão súbito que quase caí. Mantive os olhos fixos na mesa. “Acho que estou naquela fase de odiar todas as mulheres por conta do que uma fez comigo.”

Dei um sorriso amarelo e o vi se recostando no bar.

“Quer me contar o que houve?”, propôs. “Vai ser melhor para extravasar.”

Assenti, ficando em silêncio em seguida. Jason deveria estar achando que eu estava reunindo coragem, só que a realidade era outras. Minha mente entorpecida e lenta tentava editar a história para que fosse digna de ouvidos mortais e desavisados. Pousei meus cotovelos na mesa, despenteados meus cabelos escuros. Só queria que aqueles flashes finalmente me abandonassem. Só que eles só invadiam e se agarravam ao resto de sobriedade que minha cabeça mantinha.

Soquei o bar, fazendo Jay se sobressaltar.

“Não sou o que ela precisa.”, rosnei entredentes e respirando com força. Fechei os olhos com força, não querendo dar outro surto de raiva no bar. “Ela disse que teria outra pessoa para mim. Que não fomos feitos para ficar juntos. E todo tipo de merda possível.”, pausei melancólico. “É como se o mundo estivesse desabando aos meus pés e não tivesse nada para me segurar, sabe? Minha tábua de salvação simplesmente me abandonou, achando que não digno de outra chance. E o pior? Nem eu acho que sou digno. Estou pagando por todo o sofrimento que causei, Jay. Estou derramando todas as lágrimas que fiz outras derramarem. Cheguei a destruir meu quarto, porque não conseguia olhar para tudo aquilo e vê-la em cada milímetro cúbico. Sorrindo, me abraçando, dizendo que ficaríamos juntos.”

Só mentiras.

A mão de Jay em meu ombro me fez despertar dos pensamentos e das divagações. Era um dos meus defeitos. Divagar e começar a tagarelar. Repeti para mim mesmo que aquilo era um dos estados da bebedeira. Melancolia era o terceiro ou quarto, depois da raiva. Mais uma vez estava seguindo um maldito roteiro.

Perifericamente, percebi outra pessoa se sentando ao meu lado no bar. Tonto e com a visão mais embaraçada por conta das lágrimas acumuladas, foi quase impossível reconhecer Ariel. Mas as armações amarelas de seus óculos se destacavam contra a penumbra daquele bar. Se ela aparecesse em qualquer minuto, poderia sorrir e oferecer um refrigerante.

Meu rosto ficou vermelho de raiva.

“Tire ela daqui!”, apontei para Ariel, que arregalou os olhos. “Eu já sei de tudo.”

Não foi difícil descobrir a “missão” de Ariel, no final das contas. Era só juntas as peças que estavam me sendo dadas. Um casal apaixonado que tinha se desviado de seu destino? Bingo. Jeremy Read e ela. E se antes eu tinha vontade de ajudá-la com essa missão, naquele momento só tive ânsia de jogá-la contra as garrafas de vidro e descobrir se anjos sangravam.

“Jerry, cara.”, Jason disse com a voz urgente. “Calma, é só uma garota.”

Fechei os olhos, massageando a ponte do meu nariz.

“Jeremy, eu não sabia...”, Ariel tentou se explicar com um fio de voz. “Se eu soubesse a verdade, teria recusado. Mas, tente me entender. Talvez seja a primeira vez que eu consiga fazer isso. Conversei com Aliel e ela...”

“Cale a boca.”, sussurrei entredentes. Passei a ponta dos dedos por minhas têmporas, tentando evitar o furacão de emoções negativas que sentiria apenas por escutar o seu nome. “Jason, tire-a daqui antes que eu faça uma besteira.”

Meu amigo sabia que eu não estava brincando. Bati minhas mãos trêmulas na bancada, enfatizando meu humor e ele se levantou do banco indo em direção á Cupido. Ariel tentou resistir, mas Jason tinha um jeito incomum de lidar com pessoas quando estavam atingindo os seus limites. Seja enfrentando os problemas, ou afastando-os quando desencadeava uma explosão.

Como o que aconteceria comigo.

Estava cansado de tudo aquilo. De ver pessoas, de ser exigido. Queria sofrer sozinho, sem ser o foco da atenção de ninguém. Parecia algo impossível em um lugar público. Algumas pessoas ao meu redor cochichavam e me davam olhares sutis, esperando que eu desse um surto. Na verdade, eu mesmo estava esperando surtar. Suspirando, peguei a carteira no bolso de trás e paguei o barman.

“Se meu amigo voltar, diga-o que fui embora.”, pedi.

O barman assentiu.

“Sim, Senhor.”

Saltei da cadeira, hesitando por um segundo enquanto esperava tudo ao meu redor para de rodar e meus pés se firmarem no chão. Minhas pálpebras estavam pesadas, fazendo-me semicerrar os olhos. Tive que apertar a madeira do bar com força para que a sensibilidade em meus dedos retornasse. Realmente estava um trapo. Atravessei o bar aos tropeços e nem parava para me desculpar com pessoas que trombava.

A primeira coisa que reparei ao sair foi que havia parado de chover. O asfalto molhado me fez torcer o nariz com o cheiro. O vento bateu em meu rosto e eu respirei fundo, tenta clarear meus pensamentos confusos. Pus as mãos nos bolsos e chutei uma pedrinha, caminhando sem destino. Olhava para tudo, sem realmente ver meu destino. Sabia que de um jeito ou de outro voltaria para casa.

Parei em um beco á alguns quarteirões de casa e me recostei na parede, puxando um maço de cigarros do bolso. Tinha o comprado quando cheguei ao bar e escondido de Jay. O isqueiro foi mais difícil de encontrar, porém consegui. Pus o cigarro na boca e o acendi, dando uma longa tragada e sentindo a nicotina atuando em meu sistema nervoso. Meus ombros cederam, relaxados e eu dei um suspiro. Não era tão bom quanto à maconha, mas teria que servir.

“Então, velhos hábitos não morrem?”

Meu corpo ficou tenso ao escutar sua voz. Ergui meus olhos lentamente, vendo-a vir em minha direção hesitante. Seus lábios pintados de um vermelho tão pecaminoso que fez meu interior todo vibrar. Suas coxas estavam expostas cobertas apenas por um short jeans curto o suficiente para ser indecente. Sua camisa quadriculada vermelha e preta quase tampava. Ajeitou a camiseta branca, destacando o sutiã Pink.

Dei um meio sorriso.

“Estou começando a achar que você está me perseguindo.”, respondi jogando o cigarro no chão e pisando. Mary pôs as mãos na cintura e levantou uma sobrancelha. “É uma stalker, Senhorita Bogossian?”

Ela revirou os olhos verdes.

“Moro aqui perto.”, deu de ombros. “Adoro uma noite estrelada depois da chuva.”

Meu sorriso se ampliou.

“Ainda acho que está me seguindo.”

“Não acredita em destino?”, desafiou.

Bufei.

“Posso garantir que isso não tem nada a ver com destino.”

Pendeu a cabeça para a direita, fazendo com que os fios loiros caíssem em seu rosto levemente arredondado e corado. Minha dor teve piedade de mim e se ocultou no fundo do meu peito, deixando-me apreciar a beleza que estava parada na minha frente. Passei a língua pelos os lábios e a vi engolindo a seco.

“Tem a ver com o que então?”, ela questionou.

Saindo de minha posição defensiva, aproximando-me com velocidade de seu corpo. Ela arfou, pondo a mão em meu peito. Segurei sua cintura e a empurrei na parede. Abaixei meu rosto até que nossos lábios estivessem á um suspiro de distância. Vi toda a sua confiança evaporar enquanto se derretia em meus braços.

Foi esperta ao não dizer nenhuma palavra relacionada ao meu antigo namoro e esperar por meu próximo movimento. Estava pondo toda a responsabilidade em minhas mãos. E Jeremy Read nunca recusava uma entrega. Meus dedos se fecharam em seus cabelos e a vi gemendo, roçando seu corpo no meu. Seus olhos se escureceram, expondo todo o prazer que sentia.

“Isso tem a ver com parar de lutar contra o inevitável.”, respondi.

Beijando-a e aceitando o rumo que minha vida estava tomando.

Um rumo que talvez apagasse aquela dor que entorpecia meu coração e despedaçava minha alma pecadora.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer depois desse beijo? E o que acharam da reação de Jeremy?

Até quinta ou domingo.

Ah, uma prévia:

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Desliguei a televisão, cansado de ignorar aquela sensação que fazia meu cérebro pinicar. Olhei ao redor da sala, verificando a ausência de qualquer testemunha e me sentei ereto no sofá. Respirando fundo, passei a mão por meu rosto fadigado. Três dias tinham se passado desde que aquela loucura de Cupido, Alma Gêmea e Lista tinham acontecido. E faltavam dois dias para a maldita festa acontecer.
“Aliel?”, chamei sem esperanças. O silêncio me respondeu. “Sei que você está aqui. Que sempre está aqui. E que está infeliz.”, agarrei meus cabelos, controlando-me para não começar a suplicar. “Por favor, vamos conversar. Deve ter uma maneira de resolver tudo isso.”

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