Melhores Amigos HIATUS escrita por kaah weasley


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Heyy, meus amores!! Mil desculpas pela demora, minha criatividade foi pra Nárnia e não voltou mais, então o capítulo não tá muito bom, mas o próximo vai ser melhor e mais rápido!!

Booa leitura!!!



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Daniel acordou com a cabeça latejando de dor. Os olhos ardiam e todo o resto do corpo doía. Ao mesmo tempo que seus ossos não queriam se mover, sua mente estava a mil. Se lembrava com detalhes da noite anterior. A sua mulher o traindo em sua própria cama, a discussão, a descoberta de que o amante dela era filho do homem que causou a maior desgraça da sua vida... Devia ser mal de família.

Despertou de seus devaneios ao ouvir um resmungo vindo do quatro ao lado. Julia devia ter acordado, e provavelmente a babá não havia udo vê-la.

Daniel se levantou da cama, sentindo seu corpo clamar para voltar a deitar. Foi do jeito que estava mesmo, apenas com a mesma boxer preta que usava na noite anterior. Riu consigo mesmo ao lembrar da cara de Tiffany ao vê-lo daquele jeito. Todo homem gosta de ser admirado por uma mulher, principalmente uma mulher bonita como Tiffany.

Foi até o quarto ao lado, abriu a porta e olhou Julia deitada no berço, se remexendo e resmungando um pouco por estar sozinha. Depois de perder sua esposa, Daniel não podia nem pensar em perder sua filha também.

Se aproximou do berço e pegou a menina no colo, apenas para olhá-la mais de perto. Era perfeita, em todos os mínimos detalhes, exceto pelo machucado acima da boca. No dia anterior pensara que fora um acidente com um brinquedo, mas agora já não tinha mais certeza. O que impedia aquele idiota de bater na sua filha?

Tentou se acalmar, não tinha ideia se Pablo tinha tocado em sua filha e não podia ficar culpando o homem por tudo ou acabaria ficando louco de raiva e isso era o que menos queria no momento. Prestes a jogar o maior campeonato da Europa e a um ano da Copa do Mundo, os quais disputaria com Enrique e Carlos. Não podia ficar paranóico.

Balançou um pouco Julia no seu colo, mas a menina ainda resmungava. Fome, pensou Daniel.

–Anne - ele chamou a babá - Pode trazer a mamadeira da Julia, por favor?

– Claro, senhor - ouviu Anne responder do andar de baixo, com o sotaque francês

Daniel ficou esperando na porta do quarto com Julia ainda no colo, tentando acalmá-la e se acalmar também. Não era fácil, a cada segundo, cenas da noite anterior passavam em sua mente como um filme, muito ruim por sinal.

Ouviu passos subindo as escadas e se aproximando do quarto. Ele logo viu Anne parada a porta com uma mamadeira na mão. Ela era uma senhora francesa, meio gordinha e com cabelos pintados de loiro sempre presos em um coque bem firme.

Ela nem se preocupou com o fato de Daniel estar seminu, já estava acostumada a ver o patrão daquele jeito.

– Pode me dar a Julia, senhor - ela disse pegando a menina no colo e dando a mamadeira - O senhor vai ao treino hoje?

– Treino? Não é só duas horas da tarde? - Daniel perguntou, meio perdido

– Senhor, já são uma e meia - Anne respondeu, percebendo o desentendimento do chefe

– Puta que pariu - ele murmurou para si mesmo e saiu correndo para o próprio quarto para trocar de roupa

Pegou o uniforme do Chelsea e o colocou correndo. Foi até o banheiro, escovou os dentes para não sair com bafo de dormido e ajeitou mais ou menos o cabelo. Voltou para o quarto e calçou o meião e a chuteira, pegou a mochila e saiu correndo.

Passou por Anne, dando um bom dia, correndo ainda. Quase caiu enquanto descia a escada pulando dois degraus de uma só vez. Chegou até o quintal e entrou no carro com tudo, olhou o relógio no painel do carro, 13:48, ele ia chegar atrasado no treino.

Olhou para a garagem e sentiu falta do carro de Luciana. Respirou fundo pela milésima vez no dia e ligou o carro, saindo da propriedade logo em seguida.

Correu mais rápido do que nunca em direção a Stamford Bridge, o centro de treinamento do Chelsea, passando por sinais vermelhos e recebendo buzinas de repreensão dos outros motoristas.

A cabeça de Daniel não estava muito ligada no trânsito. A verdade é que Luciana fazia falta. Ele quase perdeu a hora do treino. Olhou o relógio de novo, 14:03, e ainda faltava mais um bom caminho até chegar no estádio.

O celular dele tocou, viu no visor o número de Enrique. Colocou no viva-voz, já se justificando.

– Perdi a hora, levantei agora há pouco, chego aí em cinco minutos.

– É bom mesmo - a voz de Enrique estava completamente diferente de como era normalmente - O professor já está fulo da vida porque você ainda não chegou.

– Foi mal - desculpou-se Daniel - Todo aquele problema com a Luciana ontem está me deixando doido.

– Sobre isso... Você vai ter uma surpresinha quando chegar aqui.

– O que você quer dizer com isso?

– Só vem logo, tá? Abraço.

Daniel ouviu o som da ligação sendo cortada e ficou repassando as palavras de Enrique. Surpresinha? Que surpresinha? As "surpresas" de Enrique nem sempre eram boas e pelo tom de voz dele, aquela estava bem longe de ser boa.

Finalmente, chegou ao estádio, quase dez minutos atrasado. Entrou correndo e foi logo se desculpar com o treinador.

– Professor, foi mal. Eu tive muitos problemas ontem a noite e acabei perdendo a hora hoje de manhã, me desculpa.

– Tudo bem, Daniel - respondeu José Mourinho, o treinador do Chelsea - O Enrique me explicou que você teve alguns problemas com a Luciana, mas que isso não se repita. Deixe seus problemas pessoais em casa. E a propósito, estávamos só esperando você para apresentar ao time o nosso novo reforço.

Ele seguiu com o treinador para o gramado, onde os jogadores estavam se aquecendo. Reconheceu a camisa 3 e o cabelo em estilo black-power de Enrique e foi até ele para falar com o amigo.

– E aí, cara? - cumprimentou Daniel

– Fala, moleque! - respondeu Enrique - Você está melhor?

– Tô, sim, cara, valeu. Cadê o Carlos?

– Éh... Sobre isso, essa era a surpresinha - respondeu Enrique, apontando para Carlos que estava batendo bola com um homem até o instante desconhecido.

Depois de observá-lo por mais tempo, Daniel o achou conhecido. De onde o conhecia? Foi então que ele se lembrou.

– O que esse babaca tá fazendo aqui? - perguntou Daniel sentindo o sangue ferver e a raiva lhe tomar os sentidos

– Dani, calma - Enrique disse - Não faz nenhuma bobagem. Esquece isso, você quer que todos saibam o que aconteceu?

– Você tem razão - respondeu Daniel, tentando se acalmar novamente. Céus, quantas vezes teria que respirar fundo naquele dia?

– Meninos - chamou Mourinho - venham aqui. Isso. Bom, como alguns de vocês já perceberam, nosso reforço chegou - ele disse apontando para o novo camisa 17 do time - este é Pablo dos Santos, ele é do Brasil, começou a jogar no Flamengo e é atacante. Mas, enfim, vamos treinar, peguem os coletes e já pro campo!

Daniel foi com Enrique até o banco para pegar o colete do time titular. Chegou lá e logo foi abordado por Carlos.

– E aí, cara. Tudo bem? A Tiffany saiu lá de casa ontem à noite toda preocupada com você.

– Tá tudo de boa, sim, só uns probleminhas em casa. Mas e você?

– Tô bem também. Vocês já conheceram o Pablo? - ele perguntou, puxando o rapaz que pegava o colete dos reservas pelo braço

– Não, ainda não - respondeu Enrique, com medo do que Daniel pudesse falar

– É, ainda não nos conhecemos - completou Pablo, dando um sorriso debochado para Daniel - Prazer - estendeu a mão para os dois que a aceitaram de mal gosto

– Vamos - chamou o técnico - Todos para o campo!

Os jogadores se posicionaram no campo, cada um em sua posição, Daniel e Carlos se posicionaram no centro do campo, para darem início ao jogo, Enrique se encontrava próximo ao gol, para fazer a defesa. Do lado oposto do gramado, Pablo olhava para Daniel, pensando em como podia fazer para envergonhá-lo.

O apito soou e Carlos colocou a bola em jogo. Os jogadores se movimentavam em campo, treinando as jogadas que Mourinho mandava. Ao final do primeiro tempo o jogo estava empatado, 0x0.

Os times voltaram a campo, mas dessa vez o time reserva saiu com a bola e foram logo em direção ao gol. Daniel se juntou a defesa de seu time, assim como os outros atacantes e meias.

Pablo avançava com a bola em direção ao gol sem ligar para qualquer outra coisa, queria garantir que estivesse na escalação dos titulares para o próximo jogo, contra o Barcelona. Olhou para a frente e viu Daniel parado para cortar sua jogada.

Sabia que o rapaz era bom, mas tinha capacidade de passar por ele e o faria. Se sentia um pouco culpado pela noite anterior, às vezes Pablo tinha alguns ataques de fúria e ironia como aquele, só por causa do gene forte que herdara do pai. Não, ele não era maluco.

Daniel observou Pablo se aproximar com a bola no pé. Não podia negar que ele era bom, suas habilidades eram inegáveis. Mas isso não diminuía o que ele fizera.

Se posicionou para parar a jogada, Daniel era, além de ótimo goleador, um desarmador incrível, nem precisaria fazer esforço. Mas enquanto se preparava, sua mente foi inundada por imagens da noite passada e a raiva o tomou novamente.

Enrique observava a aproximação dos jogadores de longe. Estava a um fio de empurrar Daniel para longe dali e roubar a bola de Pablo ele mesmo, mas deu um voto de confiança ao amigo, Daniel era profissional, não faria nenhuma besteira.

Ele nunca esteve tão errado em sua vida.

Os jogadores ficaram embasbacados com o que aconteceu a seguir. Todos pensavam que Daniel roubaria a bola com maestria do novato, mas ao invés disso ele deixou o corpo propositalmente com a intenção de derrubar Pablo, que caiu no chão com o impacto.

– Daniel! - Mourinho gritou - Mas que diabos foi isso? Você tá maluco?

– Daniel, o que foi isso, cara? - perguntou Carlos, se aproximando do amigo

– Você não sabe o que esse babaca me fez - respondeu Daniel, entre dentes, e indo em direção ao vestiário

– Onde você tá indo? - gritou Mourinho de novo, mas Daniel não se deu ao trabalho de responder e adentrou no vestiário

– Professor, deixa eu falar com ele - pediu Enrique

– Vai, vai sim. E fala pra ele esfriar a cabeça antes de voltar, se não, não precisa nem voltar - respondeu o técnico - Ivan e Jefferson, cubram os dois no treino. Vamos continuar, Pablo, você tá bem?

Enrique foi em direção ao vestiário para falar com Daniel. Entrou lá e encontrou p amigo socando os armários e gritando feito louco.

– Daniel, calma, cara - Enrique tentou acalmar o amigo e fazê-lo parar de socar os armários

– Aquele idiota! E o Carlos ainda defende ele! Ai, que ódio!

– Calma, respira, cara!

– Eu não vou conseguir olhar pra cara desse idiota todo dia. O Mourinho vai ter que escolher, ou eu ou ele!

Depois disso, Daniel pegou suas coisas e saiu do vestiário, deixando Enrique surpreso com a atitude do amigo. O camisa 11 era o melhor jogador do time, se o perdessem, estariam praticamente fora da Champions League, mas Mourinho não ia aceitar a "proposta" de Daniel sem explicações.

Daniel entrou em seu carro pensando se acertara ao tomar aquela decisão. A verdade é que não poderia continuar jogando junto com aquele cara. E se ele surtasse de novo? Perderia o lugar no Chelsea de qualquer forma.

Só um dia depois de descobrir a traição da sua mulher, a sua vida já estava de cabeça para baixo.

"Desse jeito, em alguns dias eu vou estar sentado na rua pedindo esmola" pensou. "Preciso tirar esses dois da minha vida" ligou o carro e foi em direção ao cartório de Londres.


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Notas finais do capítulo

Reviews?? Beijos!! =3