"Eu estou me perdendo. Tentando competir. Com qualquer um. Ao invés de ser eu mesma. Não sei para onde virar. Estou presa nessa rotina. Preciso mudar meus modos. Ao invés de ficar sempre fraca. Não quero ter medo. Quero acordar me sentido bonita hoje. E saber que estou bem pois todos são perfeitos de formas diferentes. Você vê, eu só quero acreditar em mim. O espelho pode mentir, não mostra o que você é por dentro. E ele pode dizer que você é cheio de vida. É impressionante o que você pode esconder só com um sorriso. Não quero ter medo. Quero acordar me sentindo bonita hoje. E saber que estou bem pois todos são perfeitos de formas diferentes. Você vê, eu só quero acreditar em mim"

– Believe in me, Demi Lovato.

POV Lilly

Acordei no dia seguinte com gritos e risadas vindos do jardim.

Olhei pela janela e vi toda a família jogando e brincando no mini campo de quadribol que havia sido construído nos jardins da toca.

Desci e fiquei olhando o jogo de longe.

"Pela direita" pensei enquanto observava as tentativas frustradas do Hugo de roubar a goles do Fred.

De um lado, tio Ron (goleiro), Albus e Roxy (batedores), tia Angelina, mamãe e Fred (artilheiros) e Teddy (apanhador).

Do outro, tio Bill (no gol), James e Rose (batedores), Hugo, tio Jorge e Victorie (artilheiros) e Harry (apanhador).

Na arquibancada, o pequeno Louis narrava o jogo, excitado.

– Albus defende Fred do balaço certeiro que Rose lança! Fred lança a goles e... Dez pontos para o time do tio Ron! Tia Gina tem a posse da goles! Ela passa pelo tio Jorge, pela Vic e a lança... Tio Bill defende! E parece que tio Harry viu algo que Teddy deixou passar! Tio Harry e Teddy disputam pelo pomo de ouro e... cento e cinquenta pontos para o time do tio Harry e o Potter vence por 450 X 200.

O resto da família aplaudiu e os jogadores desceram de suas vassouras, ofegantes.

Um dos maiores orgulhos da família era que o time de quadribol grifinório era praticamente composto apenas pelos Weasley's e Potter's.

Talvez esteja no sangue.

Eu até já tinha tentado entrar para o time das cobras, mas é claro que Rose arranjara um jeito de sabotar meu teste.

Transando com o capitão para ser mais exata.

Mas esse ano farei o teste novamente já que o tal capitão já se formou e provavelmente outro assumiu o cargo.

Será uma surpresa para todos se eu passar já que ninguém além da Domi, da vovó Molly e do tio Jorge acredita nas minhas habilidades.

Ah, o tio Jorge.

Quando eu tinha doze anos, ele ouviu Rose me ameaçar.

Eu não lembro bem o que aconteceu àquele dia, só sei que desde então, ele é legal comigo e sempre pergunta se estou bem.

De vez em quando ele até me presenteia com alguns artefatos das Gemealidades Weasley, ele diz que é pra ajudar a me defender da Rose.

Não me pergunte o porquê de ele nunca ter conversado com meus pais ou com os pais da Rose.

Ele nunca o fez e eu nunca tive coragem de pedir.

xXx

Depois do almoço, fui arrastada até o beco diagonal por uma loira oxigenada parte veela, vulgo Dominique Weasley, porque essa não sabia o que vestir amanhã na estação de King's Cross.

– O que acha desse vestido? - Ela provou a milésima roupa e fez a mesma pergunta pela milésima vez.

Dessa vez o vestido era azul e simples, o que ressaltava seus belos olhos azuis.

Dominique era, sem dúvida, uma das garotas mais belas que eu já vira.

Igualzinha à irmã mais velha, Victorie, nos seus quinze anos.

Ela tinha os cabelos loiros e ondulados, olhos azuis elétricos, e claro, por ter puxado a parte veela da tia Fleur, tinha um rosto e um corpo perfeito.

– Ficou ótimo Domi, eu já te disse, você fica linda de qualquer jeito, já podemos ir?

– Eu sei que sou linda. - Ela jogou o cabelo para trás me fazendo revirar os olhos - Mas infelizmente isso não é o suficiente.

– Argh! - Bufei irritada. - Vou te esperar lá fora.

Ela assentiu indiferente e eu fiquei na porta da loja.

– Ora, se não é a esquisita. - Ouvi a voz fina e irritante de Rose atrás de mim.

– A Potter renegada. - Completa outra.

Me virei para ficar de frente para elas.

Rose vinha seguida por três.

Suas seguidoras mais fiéis.

Uma delas, Alice Longbottom, a filha do diretor.

As outras duas eu só conhecia de vista.

– O que faz aqui, priminha? Não percebe que esse não é lugar para você? Aqui só vende roupas para meninas. - Rose riu com as amigas me olhando de cima a baixo.

– Isso não é da sua conta. - Disse eu simplesmente.

– Resolveu bancar a corajosa, Potter? - Rose se aproximou me fazendo recuar um pouco.

– Tem certeza que sabe o significado dessa palavra, prima? - Ironizei. - Você só é corajosa quando está em bando.

O que eu havia dito? Eu nunca enfrentara Rose antes.

– Como ousa? - Ela sacou a varinha e eu fiz o mesmo apontando para ela.

– Prepare-se, Potter. - Ela disse encostando com sua varinha em meu queixo. - Eu vou fazer desse ano o pior da sua vida.

Dizendo isso ela saiu com suas vadias de plantão.

– Você deixa? - Uma voz grossa e rouca soou ao meu lado me fazendo arrepiar.

– O que? - O fitei confusa.

Eu conhecia aqueles olhos azuis acinzentados.

Scorpius Malfoy.

Goleiro sonserino, sexto ano.

Fama de galinha.

Narizinho empinado e sorriso debochado.

"Doninha Júnior" Como diria tio Ron.

– Ela te humilhar desse jeito.

– Ela é minha prima. - Retruquei.

– Bom, ela não agi como se fosse. - Ele ironizou.

– E o que você tem com isso? - Perguntei claramente irritada.

– Nada, eu só achei que uma mocinha tão bonita como você, e ainda por cima sonserina, não devia deixar isso barato.

Corei com o comentário e ele sorriu de lado.

– E o que quer que eu faça?

– Se vingue.