QUINTO DIA... REVELAÇÕES

O dia amanhecera particularmente quente. Faltava apenas um dia para o casamento e toda a farsa acabar. Quando Valentina pensava nisso sentia um aperto estranho no coração. Ela se acostumou com Nico, com as carícias, os beijos e dormir juntos. A loira sabia, bem lá no fundo que estava sentindo algo pelo garoto, porém sabia também que não ia admitir tão cedo.

–Bom dia. – Nico falou ao sair do banheiro com uma bermuda e camiseta, deu-lhe um beijo na bochecha e disse a garota ainda deitada que a esperaria lá em baixo. Valentina com muito sacrifício saiu da cama, com o corpo ainda dolorido devido a queda e foi para o banheiro. Tomou um banho relaxante e colocou um biquíni verde, que ela julgava ficar muito bonito em seu corpo por causa da cor de sua pele, ou melhor, a falta de cor. Por cima um vestidinho de alças finas e um chinelo. Deixou os grandes fios loiros de seu cabelo solto e passou um gloss nos lábios. Ao descer não encontrou ninguém na sala, nem mesmo na cozinha o que para ela era incrível. Estavam todos na piscina aproveitando o calor e o sol que fazia, as garotas todas se bronzeando para o casamento de amanhã, para ficar fatalmente sedutoras. Mas a loira preferiu ficar na sombra só olhando, ela nunca gostara do sol excessivo.

Ela ficou sentada observando uma pessoa em especial. Nico era um enigma para Valentina, o corpo do rapaz era aquele sarado, porém sem exagero. Ele media 1,90 na concepção da garota, porque a mesma não era baixa e batia no peito do garoto. E tinha a boca, era tão chamativa e convidativa, amava aquele sorriso fechado que ele dava, e ela se entregava quando o moreno soltava aquele sorriso torto, aquilo para Valentina é totalmente sexy. E ainda faltava o cabelo, aqueles fios negros sedosos e que com certeza era seria muito bom passar horas com a mão ali. Sem querer soltou um suspiro, e percebeu o quão ferrada estava, não podia gostar do seu namorado de aluguel.

–Val podemos conversar? – a garota foi tirada de seus devaneios, ela reconhecera a voz. Era seu ex-namorado.

– O que você quer? – perguntou seca

–Só falar. Desde que você chegou aqui não tivemos essa oportunidade. – pediu

–Tudo bem. Pode falar. – respondeu

–Eu.. Eu queria te pedir desculpas. – disse olhando nos olhos da loira

–Um pouco tarde não acha? – a garota se repreendeu por falar aquilo, porém não conseguiu se segurar.

–Olha, eu fui covarde, não devia ter te traído daquela forma. Mas eu achava que não te amava e aí a Margo veio e bom, aconteceu. Só que eu descobri um pouco tarde que não a amava, nunca a amei. E... eu ainda te amo. – a garota ficou chocada com a declaração feita.

–Você é muito canalha mesmo. Eu não caiu nessa, a única coisa que eu sinto é nojo de você. Espero que sejam muito felizes afinal vocês se merecem. E eu quero que saiba que eu estou muito feliz com meu namorado, nunca me senti assim quando estava com você ou com qualquer outro. – isso era verdade. Derek saiu de cabeça baixa da vista da loira. A mesma sorriu ao ver o moreno de aproximar.

–O que ele queria com você? – perguntou sério, Nico não admitiria, mas sentia ciúmes da moça

–Nada de importante. – respondeu

–Tem certeza? – perguntou duvidoso. O moreno sabia que ela escondia algo

–Claro. – falei como se fosse obvio

–Você já comeu hoje? – ele me perguntou

–Na verdade não. – falei surpresa, porque eu tinha percebido.

–E o que você está esperando para ir comer Valentina? – o moreno tinha uma necessidade estranha de cuidar da garota. E mesmo que negasse isso para si mesmo ele não conseguiu pensar em outra coisa a não ser nos lábios dela, a pele, o cheiro, o calor, o sorriso. Ele estava apaixonado e isso era fato.

Logo após comerem resolveram passear um pouco pela fazenda. Valentina levou o rapaz ao seu lugar favorito, era um carvalho muito velho e muito alto, ela gostava daquele lugar porque quando era mais nova, seu pai havia colocado um balanço de pneu e os dois passavam horas se divertindo. Ainda se lembrava de quando ela pedia ao pai para balançar mais forte. A sensação do vento acariciando sua face, ela fechou os olhos institivamente como fazia nos seus tempos de criança.

Nico por sua, prestava atenção em cada traço da garota. Sua pele clara como leite, nas veias que transpareciam em seu pescoço, nos seu lábios finos vermelhos, seu corpo cheio de curvas que ele ansiava tocar cada uma delas, seu nariz levemente arrebitado e seus olhos, aqueles olhos estavam até em seus pesadelos. Grandes e verdes com cílios longos levavam Nico a loucura. Sem falar nos longos cabelos loiros, tinham cheiro de baunilha.

– O que está olhando? – perguntou a garota com certa inocência

–Nada. É um belo lugar. – apressou-se a dizer. Ele observou a loira deitar-se na grama com os braços atrás da cabeça e fez o mesmo. Minutos depois a garota repouso a cabeça em seu peito e ambos ficaram em silêncio observando a natureza, sentindo a brisa e principalmente sentindo um ao outro.

–Valentina? – Nico sussurrou, mas não obteve resposta. A guria dormia com um leve sorriso do peito do garoto. – Eu te amo. – confessou o rapaz e em seguida beijou o cabelo da amada.