Era uma vez, há muitos anos atrás, a Lua. O mais intenso de todos os astros, que a cada noite dava à luz uma estrela, um espírito de luz enviado à Terra para iluminar os humanos. Para cada noite havia uma estrela virgem, e para cada estrela havia um nome. Todas as noites, as estrelas, filhas da Lua, reuniam-se na Ilha das Estrelas, onde banhavam-se na Fonte dos Milagres que lá existia, e purificavam suas almas. A Fonte também era o berço das estrelas, pois tais espíritos de luz vinham ao mundo através das águas lendárias, que iluminavam o mundo todas as noites.
A mais bela e brilhante de todas as estrelas, porém, era Ariana, uma alma pura e bondosa que guiava as estrelas mais novas em seus caminhos pela imensidão do mundo, para que as mesmas não caíssem nas tentações dos homens. Pois os homens, apesar de possuírem o mundo em suas mãos, eram almas cruéis e imperfeitas e precisavam das estrelas para que fossem iluminados na escuridão da noite. Assim acreditavam as estrelas, assim acreditava a Lua. Assim acreditava Ariana.
Um dia, porém, uma estrela chamada Luana veio ao mundo através da Fonte. Luana, com medo da Terra e dos humanos, recusou-se a sair da água. Ariana, com suas palavras reconfortantes, pegou seus bracinhos e puxou Luana para a superfície, a ensinando que ela deveria ser uma estrela corajosa, pois seu brilho era realmente muito intenso. As estrelas possuíam o dom da profetização, e assim que Ariana tocou a cabecinha da irmã mais nova, viu um futuro de luz e ascensão para Luana. Depois, abençoou a jovem estrela e deixou-a voar livre pelo mundo, para que seguisse iluminando o caminho. Naquela noite, Ariana decidiu passar a noite a proteger aquela ilha, pois nenhum mal poderia acontecer a ela. Porém, da escuridão das árvores frondosas, e da intensa luz do luar, nasce uma sombra. Uma sombra nunca vista antes naquela Ilha. Era a sombra de um homem. Simão, o navegador. Conforme a sombra se aproximava, a luz de Ariana diminuía, e assim, Simão possuiu aquela estrela na relva sob a luz do luar.