Sometimes the silence guides your mind, so move to a place so far away

POV Annabeth

Eu estava toda molhada, com as roupas de Thalia na casa de um garoto que eu conhecia há menos de uma semana. Fora isso, o dia estava realmente maravilhoso.

Quando chegamos à casa de Percy depois que saímos da praia, ele me deu uma regata feminina azul e pediu minhas roupas para colocar na secadora. Tomei um banho um pouco demorado e lavei meu cabelo, e me enrolei na toalha que Percy deixou para mim.

Ouvi duas batidas na porta.

–Annabeth? –Percy falou –Suas roupas estão secas, se você quiser...

–Okay, pode me alcançar, já abro a porta.

Eu coloquei a regata e um short que ele também tinha deixado para mim.

–Pode abrir. –eu disse.

–Mas...

–Percy, abre logo!

Ele abriu a porta com uma das mãos que estava com as roupas e a outra mão estava nos olhos, o que seria uma atitude digna se ele não estivesse espiando entre os dedos. Peguei as roupas e dei um tapa no ombro dele.

–ai! –ele reclamou –pra que isso?

–Pra você não me espiar entre os dedos! E se eu estivesse pelada?

–Seria bem legal...

–Percy! –eu disse –Sai daqui, vai. Deixa eu me trocar.

Ele saiu e fechou a porta e eu me troquei.

Não demorei a me arrumar, e quando sai do banheiro, Percy estava deitado na sua cama, olhando para o teto. Deitei-me ao lado dele e encarei o mapa-múndi que tinha no teto junto com ele. Ele estava com uma calça de moletom e estava sem camisa.

–Sabe –ele disse –Eu sempre quis conhecer todos esses lugares. Sempre quis viajar pelo mundo só com uma mochila nas costas.

–Que lugares você mais gostaria de ir? –perguntei, e ele sorriu com o canto da boca.

–Pergunta difícil, loira.

–Eu sei que você quer ir a todos, mas se pudesse ir agora, qual seria o primeiro lugar? –perguntei.

–Acho que seria o Havaí... Ou talvez eu fosse direto para a Escócia, Islândia, ou talvez Roma, Grécia... Tá é muito difícil de escolher.

–Hum –eu falei e apontei para a Grécia no mapa –Eu iria direto para Atenas. Sempre tive muita vontade de conhecer o Parthenon.

–Um destino legal –ele disse- Mas eu goste de aventura.

–Gosta, é? –Eu disse, desafiando-o –Aposto que não teria coragem nem de ir para o Taj Mahal sozinho.

–Eu super iria –Ele disse –Posso ir agora, se você quiser –Ele disse brincando, enquanto fingia se levantar.

–Fica. –murmurei, e encostei a mão no peito dele.

Ele sorriu de canto de boca e se apoiou com o cotovelo na cama, ficando muito perto de mim.

–Eu não vou a lugar nenhum enquanto você estiver aqui. –ele murmurou e chegou mais perto de mim.

A respiração dele estava ofegante, e ele estava com um cheiro de maresia, mais porque ele tinha se jogado no mar. Ele encosta seus lábios no meu, em um beijo suave, e eu aprofundo o beijo. A mão dele desce até a minha cintura sorrateiramente e eu coloco a mão na sua nuca e passo a mão pelos seus cabelos. Os lábios dele eram quentes, suaves e finos. Muito diferente dos do Nico. E porque mesmo eu estou pensando em Nico nesse momento? Eu me lembro do dia em que Nico me beijou e fico com raiva. Começo a beijar Percy mais profundamente, minha respiração e a dele estavam ofegantes e nós não demos nenhuma pausa para o ar entrar, o que foi um erro. Encerrei o beijo dando uma mordida de leve na boca dele, e ele solta um riso fraco.

Dou um sorriso e fico ao lado dele de novo na cama, como mal tinha percebido que ele estava praticamente em cima de mim. Eu tinha deixado os cabelos dele bagunçados, e ele ficava muito mais bonito daquele jeito. Eu não tinha percebido até agora, mas o corpo dele era extremamente lindo, tinha o peitoral definido e um tanquinho dos deuses. Ele mordeu o lábio e me olhou com desejo. Então foi ai que eu percebi, como ele tinha uma regata de garota em casa e um short? A mãe dele estava morta, e ele morava sozinho com o pai.

–Percy –eu perguntei –De quem são essas roupas?

–Oh –ele disse, e a expressão dele endureceu. –Eu não...

–Eu acho melhor eu ir embora. –Eu disse levemente irritada.

–Por quê? –Ele disse sério.

–Por que já está tarde...

–Não são nem 17h da tarde, Annie. –Ele me interrompeu.

–Mas, eu quero ir embora, ok?

–Foi por causa do beijo? Você não gostou? Me desculpe, eu não tinha a intenção de fazer isso –Ele disse

–Não foi por causa disso. Quer dizer, não só por causa disso. –Eu falei.

–Eu sei que fomos muito rápido, nós nem nos conhecemos direito e... –Ele continuava se lamentando, mas eu o interrompi.

–Percy, de quem são essas roupas? –Perguntei de novo.

–Devem ser da Rachel, ou da Silena, não sei Annie.

–Então, você costuma trazer garotas para o seu quarto, tirar a roupa delas e transar com elas e depois terminar? Por que foi isso que a Rachel veio me perguntar sobre você? Você traiu a Rachel, Percy?

–Eu não sei do que você está falando, eu nunca traí a Rachel, e nunca fui infiel a ninguém. –Ele disse, calmamente.

–Ah, mas porque você tem roupas delas aqui? –Perguntei.

–A Rachel era minha namorada, e ela dormia sempre aqui. E a Silena, foi quando ela e Charles brigaram, ela veio se consolar comigo e eu a ajudei. Ela dormiu aqui, na minha cama, e eu dormi no chão. Eu nunca trairia ninguém, e não ficaria com alguém com namorado. Sinceramente, Annabeth, é isso que você pensa de mim? –Percy disse, parecendo chateado.

–Me desculpa. Nossa, eu sou muito idiota por ter pensado isso de ti, me desculpa. É que eu não tenho experiências boas com homens. Normalmente eles só querem transar e não estão nem ai para mim. Pensei que você fosse como todos os outros –Eu disse.

Percy se levantou, colocou uma camiseta verde e me encarou.

–Você não queria ir para casa? Eu te levo, vamos. –Ele disse ríspido.

–Claro –murmurei.

POV Percy Jackson.

Annabeth pegou sua bolsa e me seguiu até o carro sem dizer nenhuma palavra. Quando entramos, ela ficou olhando pela janela e não olhou para mim.

–Então –eu disse, quando estávamos virando a esquina. –Você não vai me dizer onde mora?

–Ah –Ela se virou para mim e me olhou nos olhos por alguns segundos. Não conseguia parar de pensar como os olhos cinza dela eram lindos. –Eu moro perto daqui, talvez umas três, quatro quadras no máximo. –Ela disse, e voltou a encarar a paisagem.

Nós ficamos em silêncio por alguns minutos, eu dirigia devagar para que demorássemos mais para chegar na casa dela.

–Vai chover daqui a pouco. –Ela disse, sem tirar os olhos da janela.

–Hum. –Foi tudo o que eu respondi.

Annabeth tinha me julgado, e eu realmente tinha ficamos magoado com aquilo. Eu não esperava isso dela, e agora o clima entre nós estava tenso. Eu queria muito ser amigo dela, porém, acho que depois daquele beijo, não tínhamos muitas chances, mas mesmo assim, resolvi arriscar.

–Annie –Eu falei e ela se virou para mim. –Eu quero muito ser seu amigo, você é uma pessoa maravilhosa. Então, vamos esquecer o que aconteceu agora, ok? Aquele beijo foi um erro.

–Tudo bem, Percy –Ela disse.

–Então, seremos amigos? –Ela assentiu. –Ok, Sabidinha.

–Sabidinha? –Ela disse, e riu. –Que apelido mais bosta, em. Você realmente não sabe criar apelidos, Cabeça de Alga.

Eu ri junto com ela, e ouvir a sua risada era maravilhosamente bom.

Começou a chover fraco, e tinham nuvens de tempestade vindo em direção a cidade.

–Vire a esquina agora, e é a segunda casa, aquela branca ali –Ela falou enquanto apontava para sua casa.

–Claro, madame. –Eu disse, zoando.

Quando chegamos na frente da casa dela, eu a olhei e sinalizei com os olhos para que ela esperasse, desci do carro e fui até o outro lado, para abrir a porta para ela. Ela me olhou e riu.

–Agora você virou meu motorista, “Pers” –Ela falou fazendo aspas com os dedos.

Minha expressão endureceu. Só Rachel me chamava assim, e eu nunca gostei. Mas vindo no tom da Annabeth, eu realmente não me importei.

Ela foi caminhando na chuva lentamente até a sua casa, e eu ia entrar no carro. Mas eu andei atrás dela e a chamei.

–Annabeth! –Eu disse ela virou.

Naquele momento, tudo que eu pude pensar foi nela, eu a puxei pelo braço e passei a mão pela cintura dela, para a aproximar de mim, e beijei ela. Eu não tinha notado isso na primeira vez que a tinha beijado, mas agora que nós estávamos de pé, eu tive que me abaixar para beijar ela, e ela ficou na ponta dos pés.

Tá, eu sei que beijo na chuva é uma coisa extremamente clichê, mas enquanto eu a beijava, eu só queria ela, e eu poderia continuar com aquilo para sempre. Coloquei a mão na bochecha dela e a soltei por uns segundos, estudando o rosto dela para ver se ela tinha gostado ou não. Não esperei o tempo de ela reagir, e a beijei de novo. Ela correspondeu, e o beijo tinha gosto de chuva, pizza e Annabeth. Foi maravilhoso, e eu precisava dela.

Ela interrompeu o segundo beijo e me olhou séria:

–Amigos não se beijam.

Ela se virou e andou em direção a sua casa, me deixando plantado no portão, esperando alguma reação, mas eu só pensava em uma coisa: A bunda dela era linda. (e ela também, mas cá entre nós, bundas são demais).

She knows what I think about, and what I think about, one love, two mouths, One love, one house. No shirts, no blouse, just us, you find out