Gelo e Calor escrita por Mark Anastopoulos


Capítulo 2
Capítulo 2




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Caso você pense se eu nunca tentei ter um companheiro, tentei! Falta de romantismo? Que nada! Até me considero uma pessoa muito romântico, adoro ler os livros de cavaleiros e suas donzelas que vivem em reinos distantes e... Bem! Comigo as vezes parece que não dá certo! A coisa parece bem mais complicada que nesses romances! Sério, não sei como foi tão fácil assim para a Anna! Se bem que eu posso imaginar...

Teve aquele nobre de um reino vizinho que se encantou por mim... Até descobrir minha peculiaridade! O coitado pegou um resfriado que se não tivesse sobrevivido teria me culpado pelo resto da vida! Houveram outros e outros pretendentes, bonitos, feios, apaixonados, interesseiros... Parece que quando se é rainha sua vida social só tende a piorar! Arrumar amigos e namorados é uma coisa, primeiro porque tem aqueles interessados na coroa e no dinheiro, e tem também esse tabu de que nobre só se casa com nobre! Pff... É por isso que nosso mundo não anda! Deve haver diversidade, conhecimento abrangente, uma sociedade integrada e... Bem, se eu falar demais é capaz de você desistir desta história! Paremos de falar sobre mim e falemos de quem é feliz!

Assim que voltaram da Lua de Mel, minha irmã e Kristoff me vêm com uma surpresa daquelas... A Anna com seus enjoos frequentes, e Kristoff achando que ela estava fraca... Depois, apareceram os desejos mais bizarros, e Kristoff pensou que ela estivesse com o olho maior que a barriga! Até ela desmaiar, e ele me vir com a hipótese de anemia! Eu tenho que resolver tudo mesmo nesse palácio! Quando contei à Anna que ela devia estar esperando um bebê, ela quase teve um infarte! Quem deveria ter um infarte era eu, sabendo que dentro daquela menina que não parava quieta um ser vivo se formava aos poucos... Kristoff pulou de alegria, e Olaf todo prosa pensando que ganharia um irmãozinho... O pior foi explicar pro coitado como os bebês nascem... Pelo menos ele ainda não perguntou como eles são formados, uma vez que sua mamãe aqui fez ele sozinha com seus poderes especiais! Espero que não venha aquela crise de pensar que é adotado, mais futuramente...

É, quando minha dúvida se ficaria ou não para tia só fortaleceu quando veio a notícia... Mas quer saber, me senti ótima! Um sobrinho para mimar o quanto puder e ensinar tudo o que sei... Aliás, por quê sobrinho? Quem garante que não seja uma menina linda e loura como a tia?! Se for um menino, será um mistério... E quem poderia imaginar que daria tanto trabalho! Mas vocês saberão sobre isso mais pra frente... Meses se passaram, Anna tinha o bebê na barriga, mas era eu quem regulava tudo na casa! Foi difícil convencer a maninha a não andar um bom tempo a cavalo e parar de praticar esportes radicais com o Sven... Escorregar pelo corrimão, como ela costuma fazer, então, nem pensar! Para acalmar o Kristoff era uma novela! Quase todos os dias dava aquela expulsadinha básica dele de casa e ele voltava no fim da tarde com as sacolas de compras cheias de coisas inúteis para o enxoval! Para acalmar o Olaf, era só acender a lareira e ele ficava praticamente hipnotizado tomando chocolate quente (ou pensando que tomava, hihihi). Mas quem tinha mais trabalho era eu, que além de cuidar do Reino, cuidava da minha irmãzinha que, quem diria, trancava-se no seu quarto e tinha suas crises... Sobrava pra mim! Um dia, eu lembro, minha irmã de cama me disse:

– Você se sacrifica demais pelos outros! Procure dar mais tempo a si mesma! - Confesso que esta frase me deixou pensando por um bom tempo... Mas o trabalho, de qualquer forma, ocupava mais meus dias, até que finalmente...

– É um menino!! - Exclamava Kristoff, com um sorriso no rosto! Talvez aliviado por ter recebido um homem em sua vida... Um homem de verdade, porque este tipo realmente lhe faltava! Era uma família de trolls, um boneco de neve, uma rena, Anna, eu... É, realmente, ele precisava de alguém para compartilhar suas... Coisas de homem! Anna quis dar o nome de Oscar, pois pensava que soava forte. Talvez também porque fosse o nome de seu escritor preferido...

Oscar nasceu saudável numa tarde de inverno, já com alguns tufos de cabelos louros como os de Kristoff, com um leve toque arruivado, herdado da Anna. O mais curioso é que, assim como eu, Oscar veio ao mundo recebido por uma violenta tempestade de neve, que parou assim que ele deu seu primeiro sorriso. E imagine que só conseguiu abrir os olhos quando parou no colo da tia aqui! Eram olhos de um tom azul claro e resplandecente como gelo espesso. Quando direcionou um olhar penetrante para mim, foi como se tivéssemos sentido os dois uma forte sintonia entre si naquele momento! Algo me dizia que magia estava no ar, e que meus dias de solidão estavam para acabar com a presença daquele menino... Oscar! Como eu o amava! E como ele vinha na nossa vida assim, de repente, para mudar tanta coisa...


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Notas finais do capítulo

O nascimento de Oscar.