Maybe escrita por Miss M, SrtaLie


Capítulo 2
Passado e Presente


Notas iniciais do capítulo

A pessoa que faz os POV's do James it's here.



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Passado e Presente

'' – Eu falei que te aguentaria até o final. – Disse Annabelle rindo. Ela tinha um sorriso lindo.

– É claro que vai aguentar. Você não tem outra opção, Anna. – Eu realmente adorava aquela garota. Meu par perfeito. A abracei e beijei seus lábios enquanto segurava sua mão. Aquele era um momento em que me deixava entrar em transe completo. Eu me sentia em completa harmonia, no mesmo ritmo que o dela.

Annabelle aperta minha mão e encara o meu rosto com uma expressão suave. Seus olhos castanhos eram mais brilhantes que as estrelas do céu. Sua pupila estava dilatada e seus lábios estavam umedecidos. Tão linda. Ela vira seu tronco e alcança sua mochila que estava atrás das suas costas e fica a remexendo por dentro. Após uns segundos, Anna finalmente encontra o que estava procurando, uma seringa.

Olhei para ela assustado, tinha pensado que havia parado com essas coisas. Até eu havia parado à algum tempo. A garota de cabelos tingidos de azul me encarava como quem dizia ‘’E então?’’ e esperava minha resposta.

– Annabelle... Eu não acho que isso seja...

– Vamos lá, J. Apenas mais uma vez, vamos ir para o paraíso juntos de novo! Nem que seja pela última vez. – Seus olhos brilhavam como duas estrelas. Não tem como dizer não à ela.

Injetamos a droga um no outro e esperamos. Segurei a mão dela e fechei os olhos. Eu sentia a respiração calma de Anna no meu peito, estávamos em perfeita harmonia, como sempre.

A última coisa que eu vi foi o contraste do vermelho sobre o azul.’’

Segunda-feira, inícios das aulas.

06:20

(Pov James)

Triim Triim Triim

Abri os meus olhos sem muita vontade, eu ainda estava com aquela dor de cabeça horrível típica de ma ressaca. Não sei o que eu tinha na cabeça ontem, não devia ter bebido tanto. Dei um longo suspiro e levantei da cama com muito esforço, desliguei o maldito despertador barulhento e fui em direção ao banheiro.

Liguei o chuveiro e entrei debaixo da ducha quente, fechei os olhos e me permiti relaxar por uns segundos. O vapor já ia se alastrando pelo banheiro como um fantasma.

Após o banho, me vesti o rápido que pude. Já eram 07:20 e eu tinha apenas 10 minutos pra chegar voando no colégio. Peguei meu blusão branco e me enfiei nele enquanto alcançava meu Ipod que estava em cima da cama. Agarrei minha mochila e corri para a cozinha.

Chegando lá, senti o delicioso aroma de ovos e bacon. Era o meu irmão mais velho, Herold, que estava preparando o seu desjejum para ir trabalhar. Herold era alto, moreno, tinha olhos azuis um porte bem atlético apesar de seu estilo sério e acadêmico. Ele era professor de faculdade e sempre andava ocupado com algo. Herold ajeitou seus óculos e lançou um olhar para mim cheiro de reprovação. Ele odiava gente impontual.

– Francamente, James. Atrasado no primeiro dia de aula? ¾ Diz Herold com um ar superior.

– Não estou atrasado. Tenho 10 minutos ainda. ¾ Digo revirando os olhos.

– E você pensa que chegará no colégio em apenas 10 minutos? Já digo que não poderei te dar carona.

– Tá, tá. Tô indo.

Saí do recinto e fui em direção a porta de saída, batendo-a com força. Desci as escadas correndo e peguei o elevador que estava vazio, para a minha sorte. Apertei o botão e fiquei rezando para o elevador ir mais rápido.

Coloquei os fones no ouvido e escolhi ouvir a música Do I Wanna Know, do Artic Monkeys. Eu adorava essa música. Fazia eu me lembrar dela. O sonho que eu tive hoje ainda assombrava minha mente, o jeito era me deixar levar pela música.

Quando as portas do elevador finalmente se abriram, eu saí correndo rumo à rua principal em direção à escola. Restavam-me apenas 5 minutos para conseguir chegar até lá.

~x~

Depois de ter corrido feito o diabo eu consegui chegar ao colégio, todo suado, é claro. E por incrível que pareça, eu não cheguei atrasado, cheguei cedo até, pelo o que me parecia. O colégio estava meio vazio e achei melhor entrar na sala antes do sinal tocar, assim poderia escolher o lugar que quisesse.

A sala era bem iluminada e as janelas estavam todas abertas, deixando os raios solares invadirem-na. Escolhi o penúltimo assento que ficava ao lado da janela, um bom lugar para desenhar sem ser notado por ninguém. Pendurei a minha mochila na cadeira e esperei o sinal tocar, o que não demorou muito, já que os alunos já começavam a entrar na sala.

Em menos de 15 minutos, a algazarra típica de uma sala cheia de adolescentes em plena puberdade começava a me incomodar. Nunca fui muito sociável. Nem eu, nem meus ''amigos'' e nem ela. Eu tentava fugir da realidade a todo instante, e, para isso, eu utilizava as revigorantes drogas.

Eu ainda morava com os meus pais quando a coisa começou a ficar feia, eu comprava e vendia heroína, cocaína e LSD. Tinha virado um traficante, praticamente. Meu pequeno círculo de amigos me ajudava a distribuir as drogas nas raves que eu ia. Era assim que funcionava: Pegava as drogas com o fornecedor, usava e vendia. E assim ia dia após dia, semana após semana...

Até o dia em o inesperado acontece.

Annabelle e eu havíamos jurado ficar juntos para sempre, bom, pelo menos até a morte chegar. E o nosso jeito de encurtar a distância entre a terra e o paraíso era injetando a porcaria na veia.

Bem, infelizmente... Anna encurtou demais essa distância.

– Pessoal, antes de começar a aula de hoje eu gostaria de apresentar a vocês uma nova aluna, que pelo o que eu soube, veio diretamente da França. - Eu mal tinha percebido que a professora já estava dentro da sala de aula, e com uma ''novidade''. Acho que já está na hora de parar de ficar viajando, esperando o tempo passar.

A nova aluna adentrou a sala de aula acanhada e se pôs de frente para todos, ao lado da professora. Aparentemente ela não apresentava nada demais. A garota era bem comum, pra falar a verdade. Tinha os cabelos castanhos na altura dos ombros, bochechas avermelhadas e usava uns óculos redondos horríveis. Enfim, não me interessava no momento.

– Bom, a senhorita pode se apresentar. - Disse a professora sorridente, a menina assentiu e pôs-se a falar.

– M-Meu nome é Lola Petit. - Informou a garota tímida, com um forte sotaque francês. - Nasci em Paris e vim para os E.U.A. por causa do trabalho dos meus pais. Bem... É isso, muito prazer.

Educada, muito educada. Ela tentava se esconder atrás do cabelo e do óculos gigante enquanto procurava um lugar para se sentar. A sala estava muito cheia e o único assento vazio que tinha era... Na minha frente?

– Srta. Petit, pode se sentar naquele lugar em frente do nosso colega de branco. Creio que seja o único espaço disponível nesta sala. - É, era na minha frente.

A francesa se dirigiu para o lugar indicado pela professora tropeçando nos próprios pés. Eu ri baixo com essa cena. Assisti a menina se sentar e ajeitar suas coisas sobre a mesa muito rapidamente, suas orelhas já estavam bem vermelhas.

Uma leve brisa entrou pela janela junto com uns raios de sol, o que acabou bagunçando o cabelo de Lola, que o ajeitou depressa. Os fios castanhos ficavam num tom avermelhado sob a luz do sol, e eu fiquei a olhando. Ela emanava um aroma doce.

A professora colocou duas caixas sob uns papéis que estavam em cima da sua mesa. Uma azul e a outra rosa. Pegou uma lista e começou a falar:

– Bom, para iniciar com a nossa matéria de Filosofia, preparei para vocês um trabalho de pesquisa para ser feito em duplas. - Ouviu-se protestos da maioria da turma quanto a essa informação. Eu fiquei quieto, como sempre, sem dar muita bola para o que a professora estava falando. - Haha, o que vocês estavam achando? Só porque é o primeiro dia de aula não significa que vou deixar vocês de mãos abanando. Enfim, eu escolherei as duplas que serão formadas por um garoto e uma garota. Esses casais terão de cuidar de um ovo fecundado por um período de 20 a 21 dias, que será o tempo necessário para os ‘’filhos’’ de vocês quererem sair da casca do ovo. - Francamente, que idiotice - Eu vou querer um relatório diário da observação que vocês irão fazer. Enfim, vou começar a organizar as duplas. - A professora enfiou a mão direita na caixinha azul e a mão esquerda na caixinha rosa, retirando dali dois papeizinhos. - Rillary Bittencourt e Georg Smith... - Realmente, que coisa ridícula. Eu achei que no ensino médio se fazia coisas mais sérias, mais complexas. - Alex Olsen e Brad Maslow... - Nunca tinha imaginado que faria um trabalhinho de ensino fundamental desses. - Emily Collins e Aaron Diamond... - Eu não vou fazer uma coisa idiota dessas. - Samantha Dooley e Richard El Roy... - Se pelo menos ela estivesse ao meu lado agora... - James King e Lola Petit... - O que?!

Percebi um tremor nos ombros da morena a minha frente, e, lentamente, a francesa se virou e me olhou por entre as lentes. E seus olhos castanhos eram mais brilhantes que as estrelas do céu.

– Ahn, eu espero que façamos um bom trabalho. ¾ Desejou timidamente.

– Espera... A-Anna?!

E o paraíso parece estar mais perto agora.


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Notas finais do capítulo

E aí?



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