Amy e Ian- Say Something escrita por Jujuba Weasley


Capítulo 1
Único- I'm Giving Up on You


Notas iniciais do capítulo

Mais uma AmIan para vocês. Não é a primeira que eu encontro, mas é a primeira que eu escrevo. Espero que gostem!! Não porque é one-shot que vocês não precisam deixar reviews, favoritar ou recomendar a história.....



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Dois meses. Dois meses se passaram desde o término da busca pelas 39 pistas. Amy e Dan Cahill, Madrigais, tentavam reconstruir suas vidas. Tudo bem, não é tão difícil quando se tinha 4 milhões de dólares em sua conta bancária e se era parente do líder do clã. Dois meses sem notícias ou contato com os parentes envolvidos na busca. Não que seus parentes fossem carinhosos, atenciosos ou preocupados. Seus parentes sempre viveram em uma guerra constante. Era o dever de Amy e Dan conseguir reuni-los e eles conseguiram. Conseguiram o que nenhum Madrigal conseguiu. E foram séculos de tentativas. Tudo estava acabado.

Não para Amy.

Há dois meses nenhum par de olhos âmbar cruzou com os seus. Há dois meses ela não via uma camisa polo Armani andando na rua. Dois meses sem o filho da assassina de seus pais. Dois meses sem Ian Kabra. Ela não deveria se importar com ele, já que ele não pensou duas vezes antes de deixa-la para morrer em uma caverna na Coréia, mesmo depois de tê-la enamorado, de tê-la beijado...

Ou será que pensou?

Amy nunca teve a resposta dessa pergunta. Ela achava ter visto um vislumbre de dúvida ou arrependimento nos olhos âmbar dele. Mas, para o bem de seu cérebro e de seu coração, ela optou por achar que Ian Kabra era um esnobe sangue-frio enjoado.

E ela talvez pudesse estar apaixonada por ele.

Não, eu não estou apaixonada por um Kabra, ela continuava repetindo para si mesma. E para Dan também. Ele não admitia que um inimigo podia mexer com a Amy e ele não. Bem, esse fim de semana eles iriam a uma reunião super-ultra-mega-blaster importante sobre o que ela e o irmão fariam com as pistas que coletaram dos outros clãs. Alguns representantes de cada clã viriam e a reunião seguiria normalmente, como a que ela presenciou quando voltou para os Estados Unidos, a que tiveram um mês depois, e a de urgência quando os Verper deram sinal de vida. Um péssimo sinal de vida.

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Amy tinha posto sua melhor calça jeans e uma camiseta de botões, feita de algodão bem suave. Até passara um batom da Nellie. Ela estava no banco de trás de uma BMW preta, junto com o irmão. A au-pair discutia com Fiske no banco da frente. Algo sobre o GPS e o caminho que deveriam seguir. O sacolejo incômodo não a impedia de ler calmamente um livro grosso e empoeirado.

–Ei, a busca já acabou se não notou. –disse Dan, zombeteiro. –Não precisa mais se matar de tanto ler livros velhos. –ela revirou os olhos, tentando ignorar o irmão.

–Sabe, –ela tentou parecer firme. –não é porque a busca pelas pistas acabou que eu deva me tornar burra. –antes que seu irmão pudesse retrucar, Nellie, que não estava no volante, após muitas brigas entre ela e Fiske, se virou com uma cara irritada, seu cabelo espetado transmitindo essa irritação, por estar mais espetado ainda.

–Chegamos. –ela anunciou com uma cara de poucos amigos. –A mansão Wizard em Massachusetts.

A casa era gigante. Dois andares e mais de 20 quartos. Mas obviamente para o rapper com fama mundial, era um chalé de férias. Jonah acolheu a todos com muita classe, mas sem perder o estilo ‘Gasgta’. Os representantes foram chegando e cumprimentando os irmãos. Alistar Oh e Sinead Starling representariam os Ekaterina. Hamilton e Eisenhower Holt representariam seu clã, os Tomas. Os Janus, naturalmente, mandaram Jonah e Broderick para a reunião. Os representantes Lucian ainda não haviam chegado, mas Amy duvidava que fosse alguém menos que Vikram Kabra, que viera em todas as outras. O marido da assassina de seus pais. O pai do possível amor de sua vida.

Um novo convidado chegou. Mas não era Vikram, o líder do clã Lucian. Era outra pessoa da família Kabra.

A primeira coisa que Amy viu foram os olhos âmbar.

And I
Am feeling so small
It was over my head
I know nothing at all

A segunda foi a camiseta azul clara da Armani.

And I
Will stumble and fall
I'm still learning to love
Just starting to crawl

Ian Kabra era o representante dos Lucian. Amy ficou paralisada, por medo. Por medo do sentimento que sentia por ele. Por medo do nó que se formou em sua garganta. Por medo desse embrulho prazeroso no estômago. Por medo dessa aceleração em seu coração. E, acima de tudo, medo de ser enganada outra vez. O jovem portador dos dentes mais brancos do mundo veio até ela com um sorriso que faria qualquer uma desmaiar. Mas Amy não era qualquer uma. Ela era a menina que ele, sua mãe, e sua irmã já tentaram matar. Mais de uma vez.

–Olá Amy. –ele cumprimentou, estendendo a mão. Ela, após um longo momento de hesitação, apertou a mão oferecida. Mas antes que ela pudesse soltar o aperto, Ian aproximou a mão de Amy dos lábios e a beijou muito delicadamente. A contragosto, Amy sentiu seu coração dar um pequeno pulo em seu peito. –Linda como sempre.

–O-oi Ian. –ela sentiu sua gagueira voltar. Como ela odiava gaguejar. Ela corou percebendo um pequeno sorriso divertido de Ian. –Bajulador como sempre.

–Não se o que eu disser for verdade. –ele retrucou. Uma pequena, bem pequena, chama se acendeu em Amy. Ele me acha bonita? Ele realmente gosta de mim? , Amy pensou. Ele tentou de matar, é óbvio que não. Ele se aproximou, ficando a centímetros do rosto dela. Ela podia sentir o cheiro de perfume importado. –Será que poderíamos ter uma conversa? Em particular? Quero pedir desculpas. Quero começar de novo. –ele sussurrou a última parte.

–Para quê? –ela perguntou, sentindo seu rosto ficar vermelho de raiva. Ela não ia deixa-lo mexer com seu coração. Não mais. Ela havia quase conseguido juntar os pedacinhos de seu coração partido. Por ele. Ela não ia deixar ele parti-lo novamente. –Para tentar me enganar de novo? Ian, você já provou que se arrependeu. Eu já te perdoei. Mas não consigo começar de novo.

–Amy, eu cometi erros. Você sabe disso. –ele disse ficando menor e mais triste. –Mas eu quero provar que posso te fazer mudar de ideia. Apenas uma conversa. Apenas mais uma chance, Amy. É isso que eu peço.

–Apenas uma conversa? Apenas uma chance? –ela repetiu, sentindo o rubor se esvaecer. –Só uma chance. Uma chance, Ian Kabra. Só uma conversa.

–Prometo, juro, que não vai se arrepender. –ele mostrou seu melhor sorriso galanteador, mas sincero. –Me encontre em dez minutos na varanda do terceiro quarto do segundo andar.

Say something I'm giving up on you
I'll be the one if you want me to
Anywhere I would've followed you
Say something I'm giving up on you

Amy não acreditava que tinha feito isso. Que tinha deixado Ian Kabra convencê-la. Ela não poderia culpar Ian se a conversa desse errado. Só poderia culpar a si mesma. Por tê-lo deixado quebrar seu coração. Ela não sabia o que era amar. Ela estava em um beco sem saída desde a Coreia. Ele tinha que falar algo para recuperar o coração de Amy. Senão ela iria desistir dele. E não iria voltar atrás. Ela se sentia tão pequena em relação a ele. Todas as meninas de Londres, da Inglaterra, da Europa e do mundo caiam em seus pés.

Dez minutos se passaram. Amy alisou sua blusa e caminhou lentamente até o quarto indicado. Bateu na porta hesitante e entrou. Ian estava de costas para ela, apreciando a vista de Massachussets. Ela se aproximou lentamente até estar na varanda também. Ele pareceu não nota-la. Ela e apoiou na grade, vendo o céu recém-estrelado de verão.

–Posso te mostrar algo? –ele perguntou, sem desviar o olhar da paisagem. Ele finalmente olhou para ela, com os olhos brilhando. Ela assentiu, sem perder o contato visual. Âmbar e jade. Ele passou por trás dela. –Suba nesse degrau. –ela subiu, duvidosa. O vento batia forte fazendo seus cabelos ruivos baterem na cara de Ian. Ele riu com o contato, que lhe fez cócegas.

–É muito bom. –ela suspirou. Ela abriu os braços, esperando que isso aumentasse a velocidade do vento, fazendo-a voar. Voar. Isso era o mais próximo de voar sem nenhuma ajuda. Subitamente seu pé escorregou no mármore e ela sentiu sem corpo cair. Ela gritou. Ou pelo menos tentou. Antes que ela atingisse o chão, duas mãos seguraram sua cintura. Ian. Ela olhou para ele, se perdendo em seu olhar preocupado. Sua mão em sua cintura a fazia perder a noção do tempo e do espaço. –Obrigada. –ele a ajudou a levantar e ela rapidamente se afastou, o coração e a cabeça a mil.

Say something I'm giving up on you
I'm sorry that I couldn't get to you
Anywhere I would've followed you
Say something I'm giving up on you

Ela sentou-se em uma poltrona de veludo verde. Ele, cabisbaixo e confuso, sentou-se de frente para ela, em uma poltrona gêmea a que ela estava.

–Me ch-chamou a-aqui para isso? –ela perguntou, ainda imaginando o que teria acontecido se Ian não a tivesse pegado.

–Não. –ele respondeu, debruçando-se, para chegar mais perto dela. –Aquilo foi só um bônus.

–Obrigada de novo. Não sei o que teria sido de mim se você não estivesse lá. –ela agradeceu sincera. Ele deu um sorriso cínico e abriu a boca para se gabar. –Mas o que você quer? –ela o cortou.

–Conversar. –ele disse. Levantou-se e sentou-se agora em um sofá. Bateu no espaço vazio ao seu lado, incitando Amy a sentar-se lá. Ela aceitou, mas sentou a certa distância dele. –Amy, você sabia que minha mãe, no laboratório de Gideon Cahill, planejava atirar em você, não sabia?

–Claro que sabia. –ela respondeu rapidamente, sem entender. Era óbvio que Isabel teria atirado nela, em Dan, em Ian, em Alistar, em todos, se pudesse. – Ela teria me ameaçado, assim Dan faria o que quisesse. Que nem ela fez com você e a Natalie.

–Mas não é só por causa disso. Ela sabia que poderia me chantagear com você. Por que ela sabia que eu me importava com você. Que eu gostava de você. –ele disse, fazendo a garota arregalar os olhos. Chegou mais perto de Amy. Ela não se afastou. Não conseguiu se afastar. Ele roçou sua mão na dela. –Na verdade, eu ainda gosto.

–Ian...

Say something I'm giving up on you
And I'm sorry that I couldn't get to you
And anywhere I would've followed you
Say something I'm giving up on you

–Amy, eu gosto muito de você. –ele admitiu. Ela tirou sua mão e a esfregou na outra, nervosa. Pegou um cacho de seu cabelo ruivo e enrolou. –De verdade.

–Ian, eu acredito em você. –ela disse bruscamente. Ele olhou-a, não podendo acreditar. –Mas ainda sofro com o que você fez. Foi difícil superar. Quando eu finalmente achei que tinha superado, você vem e diz isso. –ela continuou. Ian sentiu seu coração parar e depois retomar o rumo precipitadamente. Não entendia se ela gostava ou não dele.

–Isso quer dizer que é recíproco? –ele arriscou. Ela se levantou com os olhos marejados e começou a andar em círculos. Ela sentia seu mundo desmoronando. Se ela aceitasse Ian, e ele a machucasse, mesmo que sem querer, ela não iria suportar. Ela não acreditava no amor. Não depois do que ele fez. –Amy?

–Tudo que eu conheço do amor é você. –ela ignorou a pergunta. –Você me fez acreditar no amor, mesmo que ele parecesse impossível. Você me fez achar que amor não existia, no momento que me deixou naquela caverna. Você foi o único que já amei. Você foi o único que já me amou. Minha vida amorosa se resume a você. –ela já chorava alto. Entre um soluço e outro ela conseguiu formular algumas palavras: “E eu amo você.”

Ele se levantou e tomou a garota chorosa nos braços. Ela se aconchegou em seu peito, molhando sua camiseta azul. Ele afagou seus cabelos sedosos. Ela se afastou após se acalmar e visualizou a camisa encharcada.

–Oh, me desculpe Ian. –ela se apressou em dizer. –Eu não queria molhar... Eu comprarei uma nova para você.

–Não se preocupe. –ele conseguiu esboçar um sorriso. –Amy, eu daria todas as minhas camisetas para você chorar. Eu... eu também amo você. –ele sussurrou, com medo de que dissesse em voz alta, se tornasse mentira. –Fica comigo?

–N-não. –ela soluçou. Ian sentiu lágrimas nos olhos, mas reprimiu-as. Um Kabra não chorava. –Não posso. Não consigo. –ela completou, voltando a chorar e se aproximando da porta para abri-la. –Não quero que você me machuque novamente. Não vou conseguir aguentar que você me machuque.

And I
Will swallow my pride
You're the one that I love
And I'm saying goodbye

–Eu não vou te machucar. –Ian disse, se levantando também. Antes que ela fizesse algo, ele já estava na frente da porta aberta, bloqueando sua passagem.

–Quem me garante? –ela teimou, ainda limpando o rosto molhado. Amy podia ser tímida, mas era de uma teimosia que só ela e seu pai possuíam.

–Eu. –ele respondeu confiante. Ela olhou confusa e ia retrucar, mas ele a calou com um beijo. Um beijo de verdade.

Seu mundo parou. Amy não sentia suas pernas, mas sabia que estavam tremendo. Ela não sentia suas mãos, mas sentia o cabelo macio de Ian. Ela não sentia mais nada além dos lábios dele contra os seus e as mãos dele em sua cintura. Era só ela e Ian e o momento. A boca dele era quente e tinha um gosto adocicado.

O tempo parou. Ian não lembrava onde estava. Não lembrava o que estava fazendo. Não lembrava porque estava fazendo. Só lembrava que tinha os lábios de Amy para ele. Ele finalmente tinha aqueles lábios vermelhos só para ele. Lábios gelados. Lábios perfeitos. Uma garota perfeita. Amy era perfeita. Sua boca se encaixava perfeitamente na dele. Seu corpo parecia ser feito para ele.

Ian e Amy nunca odiaram tanto o ar. Quando ele infelizmente se fez necessário, eles se separaram. Ele colou sua testa na dela e tentou acalmar sua respiração ofegante.

–Acredita em mim agora? –ele perguntou sorrindo. Ela retribuiu o sorriso, o melhor sorriso que ela poderia dar.

–Acredito.

–Então fica comigo? –ela suspirou com essa pergunta. Ela estava apaixonada por ele.

–Você tem que me conquistar primeiro. –ela tentou parecer difícil. Não deu certo. Ele abriu um sorriso divertido e acariciou a bochecha rosada dela. Com o toque ela ficou mais rosada ainda.

–Eu acho que já te conquistei. –ele riu. Ela o acompanhou. Era o melhor som que Ian já ouvira. Ela se aproximou mais, se isso era possível. Fez seus narizes se tocarem, fez seus rostos se tocarem. Roçou seus lábios nos deles, como ele fizera meses antes. –Isso quer dizer sim?

–Tão inteligente para certas coisas, tão burro para outras. –a cara de Ian se contraiu em uma careta. Ela soltou uma gargalhada gostosa. –Mas sim, isso quer dizer sim.

Eles se beijaram apenas mais uma vez, porque Nellie já gritava lá em baixo, chamando todos para a mesa. O jantar seria servido. Após Ian xingar a au-pair baixinho, eles desceram de mãos dadas, com a intenção de anunciar a todos seu compromisso.

Say something I'm giving up on you
Say something

Amy estava radiante. Ela havia beijado os lábios do garoto com olhos âmbar. Mais de uma vez. Ian, se era possível, estava mais ainda. Ele conseguiu. Conseguiu conquistar a garota dos olhos de jade.

Ian disse algo afinal. E agora Amy não conseguiria desistir dele.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Comentem por favor!!!!! Fãs de AmyIan apareçam e deem força para o casal



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