For All Time escrita por AnnieJoseph


Capítulo 3
Dupla personalidade, modo: Feliz, triste, alegre?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/52133/chapter/3

A tarde passara rápido. O sol estava se pondo. Alguém bate na porta.

Encaro-a durante um tempo. Se fosse minha mãe, ela entraria. Suspirei, me levantando. Dou uma olhada no espelho e coloco meus sapatos rapidamente caso tenha que sair e abro a porta. Arregalei meus olhos assim que vi quem era.

Sim, príncipe Michael.

– Preciso do seus serviços. – Ele sorri. Docemente pra quem vê. Pra mim, não.

É, posso até admitir que ele tem um sorriso... bonito. O príncipe também é bem... Charmoso.

– O que você quer ? – Digo friamente, mandando se ferrar a ordem de não encarar-lo. Estava fazendo isso mesmo.

– Sua companhia.

Eu soltei o ar pela boca, incrédula.

– Por quê ? – Não encontrei palavras pra dizer no momento.

– Fui muito grosseiro com você no jardim. Não que eu tenha que pedir desculpas á uma serva, não entenda assim. – Ele desviou o olhar, com ar de riso, e voltou a me olhar – Mas, eu decidi que tenho que te conhecer. Afinal você vai trabalhar comigo. – Ele sorriu novamente. Era um sorriso zombado!

Levei minha mão á testa, tentando me controlar pra não voar em seu pescoço.

– Sim. É bom você ir se acostumando com a situação, príncipe-sapo. Aliás, eu não guardo desaforo, não vou te paparicar e muito menos rir quando você rir. Enfim, eu estou fazendo o meu trabalho, e por isso estou-me em pé, ainda falando com você. – Eu sorri falsamente. Isso seria divertido.

– Eu não sabia que existiam garotas valentes aqui no palácio.

– E eu não sabia que existiam príncipes arrogantes como você.

Ele gargalhou. Ele estava mesmo achando isso engraçado?!

– Vamos ou não, senhorita Daniele? – Ele gesticulou, e deu passagem. Passei por ele com um pouquinho de pressa.

Logo, ele me acompanhou, e abriu a porta do quarto. Deixou-me entrar primeiro, entrou por segundo. Olhei em volta. Uau, quarto gigante!
Ele se aproximou, e ficou me olhando ainda de pé no centro do quarto.

– O que você veio fazer aqui?

Nós viemos conversar, não ?

– Você acha que eu vou conversar no quarto de um homem?

Ele procurou a janela, fugindo do meu olhar. Pensou um pouco.

– Certo. Vamos lá fora, na varanda mais próxima.

Dessa vez, ele seguiu e abriu a porta primeiro, me deixando pra trás. Eu caminhei logo atrás dele, até chegar em uma – das mil – varandas do castelo. Ele continuou andando, até o muro da sacada. Fiz o mesmo, me escorando. Ele fixou seus olhos no horizonte, e se concentrou.

– Quando éramos pequenos... Eu me lembro de você. – Sua voz ficou doce. Ele ainda encarava o horizonte concentrado, e entrelaçou os seus dedos, apoiando-se com o cotovelo.

– Você sofre de dupla personalidade? – Eu perguntei, fixando meu olhar no horizonte também.

Escutei a risada baixa dele, invadir meus ouvidos.

– Eu me lembro que, costumávamos brincar no jardim de manhã. E eu sempre era pego brincando com você, e algumas outras crianças normais. Sempre brigavam comigo por causa disso.

Aquelas palavras fizeram minha mente voltar á anos atrás. Me lembro do jardim, da ciranda de roda... Do sorriso em meus lábios...
Sorri. Um sorriso de criança. Sapeca igual havia pensado.

– Sorriso bonito. – Ele disse.

Voltei meu olhar pra ele, e percebi que ele me olhava. Mas, logo desviou o olhar.

– Obrigada. O seu também é. – Disse o olhando mais um pouco, e em seguida, o horizonte novamente.

– Me lembrei de uma pessoa.

–... Quem ?

– Ora, ora ; Além de valente, é atrevida. – Ele murmurou.

Me virei pra ele, fulminando-o.

– Como se atreve?!

– Ei! – Ele me olhou, percebendo a minha raiva, e sorriu. – Era uma brincadeira.

– Idiota!

– Você não está se portando como uma serva!

– E nem você como um príncipe! – Eu disparei.

Ele me encarou durante um tempo, e seu semblante feliz se fechou. Seus olhos se estreitaram. Me perguntei por um segundo se era mesmo pra ter dito aquilo. Mas, não cheguei a me arrepender. Ele tirou seu olhar de mim, e voltou a olhar o horizonte. Parecia esconder os olhos.

– Eu sei. – Sua voz tremeu.

Fiquei sem fala. Ele é muito difícil de lhe dar! Uma hora está triste, outra feliz, outra idiota, como conseguira falar com ele desse jeito?!

– De quem você tinha lembrado? – Fiz força pra minha voz parecer serena.

Ele ficou quieto, ainda pensativo.

–... Minha... Ex namorada. Seu sorriso, é igual ao dela.

Mordi o lábio. Só me faltava essa agora. Ele tinha mesmo perdido a namorada?

– Você ainda ama ela. – Eu afirmei.

– Como sabes?

– Deu pra ver nos seus olhos. Por que não vai se casar com ela?

Ele suspirou, e abaixou a cabeça fechando os olhos.

– Não interessa. – Ele respirou. – Eu sou bonito o suficiente pra achar outra noiva bonita.

O encarei incrédula. Ele estava me surpreendendo cada vez mais!
Ele levantou a cabeça, e surgiu um sorriso grande no seu rosto. Os dentes brancos receberam um brilho especial, vindo da noite que chegara.

– Sendo gentil como é, vai mesmo conseguir. – Eu ironizei, revirando os olhos.

Ele não parou de rir, depois da patada que o dera. Era firme.

– Espero que você não caia de amores por mim. Não quero fraquejar seu coração valente. – Ele sorriu, mas eu pude sentir uma sinceridade em sua voz.

Ele estava sendo mesmo sincero! Que idiota! Grosso! Idiota! Sapo, completamente sapo!

– Bom, querido príncipe-sapo, está na hora do jantar. Você vai ficar ai mesmo? Pois bem, eu estou indo. Pode deixar que eu vou fazer o máximo pra não se apaixonar por um educado e gentil príncipe como você, está bem ? – Eu disse já me dirigindo a porta, a raiva era visível na minha voz.

Andei apressadamente pelo corredor. Estava bufando de raiva. Ele era muito idiota, e sofria sim, de dupla personalidade. E eu teria que agüentar isso, Oh Meu Deus! O que eu fiz pra merecer? Ele pode até ser bonito, ok, lindo, mas se achando do jeito que é... Vira um completo... Cafajeste! AHHHHHHHH !
Desci as escadas chegando á cozinha. Me sentei na mesa reservada para os empregados e me isolei.

Minha mãe viera me perguntar o que tinha acontecido, mas preferi não falar. Era diria que estava sendo ousada demais com um príncipe, e eu não estava afim de receber recomendações. Pois, aquele idiota merecia tudo, e mais um bilhão de desaforos que se bobeasse, seriam inventado por mim ainda hoje!
De cara de poucos amigos, concentrei-me na pouca comida que me servi, e me despedi de minha mãe, ainda preocupada. Ela queria respostas amanhã. Então, teria o dia pra pensar em que diria á ela.
Logo, sai da cozinha, e escutei risadas vindo da sala de jantar. A risada do príncipe vinha de lá também. Pensei por um momento em espiar, mas logo me viera a consciência do certo. Bufei e apertei o salto no chão. Subi as escadas respirando profundamente pra me acalmar, até que ouço uma voz me chamando do começo da escada.

– Me espere! – As batidas dos pés na escada se tornaram intensas.

Ah, não. É, é ele, e eu não preciso nem me virar pra ver.

Comecei a andar, bufando.

– Daniele! Deixe de ser mal educada e atenda ao príncipe herdeiro. – Ele correu um pouco, e me alcançou. Ficou ao meu lado, andando rápido igual á mim.

Revirei os olhos, e parei de andar de pressa. Olhei pra ele com o rosto debochado.

– Oi sua alteza. Como foi seu maravilhoso jantar? Ouvi risadas ecoando pelos corredores. Tudo as mil maravilhas, não?

Ele sorriu, parecia estar alegre mesmo. Aquilo me prendeu um pouco, me deixando surpresa. Balancei a cabeça negativamente, fechando as mãos nos punhos.

– Ainda com raiva de mim? – Ele disse, olhando-me.

– Imagina! – Zombei.

– Vamos, é divertido. Vai me dizer que antes tinha um príncipe tão lindo assim brincando com você aqui?

Eu o olhei. Os olhos dele brilhavam de excitação.

– É verdade. Não tinha uma príncipe tão convencido e chato “brincando” comigo. – Gesticulei, fazendo uma careta.

Ele suspirou risonho.

– Eu preciso disso. Tudo aqui é morto... Tudo sério. Você tem razão quando disse que não pareço um príncipe.

– Sabe, na verdade, você não é um príncipe. Príncipes seria doces e cavalheiros. – Eu gargalhei.

Ele me olhou, parecendo ser atingido pela brincadeira.

– O que foi, príncipe sapo? – Eu disse sorrindo, correndo até a minha porta do quarto que chegara. Me virei pra ele, que estava com a mão na maçaneta. – Estou entrando no espírito da brincadeira.

Ele me olhou, e sorriu imensamente.

– Gosto da sua sinceridade e igualdade. Nunca ninguém faria o que faz com um príncipe.

Eu suspirei, e abaixei a cabeça. Meus cabelos esconderam meus rosto. Levantei a cabeça pra olhar-lo, e tirei os cabelos do rosto.

– Você não aprende? Já te disse que não é um príncipe de verdade.

– Eu tenho sangue azul, e você é a minha serva aqui. – Ele gargalhou.

– Não é porque a sua personalidade se encontra no modo “Feliz e brincalhão”, que eu vou deixar de te denominar o que não é. Eu disse, não tenho pena. Príncipe-sapo idiota! – Eu gargalhei e entrei pra dentro do meu quarto, batendo a porta enquanto gargalhava.

Pude escutar uma gargalhada dele assim que fechei a porta sorrindo.
Tirei meus sapatos e me joguei na cama, ainda rindo. Ele podia ser idiota, mas era engraçado quando se encontrava engraçado. Pelo menos até agora. Isso estava me divertindo. O joguinho era interessante, e bem disputado. Vamos ver quem se sai melhor.
Fechei os olhos, e em segundos adormeci. A brisa que entrara da janela, foi como uma música de ninar pra mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada, e comentem please.
Isso me incentiva. Aliás, estou passando por momento depressivo -q Me desculpem s não postar amanhã. Mas, eu estou de olho, e venho aqui toda hora.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "For All Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.