"E quando o amor de um abraço descongelou minha irmã e reverteu a maldição do inverno eterno, vivemos felizes para sempre no Reino nórdico de Arendelle..." É assim que minha história ficou conhecida mundialmente. Caso não tenha me reconhecido, sou Elsa, a Rainha da Neve. Depois que vivi meus momentos de angústia, medo, aceitação, e amor fraternal, e principalmente, aventura, minha vida mudou em larga escala! Primeiro, tornando-me a Rainha, tive que me engajar profundamente em assuntos como política, economia, cidadania, etiqueta e outras coisas que a maioria de vocês consideraria chata! Sim, atender a um povo é difícil, principalmente quando seu país é um dos mais desenvolvidos do mundo, uma tremenda responsabilidade. De manhã, um café da manhã farto porém equilibrado. Chá quente para suavizar a alma e intimidar um pouco meus dons gelados. Sim, pois como vocês devem saber, meus poderes são controlados pelos meus sentimentos, e a cada dia tenho que enfrentar mais uma tensão no meu reino! As vezes cansa, muitas vezes estressa... Ainda mais quando você sabe que enquanto trabalha, sua irmã passa seus melhores momentos de Lua de Mel nas praias do sul...

Isso mesmo, Anna e Kristoff se casaram. Foi uma grande festa para todo o Reino, mas modéstia a parte, o melhor foi a escultura de gelo que eu mesma fiz para enfeitar a mesa de centro. Sou boa no que faço, gosto dos meus poderes, mas de vez em quando, parece que eles evitam meu contato com outras pessoas... As vezes é chato não ser convidada para tomar banho de cachoeira. Porque você sabe... Qualquer susto e tudo vira gelo! Além disso, "uma Rainha é um exemplo para seu povo, e deve portar-se adequadamente.", como mamãe e papai já diziam. As vezes simplesmente me dá vontade de deixar o trono e andar por aí, livre e solta com meus poderes, conhecer mais sobre eles, e quem sabe até pessoas que se identifiquem comigo. Porque apesar da companhia calorosa do fofo do Olaf, que não para quieto até que eu conte uma história de ninar e o ponha para dormir com um beijo gelado na bochecha... Me sinto só. Mas não pense que é o mesmo "só" que eu sentia antes! Este "só" é diferente, é um só de alguém para amar intensamente. Alguém mais do que um amigo... Alguém como...

"Filhos?", me pergunta o Olaf. "Mas mamãe Elsa, a senhora me criou sozinha com seus poderes, o que faz de mim seu filhinho!" Hi, hi, hi. Sim, Olaf, mas para se ter filhos, precisa-se ter alguém que seja sua luz na vida, alguém para amar e formar uma família. "Um pai?". Sim, isso mesmo. Um pai, alguém que entenda o que eu sinto, e que compartilhe comigo cada segundo... Afinal, nessa vida gelada que nós dois levamos, é preciso algum calor extra...

(Continua)