Agents of Hogwarts escrita por Carol Weasley Everdeen Jackson


Capítulo 1
Skye, a feiticeira (com tendência para barraco)


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo! Lembrem-se, deixem review para eu ter inspiração e continuar a presentear vocês com as aventuras da Skye, a bruxa retardada.



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Quando Skye acordou, o dormitório do orfanato estava escuro. A garota que dormia perto da janela, Amy, não gostava de acordar com a luz do sol na cara, por isso apenas deixava uma pequena fresta para a luz iluminar parcialmente o chão e aquelas que acordavam mais cedo não tropeçarem.

St. Agnes estava em relativo silêncio. Metade das garotas do dormitório de Skye já tinham acordado, mas se vestiam silenciosamente.

A morena ficou deitada mais um pouco, tentando perceber uma coisa.

Ela estava animada. Feliz. Mas não se lembrava porquê.

Uma das irmãs bateu na porta do dormitório.

- Acordem! - Gritou ela. Skye resmungou alguns palavrões antes de se levantar e estender a mão para suas roupas: uma regata preta, calças jeans e coturnos.

Algumas garotas mais madrugadoras já passavam por ela, mas as duas mais simpáticas pararam um pequeno segundo junto da garota e falaram:

- Feliz aniversário. - E saíram, para terem a certeza que apanhavam os melhores lugares no café-da-manhã e se podiam servir antes das outras.

Skye parou.

Era isso. Seu aniversário. Ou, pelo menos, o aniversário do dia em que fora deixada em St. Agnes.

Se sentou na ponta da cama, sorrindo. Ela tinha, agora, 11 anos. Claro, isso não lhe servia de nada. Não podia conduzir, votar ou sair de St. Agnes. Tinha de ficar ali mais 7 anos, até ter 18, para fugir até um sítio muito longe e muito mais legal.

Vendo seu reflexo (sua pele ligeiramente bronzeada, cabelo castanho comprido e olhos escuros), nem pensava que aquele dia iria mudar a sua vida.

Depois de interiorizar a sensação de estar completando mais um ano de vida, Skye desceu até ao refeitório, onde todas as crianças comiam, riam e conversavam.

- Feliz aniversário, Mary Sue. - Sussurrou uma das freiras quando Skye passou, com seu pacote de leite.

A jovem resmungou um "obrigada" em resposta. Odiava aquele nome que as irmãs lhe tinham dado: Mary Sue Poots.

Como, ao chegar no orfanato, não tinha nome, as freiras lhe tinham dado um. Claro que freiras não são conhecidas por escolherem nomes legais para crianças.

Honestamente, quem chama isso a uma criança? Numa velha é bem normal ver esse nome (se for uma velha que tinha pais malvados e demasiado tradicionais), mas Skye não era capaz de imaginar uma pessoa olhando para um pequeno bebé e pensar: "Já sei que nome lhe vou dar! Mary Sue Poots! Ha, eu sou um génio!"

Skye se sentou numa mesa, com seu café-da-manhã esperando para ser comido, e acessou seu laptop.

Ela não era boa na escola, e não era boa em ter uma família, mas era a melhor quando tocava ao mundo fantástico da internet.

Fora assim que conquistara o respeito de algumas das crianças do orfanato. Esqueceu a senha da sua conta num site? Skye conseguia recuperar ela numa questão de minutos. Precisa achar um trabalho online para copiar e usar na escola, mas não consegue achar um que pareça feito por você? Já sabe com quem falar. Quer acessar os registos da polícia para apagar um ficheiro criminal? Bem, Skye tentava não se gabar disso perto das freiras.

Claro que uma garota tão nova não podia aprender aquilo sozinha. Fora seu amigo, Miles Lydon, que lhe ensinara tudo o que ela sabia. Miles era 2 anos mais velho, e já se metera em encrenca por liberar fotos constrangedoras dos professores online, após hackear seus computadores.

Sendo um dia de escola, Skye foi obrigada a ir, mesmo insistindo com as freiras de que era o seu aniversário.Seguiu com todos os outros, a pé, até chegar à pequena escola da cidade.

Miles estava esperando no portão, encostado à parede, numa posição de flamingo, com seu laptop pousado sobre o joelho que estava no ar. Para os dois, era uma posição tão natural que pareciam uns ninjas equilibrando os PC’s.

- Oi. – Cumprimentou Skye.

- Oi. Feliz aniversário, Skye. – Murmurou Miles, emerso no seu portátil. A morena imitou a sua posição e ficaram assim até o sinal tocar. Tinham ambos aulas diferentes, então fecharam os computadores, entraram na escola e seguiram caminhos contrários.

Skye foi para a aula de matemática. A pobre já se sentia entediada só por passar pela porta de entrada da sala, e ainda mais quando viu a professora entrar, sem sequer um bom dia, e começar a escrever uma conta gigantesca.

- Resolvam, por favor. – Falou a professora, antes de se sentar, deixando a conta feita para o tipo de nerd que Skye não era no quadro negro.

Todos se dedicavam à resolução do problema, menos a aniversariante, que estava desenhando na borda do caderno. Para ela, não havia qualquer aplicação daquele problema na vida real.

Lentamente, a garota foi adormecendo. Pouco depois do princípio da sua sesta, uma mão tocou ela no ombro.

- Só mais cinco minutos, por favor. – Gemeu Skye, tirando a mão de seu ombro e voltando a dormir, calma como um anjo. Ou, pelo menos, estava calma até ouvir o grito da professora.

- MENINA POOTS! – Gritou a odiosa mulher.

Com um pulo, Skye acordou, acabando por jogar tudo (livros, cadernos, canetas e lápis) para o chão, ao bater com os dois joelhos na mesa.

- MERDA! – Berrou a morena, ainda sem perceber onde era. Ela costumava gritar aquilo sempre que era acordada por alguma trovoada no seu quarto do orfanato, mas dizer em frente de uma professora era bem pior.

A professora de matemática olhou para Skye, ameaçadora.

- Gabinete do diretor. Agora. E leve seus materiais.

Com os olhos de toda a classe presos nela, a garota recolheu aquilo que deixara cair ao chão, colocou tudo dentro de sua bolsa escolar e levou a mala aos ombros, com o laptop na outra mão.

- Hummm… O que eu falo para o… - Começou Skye, antes de a professora a interromper.

- Fale para ele que você adormeceu durante a aula, não fez os exercícios e gritou um palavrão. – Ordenou a professora. – E não se incomode a voltar, menina Poots.

Skye grunhiu e saiu da sala. Os corredores da escola estavam vazios, não havia ninguém andando em volta dos armários, ou correndo, ou fazendo piadas e rindo.

O gabinete do diretor era no segundo andar da escola. Para chegar lá, ela tinha de passar por um número absurdo de salas, chegar até à porta de entrada e achar as escadas que subiam até aos gabinetes dos professores.

Conseguiu lutar contra sua ideia brilhante durante as três primeiras salas que passou. Os alunos mais distraídos olhavam para ela, acenando numa tentativa de não ouvirem as explicações dos professores. Skye acenava de volta, pensando em quantos problemas iria enfrentar quando os professores e as irmãs descobrissem.

Parou entre a porta de entrada e as escadas que levavam aos gabinetes. O diretor ia mandar ela para a detenção, e Skye passaria, provavelmente, horas escrevendo como estava arrependida. Ela já sabia disso.

Mas, se tomasse o outro caminho, podia se esconder dentro do orfanato, sair de fininho quando as aulas acabassem e entrar como se tivesse passado o tempo inteiro na escola.

Sorrindo, Skye abriu a porta da frente sem fazer barulho e começou a atravessar o pátio, sempre de olho nas janelas para se certificar que ninguém a via. Viu a professora de matemática continuar a sua aula, enquanto falava com os alunos sobre números e mais números.

Ela não resistiu.

- MENINA POOTS É SUA MÃE! – Berrou Skye, chamando a atenção da professora, já que Skye estava perto o suficiente do edifício escolar para ser ouvida.

Alguns professores olharam pelas janelas, espantados, mas a professora da pequena rebelde correu para fora da sala de aula, atrás da sua aluna fugitiva. Sem tempo para pensar num plano melhor, Skye disparou em direção do portão da escola, quase deixando uma nuvem de fumo com a sua forma, tal era a velocidade.

Correu para fora da escola, sob o olhar atónito de todos os professores e alunos que estavam tendo aula daquele lado da escola, e atravessou as ruas até St. Agnes como uma flecha. Muitos carros buzinaram quando ela passou no meio da estrada, mas conseguiu chegar ao orfanato sã e salva: mas descabelada, sem fôlego e exausta.

- Por favor, por favor, por favor, que pelo menos esta parte do plano corra bem. – Sussurrou ela, pulando o muro baixo e se dirigindo às traseiras do orfanato. A porta das traseiras dava para uma salinha pequena, onde as irmãs guardavam produtos de limpeza.

Skye entrou para o cubículo onde mal cabia, e se acomodou o mais confortavelmente possível: virou um balde, se sentando nele, e apoiou os pés sobre algumas caixas. Afastou as vassouras e esfregonas do rosto, pousou a mochila escolar num canto e tirou seu laptop da pasta onde o guardava.

Não podia estar melhor.

Consultou o relógio. Matemática era sua penúltima aula, e duvidava que a professora fosse parar o resto da sua aula para ir apresentar queixa. Provavelmente faria isso durante o intervalo.

Ou seja, Skye ainda tinha cerca de meia hora para se divertir um pouco.

Era exatamente isso que planeava fazer. Até ouvir um estrondo no jardim. Seu primeiro pensamento foi tiros, e até ouviu vozes seguidas do som. Mas, quando se preparava para atacar com uma vassoura, ouviu a conversa. E ela tinha a certeza que nenhum atacante falava assim tão calmamente.

- Professor Coulson, tenho a certeza de que a Mary Sue Poots vai adorar falar consigo… assim que ela voltar da escola. – Ouviu uma das irmãs (Skye não conseguia ver quem era).

- Não se preocupe, eu espero. – As vozes desapareceram durante algum tempo, e a garota soube que eles tinham entrado dentro do orfanato e deviam estar na sala de visitas. Com pezinhos de lã, recolheu seu laptop e saiu.

Naquela hora, as freiras deviam estar nos quartos, a rezar. Por isso, Skye podia se movimentar com mais barulho do que iria se atrever se uma delas aparecesse do nada.

A sala de visitas estava a um corredor de distância do refeitório. Passando por entre as mesas e correndo silenciosamente, Skye conseguiu alcançar a porta entreaberta, e espreitou.

O tal de Professor Coulson estava sentado no sofá onde, geralmente, os pais se sentavam quando estavam esperando que as freiras fossem buscar alguma criança. Era um homem de meia-idade, já perdendo o seu cabelo castanho, e tinha um rosto bondoso. Usava roupas cerimoniais ligeiramente estranhas.

- Pode se aproximar. – Falou ele, ao fim de cinco segundos, sem sequer olhar para Skye. – Eu sei que está aí.

Apanhada pensou ela.

Abriu a porta timidamente e se sentou no outro sofá, oposto ao dos pais, onde as freiras se sentavam com a criança escolhida para ser adotada.

- Oi. – Falou.

- Qual seu nome? – Perguntou o Professor Coulson.

- Skye. – Respondeu ela. Não queria contar que ela era a garota com quem ele queria falar antes de saber porque é que ele queria falar com ela. – Porque você quer falar com a Mary Sue Poots?

O Professor Coulson sorriu.

- Conhece ela? – Skye acenou com a cabeça, em concordância. – Bem, devo dizer que é confidencial.

A pequena grunhiu. Miles passava horas falando com ela sobre como a informação, até a confidencial, não pertence especialmente a uma pessoa ou a um grupo de pessoas, mas sim a todos. Ela acabara por pegar a ideia.

Ouviu-se um telefone tocando, provavelmente o telefone das freiras para falarem com a escola dos órfãos. A irmã que deixara o Professor Coulson atendeu.

O único pensamento de Skye era fugir. Arranjar um nome falso, pintar o cabelo, fazer uma cirurgia facial para mudar seu rosto, falsificar um passaporte e ir para o México. Mas a freira já desligara o telefone e se aproximava, provavelmente para dizer ao Professor Coulson que podia falar com a garota depois de ela levar a maior reguada da sua vida.

A porta se abriu.

- Desculpe, Professor Coulson, mas a Mary Sue… está nesta sala? – A irmã parecia tão surpresa por encontrar ela ali como o professor.

- Pois… eu menti. Skye é só um apelido. – Murmurou ela, se encolhendo num canto do sofá. A freira ia começar a gritar com ela, quando o Professor Coulson cortou.

- Não. Preciso falar com ela. É urgente. Poderia sair? – Perguntou. A freira, a contragosto, saiu da sala, deixando os dois sozinhos de novo. – Bem, Skye, já que gosta tanto desse nome, eu sou o Professor Coulson, da Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts.

Skye arqueou as sobrancelhas.

- Ah, tá. E eu sou a Professora Skye, da Escola de Loucura e Drogas de Nome Estranho. – Falou antes de pensar, mas o professor riu.

- Sim, eu sei que o nome é estranho. – Subitamente, ele ficou muito sério, fitando ela com um olhar penetrante. – Mas não estamos aqui para discutir o nome da escola. Skye, você foi aceite em Hogwarts.

E lhe passou um pergaminho, que ela segurou e leu, começando a perguntar-se o que aquele homem fumava.

ESCOLA HOGWARTS DE MAGIA E FEITIÇARIA

Diretor: Nicholas Fury

(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Feiticeiro Chefe, Mandatário-Supremo, Confederação Internacional de Feiticeiros, Ex-Chefe dos Aurores)

Cara Miss Poots

É nosso prazer informá-la que têm um lugar à sua espera na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. Junto enviamos uma lista dos livros e equipamento necessários.

O ano letivo começa a 1 de Setembro. Queira enviar-nos a sua coruja até dia 31 de Julho, sem falta.

Anteciosamente

Phil Coulson

Subdiretor

Skye olhou para a primeira carta, olhando para Coulson.

- Continue lendo. – Incentivou ele. Então, Skye passou à segunda carta, que listava os materiais para o primeiro ano de Hogwarts.

ESCOLA DE MAGIA E FEITIÇARIA DE HOGWARTS

Uniforme:

Os alunos do primeiro ano vão precisar de:

1-Três mantos do trabalho (pretos)

2-Um chapéu alto, pontiagudo (preto) para uso diário

3-Um par de luvas de proteção (de pele de dragão ou semelhante)

4-Uma capa de Inverno (preta com fechos prateados)

Por favor, tenha em atenção que as roupas dos alunos devem ter etiquetas com os nomes.

Livros adotados

Todos os alunos deverão ter um exemplar dos seguintes livros:

O Livro Básico dos Feitiços (grau 1), por Miranda Goshawk

A História da Magia, por Bathilda Bagshot

A Magia Teórica, por Adalbert Waffling

A Transfiguração – Um Guia para Principiantes, por Emeric Switch

Um Milhar de Ervas e Fungos Mágicos, por Phyllida Spore

Planos e Poções Mágicas, por Arsenius Jigger

Animais Fantásticos e onde Encontrá-los, por Newt Scamander

As forças das Trevas: Guia para Autoproteção, por Quentin Trimble

Outro equipamento:

Uma varinha

Um caldeirão (chumbo, tamanho 2)

Um conjunto de frascos de vidro ou cristal

Um telescópio

Um conunto de balanças de bronze

Um caduceu

Os alunos podem também trazer uma coruja, um gato ou um sapo.

LEMBRAMOS AOS PAIS QUE NO PRIMEIRO ANO OS ALUNOS NÃO ESTÃO AUTORIZADOS A USAR AS SUAS PRÓPRIAS VASSOURAS.

Skye terminou de ler e jogou a carta no chão.

- Isso é alguma peça de mau gosto? – Perguntou ela. – Quer dizer, magia?! Varinhas mágicas?! Corujas de estimação?! Pode ir tentar enganar outra pessoa “Professor Coulson”! A mim não me engana!

O professor colocou a mão debaixo das próprias roupas e tirou um longo pau de madeira. Skye pensou que ele ia atacar ela com ele, mas Coulson limitou-se a fazer a carta flutuar rente ao chão.

- E agora, acredita? – Perguntou ele. O silêncio da jovem convenceu ele. – Você é uma feiticeira, Skye. Têm três opções: ou você é filha de dois feiticeiros, filha de um feiticeiro e um trouxa, uma pessoa sem magia, ou filha de dois trouxas que, de alguma forma, têm poderes. É bastante comum.

O professor Coulson se levantou e escreveu uma pequena nota, começando a sair.

- Onde você vai? – Perguntou Skye. – Não pode simplesmente me contar isso e cair fora!

- Eu não vou cair fora. Não permanentemente. – O Prof. Coulson sorriu. – Vou apenas entregar esta nota em Hogwarts e volto no fim-de-semana, para irmos comprar seu material.

A garota mordeu os lábios, envergonhada.

- Eu não tenho dinheiro. – Acabou por falar. – E as freiras não vão pagar a minha educação numa escola de magia.

Coulson deu um tapinho no ombro de Skye.

- Não se preocupe. – Riu ele. – Eu pago.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Comentem se quiserem ver o capítulo 2, com o Grant Ward e cachorros.