Pov. Narrador

Para um médico recém-formado, Edward estava andando bem conforme passava o tempo. Ele estava terminando a faculdade, quando começou a montar seu escritório no hospital de Forks e claro com todo o apoio do seu pai, o Dr. Carlisle Cullen.

O dia estava corrido, entre consultas e outras, cirurgias e internações. Mas logo depois Edward pôde ter algumas horas de descanso e aproveitou para analisar os prontuários que sua secretária havia deixado na mesa. Ele havia feito uma cirurgia bastante delicada e tensa, e o pior é que o paciente tinha entrado em risco de morrer de uma parada cardíaca. Analisou também as consultas dadas naquela semana e marcou em sua agenda as outras que teriam logo mais.

Foi tirado dos pensamentos com o toque do telefone e rapidamente atendeu.

- Doutor Cullen falando – disse ele.

- Doutor, uma jovem acabou de dar entrada na ala de emergência – disse a secretária. Ele desligou e correu para a ala de emergência para ver de perto qual era o caso. A jovem tinha acabado de chegar, enfermeiros empurravam sua maca próximo a porta restrita. Ele entrou junto com os outros funcionários autorizados – Descreva o caso dela, enfermeira Kate.

- Acidente de carro, doutor. Chegou aqui desacordada e com vários arranhões pelo corpo – descreveu a enfermeira.

- Obrigado enfermeira – agradeceu Edward. Alguns enfermeiros se retiraram, só ficou Edward e mais dois enfermeiros ali.

Edward fez todos os procedimentos medicinais, checou os sinais vitais, pressão e batimentos cardíacos. Tudo estava perfeitamente bem. Mas ao tocar em seu rosto, algo dentro dele explodiu e o seu olhar mudou quando viu aquele anjo desacordada, pálida e cheias de hematomas pelo rosto.

- Mesmo machucada, continua sendo um anjo – disse ele – Emilly, limpe os ferimentos dela e tire essas roupas manchadas de sangue. O estado dela é bastante delicado e teve uma fratura na perna esquerda dela. Prepare o gesso.

- Sim doutor – disse a enfermeira. Edward preparou tudo para dar os pontos e engessar a perna da moça, porém em nenhum momento ele conseguiu tirar os olhos do rosto pálido da jovem e seu coração batia fraco dentro do peito ao vê-la daquele jeito.

Ele tinha certeza de aquele anjo frágil precisava de cuidados e proteção, e assim Edward faria.

Pov. Edward

Eu olhava para o rosto daquele anjo, suas bochechas vermelhinhas como os de uma boneca de porcelana e os lábios de um rosado puro. Ela chegou aqui bastante machucada, fraturada na perna e pálida, e nem daquele jeito ela estava feia.

- Doutor, um familiar da moça está na sala de espera querendo notícias – disse a enfermeira.

- Sim, já estou indo para lá. Obrigado – disse e a enfermeira saiu. Cheguei mais perto dela, acariciei de leve seu rosto com as costas da minha mão e lhe dei um beijo na testa. Sai de seu quarto e fui até a sala de espera.

- Boa noite, doutor – cumprimentou o rapaz. Ele era alto, moreno e cabelos negros – Sou Jacob, irmão adotivo da Isabella.

- Olá Jacob, sou Edward Cullen. Eu atendi a sua irmã quando ela veio para cá – disse e nos cumprimentamos com as mãos.

- Como ela está, doutor? – perguntou Jacob.

- Ela chegou aqui bastante machucada, teve um corte profundo na testa e uma fratura na perna esquerda. Mas graças a Deus está fora de perigo – expliquei e ele respirou aliviado – O estado de saúde dela ainda é um pouco delicado. E queria mesmo falar com alguém da família para fazer uma pergunta pessoal.

- Pode perguntar doutor – disse ele.

- Isabella estava grávida? – perguntei e ele me olhou assustado.

- Sim doutor, minha irmã estava de 2 meses e 1 semana de gestação – respondeu ele e meu coração perdeu uma batida.

- Sinto em dizer Jacob, mas devido ao acidente ela sofreu um aborto espontâneo – disse e Jacob abaixou o olhar – Eu sinto muito.

- Obrigado doutro. Posso ver a minha irmã? – perguntou ele e assenti. Pedi que ele me acompanhasse até o quarto 207 e assim fizemos, uma enfermeira estava checando os batimentos cardíacos e o soro – Sabe doutor, esse acidente tem um culpado. Aquele ex-namorado dela nunca deu valor para ela, a fez sofrer muito e quando minha irmã contou da gravidez ele terminou tudo com ela. No impulso do nervosismo, ela pegou e saiu desesperada. Eu tentei impedir, mas Bella foi muito teimosa e olha só no que deu.

- Procure manter a calma, Jacob. Se veio aqui é para apoia-la nesse momento difícil e esse ex-namorado dela tem culpa nisso tudo, com certeza ele vai ter o que merece um dia – aconselhei – Ela ficará por alguns dias aqui em observação.

Ele assentiu e me gradeceu mais uma vez. Sorri em educação para ele e voltei até meu consultório para terminar de analisar os outros prontuários. Mas meu coração pedia para que eu ficasse ali também, até ficaria se eu não tivesse que cumprir minha obrigação de médico.

Pov. Bella

Meus olhos abriam devagar, se acostumando com a intensa claridade e percebia que não estava em casa. Só me lembro de ter saído de casa, após James ter ido lá acabar comigo de vez e do grande impacto logo em seguida. Quanto tempo eu estava dormindo? E o meu bebê, será que está bem?

- Isabella – chamou uma voz desconhecida, porém aveludada e suave como a de um anjo – Tudo bem?

- O-onde eu estou? – perguntei com a voz grogue.

- Você está no hospital – respondeu ele – Lembra-se do que aconteceu?

- Só me lembro da discussão e da batida – respondi e quando fui me levantar, gemi da enorme dor que senti na perna –Ai!

- Calma, encoste-se devagar. Você sofreu um acidente, teve fratura na perna esquerda, arranhões e um corte profundo na testa – explicava ele.

- E o meu bebê, doutor? Está bem? – perguntei e ele ficou em silêncio. O que havia acontecido com o meu bebê? – Diga alguma coisa, doutor – minha voz embargou e lágrimas começaram a molhar minha face.

- Fique calma – disse ele e pegou na minha mão – Você chegou aqui ontem em estado muito delicado de saúde, ficou desacordada por 42 horas e devido ao acidente, você sofreu um aborto espontâneo.

- Meu Deus – escondi meu rosto entre minhas mãos e me permiti chorar até soluçar. Perdi meu bebê, o milagre que tanto esperava e desejava não está mais dentro de mim.

- Shiiu, eu estou aqui Bella – ele fez carinho em minha bochecha. Uma corrente elétrica passou pelo meu corpo com o afeto que o doutor Edward demonstrava por mim, um verdadeiro anjo posso dizer – Mas olha, você irá poder engravidar novamente daqui algum tempo.

- Meu bebê não foi planejado, doutor. O idiota do meu ex-namorado quase me fez tirar e eu terminei tudo para cuidar do bebê – contei-lhe – Agora não o tenho mais.

- Eu sei como se sente. Seu irmão está aqui e quer te ver, ele já sabe de tudo – disse ele e eu o olhei. Santo Deus, doutor Edward é um verdadeiro deus da beleza surreal e os seus olhos eram lindos como uma esmeralda.

- Obrigada doutor – agradeci e ele sorriu para mim.

- Não tem de que. E pode me chamar somente de Edward – disse ele e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha – Desde o momento que você chegou aqui, totalmente desacordada e ferida não pude deixar de reparar no anjo delicado e frágil que é. Vou estar aqui sempre, cuidando de você como deve ser feito.

Minhas bochechas esquentaram e avermelhei com o que ele acabara de dizer. Não sabia realmente nem o que falar naquele momento, só sei que eu o abracei e inebriava aquele cheiro maravilhoso. Precisava daquele abraço e mais do que nunca de um amigo, aliás um anjo para me proteger de qualquer mal.

Pov. Narrador

O hospital não parava de receber chamados de emergência e vários partos que aconteciam. Edward tinha acabado de sair de uma tensa cirurgia, mas graças a Deus o paciente estava bem e nos minutos seguintes fora chamado para realizar um parto. Porém, sua mente voava na jovem que arrebatou seu coração por completo e que amanhã estará deixando o hospital.

Ao chegar a sala de parto, a paciente chorava muito e gritava de dor. O que valeu a pena, pois Edward lhe entregou o pequeno bebê nos braços e logo as enfermeiras o levaram para ser examinado. Edward se lavou e foi fazer a costumeira visita para Bella.

- Oi – disse ele e ela tirou os olhos do livro.

- Oi – retribuiu ela sorrindo para ele – Como foram as horas anteriores?

- Bastante corridas. Duas cirurgias e um parto – disse ele e acariciou sua mão – Sua alta já está assinada. Você está liberada para ir embora.

- Tudo bem, já liguei para o Jake – falou ela e Edward sorriu fraco, só pensando que não a verá por muito tempo e só quando estivesse totalmente curada – Edward eu... não tenho palavras para dizer o quanto estou feliz pelo anjo que você foi para mim durante essa minha estadia no hospital. Virei te visitar assim que tudo estiver bem.

- Vou ficar muito feliz com suas visitas – disse ele e beijou sua testa – Pequena – os dois riram. Bella e Edward desenvolveram um forte laço de amizade, só que não poderiam imaginar que seus corações pensavam diferente.

{...}

2 meses mais tarde...

Duas vidas que se cruzaram em uma noite quase trágica. Bella estava 100% curada e a fratura em sua perna não mais existia. Edward continuava com a sua rotina de médico, análise de prontuários, cirurgias e partos, mas seus pensamentos eram dominados por aquela jovem que há 2 meses não via mais.

A vontade era de procura-la e abraçar seu pequeno corpo, matar a saudade que consumia sua alma e o abanar o calor que o amor deixava em seu coração. Não se viram mais desde então, Bella foi passar um tempo na casa do irmão Jacob após o acidente e todos os dias se punha a pensar no médico-anjo que estivera ao seu lado naquele tempo difícil. Confessou a seu irmão se apaixonou perdidamente por Edward, no entanto tinha medo de procurar ele e falar seus sentimentos.

Mesmo assim seu peito se enche de coragem e partiu para o hospital, resgatar o amor da sua vida.

Edward analisava mais alguns prontuários, ainda faltava 1 hora e meia para acabar o seu expediente e o hospital estava em um de seus raros dias de calmaria. Sua concentração era intensa, não percebeu que Bella entrou em seu consultório.

- Oi Edward – ao ouvir aquela voz, deixou toda a papelada cair no chão e seu coração balançou em ritmo quando a viu ali parada em sua frente, com o melhor sorriso dela que já presenciou – Meu anjo.

Ele saiu de sua mesa e a pegou em seus braços, cheirando seu pescoço e beijando seus cabelos.

- Eu te amo Bella – disse ele em seu ouvido. Bella por sua vez não aguentou tanta felicidade.

- Eu te amo mais Edward – retribuiu ela e os dois se entregaram aos beijos. Não havia nada que pudessem interromper a felicidade que invadia naquele momento, dois corpos se tornando um só e lábios que se prendiam matando a saudade.

Duas vidas se cruzaram... O amor foi inevitável.

- Quer ser minha para sempre? – perguntou Edward em meio ao beijo.

- Serei sua para sempre – disse ela e encostou a sua testa na de Edward – Eu te amo, meu anjo.

- Eu também te amo, minha pequena – retribuiu ele.

Dois corações que viverão felizes para sempre.

Forever and Always...