Londres estava mais agitada que o normal naquele dia, a morena não sabia se era os anos que passara fora em uma cidade menos agitada ou se realmente os ruas tiveram os números de carros duplicados; contudo, aquilo não importava para ela, andar naquele lugar lhe trazia lembranças tão boas e algumas não tão boas assim (por culpa dela) fazendo-a sorrir abobalhadamente para o vento que batia em sua rosto.

As pessoas ao seu redor a olhavam com curiosidade, naqueles quatro anos ela mudara tanto, não tinha mais as perfeições preocupadas ou sérias, fazendo-a parecer mais uma turista do que qualquer outra tipica moradora do local. Não se arrependia de seus atos, repetiria a dose de tudo novamente se pudesse voltar no tempo, conhecera alguém e agora que voltará queria o que era seu de volta, e nada nem ninguém a impediria disso.

Todavia, do outro lado da cidade, Scorpion encarava a mulher a sua frente com surpresa, nunca ninguém havia lhe perguntando algo tão banal com tanta seriedade e curiosidade daquele modo. Não mentiria, sempre fora fascinado por qualquer livro que via, principalmente aqueles que seu pai vivia falando que ele só leria quando ficasse mais velho,aqueles sim despertavam um desejo enorme no garoto de crescer e toda vez que comentava isso com o pai, o mesmo ria com gosto falando que quando ele crescesse se arrependeria de um dia ter dito tais palavras.

–Sim, eu acho que sim - Ele falou lento

–Quando eu era pequena, meu pai foi embora de casa me deixando sozinha com minha mãe - A castanha começou a falar devagar- Queria poder dizer que ficamos tristes, mas meu pai não era o melhor do mundo e 3 anos depois minha mãe se casou com um colega dela da faculdade e hoje eles administram um ótimo consultório de odontológico mais pro interior do Reino Unido. Quando meu padrasto chegou em casa a primeira coisa que ele me deu foi um livro, pode parecer estupido mais lembro da frase que ele escreveu na primeira página....

Flash Back On

Chovia forte do lado de fora e a demora da mãe de Hermione chegar assustava a garota, tudo bem que ela ia buscar o noivo no aeroporto que chegava de uma viagem a negócios e daqui a 3 semanas se casariam e seria umas 'família' normal como qualquer uma, mas sua mãe não gostava de dirigir em tais condições. A pequena se lembrava o quão nervosa a mãe ficara quando tivera que buscar a garota na casa da melhor amiga as 9 horas, diria ela que em parafuso era um estado bem abaixo de como sua mãe estava.

Contudo, a chuva é altamente normal daquela época do ano

–Querida!- Ouvira a voz da mãe fazendo-a se desvincular da televisão e correr até a porta

–Mamãe!- A garotinha de 6 anos correra até a mãe, jogando-se em seus braços

–Filha, esse é Rob - A mãe dela puxou um homem alto que até aquele momento via a cena mais fofa que que vira na vida

–Você dever ser Hermione não é? - Ele perguntou e a garotinha assentiu educada- Bem, tenho algo para você

–pra mim? O que é? - Ela o metralhou com as perguntas que se embolavam em sua boca

–Um livro...

–Livro?

–Sim, sua mãe me disse que não lia muito e não tinha livros no quarto.. Bem, lhe apresento seu primeiro livro

–" A caçada"? - A garotinha leu o titulo duvidosa- Posso ler mesmo isso?

–Sim, pode...Acredite em mim, ele é ótimo!

Hermione olhou a capada do livro mais uma vez antes de agradecer e subir para o seu quarto as pressas, nunca ganhara um livro, nunca ninguém lhe dera algo tão simples mas com tanto amor e quando abriu o livro se assustara por ter uma frase com uma das letras mais bonitas que já vira " Que você faça uma caçada tão emocionante como Isaac Bel"

Flask Back Off

–Você fez ?-Scopion perguntou curioso

–Huum... Depende, nunca procurei um Assaltante Açougueiro tão louco como o do livro, mas já tive aventuras tão boas quanto - Ela sorriu sonhadora- Você sabe por que existem os livros Scorpion?

–Pra divertir as pessoas,botar elas em mundo que fantásticos e perfeitos- Ele respondeu com desdem

–Bela maneira de ver, mas eu tenho outra- Ela falou- Para nos enganar,para mostrar que mesmo fazendo todo o possível nunca seremos perfeitos e com super poderes prontos para derrotar o mal

Scorpion olhou a mulher assutado, se era isso pra que ler?!

–Mas - Ela falou pausadamente- Livros existem para você fazer modelos, para você personificar seus super poder, para mostrar que palavras constroem ou destroem o mundo. Veja um exemplo clássico, Senhor dos anéis - Ela rio baixo- Você nunca encontrará alguém como smigol, com aqueles olhos grandes e azuis, mas você encontrará a personificação dele, alguém mentiroso e ardiloso, viciado em algo que só lhe faz mal

–Tia..- Scorpion começou

–Mas claro, para nos mostras caminhos fantásticos e um modo de viver a vida mais feliz e divertida- Ela rio- Scorpion, perguntei se gosta de livros por que não quero que você leia os meus livros

–Então por que?

–Por que quero que você escreva um - Ela falou calma- Escreva sobre sua vida como um diário, ou se você preferir crie um mundo só seu, um mundo com coisas loucas e imaginárias, mas somente seu

–Por que?

–Por que Scorpion, quando você ficar com medo, será nesse mundo que você vai, você vai abrir seus próprias palavras e sentirá o conforto delas, conforto que palavra de nenhum desconhecido famoso poderá proporcionar

Hermione falou calma e percebeu a rapidez que os olhos de Scorpion mudaram, de confusão para total diversão. Em pé Draco observou tudo calado, ele imaginou ela daria um livro ou algo do gênero, mas não, Hermione tem ideias mirabolantes, e talvez ele pudesse deixar isso mais doido ainda

–Por que você não desenha também filho? Posso ajudar

–Desenhar? Tia..- Scorpion olhou Hermione que sorria do seu lado

–Então quer dizer que a trupe Malfoy desenha?- Ela perguntou com um leve tom de ironia na voz, fazendo pai e filho sorrirem cumplicies

Com a desculpa mais esfarrapada que podia dar, Scorpion convenceu Hermione a ir até a sua casa naquele mesmo instante ver todos os desenhos que até hoje ele já fez. Mesmo relutante a castanha concordou, não conseguia ver Scorpion rejeitando mulheres como Draco falara a algum tempo atras, mas decidiu ignorar esse pensamente durante toda o caminho até a casa do Malfoy

Casa! Aquilo não podia ser chamado de casa! Era um casarão, com toques clássicos e modernos que somente Londres podia mostrar, na realidade, a castanha não sabia por que estava tão impressionada, estava falando de Draco malfoy! O loiro e simplicidade juntos na mesma frase não batia, porém, sua felicidade durou pouco, quando saiu do carro viu a mulher que mais desejava ver morta parada na frente da porta.

A passos lentos ela parou na frente de Draco que segurava o ombro do filho ao seu lado, com rapidez pode perceber o medo de Scorpion ao ver aquela mulher ali

–Olá Parckson -Hermione falou seca

–O que faz assim garotinha? - Ela falou com desdem- Não devia estar com o maridinho não?

–Não sou casada e minha vida não lhe mede respeito - Hermione respondeu- Já que você minha cara teve coragem de deixar essa criança sozinha, na verdade, fico surpresa em ver você aqui. Posso só ter reencontrado Draco agora e conhecido Scorpion a poucos minutos mas irei lhe dizer algo Pensy, querida, você tem muita cara de pau mesmo, uma..-Hermione se aproximou de Pensy e sussurou ácida- Vadia

–Como você...-Pensy ia falar mas Hermione interrompeu sua frase se virando para Scorpion

–Pequeno, vejo seus desenhos depois pode ser? -hermione sorriu passando a mão pelos cabelos sedosos do garotinho- Temo que agora vocês estaram muito ocupados

–Não!-Scorpion falou choroso- Não, não não!

–Filho...- Draco o chamou mas o garotinho cortou o pai

–Não! Tia você vai ficar por que como já disse minha mãe - Ele se virou para a mulher que sorria- Eu só faço atrapalhar, então, tia você fica, papai resolve sozinho

Sem falar mais nada, Scorpion se soltou do pai e puxou Hermione porta a dentro, mas ainda pode escutar o resmungo da mulher que um dia lhe dera a luz "Agora a nojentinha está sujando toda a casa". Hermione sentiu o aperto em sua mão ser maior, e no seu coração sentiu um vazio ao sentir que Scorpion a soltara para pegar um caderno largo com a capa de couro

–Tia...-Ele começou mas Hermione sorriu passando a mão envolta do seu ombro

–Não acho que castelos combine com você -Ela soltou fazendo o garoto sorrir em concordância

No andar de baixo, Pensy andava de um lado para o outro enraivecida. Esperava ver o marido e o filho no auge da depressão pela sua partida,não daquele modo! Ah, era para ter escutado Erick, ele sabia o que falava, deveria ter ficado a onde estava, mas não! Ela tinha que voltar, tinha que voltar e ver aquelas orbes cinzentas que um dia lhe amaram a olhando com amargura e acidez

–O que quer? -Draco perguntou frio- Vá logo, quanto mais rápido sair melhor

–Calma Draquinho- Ela começou a falar

–Não me chame assim- Ele a cortou ríspido- Alias, não quero falar com você Pensy, saia da minha casa

–Não!- Ela gritou

Não se importava se a fedelha da Granger iria ouvir, se seu filho choraria, ela iria ficar, iria ter aquele homem gemendo o seu nome mais uma vez, iria te-lo novamente na palma de sua mão

–Sim- Ele suspirou derrotado- Sabe aquela mulher la em cima?

–O que que tem ela?

–Bem, ela conseguiu cativar meu filho em apenas algumas horas - Ele falou calmo- Nesse momento estão criando um mundo juntos, um mundo só deles que nesse momento não me importo em estar fora. Sabe o amor que um dia eu tive por você? Nunca foi tão forte quanto eu tive por aquela mulher, e sabe agora? Bem, vou te dizer algo Parckson, eu não amo você, nunca amei e nunca amarei

–Você me amou sim..

–Claro que não garota- Ele rio sem vontade- As vezes que gemia seu nome, eu pensava nela, pensava em como seria ela sussurrando meu nome em meu ouvido,como seria ter aquela boca na minha -Ele rio ironico

–Draco Malfoy.. Pare de mentir- Ela pediu ácida

–Vá embora

Pensy olhou escada a cima e rio baixo e quando saiu naquela casa ligou para o primeiro numero que lhe veio a mente

–Londres eu voltei- Ela falou rindo- Derick, temos um casal para separar

É, Londres ficaria mais agitada agora, contudo, naquele momento e naquele dia Draco decidiu não ligar. A leveza do seu filho e o sorriso dele contando as coisas que seu mundo agora continha era incrivel, olhou de relance para Hermione, ela passava a mão no ventre com leveza, ato que somente uma mãe faria. Aquilo ativou o estado curioso do Malfoy que listou mentalmente para perguntar mais tarde a ela, mas naquele segundo tudo parou quando seu filho se virou para Hermione sorrindo

–Não vai embora tia.. Nunca mais