Inimigos por natureza escrita por Ketellyn Amorim


Capítulo 1
Prologo




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Prólogo

Eu morri quando os soldados entraram em minha casa e mataram meus pais.

Aquela era uma época difícil, o povo passava fome e os homens eram obrigados a entrarem para o exercito quando ainda jovens e iam para as guerras. A maior parte dos soldados abusavam do poder e matavam quem os desobedecia a suas ordens e principalmente quem os traia.

Meu pai, Augusto Araújo, trabalhava há muitos anos para o exercito por obrigação, em troca dos seus serviços ele recebia casa e alimento para a sua família, mas meu pai nunca aceitou o que os soldados faziam para os camponeses. Meu pai ficou contra eles, o superior dos soldados não sabia das ações erradas dos soldados. Em apenas um manha os soldados mataram muitas crianças e mulheres de um vilarejo próximo a nossa casa, Augusto não conseguiu mais suportar e contou para o superior deles todas as crueldades que os soldados haviam feito, mas os soldados souberam de sua traição e não gostaram nem um pouco e resolveram que deveriam se vingar dele, mas não só dele e sim de toda a sua família.

Naquele mesmo dia em que meu pai traiu os soldados contando a verdade para o seu superior eu estava completando 17 anos. Era uma noite fria quando quatro soldados entraram em nossa casa e bateram em mim e em meus pais, nos jogaram no chão e logo depois mataram minha mãe Antonia na nossa frente com um tiro na cabeça, comecei a gritar e chorar. A segunda a matarem seria eu e deixariam meu pai por ultimo, mas antes de puxarem o gatilho para me matar meu pai reagiu atacando quem iria me matar e me mandou fugir.

Sai de minha casa correndo, ao passar pela porta dos fundos escutei o barulho de mais dois tiros, naquele exato momento eu sabia que haviam matado meu pai. Os soldados saíram atrás de mim atirando em minha direção. Continuei correndo ate que dei de cara com um dos soldados que havia ficado do lado de fora da casa esperando, e ele me acertou um tiro na barriga, eu estava assustada demais que continuei andando me distanciando dele.

Eu e meus pais morávamos próximos a floresta escura, que era muito temida, pois todos que lá entraram nunca mais saíram, era mais conhecido como floresta da morte. Me direcionei para lá pois aquele seria o ultimo lugar que iriam me procurar e mesmo que descobrissem onde eu havia me escondido não teriam coragem de se arriscar a ir ate lá, mas eu também sabia que se eu fosse para a floresta não teriam quem pudesse me ajudar e eu iria acabar morrendo e se ficasse também seria morta, não adiantava mais nada, tudo o que eu tinha eu havia perdido naquela noite, minha vida não importava mais naquele momento.

Os soldados não me seguiram na floresta, passei toda a noite encostada em uma grande arvore, passando frio e perdendo muito sangue. Faltava quase duas horas para o dia amanhecer, essa era uma das minhas horas preferida quando eu podia ver o sol nascer, e eu não havia conseguido dormir com medo de não conseguir acordar, passei toda a noite chorando de dor por causa do ferimento e principalmente por causa da morte de meus pais.

Eu estava com os olhos completamente fechados quando senti uma mão fria tocando em meu rosto, tentei abrir meus olhos, mas não consegui, naquela hora eu já mal conseguia respirar e havia perdido muito sangue, eu sabia que estava morrendo e que eu não tinha mais como me salvar. Ouvi a voz daquele homem que me tocava.

- Ira doer um pouco no começo, mas quando acabar ira ficar tudo bem, eu cuidarei de você - A voz daquele homem parecia melodia aos meus ouvidos.

Pouco depois senti a respiração dele perto de mim e não demorou muito uma fincada em meu pescoço, doeu um pouco no começo mas logo depois senti desejo eu ele continuasse a me morder, mas ele parou e colocou algum liquido em minha boca, percebi que era sangue, ele havia me dado o próprio sangue para mim beber. Não demorou muito para começar a sentir muita dor. A dor do tiro não se comparava nem com aquela que eu estava sentindo naquele momento que era mil vezes pior. No começo eu me sacudia no chão de tanta dor que eu estava sentindo, eu não conseguia gritar, depois não tive mais forças para me mexer. Era como se alguma coisa estivesse me queimando por dentro e eu não podia fazer nada, parecia que minhas veias estavam secando.

Depois de algum tempo que eu não conseguia me mexer senti que alguém havia me levantado do chão e estava me levando para algum lugar, depois senti que esse homem me colocou em uma cama e acariciou o meu rosto antes de se afastar.

A dor por nem um instante parou e aquela era a pior dor que eu já havia sentido em toda a minha vida. Naquele momento de dor eu me perguntava para mim mesma do porque aquele homem não me ajudava? Por ele não estava fazendo nada para que aquele dor horrível parasse?

Não sei por quanto tempo eu fiquei sentindo aquela dor, só sei que quando finalmente aquela dor cessou e eu consegui abrir os meus olhos eu estava me sentindo muito estranha. A primeira coisa que vi quando abri meus olhos foi o rosto de um homem jovem e muito bonito, ele tinha os olhos tão azuis que eram espantosos e inacreditáveis, aqueles azuis não eram um azul comum, aqueles olhos eram diferentes porem muito lindo, a pele do homem era muito branca, parecia que ele nunca tinha ido para o sol, tinha os cabelos negros e o corpo musculoso, o rosto e corpo dele eram perfeitos, ele parecia ter no máximo 23 anos. Aquele era o homem mais lindo e mais perfeito que eu já havia visto em toda a minha vida.

A cicatriz do tiro havia sumido assim como outras que eu tinha quando criança também haviam sumido. Aquele homem me contou o que havia acontecido comigo e o que tinha feito para me salvar.


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