Os Cinco Filhos da Aflição : Nerlinir nas 8 Terras escrita por Raffs


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ficou bastante resumido, nos próximos capítulos vou tentar ser um pouco mais detalhista, para assim vocês terem uma melhor noção do que quero passar



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Aquelas palavras não me saíam da mente.
"Um acordo".Ele me deu um tempo pra pensar, mas ficou claro que o mais provável era que Gustaf recebesse um 'não'.Era meio difícil confiar nele, assim como eu achava que ele não confiava em mim.
Afinal, por que Gustaf, o Daggar Branco, Terror da Tempestade, após tudo que eu fizera a ele, ainda confiaria em mim o suficiente para propor um acordo?

–Que tipo de acordo?
–Nada muito complicado.Conhece Atterax?
–O Reino, aspirante a Império, de Atterax?Como não conheceria?
–Não esse Atterax.Estou falando do homem que deu nome ao Reino.
Surpreendente.
–Claro que conheço, mas...esse homem está morto há duas Eras.
–É o que todos acreditam.Mas e se eu te dissesse que ele talvez esteja vivo?
Parecia piada.
–E que motivo eu tenho para acreditar?
–Aparentemente, nenhum.Mas fontes seguras vindas do Oriente me garantiram isso.E me trouxeram isso.-Ele abriu a mão, onde havia um tufo de cabelo vermelho-vivo e um anel negro.
–Eu deveria entender ao ver isso aí?
–Imaginei que não fosse reconhecer, após tantos anos.Olhe o anel mais de perto.
Quando me aproximei, notei.O anel tinha uma perfuração, além de palavras em élfico escritas.E, claro, o desenho em relevo do dragão feito de diamante negro.
–Mirmulnir.
–Irônico, não?O destino trouxe Mirmulnir de encontro a Nerlinir.
–O que...Como e onde encontraram isso!?
Eu sabia que ele estava rindo por dentro.
–Seu irmão.O primeiro.Abandonou o posto em Atterax e deixou essas coisas para trás, afirmando que estava indo atrás de...Atterax.Alguns dizem que ele enlouqueceu.Mas fiquei curioso sobre essa história e procurei informações. Um grupo de mercantes confirmou o boato.Disseram que ele estava nas Oito Terras, escondido.Sabe-se lá o que planejam.-pigarreou-Então, foi uma ótima coincidência te encontrar aqui.Vou atrás do seu irmão.
–Ainda tem esperança de vencê-lo ao menos uma vez.-Não pude evitar esboçar um sorriso.
–Mais ou menos isso.Mas se ele foi mesmo atrás de Atterax ou seja lá o que for, está passando por um perigo enorme, sendo O Primogênito ou não. E o único que vai matá-lo serei eu.
–Então você vai salvá-lo por simples orgulho?
–Mas é claro.E você pode ir junto.

A galé já iria partir.Eu tinha de me decidir rapidamente.
–Apresse-se, o Princesa de Telmar já vai partir!-Gustaf exclamava.
Era a escolha certa? Abandonar todo o esforço para ser esquecido e se esconder apenas por capricho? É inegável, meu cérebro pede por mais sangue, mas seria certo fazer o mundo tornar a se lembrar dos infames Cinco Filhos da Aflição?
–Eu vou.-Cerrei os punhos e caminhei lentamente até a embarcação.
Gustaf me observava, e quando notou minha aproximação, sussurrou algo com o imediato, que logo exclamou para os marinheiros abrirem passagem por onde eu passasse.
Lembrei que o elfo Lonpak iria pegar uma galé para as Oito Terras, e logo o vi, bebendo junto de alguns marujos na extremidade do convés.
Ele também me notou.
–Ora, não estava com os Khaajit?
–Recebi uma certa proposta.
–Que tipo de...
–Atterax, mal posso esperar!-Gustaf interrompeu, me empurrando com um sorriso maligno no rosto.
Lonpak fitou-o assustado.
–Atterax?Mas essa galé vai...
–Para as Oito Terras, é bem sabido.Falamos do homem Atterax.
–Atterax foi um homem?E mais importante, você não é o Daggar Branco, Gustaf dos Ruskos?
–Parece que sou bastante famoso.
–Você destruiu as terras do meu povo durante A Tempestade.
–Destruí?Desculpe, não lembro.
Estava na hora de entrar na conversa antes que houvesse confusão.
–Certo, já chega.Ele mudou, mas acho melhor não ficarem perto um do outro durante esta viagem, ok?
Eles se entreolharam.Lonpak concordou com a cabeça, e Gustaf deu de ombros.

A viagem foi longa.
No oitavo dia após a partida, já não era possível ver nenhum pedaço de terra, e nada mais havia ao nosso redor, a não ser as águas do Mar de Sangue.Felizmente, o fenômeno que dava nome ao mar não parecia próximo de acontecer : a água estava azul como o céu.Porém, era possível avistar no horizonte uma massa de nuvens negras, o que não era um bom sinal.
No outro dia, estava provado.Uma forte tempestade balançava o Princesa de Telmar de um lado para outro, o que me deixou enjoado.Alguns mantimentos foram perdidos, e foi detectada uma pequena rachadura no casco, mas felizmente todos sobreviveram.

A semana passou rapidamente, pois após a forte tempestade surgiu uma aliviante calmaria, e os ventos estavam a favor, por isso as velas ajudaram mais do que os remos.

O capitão Olho de Garça (nem queira saber o porquê do nome) nos avisou que naquele ritmo, provavelmente estaríamos em solo em cerca de três dias.
Ledo engano.
No décimo oitavo dia, vimos um turvo e gigantesco vulto debaixo d'água.Os marinheiros logo pegaram suas armas e os frascos de fogo grego.Uma onda de pânico se alastrou entre todos, pois monstros marinhos não eram comuns naquela região e época do Mar de Sangue.

O vulto seguiu o barco lentamente durante todo o dia.À noite, todos continuaram a postos, preparados para qualquer ataque.Eu também resolvi ajudar, e fiquei de olho no convés, mesmo nervoso com enormíssimo ser abaixo de nós.
Estava com alguns marujos (devidamente armados) conversando para tirar a tensão, até que Lonpak se aproximou.
–Por que vocês não vão beber um pouco na cabine central? O capitão fez daquele lugar uma verdadeira taverna.Outros homens tomarão seus postos.
–Beber?-Só eu questionei, os três marujos com quem conversava não hesitaram e foram à cabine-Como podem estar tão calmos na situação em que nos encontramos?
–Ora, estamos a poucas horas de bote das Oito Terras.Mesmo que aquilo embaixo destrua a galé, chegaremos.
–O que vocês fazem é desafiar os deuses pondo a vida dessa maneira...
–E desde quando você é religioso?-Gustaf saiu da cabine, abrindo a porta aberta-Convenci o capitão a festejar para quebrar o clima tenso.Bom homem, aquele Olho de Garça-Eu nunca vira o Terror da Tempestade embriagado, mas para tudo há uma primeira vez.-Apenas escute.
Da cabine, era possível ouvir música, e o lugar estava tão abarrotado que pergunto-me como os homens conseguiam respirar ali dentro.Ouvi a voz do capitão.
–E danem-se os deuses-Parecia bêbado, assim como todos os outros-ou qualquer monstro bastarso que entre no meu caminho.Danem-se também os heróis, danem-se vocês todos!-Todos aplaudiram.

Como que numa triste ironia do destino, no exato instante em que ele terminou de falar, um estrondo foi ouvido no outro lado, e era possível ver um enorme tentáculo se erguendo para outra investida contra o barco.O golpe balançou o Princesa de Telmar e todos que nele estavam, jogando todos os beberrões para todos os lados, incluindo Gustaf.

Também perdi o equilíbrio, e antes do outro estrondo, só pude pensar numa coisa.
–Quimera-do-mar.


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