Amor y Nada Más escrita por Verônica Souza


Capítulo 5
Capítulo 5




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Durante a semana, Paulina e Carlos Daniel decidiram que só contariam que estavam juntos quando toda família estivesse reunida, ou seja, no almoço de domingo. Estava sendo um sacrifício para Carlos Daniel não se aproximar dela, não poder abraçá-la em qualquer momento. Sua alegria vinha na hora que todos iam dormir, que mesmo com pouquíssimo tempo, eles podia aproveitar um tempo a sós.

Ele a observava todo o tempo, e não conseguia parar de sorrir, por dentro e por fora. Paulina havia trazido a felicidade de volta para ele. Ele era outro homem graças a ela. Era inexplicável todos os sentimentos bons que ela fazia ele sentir.

Quando a família estava toda reunida para o almoço, Carlos Daniel se levantou para dar o recado. Paulina estava sentada ao seu lado, nervosa e um pouco envergonhada. Todos olharam para ele confusos, e então ele respirou fundo.

– Tenho um recado para dar, antes que sirvam o almoço.

– O que aconteceu? - Estephanie perguntou preocupada.

– Fico feliz em dizer que... - Ele olhou para Paulina e segurou sua mão. Olhou para cada um na mesa e abriu um largo sorriso. - Eu e Paulina estamos juntos.

Como esperado, toda a família se alegrou com a notícia. Lalinha e Adeline também se alegraram, pois sabiam que mesmo que nunca tivesse dito nada, Paulina adorava Carlos Daniel.

– Eu sabia! - Vovó Piedade sorriu. - Sabia que isso ia acontecer.

– Mas como foi? Foi tão rápido! - Rodrigo perguntou.

– É... Eu sei que tem pouco tempo que eu e Paulina nos conhecemos mas... É algo inexplicável. - Ele sorriu para ela. - Como se estivéssemos destinados a ficar juntos. Me sinto tão bem perto dela que não consigo me conter.

Paulina sorriu emocionada para ele e todos olharam deslumbrados para os dois. Igualmente pensavam que os dois foram feitos um para o outro, mesmo depois de tudo o que Carlos Daniel passou. Todos sabiam a bondade que Paulina tinha no coração, e sabiam também que ela o faria muito feliz.

– Então a Paulina vai ser a minha mamãe? - Lizete perguntou confusa.

Todos riram e Paulina se abaixou para falar com ela.

– Você já tem uma mamãe, Lizete. Mas ficarei muito feliz de fazer parte da sua vida.

– Mas eu não conheci minha mamãe. Eu queria que você fosse minha nova mamãe.

– Eu também queria. - Carlinhos disse. Todos olharam para ele assustados, já que ele até pouco tempo não tinha se acostumado com a morte da mãe. - Eu sei que tenho uma mamãe, e sei que ela está no céu olhando para mim, mas já que você é tão boa para a gente e o meu papai gosta muito de você... Eu queria considerar que você também é minha mamãe.

Paulina sorriu e ele a abraçou. Estava emocionada por Carlinhos considerá-la uma mãe, mesmo depois das dificuldades que ele passou. Carlos Daniel sentiu-se satisfeito por seus filhos gostarem tanto da mulher que estava ao seu lado.

Willian chegou atrasado para o almoço e olhou curioso para todos alegres a mesa.

– Qual é a notícia que todos estão comemorando? - Ele perguntou sentando-se ao lado de Estephanie. Carlos Daniel tirou o sorriso do rosto, e sua feição de alegria se transformou em raiva e impaciência. Paulina segurou seu braço carinhosamente como se pedisse para ele se acalmar. Os dois haviam decidido não contar para Estephanie o que tinha acontecido, já que ela mesma estava o tratando mal durante a semana inteira. Achavam que agora que ela estava começando a ser realmente feliz, não poderiam estragar sua felicidade com uma notícia tão ruim.

– Paulina e eu estamos juntos. - Carlos Daniel respondeu com indiferença.

– Juntos? Tipo juntos, juntos? - Ele riu. - Em tão pouco tempo? Parabéns! É uma típica história de uma babá que se apaixona pelo patrão. Só que normalmente quando isso acontece com tanta pressa, a empregada que todos pensam ser boazinha, no fim quer roubar todo o dinheiro da família.

Carlos Daniel respirou fundo contando até cem. Todos se mexeram inquietos na mesa e ficaram em silêncio, preferindo não discutir com Willian.

– Não me importa o que pensa de mim, Senhor Willian. - Paulina disse. - Eu venho de uma família pobre e fui muito bem-criada. Nunca me faltou nada, apesar das dificuldades. E tudo o que e minha falecida mãe me ensinou foi que o dinheiro não compra a felicidade.

– Lindo discurso, Paulina. - Willian bateu palmas. - Já que tocou no assunto, porque não nos conta um pouco sobre sua antiga vida? Acho que todos estao animados para saber.

– Willian, chega! - Estephanie disse impaciente. - Se não quer participar do almoço em família em paz, se retire por favor.

– Com muito prazer, esposinha. Lalinha, leve meu almoço para o quarto. Prefiro almoçar sozinho do que participar de uma coisa que não vai durar muito tempo. - Dizendo isso, saiu da sala de jantar.

– Não se preocupe, meu amor. - Carlos Daniel disse à Paulina. - Willian é o tipo de homem amargo que não se preocupa com a felicidade dos outros.

– Isso mesmo. - Patrícia disse. - Melhor voltarmos ao nosso almoço de comemoração e esquecermos isso.

Todos concordaram e então Lalinha serviu o almoço. Apesar de ignorarem tudo o que Willian havia dito, Paulina disfarçava sua preocupação e tristeza. Não queria esconder seu passado de toda a família e principalmente de Carlos Daniel. Não seria justo com nenhum deles.

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Logo após o almoço, a família foi até o jardim para aproveitar a tarde de domingo. Paulina estava distante, e na maioria das vezes não participava da conversa. Carlos Daniel havia notado que ela estava diferente, e decidiu chamá-la para caminhar no jardim, distante do restante da família.

– O que está te incomodando, meu amor? - Ele perguntou enquanto caminhavam.

– Carlos Daniel, eu preciso te dizer uma coisa.

– E o que é? - Ele parou olhando preocupado para ela.

– Bem... É sobre minha vida antes de vir para cá... Eu...

– Paulina, esqueça o que Willian disse. Ninguém o leva a sério há muito tempo.

– Mas eu preciso dizer que...

– Eu ficarei feliz em saber sobre sua família e sobre sua vida, mas não há necessidade de pressa para me contar sobre isso. Quero que me conte quando se sentir preparada. Nada que me disser vai fazer com que eu goste menos de você e que me arrependa de termos ficado juntos.

Será, Carlos Daniel?” Paulina pensou enquanto forçou um sorriso para ele. Os dois se abraçaram e ela se sentiu mais tranquila. Ao menos Carlos Daniel não tinha pressa em saber sobre seu passado, e assim, poderia aproveitar mais a felicidade que tinha, ao menos por enquanto.

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Meu Deus, quanto tempo mais vou conseguir esconder toda a verdade da família?”– Paulina pensava enquanto andava pelo seu quarto. “Eles não merecem que eu esconda tudo deles. Principalmente Carlos Daniel. Estamos juntos agora, e eu estou mais feliz do que nunca. Estar ao lado dele me faz tão bem, me faz feliz, não posso magoá-lo ou perdê-lo. Mas ainda não estou preparada para dizer tudo para ele. Talvez eu devesse esperar mais tempo. Talvez quando fizermos mais tempo juntos, ele já vai conseguir entender o porque eu escondi toda a verdade dele. Meu Deus, como eu espero que ele entenda.”

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Por que Paulina ficou tão estranha depois do que Willian falou?”– Carlos Daniel pensava deitado em sua cama. “Ela ficou tão distante. Será que aconteceu alguma coisa grave no passado para ela ter essa reação? Seja o que for, vou fazer com que ela esqueça tudo de ruim que já lhe aconteceu, assim como ela fez comigo. Vou fazê-la a mulher mais feliz do mundo, deixando-a livre de todos os problemas e de qualquer tristeza. De agora em diante, Paulina era minha companheira, a mulher por quem eu enfrentaria tudo e todos. A mulher que seria uma segunda mãe para meus filhos. A mulher que eu queria para o resto da minha vida.”

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No dia seguinte, Carlos Daniel convidou Paulina para conhecer a fábrica. Os funcionários que ela havia conhecido na noite da festa a cumprimentaram e ficaram felizes pelos dois estarem juntos. Muitos ali sabiam como ele havia sofrido a morte de Laura, e torciam para a felicidade dele, já que era tão bom com eles.

– O que está achando da fábrica, Paulina? - Rodrigo perguntou quando os três entraram no escritório de Carlos Daniel.

– É maravilhosa! - Respondeu animada.

– Mas ainda tem alguns problemas a resolver. - Ele suspirou e olhou para Carlos Daniel. - Alguns funcionários reclamam de pouco salário e muitas horas trabalhando.

– Mas isso é um problema que tenho certeza que resolverão.

– Não é assim tão fácil. - Disse Carlos Daniel. - Se aumentarmos o salário, não temos como comprar os materiais para a fabricação.

– Bem... Então teriam que entrar em um acordo.

Carlos Daniel e Rodrigo se interessaram pelo que Paulina havia dito, e os três conversaram sobre soluções para que os funcionários ficassem satisfeitos e a fábrica pudesse lucrar ainda mais. Os dois ficaram abismados em como Paulina era inteligente e profissional. Isso fez com que Carlos Daniel pensasse sobre porque ela não seguiu uma carreira mais promissora em vez de se tornar babá. Lembrou-se então do que Willian havia dito naquela noite, e pensou que talvez Paulina tivesse tido um passado realmente difícil. Mas isso seria uma conversa que eles teriam outra hora.

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Ao fim da tarde, Paulina voltou para a casa dos Bracho para cuidar das crianças, e Carlos Daniel a acompanhou. Passaram o resto da tarde se divertindo com as crianças, e não tocaram no assunto sobre o passado de Paulina. Carlos Daniel observava em como ela tratava seus filhos tão bem, mas que estava desperdiçando tanto talento e inteligência sendo apenas uma “babá”. É claro que para ele e para o resto da família ela não era apenas isso, mas ele achava que ela merecia mais do que aquilo.

Logo após o jantar, Paulina foi se despedir de Carlos Daniel para entrar em seu quarto, mas ele pediu que ela esperasse.

– O que foi? - Perguntou.

– Eu e Rodrigo conversamos um pouco enquanto você me esperava para virmos embora e tomamos uma decisão.

– Qual decisão?

– Gostaria de trabalhar conosco na fábrica?

– Mas... E as crianças?

– Eu não permitiria que outra pessoa cuidasse delas além de você, então talvez você pudesse ir pela manhã e voltar antes que elas chegassem da escola.

– Eu não sei Carlos Daniel... Está tudo muito rápido. Alguém pode pensar que estou querendo me aproveitar da situação e...

– Meu amor... - Ele segurou carinhosamente em seu rosto e sorriu. - Não me importa o que os outros pensem. Eu sei que você não faria nenhum mal a família e nem a mim. Tudo o que eu quero é que tenha uma vida boa, e seja o que for que tiver acontecido em sua vida no passado, quero que saiba que a partir de agora você terá uma vida feliz, e eu me certifico disso.

Ela sorriu emocionada olhando para ele, e então acariciou seu rosto.

– Eu espero um dia conseguir retribuir todas essas coisas boas que está fazendo por mim. Me sinto tão feliz aqui, com as crianças, com a família, com você...

– Ver você feliz já me deixa feliz. - Disse sorrindo. - Paulina.. Eu...

– Sim...?

– Eu te amo.

Sem reação, ela olhou nos olhos dele. Nunca tinha ouvido um “eu te amo” tão sincero como ela ouviu naquele momento. Seu coração disparava e suas mãos suavam. A felicidade imensa que ela estava sentindo naquele momento não poderia ser descrita. Era incrível como o destino juntava as pessoas. Em tão pouco tempo os dois despertaram sentimentos tão fortes que nem o mais sábio dos poetas saberia descrever ou explicar. Paulina sabia que ela sentia o mesmo, e isso há algum tempo... Mas só naquele momento teve coragem de dizer:

– Eu também te amo, meu amor.

Carlos Daniel a beijou tão intensamente, que no toque dos seus lábios ele queria expressar toda a emoção que estava sentindo. Qualquer um que o conhecesse também saberia que ele só diria aquelas palavras a alguém que ele realmente amasse. E também qualquer um que o conheceu antes, vendo-o agora, saberia que ele estava perdidamente apaixonado e feliz. E ele sabia a partir daquele momento, nada poderia separá-lo da pessoa que ele amava, pois eles estavam juntos, como um só.


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